Por José Adalbertovsky Ribeiro*
MONTANHAS DA JAQUEIRA – Terra da Vera Cruz, terra das múmias, dos dinossauros e faraós. As múmias andam de moto e fazem motociatas, outras múmias degustam chuchu com mortadela e ameaçam voltar à cena do crime. As múmias circulam solenemente nos palácios, fazem discursos, apresentam projetos, amam e mamam nos orçamentos. Os zumbis vermelhos e os bovinos adoram as múmias.
Leia maisJuscelino Kubitscheck, o estadista do século 20 estabeleceu um plano de metas de modernização e industrialização e preconizou 50 anos em 5, no seu governo, de 1955 a 1960. A construção de Brasília foi uma realização histórica para além do tempo. Brasília são pirâmides deste reino de Pindorama. As catedrais, os palácios e palacetes são habitados por múmias e faraós. A seita do bode rouco vermelho e a seita do gado estabeleceram a meta de retrocesso de duas décadas em quatro anos de governo.
Os filhotes dos faraós Ramses e Tutancamon governam os brasileiros em seus sarcófagos nos Palácios do Planalto, da Alvorada, da Justiça e nos tapetes verde e azul do Congresso Nacional. São múmias batizadas, cavalos batizados. As múmias Sapiens governam os vivos. Este ano existem milhares de candidatos a múmias. Múmias de diversos sexos e assexuadas sucedem-se nas tribunas e nos púlpitos nos palácios dos Poderes. Ser múmia é uma glória.
Neste reinado de gênios nas universidades, nas ciências, nas artes e nas mídias, um pai de chiqueiro vermelho, descondenado depois de cometer pecados cabeludas, é ungido como reserva moral para levar 212 milhões de Sapiens aos caminhos da perdição. Incrível! Os doutores, filósofos, sábios e iluminados postam-se de joelhos diante do novo Oráculo da Sabedoria e vão ao delírio quando ele revela “menas verdades”, sabe, com aquela voz de taboca rachada.
Os sociólogos de elite da USP e da Unicamp sentem orgasmos múltiplos quando ouvem o pai de chiqueiro falar, sabe, sobre as teorias revolucionárias de uma América Latina socialista à moda da Venezuela. Ele fala e repete “nesse País”, ou seja, naquele País, não se sabe a qual País se refere.
As faculdades de sociologia de USP e da Unicamp em São Paulo, e também outros cenáculos de humanidades pelo País afora, modéstia à parte, abrigam vastos sarcófagos de intelectuais mumificados com títulos de doutores, PhDs e sábios. Uma senhora de cabelos desgrenhados, guru ideológica de seita vermelha, foi ungido com o título de doutora ao defender a tese intitulada “Eu odeio a classe média”, sendo ela própria integrante da classe média e com salário de marajá. “É próprio do mal odiar a se mesmo”, diz um principio filosóficos. Faltou apenas praticar o ritual de haraquiri e esfolar as tripas, em nome da coerência dialética.
Hasta la vista, leitores Magnaneanos, gregos e troianos!
*Periodista, bicho-grilo e digital influencer
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