A crônica domingueira

Se existe amor à primeira vista, paixão arrebatadora, este mesmo fenômeno pode se dar também com uma cidade. Por que não? Se há dúvida, visite Triunfo e volte de lá impregnado de ternura, com uma declaração de amor eterno, para o resto da sua vida. O amor não se explica. Amor é estado de graça. Como a rosa que floresce porque floresce, ama-se porque ama-se, como diz Rubem Alves.

Amo tanto Triunfo, com seus casarios coloniais, que sou suspeito de dizer que é a cidade mais bonita do interior de Pernambuco. Constate o insuspeito Google e comprove! À primeira vista, o amor é o clima, porque a cidade está a mais de mil metros acima do nível do mar, no Planalto da Borborema. Mesmo em pleno semiárido, a temperatura máxima da cidade é de 33 graus. No frio, entre junho e julho, a média é de 18 graus, tendo já registrado 8 graus.

Só na Europa! Em Triunfo, o amor florescerá também com um bom vinho degustado num cenário ao ar livre, de lareira acesa, para matar o frio das noites que nem as corujas temem em dar o ar da sua graça. Não conheço um só turista que não tenha se apaixonado pelas belezas naturais de Triunfo.

Tem o Pico do Papagaio, o ponto mais alto do Estado, com 1.260 metros acima do nível do mar, a Cachoeira do Pinga, uma das mais altas do Nordeste, formada por um conjunto de três quedas d’água, com 80m de altura. Tem também a Cacimba de João Neco, um poço com cerca de 25 metros de profundidade em meio a uma caverna.

Conta-se que Neco sofria com a falta de água no seu sítio, na zona rural de Triunfo, no início do século XX. Para amenizar o seu drama, que é de todo sertanejo, ele mesmo cavou, entre 1932 e 1935, seu poço para matar a sua sede e dos seus animais. Tem também engenhos. O mais famoso é o São Pedro, conhecido como o Palácio da Cachaça, onde é possível degustar uma caninha destilada em alambique e envelhecida em barris de carvalho, com aroma e sabor inigualáveis.

Triunfo é tão charmosa e apaixonante que tem até um teleférico. Com 600 metros de extensão e 16 metros de altura, liga o centro ao hotel do Sesc, instituição responsável pela criação e manutenção do equipamento. O passeio dura apenas 20 minutos, com cabo de aço, extremamente seguro. Lá de cima, a visão da cidade é fantástica.

Para se apaixonar ainda mais por Triunfo há até um ponto turístico com nome de assombração: Casa Grande das Almas, com uma curiosidade intrigante. Metade da casa é território pernambucano, a outra metade paraibano. Na sala, você estará em Pernambuco e na cozinha na Paraíba. Era lá que Lampião se escondia das forças volantes que o perseguiam.

Triunfo é como Olinda, com suas ladeiras e casarios deslumbrantes. No carnaval, um dos mais tradicionais e animados do Sertão, quem domina a folia de momo são os Caretas, personagens mascarados que fazem parte da festa há mais de 100 anos. O desfile é em torno do açude João Barbosa Sitônio, envolto na lenda serpente.

Reza a lenda que, após uma gravidez indesejada, uma mulher jogou o bebê recém-nascido nas águas geladas do açude, localizado no centro da cidade. Acontece que o ato de crueldade foi transformado pela magia das águas. De maneira misteriosa, o bebê não morreu e acabou se transformando em uma cobra gigante, ficando por muito tempo escondida no fundo do açude.

O sítio histórico de Triunfo enche seu povo de orgulho. Tem como cartão postal o Theatro Cinema Guarany, ícone do audiovisual e das artes cênicas no interior do Estado. Construído em 1922, o prédio fica às margens do açude, está todo reformado, e é aberto à visitação. É a mais bela paisagem noturna da cidade. Foi lá que fiz, ao lado da minha Nayla, esta imagem que ilustra a crônica.

Na paixão à primeira vista por Triunfo, a Olinda sertaneja, inclua um passeio a pé pelos seus casarões antigos, mais que centenários, que mantém a arquitetura de quando foram construídos. Portas, janelas grandes de madeira, quartos com passagens entre eles e pisos com mosaicos são características daquela época que permanecem.

Na rua Padre Ibiapina, por exemplo, onde hoje funciona o Centro de Cultura, já foi uma residência. O prédio foi construído por Manoel de Siqueira Campos, ex-prefeito e comerciante do município. Ele foi o responsável por trazer energia elétrica em 1920. Na mesma rua, há um conjunto arquitetônico, que inclui uma capela e uma casa, construído em 1871 pelo padre José Antônio de Maria Ibiapina. As fachadas dos casarios são diferentes com diversos símbolos. Algumas têm iniciais do primeiro dono, outras são decoradas com vasos e ramos de flores.

