Por Tales Faria – Correio da Manhã
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), saiu a campo em defesa da anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro e encheu de esperanças os bolsonaristas.
Tarcísio pediu a apoio ao projeto de anistia ao deputado Marcos Pereira (SP), que é presidente nacional de seu partido, o Republicanos, e ao presidente da Câmara, o paraibano Hugo Motta, também do Republicanos.
Mobilizou o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), que foi visitar Bolsonaro na prisão domiciliar com a boa nova do apoio do centrão ao projeto de anistia.
Leia maisO centrão entendeu a movimentação do governador de São Paulo como um gesto em direção ao ex-presidente Bolsonaro que pode trazer os bolsonaristas em peso para a sua campanha a presidente da República.
Os partidos que compõem o centrão avaliam que Tarcísio de Freitas seria o candidato ideal do grupo ao Palácio do Planalto. E temem os sinais do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, de que ele próprio pode se candidatar com o apoio do pai.
Tarcísio de Freitas, por sua vez, só pretende se desincompatibilizar para concorrer à Presidência se, até abril, tiver manifestação explícita do apoio de Bolsonaro. Caso contrário, tem reeleição praticamente garantida em São Paulo, enquanto a disputa presidencial seria uma aventura. Como disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, “sem Bolsonaro, Tarcísio não é nada”.
Nesta terça-feira, o centrão resolveu fazer um gesto em direção ao governador. O agrupamento que reúne a federação PP-União Brasil e outros partidos de centro anunciou o pedido a seus ministros para abandonarem seus cargos no governo.
Ou seja, o centrão cobrou publicamente que os governistas desses partidos desembarquem do possível apoio a Lula para o grupo poder engordar a campanha de Tarcísio.
O centrão também apontou para o PL. Se o partido do ex-presidente da República embarcar de vez na candidatura de Tarcísio de Freitas ganhará a adesão em massa para o projeto de anistia.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, confidenciou aos líderes governistas que não gostaria de pautar a anistia. Mas disse que “a pressão está muito grande”.
Apesar da boataria que circulou no Congresso nesta terça-feira, Hugo não pautou o projeto. Usou um argumento forte: ele lembrou a senha passada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Roberto Barroso, de que anistia só será válida para quem já tiver sido julgado.
Ou seja, a anistia não pode ser votada antes do que os juristas chamam de “trânsito em julgado” do processo contra Bolsonaro.
A previsão é de que, com o julgamento iniciado nesta semana, o processo contra Bolsonaro e os demais acusados só se conclua de fato no final do ano. Até lá, aprovar a anistia é colocá-la em risco de ser derrubada na Justiça.
Quanto à votação, a expectativa é de que, uma vez pautado o projeto, ele seja aprovado rapidamente.
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