Responsável por agendar audiências no Ministério da Justiça e Segurança Pública que contaram com a participação da mulher do líder do Comando Vermelho no Amazonas, a advogada e ex-deputada estadual pelo PSOL no Rio de Janeiro, Janira Rocha, recebeu pagamentos da facção criminosa. A informação foi revelada pelo Estadão, hoje.
O jornal destaca que esse fato contraria a versão do Ministério da Justiça sobre as reuniões como Luciane Barbosa Farias (foto, ao centro), mais conhecida como a “dama do tráfico amazonense”. Segundo a reportagem, o encontro foi solicitado por Janira, segundo o próprio secretário de Flávio Dino e os registros na agenda oficial. Em nota assinada por [Elias] Vaz, o Ministério da Justiça alegou que não tinha como saber de antemão dos pagamentos do Comando Vermelho à ex-deputada. A Polícia Civil do Amazonas sabia. As informações são do O Antagonista.
Recibos apreendidos pela polícia no celular de uma integrante da facção expõem três transferências de quem seria o “contador” do Comando Vermelho para a conta de Janira, no total R$ 23.654,00. Os pagamentos foram feitos dias antes da primeira reunião de Luciane Barbosa Farias com o secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Elias Vaz, em março.
Segundo o Estadão, os pagamentos foram feitos por Alexsandro B. Fonseca, que é mais conhecido como “Brutinho” ou “Brutus”. A Polícia do Amazonas o considera uma “espécie de contador da facção criminosa, responsável pela contabilidade da ‘caixinha’ [contribuição dos membros da fação]”. Foram três os pagamentos a Janira, cujos nome completo e CPI aparecem em comprovantes, de 3 mil reais, 5.645 reais e 15 mil reais.
A polícia também identificou pagamentos do Comando Vermelho para a ONG Liberdade do Amazonas, criada sob a alegação de defender os direitos humanos de detentos e presidida por Luciane, mulher de Clemilson dos Santos Farias, conhecido como Tio Patinhas. Ele é um dos líderes do Comando Vermelho no Amazonas e está preso em Tefé (AM).
Esse episódio arrefeceu ainda mais o ímpeto do presidente Lula em indicar Flávio Dino para uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF), afirmaram fontes ligadas ao PT ouvidas por O Antagonista.
José Roberto Arruda pede nova chance ao povo do Distrito Federal
Por Larissa Rodrigues – repórter do Blog
O ex-governador do Distrito Federal (DF), José Roberto Arruda (sem partido), não abre mão de ser candidato em 2026. Após 15 anos fora da vida pública, ele quer retomar a cadeira de chefe do Poder Executivo e diz que está elegível por causa das mudanças na Lei da Ficha Limpa ocorridas nos últimos anos.
Arruda foi o entrevistado de ontem (11) do podcast ‘Direto de Brasília’, comandando pelo titular deste Blog, em parceria com a Folha de Pernambuco. Aproveitou o espaço para atacar o atual governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que lançou a vice-governadora, Celina Leão (PP), como pré-candidata ao governo.
“Essa narrativa da inelegibilidade é do atual governador. Ele tem uma força muito grande na mídia, porque a mídia de Brasília é muito dependente do dinheiro do governo”, afirmou Arruda. “Os adversários não gostam muito da concorrência, estão tentando vender a tese de que não posso (concorrer). Acho que eles, no fundo, querem ganhar por W.O., querem ganhar no tapetão. Mas a lei me dá a total garantia”, acrescentou.
Segundo o ex-governador, as atualizações na Lei da Ficha Limpa determinam que os oito anos de inelegibilidade de alguém condenado por irregularidades na administração pública, como no caso dele, começam a contar a partir da decisão da segunda instância. “No meu caso, foi em 2014. Estou há 15 anos fora. Pela lei anterior, os oito anos sequer teriam começado a contar”, explicou.
José Roberto Arruda é servidor de carreira. Ascendeu a postos de chefia na administração antes de entrar efetivamente na política do DF. Foi eleito senador e deputado federal. Em seguida, governador do DF (2007 a 2010).
