Congresso corre para dar mais 5 anos de benefício fiscal a Norte e Nordeste

O Congresso Nacional está na fase final de tramitação para aprovar a prorrogação até 2028 de incentivos fiscais concedidos a empresas que atuam nas áreas da Sudam (Região Norte) e Sudene (Nordeste), além de incluir a Sudeco (Centro-Oeste).

As desonerações de impostos a projetos das regiões Norte e Nordeste para 2023 foram estimadas em R$ 14,5 bilhões. Apesar de haver outro projeto sobre o tema que inclui a necessidade de contrapartidas socioambientais às empresas beneficiadas, o texto já aprovado pela Câmara e pelo Senado, pendente apenas de uma última análise, não traz nenhuma exigência. O atual programa de incentivos vence em 31 de dezembro. As informações são da Folha de São Paulo.

A Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, que engloba ainda alguns municípios de Minas Gerais e Espírito Santo), a Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia) e a Sudeco (Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste) são autarquias federais que têm o objetivo de promover o crescimento das regiões de abrangência.

Para Alessandra Cardoso, assessora política do Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos), os programas causam prejuízo aos cofres públicos “sem avaliação crível de efetividade”.

“Renová-los novamente, em um cenário fiscal crítico e sem qualquer critério ambiental e social, seria uma prova absurda da falta de compromisso com a transformação econômica e ecológica que tanto se fala no discurso. Estender os mesmos incentivos para a região Centro-Oeste é uma medida ainda mais irresponsável”, afirma.

Um estudo do instituto mostra que Sudam e Sudene, que abarcam a região da Amazônia Legal, tem servido para beneficiar principalmente atividades com grande potencial de impacto negativo sobre o ambiente.

No total, dos R$ 42,3 bilhões em isenção distribuídos, R$ 22 bilhões (54%) foram direcionados para mineração, energia e petróleo.

O levantamento aponta que, de 2010 a 2022, entre as cinco atividades econômicas mais contempladas com projetos aprovados pela Sudam estão a infraestrutura (onde entram projetos de energia e gás), minerais e químicos (que inclui a produção de petróleo e seus derivados).

Os incentivos fiscais para o Nordeste e a Amazônia têm origem nos anos 1960. A Constituição de 1988 estabelece no seu artigo 151 a permissão de “concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do país”.

Em 2001, na gestão do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), foi editada a medida provisória 2.199-14, que concedia até 2013 redução de 75% do Imposto de Renda calculado com base no lucro da exploração e uso de 30% do Imposto de Renda devido para reinvestimento pelas empresas.

Esses incentivos sofreram prorrogações pelo Congresso desde então, sendo a última na transição entre os governos Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), no final de 2018, quando estabeleceu-se o prazo-limite atual: 31 de dezembro de 2023.

O projeto de lei 4.416/2021, que prorroga os benefícios a 2028, foi aprovado pela Câmara em agosto. Ele é de autoria do deputado Júlio Cesar (PSD-PI).

No Senado, o texto foi aprovado em cerca de um mês. O senador Beto Faro (PT-PA) apresentou emenda (e também projeto) estabelecendo que as empresas beneficiadas desenvolvam atividades compatíveis “com o enfrentamento da pobreza e da concentração fundiária, a transição para a economia de baixo carbono, a valorização da biodiversidade” e em consonância aos compromissos assumidos pelo Brasil no Acordo do Clima de Paris.

A emenda, porém, foi rejeitada pelo relator, o senador Otto Alencar (PSD-BA). O projeto apresentado já recebeu parecer favorável, mas ainda aguarda votação em comissão.

O relator, no entanto, acatou proposta da bancada ruralista e incluiu a Sudeco na lista de beneficiários. Por causa dessa emenda, o texto teve que voltar para nova análise dos deputados.

No último dia 26, o deputado Júlio Cesar apresentou requerimento de tramitação da proposta em regime de urgência. O pedido foi assinado por líderes dos dois principais blocos partidários da Casa, Doutor Luizinho (PP-RJ) e Antonio Brito (PSD-BA).

Após a aprovação pela Câmara, o projeto seguirá para sanção ou veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em 2019, Bolsonaro sancionou a prorrogação até 2023, mas vetou a inclusão da Sudeco, também aprovada naquela época pelo Congresso.

