A instabilidade nas decisões da OAB-PE sobre as anuidades gerou desconfiança entre os advogados e levantou sérias críticas do advogado Almir Reis, que se posicionou sobre os recentes desdobramentos das decisões tomadas pelos dirigentes da OAB-PE.
Desde o início de janeiro, a presidente da OAB-PE, Ingrid Zanella, fez declarações contraditórias sobre as anuidades, causando incertezas nos advogados. Em 03 de janeiro, a OAB-PE anunciou que o Conselho Federal havia determinado a impossibilidade de isenção ou redução das anuidades, o que gerou descontentamento entre a classe, tendo em vista que esse foi o ponto central da plataforma de campanha de Zanella. No entanto, após forte repercussão negativa nas redes sociais, Zanella voltou atrás e anunciou que cumpriria sua proposta de campanha, afirmando que tanto a redução como a isenção seriam possíveis.
Contudo, em nova reviravolta, nesta quinta-feira (9), a presidente anunciou que a medida de zerar as anuidades para jovens advogados estava novamente suspensa devido a um impeditivo do Conselho Federal. Em seu lugar, para os jovens advogados, o valor da anuidade foi fixado em R$ 200, com a possibilidade de um “cashback” para participação em eventos e cursos da Escola Superior de Advocacia de Pernambuco (ESA-PE). Já para os advogados autônomos e para os que trabalham em grandes bancas, Zanella se omitiu.
Para Almir Reis, as constantes mudanças de posicionamento comprometem a credibilidade da gestão. “A advocacia não pode ser fragilizada por promessas não cumpridas. Cada decisão tomada e depois revista enfraquece a classe e desgasta a instituição. Estamos lidando com a confiança dos advogados, e essa confiança não pode ser tratada como algo descartável”, criticou Reis.
Dirigindo-se especialmente aos advogados que pertencem aos segmentos mais impactados pelas mudanças – jovens, autônomos e aqueles que atuam em grandes bancas –, Almir Reis recomendou cautela. “Aguardem até a data do vencimento para os próximos capítulos dessa saga e só tomem uma decisão quando houver clareza sobre se haverá cobrança e, caso exista, quais serão os valores devidos. Não tomem decisões precipitadas enquanto essa novela não tiver um desfecho claro”, orientou.
Além disso, Reis criticou a falta de compromisso da gestão atual com prazos e garantias. “O período eleitoral acabou, mas meu compromisso com a advocacia não. Agora, mais do que nunca, é nosso dever fiscalizar cada decisão, cobrar coerência e exigir respeito ao que foi assegurado. As anuidades foram prometidas para 2025, não para 2026 ou 2027. E se os boletos não tivessem chegado com valores incorretos, não estaríamos precisando cobrar esse compromisso hoje”, afirmou com firmeza.
Por fim, Almir Reis deixou claro que a classe merece respeito e que a OAB-PE deve ser fiel aos compromissos assumidos. “Na advocacia, a palavra não é um detalhe, é a essência do que somos. Ela sustenta nossa credibilidade, fortalece a classe e assegura o respeito da sociedade. Quando promessas são feitas e desfeitas, a advocacia perde sua força, a classe se fragiliza e nos tornamos alvos fáceis para o descrédito”, concluiu.
Soube, há pouco, da morte da jornalista Andrea Matuta, que foi casada com o ex-prefeito e agora deputado estadual Júnior Matuto. Na eleição passada, ela atuou na campanha do prefeito eleito Severino Ramos (PSDB), por quem havia sido nomeada secretaria de imprensa. Segundo o blog do Kennedy, ela foi vencida por um câncer.
Para a Igreja Católica, homens gays podem se tornar padres, desde que optem por uma vida sem fazer sexo — o celibato. A informação consta em documento do Vaticano publicado na quinta-feira (9).
Produzido pela Conferência Episcopal Italiana (CIE), o comunicado altera uma instrução publicada nove anos atrás que barrava seminaristas com “tendências homossexuais profundas”.
Embora a atualização no documento da CEI não deixe de considerar a orientação sexual de um seminarista, a hipótese de o homem ser gay será acrescentada apenas como um aspecto do candidato à carreira de padre.
“Ao lidar com tendências homossexuais no processo de formação, é adequado que a avaliação não se reduza apenas a este aspecto, mas sim busque entender seu significado em toda a estrutura da personalidade do jovem”, diz o texto.
A atualização da CEI pode ser interpretada como um aceno do papa Francisco à população LGBTQIA+. O pontífice é conhecido por proferir discursos acolhedores a fiéis e casais do mesmo sexo, mas também já fez comentários considerados homofóbicos e recebeu críticas da comunidade.
Os cartórios brasileiros começaram a corrigir as causas das mortes e a emitir novas certidões de óbitos de mortos e desaparecidos na ditadura. Um mapa mostra a quantidade de documentos e os locais onde foram indicadas as mortes ou desaparecimentos.
No entanto, a entrega de certidões retificadas não será realizada pelos cartórios. O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania informou que a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) deverá providenciar as entregas dos documentos em solenidade com pedidos de desculpas e homenagens.
