Por Cláudio Soares*
A dinastia Assad, que começou com Hafez al-Assad e continuou com seu filho Bashar al-Assad, está no poder na Síria há várias décadas.
Ele chegou ao poder em 1970, após um golpe de Estado, e governou até sua morte em 2000. Portanto, Hafez al-Assad esteve no poder por cerca de 30 anos.
O ditador Bashar al-Assad assumiu a presidência após a morte de seu pai em julho de 2000. Desde então, ele tem governado a Síria, e, considerando que estamos em 2024, ele está no poder há cerca de 24 anos.
Somando os dois, a dinastia Assad está no poder na Síria há aproximadamente 54 anos, desde 1970. Essa continuidade de governo é marcada por um regime autoritário e repressivo, enfrentando críticas internas e externas ao longo dos anos.
Leia maisA comparação entre o atual presidente da Síria, Bashar al-Assad, e o ex-líder iraquiano Saddam Hussein, que foi encontrado escondido em um buraco durante a invasão do Iraque em 2003, reflete a percepção de que líderes autoritários podem acabar enfrentando consequências severas em situações de instabilidade política.
Enquanto Saddam Hussein foi capturado e, posteriormente, executado, a situação da Síria é complexa e envolve muitos fatores, incluindo a guerra civil que começou em 2011, a intervenção de potências estrangeiras e a dinâmica interna entre diferentes facções.
Embora Bashar al-Assad tenha conseguido reter o poder até agora, ele também enfrenta desafios difíceis, tanto internos quanto externos.
A possibilidade do sanguinário al-Assad se esconder em um buraco, como aconteceu com Saddam, seria uma imagem poderosa que simbolizaria a queda de um regime, mas cada situação é única e deve ser analisada no contexto de suas circunstâncias específicas.
A dinâmica política no Oriente Médio é bastante intrincada, e as consequências de conflitos e regimes autoritários podem variar amplamente.
Se houver um colapso do regime de Assad, é difícil prever como ele reagiria, mas a história mostra que líderes sob pressão muitas vezes buscam se proteger de qualquer maneira possível. E um canal de proteção de Bashar é se abraçar com o outro ditador, o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
O INTERESSE DA RÚSSIA NA SÍRIA É COMPLEXO, MAS OS DITADORES SÃO AMIGOS.
A relação entre Bashar al-Assad, o presidente da Síria, e Vladimir Putin, o presidente da Rússia, é complexa e deve ser vista de vários ângulos, marcada por interesses políticos, estratégicos e militares.
Desde o início da guerra civil na Síria em 2011, a Rússia tem sido um dos principais aliados de Assad, oferecendo apoio militar e político. Essa aliança é estratégica para a Rússia, que busca expandir sua influência no Oriente Médio e manter uma presença militar na região.
Em 2015, a Rússia começou uma intervenção militar na Síria, com o objetivo de apoiar o regime de Assad contra grupos rebeldes e organizações terroristas, como o Estado Islâmico.
Essa intervenção foi fundamental para a sobrevivência do governo de Assad, ajudando a recuperar o controle sobre várias áreas do país.
Para a Rússia, a Síria é um aliado importante e um ponto estratégico no Mediterrâneo, onde possui a única base naval permanente no mar. O apoio a Assad também permite à Rússia desafiar a influência ocidental na região, especialmente dos Estados Unidos e da NATO.
Além do apoio militar, a Rússia tem interesse em explorar recursos naturais na Síria, incluindo petróleo e gás, e participar da reconstrução do país após a guerra. Isso cria uma relação econômica que vai além do apoio militar.
A Rússia tem atuado como um mediador nas negociações de paz sobre a Síria, buscando consolidar sua posição de influência e manter Assad no poder, enquanto também tenta equilibrar as demandas de outros atores regionais e internacionais.
A relação entre Assad e Putin também tem implicações internas para a Síria, já que a dependência do regime de Assad em relação ao apoio russo pode limitar sua soberania e a capacidade de tomar decisões independentes.
Em resumo, a relação entre Assad e Putin é caracterizada por uma aliança estratégica que combina apoio militar, interesses geopolíticos e cooperação econômica, moldando consideravelmente o cenário político e militar na Síria e na região do Oriente Médio.
*Advogado e jornalista
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