A equipe econômica de Paulo Guedes (Economia) era contra, na época, mas acabou concordando com a prorrogação para não se indispor com as bancadas do Norte e do Nordeste do Congresso em meio às negociações para a reforma da Previdência.

A Folha procurou o Ministério da Fazenda, que tem tratado do tema com congressistas, mas a pasta afirmou que não comenta projetos em tramitação.

Julio Cesar disse ser favorável à inclusão da Sudeco, afirmando que a rejeição dessa emenda do Senado criaria uma indisposição com a bancada ruralista.

Em seu parecer, ele afirma que, caso os incentivos sejam encerrados, “a capacidade de investimento das empresas instaladas no Norte e Nordeste reduzirá drasticamente”.

Otto Alencar escreveu em seu relatório que apoia a prorrogação porque “os indicadores econômicos e sociais das regiões Norte e Nordeste ainda são inferiores aos do restante do país”.

Sobre a Sudeco, ele disse ter incorporado a emenda ao projeto por questão de isonomia. A rejeição à emenda com exigências socioambientais ocorreu porque, “embora seu objetivo seja indiscutivelmente positivo”, ele afirmou que as contrapartidas teriam de ser mais claramente definidas.

Julio César disse à Folha que em nenhum momento da tramitação na Câmara foi sugerida a proposta de exigir contrapartidas socioambientais à concessão dos benefícios.

Os relatórios sobre o projeto no Congresso reproduzem dados da Sudene segundo os quais, de 2013 a 2020, foram mais de 2.900 projetos aprovados, com 1,2 milhão de empregos gerados em investimentos que somaram R$ 248 bilhões. A renúncia fiscal citada no período foi de R$ 30 bilhões.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) citou os atos antidemocráticos do 8 de Janeiro para justificar o esvaziamento de uma marcha contra a descriminalização do aborto em Belo Horizonte. O evento, realizado na manhã deste domingo na Praça da Liberdade, reuniu o ex-presidente, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). Segundo Bolsonaro, o ato deste domingo foi esvaziado por conta do “temor” de apoiadores a o que classificou como “perseguições”.

“As perseguições são muitas, mas nós temos coragem e garra para enfrentá-las. Não podemos ceder. Eu passei por aqui no ano passado, essa praça estava completamente cheia, creio que a diminuição do número de pessoas vai pelo temor do que aconteceu no 8 de Janeiro. Lá eram brasileiros, patriotas que foram se manifestar e entraram em uma arapuca, em uma armadilha”, disse o ex-presidente. As informações são do Estadão.

Os primeiros réus do 8 de Janeiro têm sido condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a penas que chegam a 17 anos de prisão por diversos tipos de crimes, entre eles o de golpe de Estado.

Desde a sexta-feira (6), Bolsonaro, Michelle e Nikolas convocaram apoiadores em suas redes sociais para comparecer à Praça da Liberdade. O número de apoiadores foi menor do que um ato convocado no mesmo local pelo ex-presidente no dia 7 de setembro do ano passado. Naquele dia, Bolsonaro não compareceu ao evento, já que estava acompanhando o Desfile da Independência em Brasília.

Bolsonaro diz que ‘portas do inferno se abriram’

Durante o seu discurso na marcha, Bolsonaro disse que “as portas do inferno se abriram” desde que ele saiu da Presidência da República, citando o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os julgamentos do Supremo Tribunal Federal (STF) que discutem a descriminalização do aborto e do porte de maconha para uso pessoal.

“Não sei se vocês repararam. Foi só a gente deixar a Presidência, parece que as portas do inferno se abriram atrás de nós”, disse.

Em Belo Horizonte desde a sexta-feira, a agenda de Bolsonaro também teve um encontro com o governador Romeu Zema (Novo) e a sua participação em um evento do PL Mulher, que é presidido por Michelle Bolsonaro.

O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começa a julgar a partir da próxima terça-feira (10) ações sobre irregularidades que teriam sido cometidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda durante a campanha eleitoral do ano passado. 