“Elas não precisam vir ao cartório. Elas serão contactadas no momento oportuno já com as certidões em mãos para que elas possam ter seu direito de reparação consagrado”, afirma Gustavo Renato Fiscarelli, vice-presidente do Operador Nacional do Registro Civil.
Os cartórios estão cumprindo uma resolução aprovada por unanimidade pelo CNJ – Conselho Nacional de Justiça em dezembro. As certidões de óbito de 202 mortos durante a ditadura têm que ser corrigidas. Já os 232 desaparecidos durante o regime militar terão finalmente direito a um atestado de óbito. E todos os registros terão que informar que essas pessoas foram vítimas da violência cometida pelo Estado. A Comissão Nacional da Verdade foi quem reconheceu o número total de 434 mortos e desaparecidos na ditadura.
Segundo os dados, os estados que puxam o topo da lista das vítimas são São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Pernambuco e a região onde atualmente está o Tocantins.
O documento em nome de Ari Lopes de Macedo é um dos novos. O estudante foi morto em Brasília (DF) aos 20 anos após ter sido detido pelo 26º Batalhão de Caçadores de Belém (PA), em 1963. A versão oficial apresentada foi a de suicídio, de acordo com o Memorial da Resistência de São Paulo.
O alfaiate Geraldo da Rocha Gualberto, nascido em Minas Gerais, era o mais velho de uma família de 11 filhos. Ainda segundo o Memorial, ele morreu em 7 de outubro de 1963 no “Massacre de Ipatinga”, que foi uma operação policial contra uma multidão de trabalhadores grevistas, que manifestavam contra as condições de trabalho impostas por uma siderúrgica. Ao menos oito pessoas morreram e 90 ficaram feridas.
Em Recife (PE), o padre Antônio Henrique Pereira da Silva Neto era Coordenador da Pastoral da Juventude, desenvolvia atividades de inclusão social e recuperação de jovens, promovia reuniões com a juventude e com pais para discussão de problemas sociais, de acordo com o Memorial.
Conforme os registros, ele foi sequestrado na noite de 26 maio de 1969, torturado e morto na madrugada do dia 27 de maio de 1969 por um grupo do Comando de Caça aos Comunistas e por agentes da polícia civil de Pernambuco. A última vez em que foi visto, o padre havia participado de duas reuniões com jovens e pais na noite do dia 26.
Certidão emitida em SP
Nesta semana, as irmãs Crimeia Almeida e Amélia Teles foram as primeiras a emitirem a certidão de um óbito de um amigo após a resolução do CNJ.
“Eu sempre tive esperança. A verdade sempre vence. E esse atestado anterior aqui era mentira”, afirma a enfermeira aposentada Crimeia Almeida.
Crimeia Almeida e Amélia Teles foram presas, torturadas e testemunharam a morte sob tortura de Carlos Nicolau Danielli no DOI-CODI, na capital paulista, em 1972. Na certidão de óbito do amigo constava como causa da morte “anemia aguda traumática”. Na terça-feira (7), o documento foi retificado e passou a informar que a morte de Carlos não foi natural e sim violenta, causada pelo Estado.
“A violência que ele sofreu foi causada pelo Estado autoritário, um Estado ditatorial. Está escrito aqui. Isso é uma questão de justiça”, diz a professora aposentada Amelinha Teles.
Até agora, as certidões de óbito de mortos na ditadura só eram corrigidas depois de longas batalhas na Justiça. Só há 5 anos, a aposentada Angela Mendes de Almeida conseguiu retificar a causa da morte do companheiro, o jornalista Luiz Eduardo da Rocha Merlino, morto em 1971.
“Que fique claro, nacionalmente houve pessoas que enfrentaram a ditadura militar e que por causa disso morreram em condições atrozes”, diz.
A advogada e ativista Eunice Paiva, retratada no filme “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, no qual foi interpretada por Fernanda Torres, lutou pelo reconhecimento do assassinato de seu marido, Rubens Paiva. Após 25 anos, em 23 de fevereiro de 1996, Eunice recebeu a certidão de óbito do seu marido, desaparecido desde 1971.
Já a família do jornalista Vladimir Herzog conseguiu só em 2012 a alteração da causa da morte de suicídio para lesões e maus tratos nas dependências do Exército. A coordenadora do instituto que leva o nome de Herzog diz que a resolução do CNJ corrige um erro histórico.
“É reconhecer que o Estado brasileiro faz parte desse processo e que ele precisa se responsabilizar também por isso”, afirma Lorrane Rodrigues, coordenadora de Memória, Verdade e Justiça do Instituto Vladimir Herzog.
Meu pai Gastão Cerquinha morreu aos 100 anos e sete meses sem nunca tirar um dia de férias, como estou no gozo de mais um período agora com meus filhos. O leitor acredita? Confira amanhã na minha crônica domingueira!
A sensação é de insegurança. Os investidores, especialmente aqueles que circulam com desembaraço em Wall Street, enxergam o Brasil como problema, um risco a ser evitado. Estão excluindo o país de seus planos.
Na quarta-feira (8), a repórter Aline Bronzati do Estadão mostrou a dura realidade de um país cuja participação nos fundos globais vem caindo, chegando a 4% em dezembro, quando já foi de 17%. Os grandes bancos internacionais estão rebaixando a recomendação para ativos brasileiros por causa da piora das expectativas no cenário econômico.