“Naquela época, as plantações de cana e café rendiam muito dinheiro para os moradores, que começaram a adquirir um gosto pelas construções. Havia até uma competição para ver quem fazia a casa com a fachada mais bonita”, lembra a historiadora Diana Rodrigues, que escreveu livros sobre a história da cidade e de seus personagens.

O nome da cidade tem tudo a ver com a disposição de luta e heroísmo do seu povo. Originou-se de uma luta entre os habitantes da Baixa Verde, primeiro nome do município, com os da cidade de Flores, principalmente a família dos Campos Velhos, que não eram favoráveis ao desenvolvimento do povoado da Baixa Verde e chegaram, por diversas vezes, a atacar a feira local, na tentativa de acabar.

Algumas pessoas chegaram a morrer nos ataques, sem estes terem êxito em conterem o progresso do povoado nem a realização das feiras. A esse triunfo, o batismo da cidade. Seus primeiros habitantes foram os índios Cariri da nação Tapuia. Conta-se que no início do século XIX, provavelmente no ano de 1802, chegou ao local um missionário italiano, o capuchinho frei Vital de Frescarolo, ou frei Vital da Penha, acompanhado de alguns índios e carregando imagens de alguns santos, entre eles, a imagem de Nossa Senhora das Dores, que viria a tornar-se padroeira do local.

Se tudo isso não fosse suficiente para você, caro leitor, declarar seu amor por Triunfo, acrescento uma pitada a mais: a riqueza cultural revelada por músicos, artistas plásticos, poetas e, principalmente, pelo principal personagem do folclore local, o Careta, famoso no Carnaval da cidade por roupas coloridas, tabuleta com chocalhos e chicote nas mãos.

A gastronomia também se destaca com pratos inusitados como o famoso arroz vermelho e a carne de bode. Os licores de frutas feitos artesanalmente também são outra iguaria e os derivados da cana-de-açúcar se revelam inclusive como doces finos. Por todos esses atrativos, Triunfo é uma cidade encantadora, com um charme interiorano especial.

Se ficou convencido, está provado que existe amor à primeira vista por uma cidade!



Veja outras postagens

Minas Gerais tem 37 municípios em situação de emergência, e um em estado de calamidade pública, por causa das chuvas. Onze pessoas já morreram em decorrência do atual período chuvoso – a maior parte dos óbitos foi registrada em dezembro.

Os dados constam no boletim da Defesa Civil de MG deste sábado (4). Ao todo, desde 27 de setembro, 1.223 pessoas ficaram desalojadas e outras 173, desabrigadas (com necessidade de abrigo público) no estado.

As mortes foram registradas em Uberlândia (1), Ipanema (3), Maripá de Minas (1), Coronel Pacheco (1), Raul Soares (2), Nepomuceno (1), Capinópolis (1) e Alterosa (1).

Já os municípios em situação de anormalidade são:

  • Brazópolis
  • Galileia
  • Mendes Pimentel
  • Rochedo de Minas
  • Guaranésia
  • Uberaba
  • Tapira
  • Conselheiro Pena
  • Alfenas
  • Carlos Chagas
  • São José da Safira
  • São Geraldo do Baixio
  • Franciscópolis
  • Ouro Verde de Minas
  • Novo Oriente de Minas
  • Virgolândia
  • Curral de Dentro
  • Glaucilândia
  • Malacacheta
  • Sem-Peixe
  • Salinas
  • Capelinha
  • Dom Silvério
  • Conceição do Pará
  • Pequeri
  • Tocantis
  • Leopoldina
  • Antônio Carlos
  • Coronel Fabriciano
  • Santo Antonio do Aventureiro
  • Pedra Bonita
  • Bugre
  • Raul Soares
  • Carmo da Mata
  • Coroaci
  • Resplendor
  • Itambacuri
  • Campos Gerais

Belo Horizonte

Parte da capital está sob risco geológico por causa dos volumes de chuva registrados nos últimos dias. Segundo a Defesa Civil de Belo Horizonte, o risco é forte na região Noroeste, e moderado nas regionais Oeste e Centro-Sul, até a próxima terça-feira (7).

Há também alerta de pancadas de chuva na cidade (40 a 60 mm) com raios e rajadas de vento em torno de 50 km/h até as 8h de domingo (5).

Conheça Petrolina

Auxiliares diretos e políticos de partidos que apoiam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriram o ano com a expectativa de uma reforma ministerial.

O petista deu início no final de 2024 às discussões – e, em consequência, a especulações – para definir a equipe que comandará o primeiro escalão do governo na metade final deste mandato.

Até o momento, o presidente não anunciou quais mudanças quer fazer neste ano no comando de ministérios.

Mas Lula já afirmou que pretende fazer ajustes e tem recebido recados de partidos aliados que desejam mais espaços de poder e de controle do orçamento dentro do governo.