Pelo rito de julgamento, primeiro deve ser lido o relatório pelo relator, ministro Benedito Gonçalves, que é também o corregedor-geral Eleitoral. Em seguida, terão a oportunidade de falar por igual tempo acusação e defesa. O primeiro a votar é o relator, seguido pelos demais seis ministros do TSE.

Bolsonaro 

No caso de Bolsonaro, as acusações são de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, ambos crimes previstos na legislação eleitoral. Na terça (10), serão julgadas três ações de investigação judicial eleitoral que pedem a inelegibilidade do ex-presidente. 

As ações foram movidas pela coligação Brasil da Esperança, que apoiou Lula, e pelo PDT, partido do ex-candidato Ciro Gomes. Nelas, a principal acusação é de utilização do Palácio do Planalto e do Alvorada para a realização de atos de campanha. 

Os adversários políticos de Bolsonaro alegam que os palácios, que são respectivamente sede do Executivo e residência oficial, foram palco de transmissões ao vivo, pela internet, do então presidente, nas quais ele aparece pedindo votos e apresentando santinhos de aliados, além de apresentar ideias e pedir votos para si mesmo. O candidato a vice-presidente Walter Braga Netto também é alvo das Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes). 

Estas são três das 17 ações que chegaram a ser abertas contra Bolsonaro durante o processo eleitoral do ano passado. Outras ainda seguem em tramitação. Numa delas, envolvendo uma reunião com embaixadores no Alvorada, o ex-presidente já foi condenado pelo TSE a se tornar inelegível. 

Lula 

Na semana seguinte, a partir de 17 de outubro, é a vez de Lula ser julgado por suposto uso indevido dos meios de comunicação. As duas ações foram movidas pela coligação Pelo Bem do Brasil, que apoiou Bolsonaro. 

No primeiro processo, a acusação é que os então candidatos Lula e Geraldo Alckmin, vice-presidente, promoveram “notícias fraudulentas” e “omitiram do eleitorado” informações verídicas sobre o caso do tríplex, que resultou na condenação de Lula, depois anulada pelo Supremo. 

Os advogados de Bolsonaro apontaram que ao se fazer buscas por termos como “Lula condenado” e “Lula triplex”, os principais resultados seriam conteúdos patrocinados favoráveis ao petista. 

Neste domingo (8), o prefeito do Recife, João Campos, entregou a 18ª via requalificada através do Programa Rua Tinindo. Desta vez são os moradores da Rua Cel. Benedito Chaves, em Boa Viagem, que passam a contar com uma via pavimentada e com sistema de drenagem. As intervenções vão melhorar a circulação tanto de veículos como de pessoas, além do escoamento das águas das chuvas. O investimento nas obras é de R$ 392,7 mil.

“Hoje a gente está dando um passo importante. Eu aprendi que a gente não pode se conformar com as coisas, a gente tem que fazer o que tem que ser feito e ainda ir além se puder. É preciso dar o primeiro passo, mas não apenas o primeiro passo. A gente fez a rua e o passo seguinte será fazer a urbanização da comunidade como foi solicitado pelos moradores”, comentou João Campos. 

A Rua Cel. Benedito Chaves recebeu pavimentação em asfalto em toda a extensão, no trecho compreendido entre as ruas Visconde de Jequitinhonha e Fernando Simões Barbosa, uma extensão total de 167,1 metros (ou uma área de 953,8 m²). A drenagem contará com a implantação de 191 metros de tubulação, 14 caixas coletoras com grelhas de sarjeta, seis poços de visita, seis tampões em poliéster reforçados em fibra de vidro, 345,4 metros de meio fio e 638,7 m² de passeios públicos. 

As obras do Programa Rua Tinindo vão beneficiar cerca de 150 vias nos próximos dois anos, em um investimento de cerca de R$ 120 milhões. Já foram concluídas 18 ruas e iniciados os serviços de pavimentação e drenagem em outras 38 vias distribuídas nas seis RPAs da cidade, melhorando as condições de tráfego e levando mais conforto, dignidade e qualidade de vida para moradores e condutores. Até o final deste mês será lançada nova licitação para a implantação de mais 14 ruas, totalizando 100 vias licitadas.