Quem apostou que o Brasil daria certo, que os juros cairiam, perdeu dinheiro e o Brasil deixou de ser interessante, reconheceu Alberto Ramos, diretor do Goldman Sachs, uma das casas bancárias mais tradicionais dos Estados Unidos. Ele só reforça o que foi publicado no Wall Street Journal em 22 de dezembro, quando a jornalista Mary Anastasia O’Grady escreveu sobre o derretimento do real e a dificuldade do governo Lula em cortar gastos.
“Uma reforma fiscal decepciona os investidores, enquanto os tribunais tomam partido na política”, escreveu ela sobre a aliança entre o governo e o Judiciário, este último fiador da governabilidade.
Os investidores não enxergam só o gerenciamento precário da economia, movida por solavancos e dissintonia entre o Congresso, de um lado, e o Executivo e o Judiciário do outro. Eles também estão atentos a outros sinais.
Por exemplo, a imagem de Fernando Haddad visivelmente cansado e abatido nas suas primeiras fotos de 2025. Um Haddad diferente daquele empossado em janeiro de 2023, o cabelo mais grisalho e as rugas de expressão bem vincadas como mostram as fotos de Sérgio Lima, um talentoso especialista em produzir imagens do cotidiano do poder. Suas fotos costumam informar muito além dos textos do noticiário.
O Brasil, entendem os conhecedores dos humores daqueles que vivem do dinheiro e para o dinheiro, é um país cada vez menos relevante. Certamente irá repercutir negativamente entre eles o anúncio feito pela multinacional Paper Excellence, uma das maiores produtoras de papel e celulose do mundo, sobre a decisão de instaurar uma nova arbitragem na CCI (Câmara de Comércio Internacional), desta vez em Paris, referente ao caso da venda da Eldorado Celulose. A Paper comprou a empresa da holding J&F, em 2017, por R$ 15 bilhões. Mas não levou, porque os vendedores simplesmente mudaram de ideia depois de ideia depois de assinar o contrato de compra e venda.
Desde 2018, vendedor e comprador brigam. A Paper ganhou a arbitragem no Brasil por unanimidade, mas a J&F recorreu ao Judiciário e tem conseguido impedir a conclusão do negócio com argumentos criativos e diversas manobras processuais. Segundo comunicado que a Paper divulgou ao mercado, desde que perderam a arbitragem, a J&F moveu mais de 50 processos e recursos no Judiciário brasileiro para evitar que o contrato fosse cumprido e a Paper assumisse o controle da Eldorado.
O argumento criativo mais recente da J&F é o de que a Paper tem capital estrangeiro e, por isso, deveria ter pedido autorização do Congresso para comprar a Eldorado, porque o negócio envolveria terras. Ocorre que a multinacional comprou uma fábrica de celulose com toda sua infraestrutura, não uma fazenda.
O argumento para tentar desfazer o negócio acabou causando insegurança jurídica, respingando em outras empresas estrangeiras com negócios no Brasil envolvendo terras sem a tal autorização do Incra ou do Congresso. A partir do caso Eldorado, o professor da USP (Universidade de São Paulo) Ricardo Ricupero instaurou várias ações populares questionando aquisições de grandes empresas como Shell/Raízen, Brasil Agro ou Bracell.
A nova arbitragem pedida pela Paper expõe uma vez mais o Brasil à comunidade internacional de investidores, onde é cultivado o saudável hábito de cumprir contratos assinados, mesmo que, posteriormente, a conjuntura mude ou o arrependimento bata à porta. É o que o morto deputado Luís Eduardo Magalhães, ex-presidente da Câmara, chamava de jogo jogado. Era a época de um outro Brasil, embora, naquele tempo, políticos e empresários também se entendessem, mas na grande maioria das vezes costumava valer o que estava escrito.
Conforme a imprensa já publicou dezenas de vezes, o contrato entre a Paper e a J&F determina que os conflitos sejam decididos por meio de arbitragem, instrumento moderno, que desafoga o Judiciário. Mas o inconformismo da J&F com o resultado da arbitragem que deu vitória à Paper levou ao caminho inverso: recorrentemente, a holding abre nova frente na Justiça questionando a sentença arbitral.
O histórico dessa disputa indica que o resultado da arbitragem de Paris tende a ser semelhante à decisão da arbitragem que ocorreu no Brasil. Até porque, como foi registrado na imprensa, um desembargador do Tribunal de São Paulo entendeu que a J&F praticou litigância de má-fé ao longo da negociação da Eldorado.
Num momento em que a Europa discute a validação do acordo comercial com o Mercosul, no qual a J&F desponta como grande beneficiária por ser a maior produtora e vendedora de proteína animal, é grande o risco para a imagem da empresa e também do Brasil. Jornais como Le Monde e L’ Humanité já fizeram duras críticas à empresa. O mundo olha para a J&F, sabe quem são seus controladores e entende o quanto eles são poderosos e influentes. Mas também entende que a regra é clara: fazer valer os contratos, aceitar o jogo jogado.
Luís Eduardo dizia, com razão, que a lei é igual para todos, inclusive os poderosos e os legisladores. Esse é o preço da credibilidade.