A vida política dele se complicou a partir da sua renúncia, em 2001, após o escândalo de adulteração do painel de votação do Senado, quando atuou ao lado de Antônio Carlos Magalhães. Em 2010, ocorreu a descoberta de um grande esquema de corrupção no governo do DF. O caso ficou conhecido como Mensalão do DEM.
Durante as investigações, Arruda foi preso preventivamente, tornando-se o primeiro governador do Brasil a ser encarcerado durante o mandato. Ele também foi acusado de participar de um esquema de propina de R$ 900 milhões na obra do Estádio Mané Garrincha para a Copa do Mundo FIFA de 2014.
“Ninguém é perfeito, cometi erros. Mas, não sou rico, não tenho fazenda, não tenho mansão no lago. Fui virado de ponta cabeça, chacoalhado, investigado. Não se encontraram nada. Quero me submeter ao julgamento mais difícil que existe, mais importante depois do julgamento de Deus, que é o julgamento do voto popular”, enfatizou o ex-governador.
Já tem partido – Arruda declarou que deverá ser candidato pelo PSD, de Gilberto Kassab. “Eu estou sem filiação partidária. Recebi o convite do presidente Kassab, recebi outros convites também, do Aécio (Neves), do Marconi (Perillo), para voltar para o PSDB, do Avante, tem outros convites. Mas está tudo mais direcionado para eu ir para o PSD.
Defesa do legado – José Roberto Arruda destacou que precisa ser candidato para defender o legado que deixou no DF. Lembrou que fui secretário de obras, senador, líder do ex-presidente Fernando Henrique no Senado e o deputado federal proporcionalmente mais votado do país. “Eu quero mostrar o que eu fiz e mostrar também que quem já fez pode fazer melhor. E passar a história limpo. Perdi um pênalti, mas o saldo é positivo”, enfatizou.
Inclusão – Os deputados federais Eduardo da Fonte (PP/UP) e Lula da Fonte (PP/UP) apresentaram emenda à Medida Provisória nº 1323/2025 para regulamentar a atividade das marisqueiras, incluindo-as no grupo de pescadores e pescadoras artesanais reconhecidos pela legislação federal. A proposta busca valorizar o trabalho das mulheres que vivem da coleta de mariscos, crustáceos e moluscos em comunidades como Maracaípe (Ipojuca), Aver-o-Mar (Sirinhaém) e Mangue Seco (Igarassu).
Novos desembargadores – O Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) realizou, ontem (11), a posse de três novos desembargadores eleitorais, no plenário do edifício-sede, no Derby, no Recife. Entre eles, o desembargador Paulo Augusto de Freitas Oliveira, que assumiu como desembargador eleitoral substituto. Na solenidade, também foram empossados também a juíza Roberta Viana Jardim e o juiz Breno Duarte de Oliveira, que passaram a integrar o Pleno do TRE-PE nas vagas destinadas à magistratura estadual.
Tem que estar com Lula – Fiel aliada do presidente Lula (PT), a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos (PCdoB), disse, em entrevista à Rádio Folha 96,7 FM, ontem (11), que os embates eleitorais em Pernambuco serão definidos com base no efetivo apoio à reeleição do presidente petista, em indireta certeira à governadora Raquel Lyra PSD), que se mantém sambando no gelo e não explica ao eleitorado se é Lula ou Bolsonaro. “Além da disputa e os embates que nós vamos ter no Estado, eu acho que o grande divisor de águas no Estado é esse: aqueles que de fato estão com Lula, estão com esse projeto de país que traz desenvolvimento, inclusão social e crescimento econômico”, declarou.
CURTAS
ACOLHIMENTO EM SALGUEIRO 1 – Pessoas em situação de rua serão contempladas, nesta quinta-feira (13), pela ação “Nas Ruas com Dignidade”, uma iniciativa da Prefeitura de Salgueiro, no Sertão, por intermédio da Secretaria de Desenvolvimento Social. O evento de prestação de serviços, acolhimento e encaminhamento social ocorre na Rua Joaquim Sampaio, no bairro Bomba, em frente à Cozinha Comunitária Auta Dantas Nunes.
ACOLHIMENTO EM SALGUEIRO 2 – A mobilização em Salgueiro será realizada das 8h às 12h, com escuta qualificada, atualização cadastral nos programas sociais, apoio psicossocial, fortalecimento de vínculos, atendimentos de saúde, vacinação, testes rápidos, cuidados de higiene, oferta de alimentação, entre outros serviços.