Aliados do presidente acreditam que as trocas possam ser definidas até fevereiro, após o fim do recesso parlamentar do Congresso Nacional. Contudo, não arriscam cravar datas, já que o presidente demonstra, neste mandato, que não gosta de ser pressionado e costuma postergar decisões deste tipo.

Por ora, segundo interlocutores, Lula avalia possibilidades e colhe impressões a respeito dos impactos de alterações que visam:

  • fortalecer a base do governo na Câmara dos Deputados e no Senado
  • atrair partidos para a chapa do PT nas eleições de 2026, onde Lula pode disputar a reeleição
  • melhorar a execução de projetos e programas do governo federal

Comunicação

A mudança que aliados de Lula consideram mais próxima de se concretizar é na Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), responsável pela assessoria de imprensa, redes sociais e publicidade do governo.

O presidente já anunciou que deseja corrigir problemas na comunicação e pode substituir Paulo Pimenta (PT-RS) por Sidônio Palmeira, marqueteiro da campanha do petista em 2022.

Sidônio dá conselhos para Lula desde o começo do governo, porém reforçou sua presença em Brasília a partir de novembro, com participação direta no anúncio do pacote de corte de gastos, no pronunciamento de Natal do presidente e na campanha publicitária de fim de ano.

Caso a troca seja efetivada, Lula terá de decidir o futuro de Pimenta, que pode retornar ao mandato de deputado federal ou ser deslocado para outro cargo.

Uma possibilidade especulada é nomear Pimenta para a Secretaria-Geral da Presidência, que faz o diálogo do governo com movimentos sociais. O atual ministro é o ex-deputado Márcio Macêdo (PT-SE), tesoureiro na campanha de 2022.

Congresso e alianças para 2026

Partidos do Centrão têm interesse em mais espaço na Esplanada. O PSD já comunicou ao Planalto que está insatisfeito com os três ministérios que comanda, em especial o da Pesca, comandado pelo deputado André de Paula (PSD-PE), cuja indicação contempla os deputados do partido.

Os senadores apadrinharam as indicações do senador Carlos Fávaro (PSD-MT), que comanda a Agricultura, e do ex-senador Alexandre Silveira, do diretório mineiro da sigla, que é ministro de Minas e Energia.

Os deputados do PSD desejam ter um representante em um ministério com maior orçamento, mesmo desejo de bancadas do União Brasil, PP, MDB e Republicanos.

Os partidos do Centrão cobiçam desde o começo do governo pastas como Saúde, cuja ministra é Nísia Trindade, ex-presidente da Fiocruz.

Espaço do PT

Parlamentares de partidos da base também entendem que o espaço do PT no comando de ministérios está superestimado diante do tamanho das bancadas na Câmara, que é de 67 dos 513 deputados, e Senado, onde o partido tem nove dos 81 senadores.

O Centrão avalia que é possível herdar parte dos 12 ministérios comandados pelo partido de Lula.

Parlamentares defendem que a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), que cuida da articulação com o Congresso, seja chefiada por um nome do Centrão.

O ministro atual é Alexandre Padilha (PT-SP), deputado licenciado e nome de confiança do presidente. Padilha é um nome citado para eventualmente substituir Nísia Trindade na Saúde.

Defesa e Justiça

Nos últimos meses, circularam informações sobre possíveis saídas dos ministros da Defesa, José Múcio Monteiro, e da Justiça, Ricardo Lewandowski, que estariam dispostos a reduzir o ritmo de trabalho a pedido de familiares.

Os ministros não confirmam oficialmente as intenções e são nomes de confiança de Lula, sem vinculação partidária com as indicações.

O petista escalou Múcio para distensionar a relação com militares, enquanto Lewandowski, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), coordenou os estudos, elaboração e negociação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que amplia a participação da União na segurança pública.

Um nome especulado para as vagas, em especial a da Justiça, é o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que deixará a presidência da Casa em fevereiro.

Estilo Lula de decidir

O perfil de Lula faz com que integrantes do PT e dos partidos da base evitem projetar uma data para definição das mudanças de ministros. Fruto das idas e vindas das negociações anteriores de escolhas do primeiro escalão.

Lula tem como característica, neste terceiro mandato, postergar anúncios de ministros e refutar pressões do PT e dos partidos aliados, a fim de reforçar que ele é o senhor das decisões.

Durante a transição, Lula só completou a equipe ministerial no dia 29 de dezembro, a três dias da posse, quando anunciou 16 nomes.

Em 2023, o presidente empurrou por semanas a confirmação da demissão da então ministra do Turismo Daniela Carneiro (União-RJ) e levou mais uma semana para anunciar Celso Sabino (União Brasil-PA) como substituto.

As confirmações de André Fufuca como ministro do Esporte e de Silvio Costa Filho na pasta de Portos e Aeroportos também se arrastou por mais de um mês.

Do g1.