Da Agência Brasil

A instalação de uma unidade do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) em Fortaleza, no Ceará, deverá impulsionar o desenvolvimento tecnológico de todo o Nordeste e ajudar a dar mais equilíbrio no desenvolvimento do país, disse Suzeley Kalil, pesquisadora e professora da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais San Tiago Dantas.

“A instalação do ITA traz a promessa de desenvolvimento realizada pela implantação do instituto na cidade de São José dos Campos (SP), que passou a ser atrativa para empresas de alta tecnologia. Porém, se olharmos para outros centros de ensino, verificamos que não o ITA em si, mas a presença de centros de pesquisa de alta complexidade é que traz o desenvolvimento. Assim, penso que a instalação de qualquer centro de pesquisa no Nordeste é de grande importância, não apenas para o desenvolvimento regional, mas também para promover maior equilíbrio no desenvolvimento do país”, acrescentou.

História

A primeira escola de formação de engenheiros aeronáuticos do Brasil surgiu em 1950 na cidade de São José dos Campos, no interior paulista. Considerado referência no ensino de engenharia do Brasil, o ITA é uma instituição universitária pública, mas ligado ao Comando da Aeronáutica.

Hoje, ele oferece seis cursos de graduação nessa unidade. E, agora, essa escola deve se expandir para o Nordeste, com o anúncio feito recentemente pelo governo federal. Essa nova unidade deverá ter cursos voltados a estudos sobre energia.

Para a professora, a criação de uma unidade do ITA no Ceará pode ter sido motivada pela grande aprovação de alunos do estado nas vagas oferecidas pelo instituto. Um levantamento feito pelo ITA mostrou que mais de 36% dos aprovados na instituição estudaram em Fortaleza.

“Creio que este fato impactou na decisão do governo de criar uma nova unidade, mas não deve ser o único motivo. É provável que tenha havido demanda por parte do próprio estado do Ceará nessa direção. Também deve ter pesado a expressiva votação de [do presidente da República] Lula na região. É bom lembrar ainda que os governos anteriores de Lula e Dilma [Rousseff, ex-presidente da República] alimentaram uma visão de desenvolvimento e de educação melhor distribuída no território”, disse ela.

Outra razão que poderia explicar a instalação de uma unidade do ITA no Ceará, disse Suzeley, é o fato de que o idealizador e verdadeiro construtor do ITA, Casimiro Montenegro, era natural do Ceará.

Um desses alunos cearenses aprovados no ITA foi Leonardo Bruno Pedroza Lima. Hoje, ele leciona Física e é supervisor pedagógico do Colégio Ari de Sá Cavalcante, em Fortaleza, que tem turmas voltadas para a preparação para o vestibular do ITA e do Instituto Militar de Engenharia (IME).

“Eu sou engenheiro de computação formado no ITA. Sou cearense e me preparei para o ITA na escola em que hoje trabalho, o colégio Ari de Sá. É uma enorme satisfação poder ajudar outras pessoas a realizar o sonho de ingressar no ITA”, disse ele, em entrevista à Agência Brasil.

Segundo Leonardo, as turmas voltadas para o vestibular do ITA e do IME no Colégio Ari de Sá Cavalcante têm alta procura e são frequentadas por cerca de 350 alunos a cada ano. Além desse colégio, há muitos outros cursos preparatórios voltados para o ITA na região Nordeste. E para o professor, esse mercado deve crescer nos próximos anos, caso a nova unidade do instituto seja, de fato, instalada no Ceará.

“Há cursos específicos para a preparação para o vestibular do ITA em Fortaleza, Teresina, Recife e Salvador. Em Fortaleza, há sete escolas que possuem turmas específicas voltadas para o vestibular do ITA. Na região Sudeste, o principal curso que prepara para o ITA fica em São José dos Campos (SP), mesma cidade onde fica o ITA. Tudo indica que a instalação de uma unidade do ITA aqui no Ceará fará com que este mercado cresça ainda mais”, disse.

Para o professor e supervisor do cursinho preparatório para o ITA, a instalação de uma unidade no Ceará pode também contribuir para a permanência desses talentos na região.