ROSA NA COP – De hoje (12) até o dia 16 de novembro, a deputada Rosa Amorim (PT) estará em Belém, no Pará, para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30) e para a Cúpula dos Povos. A parlamentar preside a Comissão de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Proteção Animal da Alepe e viajou como representante da Casa.
Perguntar não ofende: A governadora Raquel Lyra está com o presidente Lula, ou não?
O ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, foi um dos primeiros políticos de relevância nacional enquadrados na Lei da Ficha Limpa, de 2010. Naquele ano, ele havia sido preso preventivamente, viu a Câmara Legislativa do DF aprovar um processo de impeachment e terminou cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral, por desfiliação partidária – havia deixado o DEM no final do ano anterior, fora do prazo, o que o tiraria da disputa à reeleição. Mesmo assim, afirma que a lei, aprovada fruto de iniciativa popular, cumpriu seu papel.
“Acho que a Ficha Limpa cumpriu o seu papel sim, mas não pode ter exagero. Veja bem, se você comete um homicídio, a pena máxima é de 30 anos. No Brasil não tem nem pena de morte nem prisão perpétua. Agora, se você é acusado de ter cometido uma irregularidade na administração pública, que é o meu caso, eu já estou há 15 anos fora. É razoável que os oito anos da Lei da Ficha Limpa sequer tenham começado a contar?”, colocou Arruda, em entrevista ao podcast ‘Direto de Brasília’.
O ex-governador lembrou de um vídeo que circulou na mídia da época e prejudicou sua imagem, em que recebia dinheiro que não teria sido declarado. Ele explicou que o fato foi plantado por adversários e lhe custou muito caro.
“Foi um episódio triste da minha vida. Na verdade, eu recebi R$ 20 mil dois anos antes de ser governador, e declarei no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Eu fazia ações de Natal no final do ano, entregava cestas básicas, recebia várias doações. Um sujeito filmou maldosamente uma dessas doações. Mas eu, sem saber disso, registrei normalmente no TRE, como manda a lei. Só que depois que no governo e contrariei os interesses desse grupo que ele representava, e que ganhava muito dinheiro na área de informática. Eu cortei tudo, e aí ele apresentou um vídeo como se fosse um ato de corrupção no meu governo. Não tinha nada a ver, nem era corrupção, nem era no meu governo, mas até provar que focinho de porco não é tomada eu levei 15 anos”, elencou Arruda.
“Só para você ter a ideia, no meu processo sequer consta esse vídeo. O Ministério Público nem botou, porque se botasse ficava clara a data e acabaria o processo. Veja como é a maldade, foi uma tremenda armação, que me custou muito caro, 15 anos de vida pública. Custou muito também para mim a vida pessoal. Mas na política você encontra essas pessoas do mal, e na vida de um modo geral. Eu fui muito descuidado. Eu errei porque fui confiar em quem não merecia a confiança”, lamentou.
Nos últimos meses, o Distrito Federal virou palco de uma troca de farpas entre o governador Ibaneis Rocha (MDB) e o ex-governador José Roberto Arruda. O pano de fundo tem sido a disputa eleitoral, onde Arruda pretende voltar ao Palácio do Buriti e até pontua bem nas pesquisas, enquanto o atual gestor pretende eleger a vice, Celina Leão (PP), e se candidatar ao Senado. Em entrevista ao podcast ‘Direto de Brasília’, o ex-governador criticou a atual gestão e afirmou que “tem muita coisa estranha” executada por Ibaneis.
“Eu não vou acusar ninguém, mas tem muita coisa estranha. O negócio do BRB comprar títulos podres do banco Master tem um cheiro muito ruim, tanto que o Banco Central proibiu a incorporação. Mas Ibaneis já comprou títulos podres de um banco quebrado. Se tem alguma coisa a mais, eu não sei, não posso provar. Mas é tudo muito estranho. Lembro que o ex-governador Joaquim Roriz acabou sua carreira política quando ele foi na fazenda do Jorge Picciani (ex-deputado estadual pelo Rio de Janeiro) em Uberaba e comprou um bezerro, virou o bezerro de ouro. O Ibaneis foi lá e comprou a fazenda inteira. Olha, tem muita coisa estranha”, disparou Arruda.
