Comecei o dia de trabalho, hoje, com o meu fogão estampado no coração. Por pouco, o Glorioso não foi campeão do Brasileiro ontem. O Palmeiras, ao ganhar do Cruzeiro, adiou a nossa festa, que virá domingo frente ao São Paulo.
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Da Folha de S.Paulo
Integrantes do governo Lula (PT) reagiram à união de governadores de direita após a megaoperação contra o Comando Vermelho, no Rio de Janeiro, criticando o que classificaram como tentativa de dividir politicamente o país.
Além disso, aliados de Lula dizem que os chefes dos Executivos estaduais atuam para colocar o Brasil no radar de intervenções do governo Donald Trump, num incentivo à ofensiva do americano contra a soberania brasileira. Na semana passada, por exemplo, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), um dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sugeriu que os EUA atacassem barcos que supostamente carregassem drogas no Rio.
Leia maisNos últimos meses, os Estados Unidos reforçaram a presença militar na América Latina com o envio de caças, navios de guerra e soldados sob o argumento de atuar contra o narcotráfico, principalmente na Venezuela.
Na quinta-feira (30), governadores se reuniram no Rio de Janeiro para demonstrar apoio a Cláudio Castro (PL), após a operação policial mais letal da história do Brasil, que deixou 121 mortos até o momento. Em tom de campanha eleitoral antecipada, os governadores fizeram ataques ao governo Lula e anunciaram a criação de um grupo que chamaram de “Consórcio da Paz”, que reunirá os chefes dos Executivos estaduais para articular ações de combate ao crime organizado.
Auxiliares do presidente da República dizem enxergar motivação eleitoral na união dos chefes dos Executivos estaduais num momento em que o governo federal acumulava maré positiva, com aumento da aprovação da gestão petista.
A megaoperação gerou tensão entre o governo estadual do Rio e o Executivo federal numa disputa de narrativas acerca da ação e seus desdobramentos, com troca de acusações e críticas de um lado ao outro, tendo como pano de fundo a disputa eleitoral em 2026. A pauta da segurança pública deve ser um dos principais temas do pleito do próximo ano.
A ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais) afirmou que os governadores que agora se unem foram contra a PEC (proposta de emenda à Constituição) da Segurança, enviada pelo Executivo ao Congresso, que prevê constitucionalizar o Susp (Sistema Único de Segurança Pública), estabelecendo diretrizes mínimas a serem seguidas por órgãos de segurança de todo o país.
“Ao invés de somar forças no combate ao crime organizado, como propõe a PEC da Segurança enviada pelo presidente Lula ao Congresso, os governadores da direita, vocalizados por Ronaldo Caiado, investem na divisão política e querem colocar o Brasil no radar do intervencionismo militar de Donald Trump na América Latina”, afirmou em publicação nas redes sociais.
Ao invés de somar forças no combate ao crime organizado, como propõe a PEC da Segurança enviada pelo presidente @LulaOficial ao Congresso, os governadores da direita, vocalizados por Ronaldo Caiado, investem na divisão política e querem colocar o Brasil no radar do…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) October 31, 2025
A ministra disse ainda que os governadores não conseguem esconder o desejo “de entregar o país ao estrangeiro”, citando atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos EUA. “Segurança pública é uma questão muito importante, que não pode ser tratada com leviandade e objetivos eleitoreiros. Combater o crime exige inteligência, planejamento e soma de esforços.”
O ministro Guilherme Boulos, da Secretaria-Geral da Presidência, chamou a iniciativa dos governadores de “consórcio antipatriótico” e disse que eles querem usar a crise no estado do Rio de Janeiro para “fazer demagogia eleitoral”.
Em publicação nas redes sociais, afirmou que os chefes dos Executivos estaduais se reuniram para “atacar o governo federal e defender a posição de Trump que qualifica o narcotráfico como terrorismo”.
“Na verdade é um consórcio antipatriótico, que pretende atiçar intervencionismo estrangeiro contra o Brasil. Se estivessem de fato preocupados com o combate ao crime organizado teriam dado apoio à PEC da Segurança Pública”, escreveu.
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), disse em publicação nas redes que os governadores, em vez de apoiarem a PEC “preferem o uso político da barbárie e transformam a tragédia em palanque eleitoral”. “O consórcio de governadores é uma encenação: são os mesmos que pediram anistia a Bolsonaro e agora sabotam uma proposta que fortalece a cooperação nacional.”
Na Câmara, parlamentares governistas criticaram a possibilidade de ser votado nos próximos dias um projeto de lei que equipare facções criminosas a grupos terroristas. A proposta deverá ser relatada pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de segurança pública do governo Tarcísio de Freitas, e enfrenta resistência na base governista.
Um parlamentar diz à reportagem que esse projeto, caso aprovado, servirá para trazer riscos à soberania brasileira, abrindo espaço para intervenções estrangeiras no país.
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A gestão Cláudio Castro (PL) chegou ao seu maior índice de aprovação desde 2022, com 40% dos moradores do Rio de Janeiro e da região metropolitana da capital achando o trabalho ótimo ou bom, segundo pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (1º).
A proporção de quem desaprova o governo também chegou ao patamar mais alto, com 34% na soma de ruim e péssimo. Já 23% consideraram o governo regular, índice mais baixo no período do levantamento. As informações são da Folha de S.Paulo.