Camaragibe Avança 2024

A Secretaria de Políticas Sociais e Direitos Humanos de Paulista inicia 2025 com promessas de renovação, mas também enfrenta desafios significativos. A secretária Amanda Rodrigues assumiu o compromisso de tornar a pasta mais eficiente e transparente, destacando a necessidade de melhorar os serviços voltados às populações mais vulneráveis. Apesar das declarações otimistas, a realidade de orçamento limitado e demandas crescentes traz questionamentos sobre a viabilidade das metas estabelecidas.

Entre as prioridades para este ano, está a análise detalhada do orçamento municipal de 2024, que, segundo a secretária, será determinante para o planejamento de ações futuras. Especialistas na área social apontam que uma gestão orçamentária eficiente será crucial para evitar desperdícios e direcionar os recursos às áreas mais críticas, como habitação, alimentação e assistência a famílias em situação de vulnerabilidade. Ainda assim, desafios estruturais e limitações de pessoal permanecem entraves para a execução plena das políticas públicas.

A população de Paulista acompanha com expectativa os desdobramentos das ações da secretaria. A secretária Amanda Rodrigues destacou que a transparência e o trabalho em equipe serão essenciais para superar as dificuldades e entregar resultados. Para muitos, a questão central será como a nova gestão transformará propostas em ações concretas.

O soldado das Forças de Israel (FDI) alvo da Justiça do Brasil por supostos crimes de guerra deixou o país neste domingo (5/11). Ele foi identificado como Yuval Vagdani, do 432º Batalhão das Brigadas Givati.

Antes de deixar o território nacional, ele foi alvo da Justiça local, que determinou a abertura de investigação pela Polícia Federal (PF) contra Vagdani. O soldado israelense passava temporada de férias no Brasil. Registros mostram que ele estava em Morro de São Paulo, na Bahia, com amigos.

As informações constam nos autos judiciais do caso, aos quais o Metrópoles teve acesso. Segundo documento enviado pela Fundação Hind Rajab (HRF) à Justiça brasileira, Vagdani participou da demolição controlada de um quarteirão inteiro na região conhecida como corredor Netzarim, na Faixa de Gaza.

A organização, que atua internacionalmente denunciando crimes cometidos contra palestinos, alegou que a ação aconteceu fora de situação de combate e teve a “intenção deliberada de causar prejuízos indiscriminados à população civil” de Gaza.

Por meio de investigação feita com inteligência de fontes abertas, a HRF anexou uma série de imagens de redes sociais que comprovariam a participação de Vagdani na destruição do bairro, em Gaza, em novembro de 2024.

Dias antes da demolição, o soldado das FDI publicou vídeo no Instagram com imagens do corredor Netzarim. Na legenda da postagem, Vagdani escreveu: “Que possamos continuar destruindo e esmagando este lugar imundo, sem pausa, até os seus alicerces”.

Em outra publicação, obtida por meio do perfil de um outro soldado que também atuou na região, Vagdani posa em frente a escombros de imóveis na área, enquanto explosivos eram instalados para a demolição controlada.

A novela envolvendo as emendas parlamentares bloqueadas pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), terá novos capítulos em 2025, assombrando o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O desgaste com o tema dificulta a articulação política da gestão petista, que já patina no Congresso Nacional para aprovar pautas prioritárias.

Dino bloqueou o pagamento de R$ 4,2 bilhões de emendas de comissão (RP8) no fim de 2024. O magistrado determinou que a Câmara dos Deputados respondesse de forma objetiva a uma série de questionamentos a respeito da destinação dos recursos. Emendas da mesma categoria indicadas pelo Senado Federal também foram suspensas com a exigência de critérios de transparência e rastreabilidade.

O ministro, porém, concordou com a liberação de parte dos recursos – R$ 370 milhões – necessários para garantir o mínimo constitucional de gastos com saúde. O alerta foi feito pela Advocacia-Geral da União (AGU) .

Apesar da liberação de parte das emendas, líderes contaram ao Metrópoles que a crise em torno do tema não terá um fim tão próximo. Deputados da base do governo acreditam que a questão poderá ser resolvida apenas após o pagamento das emendas já indicadas pelos parlamentares.

Na avaliação de alguns líderes partidários, as decisões de Dino expõem uma espécie de “jogo combinado” com o Palácio do Planalto. Por isso, o governo federal tem enfrentado dificuldades na votação de propostas prioritárias dentro do Parlamento.

No apagar das luzes de 2024, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal aprovaram o pacote de revisão de gastos públicos da equipe econômica de Lula. Os projetos, no entanto, ficaram travados por quase um mês na Câmara dos Deputados antes da votação, diante do impasse causado pela liberação dos recursos.

Reforma ministerial

As emendas parlamentares não são a única pedra no sapato do governo Lula dentro do Congresso Nacional. Alguns deputados defendem a necessidade de uma reforma ministerial para que Lula tenha maior governabilidade dentro do Legislativo.