O ex-governador desmentiu a aprovação de administração de Ibaneis em todo o Distrito Federal. “No Plano Piloto, ele tem aprovação sim, mas nas cidades satélites não. Porque quem não tem um plano de saúde e precisa buscar um hospital público está sofrendo muito. As pessoas mais pobres estão sofrendo muito. Brasília é capital do país. Esse autoritarismo com que ele governa, essa forma coronelesca de levar a política, de censura. É uma coisa assim inacreditável que esteja acontecendo no século 21 em plena capital do país. Ele está demorando mais para fazer viadutos no Sudoeste do que o Juscelino Kubitscheck demorou para construir Brasília. Então é isso que a gente tem hoje. Se estivesse tudo bem, talvez eu não precisasse voltar. Na verdade, esse clamor pela minha volta parte das pessoas que estão desassistidas, que estão inseguras, que não têm atendimento razoável na saúde”, colocou.
Arruda afirmou que tem lutado para ser candidato para “resgatar sua história política e seu legado”. “Aonde eu vou em Brasília, sou bem recebido. Quero ajudar a construir um futuro melhor para Brasília. Agora, imagina se eu tivesse ganho presentes dos prestadores de serviços do governo, como carros caríssimos. Era prisão perpétua. Se eu tivesse comprado títulos podres do banco Master, ou comprado a fazenda inteira do Picciani, ou comprado avião. Desculpa, o meu caso perto do que acontece hoje em Brasília é juizado de pequenas causas. Tenho a consciência tranquila, estou preparado para o debate, e aliás anseio por esse debate. Quero debater e ser julgado pelas coisas que fiz na vida, inclusive pelos erros que cometi, porque não deixa de ter sido erro confiar em quem não merecia a minha confiança”, concluiu.
Um protesto realizado no começo da noite de hoje, segundo dia da COP30, deixou um segurança ferido e bloqueou a saída de pessoas que estavam credenciadas para a blue zone. A área concentra os espaços de negociação da Conferência do Clima. O incidente ocorreu por volta 19h20, logo depois da entrevista coletiva que apresentou o balanço do dia.
Um grupo com dezenas de pessoas tentou invadir a blue zone. Os manifestantes passaram pelas portas do pavilhão e tentaram entrar no espaço onde estavam os participantes da conferência. Eles foram impedidos e acabaram entrando em confronto com os seguranças do evento. As informações são do portal G1.
Vídeos que mostram o protesto mostram que a tentativa de invasão começou com a aproximação de um grupo com trajes indígenas. Eles passaram pela entrada principal e pela área das máquinas de raio-x. Na sequência, outros manifestantes carregando bandeiras de coletivos estudantis e faixas de protesto contra a exploração de petróleo chegaram ao espaço da blue zone e também foram contidos pelos seguranças. Após correria e bloqueio interno, os manifestantes foram retirados do espaço e as pessoas com credenciais puderam deixar o pavilhão.
Na última quarta-feira (5), o presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (COFECI), João Teodoro da Silva, foi homenageado com a entrega da Medalha do Mérito Legislativo Manuel Beckman devido a sua atuação e influência no cenário dos corretores de imóveis do Maranhão. Celebrado no Plenário Nagib Haickel, a sessão solene contou com a presença de jornalistas, políticos e autoridades representantes da categoria.
“Essa homenagem é bem maior do que o homenageado. Se a honraria está me sendo oferecida por conta da luta social, conquistas e sucesso profissional, a homenagem há de ser simbolicamente dividida com todos que ajudaram na construção das circunstâncias que acarretam essa homenagem. A partir de hoje, desejo que todos os corretores de imóveis, em especial os do Maranhão, se sintam homenageados por essa Assembleia Legislativa”, ressaltou João Teodoro durante a cerimônia.
“É uma alegria muito grande estar entregando uma comenda para uma pessoa que desde a década de 80 já preside conselhos de maneira efetiva, visionária e fraterna. Devido a essa valorosa contribuição terrena, João Teodoro deixa sua marca no mundo”, pontuou o Deputado Dr. Yglésio, responsável pela autoria do Projeto de Resolução Legislativa nº 112/2025 que outorga a medalha Manuel Beckman a João Teodoro da Silva.