O Ministério das Relações Exteriores divulgou na manhã deste sábado (11) uma nota em que condena a perseguição a opositores do presidente da Venezuela, Nicolas Maduro. O Itamaraty trata como deploráveis os recentes episódios de prisões, de ameaças e de perseguição.
“O governo brasileiro acompanha com grande preocupação as denúncias de violações de direitos humanos a opositores na Venezuela, em especial após o processo eleitoral realizado em julho passado”, diz o texto.
“Embora reconheçamos os gestos de distensão pelo governo Maduro – como a liberação de 1.500 detidos nos últimos meses e a reabertura do Escritório do Alto Comissário de Direitos Humanos das Nações Unidas em Caracas, o governo brasileiro deplora os recentes episódios de prisões, de ameaças e de perseguição a opositores políticos”, complementa.
O documento também cobra diálogo e busca por entendimnto mútuo.
“O Brasil exorta, ainda, as forças políticas venezuelanas ao diálogo e à busca de entendimento mútuo, com base no respeito pleno aos direitos humanos com vistas a dirimir as controvérsias internas”, encerra o documento.
Maduro toma posse para 3º mandato
Nicolás Maduro assumiu o terceiro mandato como presidente da Venezuela na Assembleia Nacional, em Caracas, na sexta-feira (10).
A posse ocorreu em meio a um cenário de turbulência política, no qual Maduro enfrenta contestações sobre resultado da eleição realizada em julho do ano passado e acusações de violência contra opositores.
“Que este novo mandato presidencial seja um período de paz, de prosperidade, de igualdade e da nova democracia”, disse Maduro durante a cerimônia de posse.
“Juro pela história, pela minha vida e cumprirei (meu mandato), cumpriremos”, adicionou o chefe de Estado.
Maduro faz críticas a líderes internacionais
Ainda durante o discurso de posse, Maduro afirmou que há paz na Venezuela e que seu governo garantirá a soberania nacional.
“Eu disse que haveria paz, e há paz. E haverá paz. Somos guerreiros da história, e garantiremos a paz e a soberania nacional para sempre”, destacou, adicionando que é um momento de “fortes emoções”.
Durante a fala, ele também fez críticas a líderes internacionais, como Javier Milei, presidente da Argentina, e Álvaro Uribe Vélez e Iván Duque, ex-presidentes da Colômbia.
Um navio de carga naufragou a cerca de cinco quilômetros da praia de Casa Caiada, em Olinda, no Grande Recife, por volta das 23h30 desta sexta-feira (10).
Os sete tripulantes foram resgatados por uma lancha, em uma operação coordenada pela Marinha.
Segundo a Capitania dos Portos, a tripulação está “em bom estado de saúde”.
A embarcação, chamada “Topa Tudo Noronha”, da Além Mar Transportes, tinha saído às 15h30 do Porto do Recife e seguia para o arquipélago pernambucano.
De acordo com a administração de Fernando de Noronha, a empresa informou que a carga era composta por alimentos, bebidas e materiais de construção, e estava abaixo da capacidade máxima exigida.
Um Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos de Navegação foi instaurado para investigar as causas e as circunstâncias do naufrágio.
O dólar fechou em alta nesta sexta-feira (10), cotado a R$ 6,10, com o mercado reagindo aos dados mais recentes da inflação no Brasil e aos novos números do mercado de trabalho dos Estados Unidos. Na máxima do dia, a moeda chegou a R$ 6,1248.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em baixa.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, mostra que a inflação teve alta de 4,83% em 2024, acima do teto da meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
A meta era de 3%, mas seria considerada cumprida se ficasse entre 1,5% e 4,5%. É a terceira vez desde 2021 que a inflação fica acima do teto. Agora, o novo presidente do BC, Gabriel Galípolo, terá de publicar uma carta explicando os motivos para o estouro.
Além disso, o resultado pressiona o BC a continuar com o processo de elevação da taxa básica de juros. Atualmente, a taxa está em 12,25% ao ano, mas o mercado financeiro já espera algo entre 15% e 16% ao ano em 2025.
No exterior, o mercado repercute o resultado do “payroll”, relatório de emprego mais popular dos EUA. O país criou 256 mil vagas de empregos não-agrícolas em dezembro, bem acima das expectativas de mercado, de 164 mil.
Também houve aceleração contra o mês anterior, quando foram registradas 212 mil vagas. A taxa de desemprego dos EUA ficou em 4,1%. A projeção era de 4,2%, mesmo resultado de novembro.
Os números do payroll servem como referência para que o Federal Reserve (Fed) decida as taxas de juros americanos. Um mercado de trabalho muito aquecido pode pressionar a inflação, e levar o Fed a interromper sua sequência de cortes de juros antes do esperado.
Dólar
O dólar subiu 1%, cotado a R$ 6,1017. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
queda de 1,28% na semana;
recuo de 1,26% no mês e no ano.
No dia anterior, a moeda fechou em baixa de 1,11%, cotada a R$ 6,0411
Ibovespa
O Ibovespa caiu 0,77%, aos 118.856 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,27% na semana;
perdas de 1,19% no mês e no ano.
Na véspera, o índice encerrou em alta de 0,13%, aos 119.781 pontos.
O que está mexendo com os mercados?