O PSD, de Gilberto Kassab, tem se sentido desprestigiado na Esplanada dos Ministérios. Atualmente, a sigla comanda os ministérios de Minas e Energia, Agricultura e Pesca.

A expectativa é que Lula faça uma dança das cadeiras no primeiro escalão ainda neste semestre. Para atender aos pedidos do PSD, é esperado que o partido tenha uma mudança nos espaços já ocupados, mas não necessariamente ganhe mais cadeiras na Esplanada.

Outros partidos que esperam mais espaços dentro do governo Lula são o Progressistas (PP), do senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL); e o Republicanos. Atualmente, o PP é representado pelo ministro do Esporte, André Fufuca, e o Republicanos, pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.

Um dos pontos elencados pelos parlamentares como principal dificuldade na articulação política do governo Lula com o Congresso Nacional é o “déficit” político. Os políticos reclamam que há uma dificuldade de interlocução entre o Palácio do Planalto e o Legislativo.

A crítica não se estende apenas ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, mas atinge o próprio Lula. Para alguns deputados e senadores, o petista tinha um tratamento mais “carinhoso” durante os primeiros dois mandatos.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), chegou a confidenciar a interlocutores que as conversas com Lula são raras e que há pouco diálogo entre os petistas com os parlamentares. A desaprovação do comportamento de Lula não está restrita ao líder alagoano, mas presente no diálogo entre os parlamentares da base governista.

Do jornal Metrópoles.

Há um ano no cargo, completados em 18 de dezembro, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, começou 2025 sob a expectativa do que fará em relação a investigações que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. Caberá a Gonet decidir se apresentará ou não denúncia nos casos em que o ex-mandatário foi indiciado, como no inquérito que apura suspeitas de uma trama golpista no governo passado. Na prática, o parecer do chefe do Ministério Público será decisivo para o futuro político do principal líder da direita do país.

Interlocutores do procurador-geral citam seu perfil cauteloso e discreto para dizer não ser possível antecipar como ele irá se posicionar. Ao mesmo tempo, destacam que Gonet demonstrou no ano passado que não se omite em casos relevantes, crítica que era feita por opositores do antecessor dele no cargo, Augusto Aras.

Desde que assumiu a PGR, Gonet teve participação ativa, por exemplo, na punição dos réus dos ataques golpistas do 8 de Janeiro. Mas também tomou posições que contrariaram aliados do atual governo, como ao tentar reverter a anulação de condenações do ex-ministro José Dirceu na Lava-Jato, em novembro, e ao recorrer de decisões do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que invalidaram atos da operação.

— Procurei ser fiel ao meu modo de agir de sempre, guardando independência técnica, respeitando a dignidade de todos os que de alguma forma estão sob a minha influência e me guiando pelos valores da Constituição — disse Gonet ao GLOBO, ao fazer um balanço de sua atuação neste primeiro ano.

O atual chefe da PGR chegou ao cargo sob desconfianças, após ter sido escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva mesmo sem ter o nome incluído na lista tríplice apresentada pela principal associação de procuradores. Em seus dois primeiros mandatos, o petista havia acolhido a indicação da categoria, mas desta vez decidiu ignorá-la sob argumento de evitar o corporativismo.

Pesou a favor de Gonet a proximidade com ministros do STF, especialmente Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. Um dos receios de aliados do ex-presidente é que a relação com os magistrados, alvos preferenciais do bolsonarismo, possa ser negativa para o futuro de Bolsonaro em ações na Corte.

A oposição ao atual governo também vê com preocupação a relação de Gonet com Lula. Uma vez no cargo, o procurador-geral tornou-se um interlocutor frequente do presidente e chegou a participar de reunião fora da agenda no Palácio da Alvorada, em novembro. Na ocasião, ministros do STF também estavam presentes.

Números da gestão

Durante o primeiro ano da gestão Gonet, a PGR apresentou 225 denúncias. A maioria está relacionada aos atos golpistas do 8 de Janeiro, mas também houve outros casos importantes, como o dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e contra a deputada Carla Zambelli (PL-SP), por suspeita de invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Também foram fechados 477 acordos de não persecução penal (ANPP). Além disso, foram apresentadas 28 ações diretas de inconstitucionalidade, incluindo contra a chamada Lei das Bets e a que resultou no bloqueio de pagamentos das emendas Pix, depois liberados com a imposição de novas regras.

Até agora, contudo, Gonet foi cauteloso em relação às investigações que envolvem Bolsonaro. Após a PF indiciar o ex-presidente nos inquéritos que tratam de uma suposta fraude em cartões de vacinação, em março, e no que apura a venda de joiais recebidas pela Presidência, em julho, o procurador-geral decidiu que não apresentaria nenhuma denúncia durante o período eleitoral. O receio era que qualquer medida suscitasse críticas pelo impacto político que pudesse ter sobre as campanhas.