Durante a sessão, Rômulo Soares, Diretor Secretário do Sistema Cofeci-Creci e também presidente do Creci-PB, enfatizou a importância da categoria no cenário nacional. “A gente vive um momento diferenciado no Brasil. O mercado imobiliário está em alto crescimento e a nossa categoria está precisando se capacitar ainda mais a cada dia. Em termos de emprego direto e tributação, nossa cadeia produtiva da construção civil e do mercado imobiliário é a mais potente do país”.
“Essa não é somente uma homenagem ao João Teodoro, mas sim uma homenagem aos corretores de imóveis brasileiros pois, quando uma liderança nossa é reconhecida, reconhece-se a categoria como um todo”, ressaltou José Augusto Viana Neto, Vice-Presidente do Sistema Cofeci Creci e presidente do Creci-SP.
Mais de quinze anos após deixar o Governo do Distrito Federal, José Roberto Arruda quer concorrer novamente ao Palácio do Buriti. Cassado do cargo em março de 2010, ano em que inicialmente tinha planos de disputar a então reeleição, ele diz que espera pela oportunidade de se submeter ao julgamento do eleitor brasiliense. Se ampara em pesquisas de intenção de voto, que o colocam em boa posição para a disputa majoritária do ano que vem.
Em entrevista ao podcast Direto de Brasília, Arruda cita a recente mudança na legislação, que teria garantido sua elegibilidade – embora seus adversários, em especial o governador Ibaneis Rocha (MDB), digam o contrário.
“É exatamente por causa da mudança na lei que eu posso ser candidato. A lei votada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Lula diz que os oito anos começam a contar na decisão do segundo grau, que no meu caso foi em 2014. Então na verdade eu estou há 15 anos fora da política. Pela lei anterior, os oito anos sequer que teriam começado a contar. E cá para nós, foge de qualquer razoabilidade. Com essa mudança, eu posso voltar, mas os adversários que não gostam muito da concorrência estão tentando vender a tese de que o Arruda não pode. Eu acho que eles no fundo eles querem ganhar por W.O., querem ganhar no tapetão, querem evitar que eu possa concorrer, mas a lei me dá total garantia e já estou andando pela cidade”, afirmou o ex-governador.
Arruda negou os rumores de que disputaria pelo PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, e adiantou que seu caminho deve ser pelo PSD de Gilberto Kassab. “Eu devo concorrer pelo PSD. Estou sem filiação partidária, recebi convite do presidente Kassab. Recebi outros convites também, do Aécio (Neves) e do Marconi (Pirillo), para voltar ao PSDB, e do Avante. Enfim, tem outros convites. Mas está tudo mais direcionado para eu ir para o PSD. Estou em pré-campanha. O que que eu me impus é que não dá para ser candidato de mim mesmo”, explicou.
“O que a lei dizia era que a inelegibilidade era de oito anos, e a modificação agora diz que o prazo comece a contar na condenação do segundo grau, que já produz inelegibilidade. Então o choro é livre, mas eu hoje estou elegível. Sabe o recado que eu dou para o atual governador? Aceita que dói menos. Vamos concorrer nas urnas”, disparou Arruda.
A Chapa 01, liderada pelo presidente, sargento Luiz Torres, e pelo vice, sargento Raul, apresentou, ontem, um conjunto de propostas que reforçam o compromisso com o desenvolvimento, a valorização e o fortalecimento da Associação Pernambucana de Cabos e Soldados PM e BM (ACS/PE). As ações têm como foco principal ampliar o acesso dos associados aos serviços oferecidos e garantir que a entidade continue avançando com mais resultados e presença em todo o estado.
Entre as iniciativas apresentadas está a implantação da ACS/PE Itinerante, que levará os serviços da associação até as cidades dos associados, facilitando o acesso e aproximando ainda mais a instituição da base. A proposta inclui também a ampliação do núcleo psicoterapêutico, oferecendo atendimento especializado, inclusive domiciliar, além de acolhimento para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
“Nosso compromisso é com o avanço real da ACS/PE e com o bem-estar de cada associado. Queremos uma entidade cada vez mais presente, mais acessível e preparada para atender às necessidades da tropa em todas as regiões de Pernambuco”, destacou o Sargento Luiz Torres.