Os dados econômicos do Brasil e dos Estados Unidos foram aguardados durante toda a semana, pois podem indicar os próximos passos na política de juros em ambos os países.
No Brasil, a inflação veio conforme as projeções do mercado, mas mostrou uma aceleração em dezembro. Além disso, a inflação de 2024 fechou acima do teto da meta.
Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE tiveram alta nos preços em dezembro. Mas a alta da inflação foi impulsionada principalmente pelo grupo de Alimentação e bebidas, que registrou a maior variação percentual (1,18%) e o maior impacto no índice (0,25 p.p.).
Para o resultado fechado de 2024, todos os nove grupos medidos pelo IBGE tiveram alta. Alimentação e bebidas também teve a maior alta percentual (7,69%) e o maior impacto sobre o índice (1,63 p.p.).
Para 2025, as expectativas ainda são divergentes. Heliezer Jacob, economista do C6 Bank, acredita que o cenário econômico continuará “desafiador” em 2025 e que a inflação pode fechar mais um ano acima do teto da meta, que é o mesmo do ano passado.
“O mercado de trabalho aquecido e a perspectiva de câmbio depreciado pressionarão ainda mais a inflação. Nossa projeção é de que o IPCA feche o ano em 5,7%, novamente acima do limite superior da meta”, comenta Jacob.
O economista-chefe da G5 Partners, Luis Otávio Leal, tem uma visão diferente. Para ele, a política de alta dos juros que o BC já está adotando, e que pode levar a taxa Selic a cerca de 15% ao ano, deve reduzir a pressão sobre o consumo e os preços.
“Além disso, ao contrário de 2024, quando tivemos o impacto de dois fenômenos climáticos– El Niño e La Niña – e uma quebra de safra agrícola, 2025 aparenta ter apenas um La Niña fraco e uma safra recorde. Com isso esperamos uma variação nos alimentos bem abaixo do que foi no ano passado”, diz Leal.
Nos EUA, os números que indicam a resiliência do mercado de trabalho “reforçam a dificuldade do Fed em continuar com o ciclo de corte de juros”, explica Paula Zogbi, gerente de Research da Nomad.
“Em resposta à divulgação, os juros dos Treasuries apresentam alta na maioria dos vencimentos nesta manhã, e as apostas de que o Fed não faça mais cortes de juros este ano, ou até tenham que optar por um aumento, se tornam mais abundantes no mercado”, destaca a especialista.
Juros mais altos nos EUA aumentam o rendimento dos títulos públicos do país, que são considerados os mais seguros do mundo. Isso atrai mais investimentos para os ativos americanos e fortalece o dólar em relação a outras moedas.
Utilizada para fins terapêuticos, mas estigmatizada por conta de seu uso recreativo, a maconha já conta com um novo status e começa a ser cultivada em escala industrial no Brasil. Um exemplo disso é a fábrica da associação Aliança Medicinal, a primeira “fazenda urbana” de cannabis do país, localizada em Olinda.
Segundo a instituição criada em 2020, a unidade funciona desde março de 2023, quando a associação obteve autorização da Justiça para cultivar a erva e produzir remédios à base de maconha.
As medicações consistem num óleo extraído das flores da planta fêmea da cannabis e são usados no tratamento de doenças como depressão, epilepsia e Parkinson. Os produtos terapêuticos não geram os efeitos psicoativos da droga.
A “fazenda” funciona dentro de um galpão numa área de mil metros quadrados, no bairro da Vila Popular, em Olinda, no Grande Recife. No local, as mudas são cultivadas e mantidas em dez contêineres a temperaturas que variam de 22 a 30 graus até o momento em que o extrato da flor é retirado para a produção do óleo.
“A gente desenvolveu um módulo produtivo, automatizado, em que a gente consegue simular as estações do ano e dar a melhor condição de que a planta precisa para desenvolver as substâncias necessárias para fazer o medicamento”, explicou o diretor-executivo da Aliança Medicinal e engenheiro agrônomo Ricardo Hazin Asfora.
O local produz em torno de 2 mil frascos de 30 mililitros por mês, a um custo médio que vai de R$ 150 a R$ 500. Os valores correspondem ao preço dos produtos distribuídos pela entidade, que hoje tem cerca de 9 mil associados em todos os estados do país.
Além do produto, os usuários pagam pelo frete, que custa a partir de R$ 10 para o Grande Recife, R$ 45 para outros estados do Nordeste e R$ 70 para as demais regiões.
