Já lancei “O Estilo Marco Maciel” no Rio de Janeiro, Brasília, na baiana Juazeiro e em mais de 20 cidades do Interior de Pernambuco. Na próxima quarta-feira, a biografia deste grande brasileiro chega ao Estado de Goiás. A noite de autógrafos está marcada para às 18 horas, na Assembleia Legislativa, no centro de Goiânia, charmosa capital dos goianos.
Em lançamentos de livros, não há discursos, só autógrafos. Mas esta não é uma obra qualquer. Foge dos padrões convencionais e se transforma numa cerimônia em homenagem ao biografado. Daí, a opção pela escolha de ambientes da política, como as assembleias e câmaras de vereadores.
Leia maisNas minhas falas, geralmente ao final dos discursos, bato numa tecla incansável: escrevi sobre Marco Maciel em razão do deserto de literatura a seu respeito e com uma única preocupação, que é oferecer às novas gerações, nossos filhos e netos, a oportunidade de conhecer o legado de um homem público que foge radicalmente ao padrão da fauna política brasileira dos novos tempos.
Um paradoxo em tudo: na decência, no zelo com o dinheiro alheio, na retidão de caráter, no respeito ao ser humano e no compromisso com os mais altos interesses da coletividade. Em 50 anos de vida pública, tendo ocupado os cargos mais destacados que um político almeja, sendo eleito para deputado estadual, deputado federal, governador de Pernambuco, presidente da Câmara dos Deputados, senador por três mandatos, ministro da Educação e da Casa Civil, vice-presidente e presidente da República por 86 vezes interinamente – não se tem notícia do seu nome citado em nenhum escândalo.
Mas, incrivelmente, a história de Marco Maciel é também um deserto de conhecimento. Almocei com um amigo que tem dois filhos, um já formado e outro ingressando na faculdade. Eles me confessaram que nunca tinham ouvido falar em Marco Maciel.
Em Vitória de Santo Antão, Zona da Mata Sul de Pernambuco, o lançamento foi numa universidade. Alguns universitários perguntaram se Marco Maciel estaria presente no evento, outros imaginaram que o autor do livro era ele, por causa da foto do biografado na capa.
Este é o Brasil da alienação, infelizmente. Por isso, estou tão encorajado e com tanta energia para percorrer o País levando o legado de um político que encarou a vida pública como um sacerdócio. Como deputado, Maciel nunca usou verba de gabinete, devolvia aos cofres públicos todo mês. Como vice-presidente, nunca fez uso de cartão corporativo.
Filhos? Nunca empregou um sequer. A eles, deu educação. São três herdeiros com Anna Maria Maciel, todos advogados e com empregos mediante concurso público. Maciel só teve um imóvel em vida: um apartamento no Recife, que teve que vender para comprar outro em Brasília quando deixou o imóvel funcional de senador em 2010, ano em que perdeu sua única eleição: a reeleição para o Senado.
O Brasil tem que conhecer o legado da decência, o Marco de Pernambuco, como ficou conhecido.
Leia menos