Em missão oficial na COP30, em Belém, a governadora Raquel Lyra (PSD) e sua comitiva estão bem protegidas. A chefe do Executivo Estadual levou dez seguranças da Casa Militar do Governo de Pernambuco para garantir a tranquilidade do seu time durante os dias em que estará no evento. A informação foi relevada em uma postagem no perfil no Instagram da Camil, como é conhecida a estrutura de segurança do governo.
Se o leitor não conseguiu assistir a exibição ao vivo do podcast ‘Direto de Brasília’ com o ex-governador do DF, José Roberto Arruda (PL), clique no link abaixo e confira. Está imperdível!
Por trás do distintivo, do colete e das viaturas que cruzam as madrugadas, existe um ser humano. Um homem ou uma mulher que sente medo, que tem família, que sofre com o cansaço e que, apesar de tudo, levanta todos os dias para proteger a sociedade. É esse rosto humano – muitas vezes esquecido – que carrega o peso de um sistema de segurança pública em crise.
Em Pernambuco, essa realidade é dolorosa. A Polícia Civil, responsável por investigar os crimes e levar justiça às famílias, enfrenta o abandono do Estado. Delegacias caindo aos pedaços, infiltrações, equipamentos quebrados, ausência de serviço de manutenção. Falta até água para beber. Em várias unidades, os próprios policiais fazem “vaquinhas” para comprar água e material de limpeza.
É o retrato da precariedade de quem arrisca a vida diariamente e ainda precisa tirar do próprio bolso para manter o local de trabalho minimamente digno.
Atrás de cada plantão exaustivo, há um pai que quase não vê os filhos crescerem. Há uma mãe que chega em casa de madrugada e encontra os filhos dormindo. Há esposas e maridos que convivem com o medo diário de uma notícia trágica. Há lágrimas escondidas atrás de um sorriso cansado e de uma farda que carrega a esperança de um dia melhor. Esses homens e mulheres têm nome, rosto e histórias, mas muitas vezes são tratados apenas como números.
E tudo isso enquanto os profissionais recebem o pior salário do Brasil. É um absurdo que a base da segurança pública, que enfrenta o crime e investiga os homicídios, seja tratada com tanto descaso.
O governo anuncia investimentos milionários, mas nas delegacias a realidade é de abandono e improviso. São promessas que não chegam à ponta. Enquanto isso, mais de 94 mil inquéritos seguem sem investigação efetiva e cerca de 14 mil homicídios estão paralisados, deixando famílias sem respostas e a impunidade livre para crescer.
A situação é ainda mais grave quando se observa que cerca de 90% das delegacias de Pernambuco fecham à noite, nos finais de semana e feriados, incluindo oito Delegacias da Mulher que, por lei federal, deveriam funcionar 24 horas por dia.
Isso significa que mulheres vítimas de violência muitas vezes não têm onde buscar socorro no momento em que mais precisam. O discurso de proteção às mulheres não se sustenta quando as portas das delegacias estão fechadas. Na formatura dos novos policiais civis, realizada ontem, a governadora teve a oportunidade de reconhecer e valorizar a categoria. Mas, em nenhum momento, mencionou valorização salarial, reestruturação de carreira ou condições de trabalho.
O silêncio diante de quem protege o povo foi ensurdecedor e mostrou, mais uma vez, o abismo entre o discurso político e a realidade vivida nas delegacias. O discurso da governadora não se alinha com a realidade enfrentada pelos policiais civis. A Polícia Civil pede socorro. No discurso oficial, infelizmente, não se enxerga o policial como ser humano.
Além disso, o SINPOL-PE tem buscado o diálogo institucional. Foram enviados diversos ofícios ao Palácio solicitando audiência com a própria governadora, para tratar de propostas concretas de melhoria das investigações e da valorização dos profissionais. Até hoje, não recebemos resposta.
Um governo que se diz democrático tem o dever de ouvir, dialogar e respeitar os representantes classistas. Fechar as portas ao diálogo é fechar os olhos para a realidade.