Processo de fabricação
Todo o processo de produção do óleo de maconha medicinal dura entre quatro e cinco meses, cumprindo as seguintes etapas:
Os produtores cortam talos de uma erva específica, chamada de “planta-mãe”, que é clonada para garantir que todos os óleos distribuídos sejam padronizados, compartilhando o mesmo material genético;
Os talos da “planta-mãe” são colocados num vaso dentro de uma pequena estufa, chamada de “berçário” ou “incubadora”, onde a umidade do ar é controlada até que os talos comecem a criar raízes e crescer, transformando-se em mudas;
Depois de aproximadamente 25 dias, as mudas são guardadas em estufas dentro de outros contêineres, onde são submetidas a condições de temperatura que simulam a transição da primavera para o verão, período em que elas florescem;
As mudas levam três meses para crescer e criar flores, que contêm glândulas chamadas de “tricomas”, onde estão os fitocanabinoides, que são as substâncias de propriedades terapêuticas, como o canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabidiol (THC);
Os tricomas produzem um líquido espesso e colante, que tem um cheiro forte;
As flores são retiradas e levadas até um laboratório para a extração do sumo com o líquido produzido pelos tricomas;
Em cada contêiner, são cultivadas cerca de 230 plantas, que produzem em torno de 1 kg de sumo, chamado de Insumo Farmacêutico Ativo Vegetal (IFAV);
Antes da produção do óleo, o material é encaminhado a um laboratório terceirizado, que analisa o IFAV para avaliar as substâncias presentes nele;
Após a análise, que dura em média 20 dias, o insumo é diluído em azeite extravirgem em concentrações que variam de 1,5% a 10%, gerando o óleo de cannabis medicinal;
As outras partes da planta que não foram aproveitadas para a produção do óleo são levadas para descarte.
Atualmente, existem quatro tipos de óleo: um só de CBD, com 10% de concentração; e outros três, com concentrações de 1,5%, 3% e 6%, que podem ser de CBD, só de THC ou mistos. Eles são usados para os mais diversos sintomas, de crises convulsivas a ansiedade.
“As pessoas falam muito sobre canabidiol, mas canabidiol não é sinônimo de cannabis. Canabidiol é um dos componentes presentes na planta. […] Quando a gente começa a entender sobre as propriedades dos fitocanabinoides, a gente consegue atuar naquela sintomatologia do diagnóstico específico daquele paciente”, informou a médica Rafaela Espósito.
Segundo a especialista, a dosagem indicada também varia em cada paciente, dependendo de fatores como alimentação, sono, sedentarismo e estresse.
“É muito particular cada caso. Então, posso prescrever para um paciente com fibromialgia, por exemplo. E a dosagem que prescrevo para ele pode ser completamente diferente de outro paciente, por exemplo, também com fibromialgia, com a mesma idade, com aparentemente a mesma sintomatologia”, explicou a médica, durante visita à fazenda urbana de cannabis.
Regulamentação e expansão
A expectativa é que a produção da Aliança Medicinal cresça à medida que a distribuição da cannabis terapêutica for regulamentada. Recentemente, tanto a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), quanto a Câmara de Vereadores do Recife aprovaram leis que garantem o fornecimento dos remédios no Sistema Único de Saúde (SUS).
“Estamos em processo de expansão para atingir a capacidade de 36 contêineres. A gente já vem se preparando para um aumento mais abrupto, de acordo com o desenrolar dessa lei de acesso pelo SUS. […] Primeiro, a gente tem a aprovação da lei e a sanção pelo governo. Após essa etapa, a gente tem que chegar ao processo de regulamentação”, disse Ricardo Hazin.
A partir da regulamentação, com o aumento da demanda, espera-se que o preço do óleo de cannabis se torne cada vez mais acessível. “Tendo um volume grande, a gente conseguindo chegar em níveis de investimento significativos e estabilizar esse nível de investimento, a gente pode trabalhar apenas com o custo de produção”, explicou o diretor-executivo.
Para o engenheiro agrônomo, um uso mais disseminado da maconha para fins terapêuticos pode representar uma economia em relação aos gastos com atendimento em saúde.
“O custo de um tratamento desses [com cannabis medicinal], que é em média de R$ 200 ou R$ 300 por mês, se você comparar com um internamento ou atendimento de emergência de uma pessoa, vê o quanto vai conseguir viabilizar o sistema de saúde. É sobre isso que a gente está falando. Quanto mais a gente conseguir trabalhar em larga escala esse tipo de tratamento, a gente vai ter uma economia significativa no orçamento da saúde”, afirmou Ricardo Hazin Asfora.
O cantor sertanejo Gusttavo Lima — 35 anos de idade e 25 de carreira — tem na sua estante dois discos de diamante triplo, cada um deles conquistado depois de superar a impressionante marca de 450 milhões de seguidores, quase o dobro do ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem apoiou na eleição de 2022.
Astro musical, garoto-propaganda, multimilionário e empresário, ele chamou a atenção na semana passada ao fazer um anúncio inusitado: quer disputar a Presidência da República em 2026. “Estou cansado de ver o povo passar necessidade sem poder fazer muito para ajudar”, disse ao portal Metrópoles.
As reações foram da incredulidade aos memes, mas a ideia ganhou tração nos dias seguintes, atraindo interesse de siglas partidárias como PP e União Brasil — e escancarou o labirinto em que se encontra a direita brasileira.
O partido mais próximo de abrigar o astro é o União Brasil. O presidente, Antonio Rueda, encomendou até pesquisa de opinião para testar a receptividade do eleitor. Segundo o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, filiado à legenda, amigo do cantor e presidenciável declarado, a agremiação aposta na pluralidade de nomes para ganhar competitividade. “Vamos viabilizar uma chapa que tenha chance de ganhar as eleições”, disse Caiado.
Outra possibilidade seria a disputa ao Senado por Goiás, onde o cantor fixou domicílio (ele é mineiro). Essa possibilidade também havia sido aventada pelo presidente do PP, Ciro Nogueira, e até pelo próprio PL, que antes da declaração cogitava filiá-lo para a disputa ao Senado, uma das prioridades do bolsonarismo no próximo pleito.