“Uma parcela significativa das nossas mentes mais brilhantes é enviada para São Paulo e, após se formar,  acaba sendo absorvida pelo mercado de trabalho da região Sudeste. Com um ITA aqui no Ceará, aqui na região Nordeste, seguramente teremos mais chances de reter esses talentos e criar as condições para que eles contribuam para o desenvolvimento da região, se envolvendo nos problemas que temos por aqui e olhando para os potenciais do Nordeste que podem ser desenvolvidos, como por exemplo, a indústria das energias renováveis”, opinou.

Em setembro, durante uma visita do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, o reitor do ITA, Anderson Ribeiro Correia, também falou sobre o avanço que a nova unidade poderá trazer para a região. “Será uma oportunidade de reter mentes brilhantes, que, historicamente, vêm sendo aprovadas nos vestibulares para o ITA, e aproveitá-las na contribuição para esse desenvolvimento”, disse ele, na ocasião.

Modelo avançado

Suzeley Kalil afirmou que o modelo de educação proposto pelo ITA – com a formação de engenheiros militares e civis – é avançado, mas com poucos exemplos pelo mundo.

“O ITA traz em si uma visão de desenvolvimento muito particular, que visa a autonomia do país e que tem no estado seu grande pilar. Tal visão é o reverso da concepção liberal que é majoritária no Brasil. Os anos que separam a inauguração do ITA sudestino para o nordestino estão basicamente relacionados com uma visão vira lata de país – a função do Brasil no mundo é produzir commodities – e preconceituosa de seu povo – o brasileiro é preguiçoso e indolente”, avaliou.

Para ela, o ITA não se encaixa como uma escola militar, mas como um centro de pesquisa, que deveria ser um exemplo para o país.

“A educação militar deveria ter no ITA seu padrão, isto é, defendo que não deveriam existir escolas apenas para a formação de oficiais das Forças Armadas, mas escolas que formassem cidadãos e academias de tempo parcial para treinamento específico militar. Assim, penso que se tivéssemos mais escolas como o ITA não teríamos Forças Armadas apartadas da sociedade, como são as nossas Forças Armadas hoje”, disse ela. E finalizou: “As escolas militares são celeiro de autonomia militar, desenvolvendo militares que acreditam ter como missão tutelar a sociedade”.

A 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo decretou, nesta sexta-feira (6), a falência da rede de livrarias Saraiva.

Na decisão, o juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho reconheceu o “descumprimento do plano de recuperação judicial e determinou a suspensão de ações e execuções contra a falida e a apresentação da relação de credores”. As informações são da TV Cultura.

O pedido foi feito pela própria empresa dentro do processo de recuperação judicial, em razão de dívida de R$ 675 milhões.

Com a falência oficialmente decretada, a empresa deixa de existir e os bens remanescentes formam sua massa falida. Essa massa falida será administrada por um administrador judicial, que deve colocar os bens à venda em leilões, a fim de pagar ao menos parte da dívida com os credores. Em sua decisão, o juiz determinou a manutenção do mesmo administrador judicial.

Com o Congresso Nacional em ebulição contra o STF e o governo Lula, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), estarão fora do Brasil nas próximas semanas.

Pacheco levará um grupo de senadores para a Europa. A primeira parada será em Portugal, onde o presidente do Senado terá encontro com autoridades em Lisboa e receberá medalha de honra em Coimbra. As informações são da coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles.

De Portugal, Pacheco seguirá para Paris, na França, onde será um dos palestrantes do Fórum Internacional Esfera. Ao todo, o presidente do Senado deve ficar fora do Brasil de 10 a 16 de outubro.

Devem acompanhar Pacheco na viagem os senadores Davi Alcolumbre (União-AP), Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), Ciro Nogueira (PP-PI), Daniella Ribeiro (PSD-PB) e Giordano (MDB-SP).

Lira vai para Ásia

Já Lira, como antecipou a coluna, ficará ainda mais tempo afastado do Brasil. O presidente da Câmara fará uma viagem com lideranças da Câmara à Ásia, onde visitará a Índia e a China.

Lira embarcará em 10 de outubro e retornará ao Brasil apenas no dia 20. Isso deverá atrasar uma série de votações de projetos desejados pelo governo Lula, como é o caso do PL das Offshores.