E é impossível não lembrar: durante a campanha eleitoral de 2022, a então candidata foi até o SINPOL, nos ouviu e afirmou, com todas as palavras, que iria melhorar o ambiente de trabalho e valorizar os policiais civis.
Mais do que isso: assinou uma carta-compromisso com a categoria, se comprometendo publicamente a colocar a Polícia Civil de Pernambuco em outro patamar. Estamos até agora esperando, governadora, o cumprimento dessa promessa. O povo e os policiais civis merecem respeito — não propaganda.
Valorizar a Polícia Civil não é um capricho corporativo, é uma necessidade para o próprio funcionamento do Estado. Sem estrutura, sem carreira justa e sem respeito, não há segurança pública de verdade. É urgente que a governadora cumpra o que prometeu em campanha, que dialogue com a categoria e que enxergue que, por trás do distintivo, há seres humanos adoecidos, sobrecarregados e desvalorizados.
Por tudo isso, no dia 1º de dezembro, estamos decretando a “Operação Cumpra-se a Lei” e realizando, no dia 2 de dezembro, uma grande passeata. Não é apenas um ato de protesto – é um grito por dignidade e por respeito. Queremos, governadora, iniciar o diálogo para juntos reestruturarmos a polícia que investiga os crimes e desbarata as organizações criminosas. Estamos esperando, ansiosos, a abertura desse diálogo.
Ninguém aguenta mais tanta violência em Pernambuco. É preciso reestruturar e valorizar a Polícia Civil e os policiais civis. O povo pernambucano espera mais desse governo – espera que cumpra com as promessas feitas.
Por trás do distintivo há gente. Gente que protege, mas que também precisa ser protegida. Porque quando um policial é desvalorizado, quem perde é o povo.
*Presidente do SINPOL-PE e Defensor da Segurança Pública como Direito Fundamental
A deputada estadual Dani Portela (PSol) reagiu, em suas redes sociais, ao vídeo polêmico postado pelo deputado federal Coronel Meira (PL) onde ele espalha outdoors pelo Estado afirmando que “bandido bom é bandido _ _ _ _ _”. Na sua publicação, a parlamentar acusa Meira de apologia ao crime e afirma que o vídeo deve ser denunciado nas esferas cabíveis. Confira!
O deputado estadual Romero Albuquerque (UB) voltou a criticar a falta de planejamento do governo de Pernambuco, após a Secretaria de Administração (SAD) abrir uma licitação de R$ 16 milhões para a compra de mobiliário destinado a delegacias, batalhões e unidades do Corpo de Bombeiros e da Polícia Científica, todas ainda não construídas.
Segundo Romero, a medida é mais um exemplo do descompasso e da desorganização administrativa da gestão da governadora Raquel Lyra (PSD). “O governo está licitando milhões para mobiliar prédios que nem existem. É um retrato da bagunça administrativa e da completa falta de prioridade. Antes de comprar mesas e cadeiras, era preciso ter o que mobiliar”, disparou o parlamentar.
O valor previsto para o mobiliário é quase equivalente ao custo de construção de dez delegacias novas, estimadas em cerca de R$ 19 milhões, segundo dados oficiais. Para Romero, a comparação expõe o contrassenso das decisões da atual gestão.
“Enquanto o Estado investe em móveis, o que a população espera, que são as novas delegacias, batalhões e unidades operando, simplesmente não sai do papel. É uma incoerência que mostra o quanto o governo perdeu a conexão com a realidade”, afirmou.
O Estudo Técnico Preliminar do processo, elaborado pela Secretaria de Projetos Estratégicos (SEPE), dentro do programa Juntos pela Segurança, justifica a licitação como uma “necessidade futura” dos prédios que serão construídos. No entanto, nenhuma das obras citadas teve ordem de serviço assinada até o momento.
Romero classificou a situação como “mais um capítulo da série de trapalhadas” que marcam a atual administração. “Esse governo já ficou conhecido pelas licitações confusas, suspensas e anuladas. Agora, abre uma ata milionária para comprar mobiliário de prédios fantasmas. Isso demonstra, mais uma vez, a ineficiência da falta de gestão”, concluiu.