Caso consiga viabilizar sua incursão na política, Lima não terá vida fácil. O primeiro obstáculo será contornar os questionamentos sobre as várias confusões que permeiam sua carreira. No ano passado, o cantor chegou a ter a prisão preventiva decretada por envolvimento em suspeitas ligadas a site de apostas. A principal delas é que duas empresas suas, a Balada Eventos e a GSA Empreendimentos, tenham ocultado 49,4 milhões de reais em 2023 e 2024 oriundos das chamadas bets. Deflagrada pela Polícia Civil pernambucana, a Operação Integration também investigou contratos de publicidade dos sites Vai de de Bet e Esportes da Sorte com o cantor. Além disso, os donos das duas empresas compraram o mesmo avião de um dos CNPJs do cantor.
Primeiro, uma firma de Darwin Henrique da Silva Filho, sócio da Esportes da Sorte, adquiriu a aeronave e devolveu dois meses depois, alegando problemas técnicos. Depois, o mesmo veículo foi comprado por José André da Rocha Neto, dono da Vai de Bet. O pedido de prisão foi feito porque a juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal de Recife, entendeu que ele ajudou na fuga de Rocha Neto e sua esposa, ambos com pedidos de prisão decretada, cedendo uma aeronave para viagem deles à Grécia. “Nivaldo Batista Lima (nome verdadeiro de Gusttavo Lima), ao dar guarida a foragidos, demonstra uma alarmante falta de consideração pela Justiça. Sua intensa relação financeira com esses indivíduos, que inclui movimentações suspeitas, levanta sérias questões sobre sua própria participação em atividades criminosas”, afirmou a juíza.
O cantor obteve um habeas corpus no Tribunal de Justiça de Pernambuco. No fim do ano passado, a Procuradoria-Geral de Justiça do estado pediu o arquivamento do inquérito por falta de provas.
Na última quinta, 9, a juíza atendeu ao pedido, mas ressalvou a “possibilidade de reabertura do procedimento caso surjam novas provas”. As suspeitas continuarão sendo investigadas pelo Ministério Público.
As suspeitas contra Gusttavo Lima não param por aí. Há mais de dois anos, os contratos do músico com prefeituras de cidades do interior levantam suspeitas de superfaturamento e má administração do recurso público em ao menos sete estados brasileiros. Alguns processos foram encerrados, enquanto outros ainda estão em andamento. A maioria dos shows fica em torno de 1 milhão de reais, às vezes em cidades que têm menos de 10 000 habitantes.
Em setembro de 2024, por exemplo, a prefeitura de Petrolândia (PE) contratou por 1,1 milhão de reais um show no mesmo dia em que ele teve a prisão decretada no caso das bets — com a repercussão negativa, foi cancelado.
Meses antes, Icó (CE) tentou contratar o cantor com verba destinada à educação, que, óbvio, não poderia ser remanejada para esse fim. Em outro show que entrou na mira do MP, em Magé (RJ), em 2022, o cantor fez até aceno ao gestor da cidade, Renato Cozzolino (PP). “Alô, prefeito, aquele abraço. Tamo junto”, disse.
Na época em que as autoridades colocaram uma lupa para vasculhar as suspeitas de superfaturamento em shows, Gusttavo Lima desfez um de seus empreendimentos que mostravam não só a diversificação dos negócios — ele é dono de fazendas de gado em Mato Grosso e Minas Gerais e tem patrimônio avaliado em cerca de 1 bilhão de reais —, como também seu alinhamento ideológico. O cantor era sócio do Frigoríco Goiás, que vendia a “picanha do mito”. Os pacotes vinham com uma caricatura de Bolsonaro e custavam 1 800 reais o quilo da picanha de wagyu, o gado com a carne mais cara do mercado.
Se virar de fato político, Gusttavo Lima certamente estará inclinado bem à direita. Em 2022, em uma “superlive” patrocinada por Bolsonaro, então candidato à reeleição, Lima elencou os motivos pelos quais apoiava o presidente, como a defesa do armamento civil. “De vez em quando, vou na fazenda e sapeco uns tiros. Tenho um 38, é confusão na certa”, afirmou.
Também se disse favorável à liberdade de expressão porque “daqui a pouco não vai poder contar umas piadinhas” e fez crítica ao uso de drogas. Dois anos antes, no entanto, na pandemia, foi alvo de representação ética ao Conar por abuso de bebidas alcoólicas nas lives Buteco em Casa. Bolsonaro, à época, saiu em sua defesa.
O apoio mútuo, porém, foi abalado nos últimos dias. O ex-presidente se sentiu traído porque Lima havia dito a ele que tentaria o Senado. Bolsonaristas passaram a espalhar a versão de que seria armação de Lima e Caiado contra o deputado goiano Gustavo Gayer, que pretende se candidatar ao Senado. “Não tem nenhum jogo casado. O Gusttavo Lima tem uma vertente de princípios ideológicos que comungam com o partido”, disse o governador.