Agora, após o novo indiciamento, no caso da suposta tentativa de golpe de Estado, Gonet avalia a possibilidade de juntar os três casos em um único parecer. Novamente, a ideia é analisar o material com calma e deixar uma eventual denúncia para os próximos meses.

Mas Bolsonaro não é o único que aguarda uma decisão de Gonet para definir seu futuro político. Outro caso que aguarda o posicionamento da PGR é o do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, indiciado pela PF por suposto desvio de emendas, o que ele nega. A investigação foi concluída em junho.

Do jornal O Globo.

Cinco procuradores e promotores estão na disputa pelo cargo Procurador-Geral de Justiça do biênio 2025-2027 e, na próxima terça-feira (7), a categoria definirá a lista tríplice com os mais votados, que será encaminhada à governadora Raquel Lyra (PSDB). Desde novembro do ano passado, estão em campanha: Deluse Amaral Rolim Florentino, José Paulo Cavalcanti Xavier Filho, Maria Lizandra Lira de Carvalho, Maviael de Souza Silva e Silvio José Menezes Tavares.

A eleição para o MPPE será das 9h às 17h. A apuração será feita logo em seguida e a relação com os três nomes seguirá para o Palácio do Campo das Princesas.

De acordo o MPPE, o link para acessar o Sistema Eletrônico de Votação (SEV) chegou por e-mail funcional aos membros até o dia 2 de janeiro de 2025. Amanhã, o acesso deverá ser feito por esse link, no horário do pleito, para a escolha dos nomes. Em caso de dúvidas, é possível contatar o Colégio de Procuradores de Justiça pelo e-mail cpj@mppe.mp.br e pelo fone (81) 99210.7299.

O escolhido para comandar o MPPE sucederá Marcos Carvalho, que encerrará seu mandato amanhã e, na quarta-feira, assumirá o cargo de desembargador no Tribunal De Justiça de Pernambuco (TJPE).

CANDIDATURAS

1 – Promotora de Justiça Deluse Amaral Rolim Florentino

Natural de João Pessoa (PB), tem 55 anos de idade e 31 anos de carreira no MPPE. Tomou posse em 25/08/1993, quando assumiu a Promotoria de Justiça de Flores. Ao longo da carreira, também foi titular das Promotorias de Justiça de Rio Formoso, Macaparana, Bonito, Cabo de Santo Agostinho e Recife.

Atualmente, é a titular da 5ª Promotoria de Justiça Cível da Capital, cargo que ocupa desde 2004. Foi Diretora da Escola Superior do MPPE entre janeiro de 2013 e julho de 2015 e entre fevereiro de 2016 e janeiro de 2017.

Também exerceu os cargos de Assessora Técnica em Matéria Cível e Criminal da Procuradoria-Geral de Justiça e foi Diretora da Região Nordeste e Coordenadora da Comissão de Mulheres da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (CONAMP), bem como Presidente reconduzida da Associação do Ministério Público do Estado de Pernambuco entre agosto de 2020 a agosto de 2024.

2 – Promotor de Justiça José Paulo Cavalcanti Xavier Filho

Natural do Recife (PE), tem 50 anos de idade e 25 anos de carreira no MPPE. Tomou posse em 01/07/1999, quando assumiu a Promotoria de Justiça de Ouricuri. Ao longo da carreira, também foi titular de Promotorias de Justiça em Lagoa dos Gatos, Caruaru, Cabo de Santo Agostinho, Abreu e Lima e Recife.

Atualmente, é titular da 39ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital (infância e juventude), encontrando-se no exercício da função de Chefe de Gabinete da Procuradoria-Geral de Justiça desde novembro de 2022.

Também foi Assessor da Corregedoria-Geral do MPPE, Coordenador do CAO Criminal, integrante do Núcleo Integrado de Repressão ao Crime Organizado (NIRCO, atual GAECO) e do Conselho Penitenciário.

3 – Promotora de Justiça Maria Lizandra Lira de Carvalho

Natural de Vitória de Santo Antão (PE), tem 51 anos de idade e 20 anos de carreira no MPPE. Tomou posse em 06/02/2004, quando assumiu a Promotoria de Justiça substituta da 11ª Circunscrição (com sede em Limoeiro). Ao longo da carreira, também foi titular das Promotorias de Justiça de Araripina, Igarassu e Recife.

Atualmente, é a titular da 20ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital, cargo que ocupa desde 2017. Encontra-se no cargo de Ouvidora do MPPE desde março de 2023.

Também foi Conselheira do Conselho Superior do MPPE entre 2019 e 2021 e Coordenadora de Gabinete da Procuradoria-Geral de Justiça nos anos de 2021 e 2022.

