Ex-ministro e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (MDB-SP) fez duras críticas à sua ex-colega de Esplanada e atual ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede). Em entrevista ao podcast Direto de Brasília, Aldo afirmou que ela “atrapalha desde o primeiro governo do presidente Lula (PT)”.
“Quando eu era ministro, o presidente se queixou de licenciamentos para obras em Rondônia. Eu disse que as obras não são licenciadas porque quem mandava no Ministério do Meio Ambiente era um comitê de 50 organizações não governamentais (ONGs). Dois dias depois, o então ministro Paulo Bernardo deu uma declaração dizendo isso, e ela pediu demissão. E agora ela diz que a Amazônia, que tem os piores indicadores sociais, altas taxas de analfabetismo e de doenças raras, é um paraíso. Só que ela não quis ficar no paraíso: ela abandonou a Amazônia atrás do conforto de São Paulo, fazendo o jogo das ONGs, convivendo com as madames da Faria Lima, as ricaças que a ajudam nas eleições, enquanto a população vive sem recurso algum”, atacou Rebelo.
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O ex-ministro, inclusive, sugeriu que o presidente Lula “não queria fazer de Marina ministra novamente”. “Ele a mantém por causa dos acordos internacionais que permitiram a ele ganhar a eleição: o Partido Democrata, Macron (presidente da França) e os ambientalistas europeus. O Lula é muito pragmático. Ele diz que, se o preço que tem que pagar para ganhar eleição é engolir sapo, está tudo certo, não tem problema, porque ele sempre fez isso”, cutucou.
Aldo ainda acusou a ministra, juntamente com o Ibama, a Funai e o Ministério dos Povos Indígenas, de quererem “transformar a Amazônia num Jardim Botânico dos ricos”. A queixa foi em função da postura refratária de Marina a conceder autorização para exploração de petróleo e gás na foz do Rio Amazonas. “Não tem nenhum risco. O Brasil está parado, imobilizado, tendo todo esse petróleo e com o risco de redução da produção do pré-sal, que vai entrar em declínio, e o país pode sofrer um processo de insegurança energética. No mundo inteiro se explora petróleo, ouro, gás, potássio, e os recursos da Amazônia estão congelados. O Brasil não pode aceitar isso”, bradou Aldo Rebelo.
“Essas ONGs só protegem os seus próprios interesses. Elas ficam na Europa, em Barcelona, Paris, Londres, no máximo em São Paulo, aqui em Brasília ou no Rio de Janeiro, e a população da Amazônia na pobreza, os índios na miséria. E eles, viajando de primeira classe e fazendo campanha internacional, pagam página inteira nos jornais do Sul do país para não deixar que a riqueza da Amazônia seja usada pela população. Isso não tem cabimento”, concluiu.
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