A direita brasileira, que vive um clima de barata-voadora desde que Bolsonaro foi declarado inelegível, viu sua situação piorar na última semana. Além de Gusttavo Lima, o coach Pablo Marçal, terceiro lugar na disputa pela prefeitura de São Paulo, confirmou que será candidato ao Planalto pelo PRTB, que passará a se chamar Brasileiro. “É um campo que está perdido neste momento porque o principal nome não pode competir”, avalia Yuri Sanches, diretor de análise política da AtlasIntel. Para ele, novos nomes terão de pedir a bênção a Bolsonaro para viabilizar suas pretensões eleitorais.
Murilo Hidalgo, diretor do instituto Paraná Pesquisas, diz que o sertanejo precisa passar a se posicionar com frequência sobre os grandes assuntos do país e conceder entrevistas, para ser questionado, já que no palco ele não é confrontado. “O ponto forte é que ele é muito popular. As músicas dele são muito conhecidas de Norte a Sul”, diz.
Um problema para Gusttavo Lima é que, diferente do que fez Bolsonaro em 2018 e Marçal em 2024, ele não poderá explorar o discurso antipolítica porque isso soaria contraditório para um profissional que coleciona contratos milionários com prefeituras e tem políticos relevantes em seu grupo de amigos.
O anúncio de que entraria para a política fez o cantor ser alvo de muita desconfiança e algumas brincadeiras. ”Gusttavo Lima por Goiás, que parece até mais para ser candidato a senador. Wesley Safadão pelo Ceará. Vamos convidar Bell Marques para candidato a senador pela Bahia”, disse, rindo, o prefeito de Salvador, Bruno Reis, um dos campeões de votos do União Brasil na eleição de 2024.
A história política, no entanto, é recheada de nomes que foram vistos como piada e triunfaram. Ronald Reagan era um ator de segundo escalão antes de entrar para a política, mas foi eleito duas vezes.
O musculoso Arnold Schwarzenegger foi eleito e reeleito governador da Califórnia, o estado americano mais populoso e um dos mais influentes. Mas nem todos deram certo. Outro americano, o rapper Kanye West criou um partido para concorrer à Casa Branca em 2020 e recebeu apenas 60 000 votos de um colégio de 160 milhões.
O eleitorado de direita representa um percentual significativo da sociedade. Pesquisa Ipec feita em 2024 mostra que 35% dos eleitores brasileiros se identificam como de direita, 37% com de centro e 26% de esquerda. Nomes como Gusttavo Lima e Pablo Marçal tendem a ter alguma tração nesse eleitorado, mas falta muito para 2026 e nomes de peso podem entrar na disputa, como os governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo) e Ratinho Junior (Paraná), além da incógnita sobre quem será o candidato de Bolsonaro — o ex-presidente, caso não consiga reverter a sua inelegibilidade, pode lançar o filho e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Mesmo com a pulverização momentânea da direita e a descrença de parte do eleitorado no sistema político, o atual cenário está longe de um colapso institucional que favoreceria a vitória de uma figura tão excêntrica. Gusttavo Lima pode, por enquanto, fazer o seu “tchererê tchê tchê”, como diz um pegajoso refrão de hit seu, mas será questionado pelo eleitor e pela sociedade sobre sua visão de mundo, o conhecimento dos problemas do País, as propostas, a capacidade de gestão e articulação política e, claro, pelas muitas suspeitas que foi acumulando — embora, é evidente, tenha todo o direito democrático de se defender, com o benefício da dúvida.
Vindo do chão de vidas secas, exemplo de superação de vida na Chapada do Araripe, da sua amada Araripina, o empresário Antônio Souza mostrou que é ousado. Seu núcleo empresarial, com destaque para a empresa de segurança, a Ativa System, acaba de se transferir, em São Paulo, para um novo endereço: proximo à Avenida Paulista, o coração financeiro do País.
O leitor pode conferir clicando no vídeo abaixo, que mostra em detalhes que o então matuto de Araripina pilota uma das maiores empresas de segurança do País. Isso sem falar em outros empreendimentos da extensão dos seus negócios em território nacional, como a Cab Motors, o banco digital Cabcrédit e sua caçula Videomedi, sistema de consultas médicas online.
Esta, segundo ele, vai se transformar na maior plataforma de Telemedicina do País. Com a Ativa System Brasil Segurança e Telecom, Antônio também passa a operar em São Paulo a maior central de videomonitoramento e segurança eletrônica do País, em plena Avenida Paulista.
As novas instalações, que agora abrigam todas as duas empresas, ficam num edifício quase defronte ao prédio da Fiesp, a poderosa Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.
O ministro Silvio Costa Filho, de Portos e Aeroportos, afirmou que a posse do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, nesta sexta-feira (10), é um “ataque aos princípios democráticos”.
“A posse de Maduro, sem legitimidade internacional e marcada pela força, é um ataque aos princípios democráticos. O povo venezuelano merece liberdade e um futuro de paz e prosperidade. Isso só é possível com o respeito ao estado democrático. #DemocraciaSempre. Viva a democracia no Brasil e no mundo!”, escreveu na rede social X, antigo Twitter.
A cerimônia de posse ocorreu em meio a um contexto de tensão política no país. A oposição venezuelana contesta a legitimidade dos resultados oficiais divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que reelegeram Maduro com mais de 50% dos votos no pleito realizado em 28 de julho.