4 – Promotor de Justiça Maviael de Souza Silva

Natural de Brejo da Madre de Deus (PE), tem 53 anos de idade e 29 anos de carreira no MPPE. Tomou posse em 26/05/1995, quando assumiu a Promotoria de Justiça de Ipubi. Ao longo da carreira, também foi titular das Promotorias de Justiça de Ouricuri, Belo Jardim e Recife.

Atualmente, é a titular da 16ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital, cargo que ocupa desde 2016.

Também foi coordenador do CAO Patrimônio Público e Terceiro Setor em duas ocasiões, entre janeiro de 2011 e novembro de 2014 e entre janeiro de 2015 e março de 2019; e Secretário-Geral do MPPE entre março de 2019 e novembro de 2022.

5 – Procurador de Justiça Silvio José Menezes Tavares

Natural de Recife (PE), tem 55 anos de idade e 31 anos de carreira no MPPE. Tomou posse em 25/08/1993, quando assumiu a Promotoria de Justiça de Capoeiras. Ao longo da carreira, também foi titular das Promotorias de Justiça de Bom Conselho, Goiana e Recife, tendo sido promovido para a segunda instância em 2014.

Atualmente, é a titular da 20ª Procuradoria de Justiça Cível, cargo que ocupa desde 2014. Foi Diretor da Escola Superior do MPPE entre outubro de 2015 e fevereiro de 2016 e entre março de 2017 e janeiro de 2021.

Também exerceu os cargos de Assessor da Corregedoria-Geral do MPPE e da Procuradoria-Geral de Justiça; Presidente do Comitê de Segurança Institucional do MPPE; Conselheiro do Conselho Superior do MPPE, por dois mandatos; e Presidente do Colégio de Diretores de Escolas do Ministério Público do Brasil.

Do blog Dantas Barreto.

A tradicional Festa de Reis do Jirau, distrito de Itaíba, teve sua abertura celebrada neste sábado (4), marcando o início da gestão do prefeito Pedro Pilota (Republicanos). O evento atraiu moradores locais e visitantes de toda a região, contando com os artistas Manim Vaqueiro e Ciro Santos no palco.

O prefeito Pedro Pilota enfatizou a importância da festa para o fortalecimento da cultura local e a movimentação da economia do distrito. “A Festa de Reis é um momento especial para nossa comunidade, uma oportunidade de celebrarmos nossas raízes e atrairmos visitantes, aquecendo o comércio e gerando renda para os moradores.”

A expectativa é de que milhares de pessoas compareçam para prestigiar a programação deste domingo. A festa se encerra amanhã com os shows de Fabinho Testado e Vilões do Forró.

Pernambuco tem investido na ampliação da rede de segurança alimentar e no apoio às famílias em situação de vulnerabilidade. Em dois anos, o programa Bom Prato aumentou de 55 para 180 o número de cozinhas comunitárias em funcionamento no estado, oferecendo refeições a baixo custo e superando a marca de 10 milhões de refeições distribuídas.

Além disso, o programa Mães de Pernambuco, que oferece um auxílio financeiro de R$ 300 mensais, beneficiou mais de 108 mil mulheres desde o seu lançamento, em 2024. O objetivo da iniciativa é apoiar as mães mais vulneráveis.

A governadora Raquel Lyra destacou os avanços alcançados pelo governo estadual, como a distribuição de cerca de 7 milhões de refeições em 2024, um aumento considerável em relação aos 3 milhões de refeições servidas no ano anterior. Ela também anunciou planos para continuar a expansão da rede de cozinhas comunitárias. Contudo, prefeitos de cidades menores apontam dificuldades na manutenção e operação das cozinhas, que dependem de repasses estaduais, mas são geridas pelas prefeituras. A falta de recursos para cobrir despesas operacionais tem sido um desafio contínuo.

De acordo com o secretário de Assistência Social, Políticas sobre Drogas e Combate à Fome, Carlos Braga, a meta para os próximos anos é aumentar o número de cozinhas comunitárias, com o objetivo de chegar a 360 unidades em funcionamento até 2026.

Ao invés de cuidar dos problemas emergenciais do Estado, a governadora Raquel Lyra (PSDB), incrivelmente, está preocupada em compartilhar o estrago da sua sandália. Seu próprio público no Instagram reprovou. O que parecia engraçado, claro, virou ridículo.

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), disse que o PT não tem planos para 2026 para candidatar outro nome à Presidência da República além de Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, após uma eventual reeleição de Lula, o nome do ministro da Educação, Camilo Santana, “está posto”.

As declarações foram dadas em entrevista na sexta-feira, 3, à rádio Opinião CE. “2026, não tem plano B, na minha opinião. É o Lula. Depois de 2026, aí, evidentemente que o nome do Camilo está posto”, afirmou.

