A oposição ao governo no Congresso Nacional analisa alternativas ao anúncio de que os Correios negociam um pedido de empréstimos a bancos estatais e privados, com garantia do Tesouro Nacional, para salvar as contas da estatal em 2025 e em 2026.
O presidente da estatal, Emmanoel Rondon, confirmou a negociação nesta quarta-feira (15).
Segundo a líder da minoria na Câmara dos Deputados, Carol De Toni (PL-SC), a oposição não descarta pedir uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para frear a negociação. Os parlamentares também miram intensificar a fiscalização do processo, caso as negociações avancem. As informações são da CNN.
Leia mais“Não hesitaremos, inclusive, em pedir uma CPI para impedir esse abuso. O Brasil precisa de responsabilidade fiscal e respeito ao pagador de impostos, não de resgates bilionários a estatais falidas. É mais uma demonstração das verdadeiras prioridades de Lula: proteger o sistema que o sustenta, não o cidadão que trabalha e produz”, disse à CNN Brasil.
Outra medida tomada pela oposição foi a apresentação de um pedido de convocação do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para prestar esclarecimentos ao Congresso. O requerimento ainda precisa ser votado.
“A oposição está atenta e já adotou medidas para fiscalizar rigorosamente essa irresponsável operação”, disse à CNN o vice-líder da oposição na Câmara, deputado Sanderson (PL-RS).
Para ele, não é aceitável que a solução para a crise seja “simplesmente empurrar a dívida para o contribuinte”, sem um plano efetivo de reestruturação e eficiência. “Essa medida não passa de uma enjambração para cobrir um rombo financeiro acumulado pela própria gestão petista, que demonstra uma clara irresponsabilidade fiscal”, afirmou o parlamentar.
Como a CNN mostrou, o deputado Tião Medeiros (PP-PR) apresentou um pedido de explicações para o ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, sobre as negociações do empréstimo.
No Senado, a oposição também reagiu com críticas. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi às redes sociais criticar a medida. “Depois de quebrar os Correios, de fazer desaparecer bilhões de reais sem qualquer explicação, o Lula quer que você arque com a fatura. Devia ser considerado crime esse abuso!”, escreveu.
Empréstimo
A estatal discute a possibilidade de um crédito de R$ 10 bilhões para este ano e de R$ 10 bilhões para o próximo, a fim de equilibrar as contas. O pagamento teria a garantia da União — medida que está sendo amplamente criticada.
Segundo Emmanoel Rondon, a empresa ainda não pode apresentar os termos do empréstimo, que ainda está em fase de “negociação”.
O primeiro passo para a aprovação do crédito será o aval do conselho de administração da empresa. O plano foi apresentado ao colegiado nesta quarta-feira e deve ser analisado até a próxima sexta-feira (24).
No primeiro semestre, os Correios tiveram prejuízo de R$ 4,3 bilhões – mais do que triplicando o desempenho negativo registrado no mesmo período do ano passado, que ficou em R$ 1,3 bilhão.
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