O blogueiro de Afogados da Ingazeira, Júnior Finfa, agradeceu o apoio que recebeu após ser socorrido e precisar fazer um cateterismo. Na última sexta-feira (6), Finfa sofreu um infarto enquanto estava sendo homenageado na Câmara de Vereadores de São José do Egito, Sertão de Pernambuco.  Ele precisou ser socorrido e fazer a intervenção cirúrgica. No entanto, neste domingo (8) postou um vídeo em suas redes sociais agradecendo pelo apoio que recebeu. 

Confira

O Comando da Aeronáutica tem seis aviões destinados à operação de resgate dos brasileiros que estejam em Israel. Há uma aeronave KC-30, com capacidade para 230 passageiros, que está pronta para decolar de Natal em direção a Roma, na Itália. A viagem deve ser feita ainda neste domingo (8).

O plano envolve deixar o avião no local, que é mais próximo da área de conflito, para aguardar a elaboração de listas de passageiros que desejam embarcar para o Brasil. A previsão é que a lista saia na segunda-feira (9) de manhã. As informações são da CNN.

As informações foram dadas em entrevista coletiva na manhã deste domingo (8), no Itamaraty, com o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Marcelo Damasceno, e o ministro da Defesa, José Múcio.

Segundo Damasceno, a primeira decolagem deve ser feita na segunda ou terça-feira, a depender da coordenação do Ministério das Relações Exteriores.

A decolagem, em Israel, deverá ser feita no aeroporto de Telaviv, no período da tarde, para facilitar o translado dos brasileiros até o aeroporto. A ideia é que eles possam se locomover mais tranquilamente até o aeroporto, na parte da manhã.

Há outro KC-30 destinado para a missão e mais quatro aviões, dois de cada modelo: KC390, com capacidade para 80 passageiros, e o VC2, cedido pela presidência da República, com capacidade para 40 passageiros.

Neste primeiro momento, conforme Damasceno, a operação é voltada a brasileiros ligados à comunidade israelense. O governo estuda a operacionalização de iniciativas semelhantes em outras regiões do Oriente Médio.

Conforme o Itamaraty, são estimados 14 mil brasileiros residentes em Israel e 6 mil brasileiros na Palestina. Trinta brasileiros vivem na Faixa de Gaza.

Além de ciúme entre petistas, o protagonismo e a desenvoltura da primeira-dama Rosângela da Silva nos nove primeiros meses de governo Lula vem alimentando boatos e intrigas  em relação a eventuais pretensões eleitorais. Há quem acredite que o presidente está testando o nome da esposa para sua sucessão.  Mas há também quem sustente que o movimento se trata de uma estratégia simplesmente para enfraquecer adversários internos.

Desde o início do terceiro mandato do petista, Janja tem participado de praticamente todas as viagens internacionais do marido — ao todo, já visitou dezessete países ao lado do presidente. No exterior, seu comportamento, muitas vezes espontâneo e distante da liturgia e dos protocolos oficiais, chama a atenção. As informações são da Veja.

Janja também possui um gabinete próprio, no terceiro andar do Palácio do Planalto, onde despacha e se reúne com autoridades. Integrantes do governo muitas vezes se referem à primeira-dama como uma espécie de ministra sem cargo. Ela também possui uma equipe própria de assessores e de seguranças à disposição. Recentemente, foi escalada por Lula para visitar as cidades atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Em situações como essa, é praxe o governante visitar o local, ou pedir para algum ministro representá-lo.

O crescimento da influência de Janja no governo fez com que muitos se sintam desprestigiados com o presidente. Além disso, ajuda a incentivar os comentários de que o empoderamento da primeira-dama tenha motivações eleitorais. Apesar disso, os interlocutores mais antigos do PT afirmam que Lula tem estimulado isso propositalmente. Ao deixar prosperar boatos de que Janja está sendo testada como alternativa à sua sucessão, o presidente impediria que ministros com ambições eleitorais maiores tentem lhe fazer sombra nos próximos três anos.

“Lula sabe que há potenciais candidatos no governo, sabe também que fragiliza essas pessoas ao dar espaço a Janja”, disse um petista com acesso ao Planalto. Os aliados dão como certo que Lula pretende disputar a reeleição, apesar da idade avançada. Em 2026, ele terá 80 anos.