Guimarães também elogiou a projeção do ministro, que já foi governador do Ceará. “Uma das grandes áreas vitoriosas do nosso governo é a da Educação, liderada pelo Camilo. Portanto, ele é um quadro hoje que está se projetando nacionalmente, entre outros nomes que nós temos como referência, do Haddad, do Rui Costa, do Wellington Dias”, disse o parlamentar, citando os nomes do ministro Fazenda, Fernando Haddad, além dos respectivos ministros da Casa Civil e do Desenvolvimento Social.

Ele acrescentou: “O Lula fala assim: ‘Meus ex-governadores dão conta muito bem do recado.’ E o Camilo dá conta muito bem do recado com esse desafio que é fazer a gestão da principal pasta do governo, que é a Educação.”

Guimarães disse ainda que o ministro “será sempre lembrado nacionalmente”, mas que, agora, o que se discute é sobre “preparar o governo para a reeleição do Lula”.

Para o deputado, o governo precisa reunir mais forças políticas do centro em torno do presidente. “Eu defendo a tese de que nós temos que ampliar a base, trazer todo mundo agora para o governo, esses partidos mais ao centro, pensando em 2026, para construirmos uma mega aliança para garantir a reeleição do Lula”, declarou Guimarães.

Do Correio Braziliense.

O século 21 completa 25% em 2025. Há vários desafios.

O Brasil começa 2025 com desarranjo das contas públicas, a inflação acima da meta e uma taxa de juros anual de 12,25%. A cotação do dólar terminou 2024 em R$ 6,18, o que influi na alta dos preços. O país viveu um sonho nos últimos 2 anos, com crescimento do PIB acima de 3% e quase pleno emprego. A economia foi aquecida de forma relevante pela injeção de dinheiro público. Só em programas sociais o Brasil gasta quase R$ 400 bilhões por ano.

O mandato do presidente já passou da metade. A contagem do tempo se inverte. Até 2024, dizia-se que Lula estava no Planalto havia 1 ano e “X” meses. Agora, começa a contagem regressiva: falta 1 ano e “X” meses para o petista terminar sua 3ª passagem pelo governo.

Quando voltou à Presidência em 2023, Lula tinha 43% de avaliação positiva para o seu desempenho pessoal. Agora, 2 anos depois, essa taxa caiu para 27%, segundo pesquisa PoderData realizada de 14 a 16 de dezembro de 2024.

O presidente da República começa o ano com avaliação do seu trabalho em queda e ainda se recuperando de uma cirurgia na cabeça, depois de sofrer uma hemorragia que representou elevado risco de morte. Passou o Natal e o Réveillon em Brasília. Lula terá de começar preparar agora em 2025 a estratégia para 2026, quando pode tentar um 4º mandato para assumir mais uma vez o Planalto aos 81 anos, na condição de mandatário mais idoso do planeta. Uma reforma ministerial está programada para o 1º trimestre. O Centrão deve ter mais espaço. Uma das metas é fazer alianças que permitam frear o avanço de candidatos ao Senado que sejam anti-Planalto.

No cenário internacional, duas guerras importantes estão em curso: na Ucrânia e na Faixa de Gaza.

Os Estados Unidos terão Donald Trump na Casa Branca pela 2ª vez. Não está claro como o republicano colocará em prática o que prometeu como candidato: mais protecionismo, deportação de imigrantes, perdão para os condenados por invadir o Capitólio em 6 de janeiro de 2021 e redução da burocracia estatal.

A China luta para ser o que já foi. Quer crescer novamente em “ritmo chinês”. Só que ficou no passado a era dos 10% de crescimento do PIB ao ano. Agora, 5% já será uma meta audaciosa. O Império do Meio enfrentará talvez tarifas elevadas sobre seus produtos exportados para os EUA. O mercado mundial de comércio será reconfigurado. Uma nova onda de protecionismo está se instalando.

O discurso pró-democracia e pela normalização das relações entre extremos políticos tem sido às vezes abduzido por grupos identitários. O efeito acaba sendo o oposto do que desejam. Aumenta a polarização.

É que há uma certa impaciência de parte da sociedade com o excesso de atitudes “woke”. Em 2025, a tendência é que o espaço seja mais ocupado pelo pragmatismo de liberais na economia e conservadores nos costumes –ou libertários radicais, como Javier Milei, na Argentina.

Como sintetizou o celebrado historiador escocês Niall Ferguson, há uma mudança na “vibe” global e a tendência é que isso se consolide no ano que começa. Ele citou consequências políticas em vários países da Europa, do Oriente Médio e do Leste da Ásia. “É como se Trump já fosse presidente”, escreveu.

Para ficar num exemplo bem prático e brasileiro da mudança: menos pessoas querem um emprego CLT e preferem empreender, nem que seja como motorista de aplicativo.

Tudo considerado, 2025 será um ano de desafios na economia em todos os países. Pode haver menos liberdade comercial. A direita segue em alta. O planeta passa por uma mudança de alguns paradigmas e a velha política segue ameaçada, para o bem e para o mal.

Do Poder360.