A atuação da gestão Castro na segurança pública, após a Contenção — operação policial mais letal da história do país, com 121 mortos —, divide opiniões: é aprovada por 37%, que a consideram ótima ou boa, e desaprovada por 37%, que a consideram ruim ou péssima. Para 25%, o trabalho é regular.

A pesquisa ouviu 626 pessoas com 16 anos ou mais de idade por telefone na cidade do Rio de Janeiro e na região metropolitana da capital, nos dias 30 e 31 de outubro. A margem de erro da pesquisa para o total da amostra é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos.
Na capital, a aprovação do governador cai a 30%, considerando margem de erro de cinco pontos percentuais para mais ou para menos, e sobe a 51% entre os moradores de outras cidades da região metropolitana, com margem de erro de seis pontos percentuais. A reprovação, com ruim ou péssimo, fica em 39%, e no Grande Rio, em 28%.

A aprovação da gestão Castro é maior entre a população masculina (49%) do que a feminina (32%), considerando margem de erro de seis pontos percentuais para mais ou para menos. Entre os que votaram em Jair Bolsonaro (PL) na última eleição, a aprovação sobe para 67%, com margem de erro de seis pontos percentuais para mais ou para menos. O ex-presidente é aliado do governador.
Já entre eleitores de Lula (PT), cai para 17%, com margem de erro de sete pontos percentuais. O governo é considerado ruim ou péssimo para 61% dos eleitores do petista, e para 12% dos que votaram em Bolsonaro.
O governador tem se empenhado nos últimos dias para aproveitar o saldo político da operação. Logo após a ação, queixou-se de falta de apoio do governo federal, iniciando uma troca de acusações.
Na última quinta (30), recebeu apoio de governadores aliados, como Tarcísio de Freitas (Republicanos) — que elogiou a ação com mais de uma centena de mortes —, e se reuniu com alguns deles no Rio, incluindo os presidenciáveis Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Romeu Zema (Novo-MG). Na ocasião, foi lançado o Consórcio da Paz.

A operação foi considerada muito bem executada para 48% da população, e teve execução regular, com falhas, para 21%. A ação foi considerada mal executada para 24%. Já 57% concordam com Castro sobre a operação ter sido um sucesso, e outros 39% discordam totalmente.

Embora nenhum dos mortos segundo lista divulgada na tarde de ontem (31) estivesse entre os denunciados pelo Ministério Público na operação, o governo divulgou que 78 dos 99 identificados tinham antecedentes. Para 50% da população do Rio e região metropolitana, a maioria dos mortos eram criminosos, e para 31%, todos eram. Metade também concorda com a frase “bandido bom é bandido morto”.
Mas 77% acham que investigar crimes e prender criminosos é mais importante do que matar, segundo o levantamento. E 88% da população concordam que todos os policiais em serviço devem usar câmeras corporais.
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Uma ação conjunta entre a Compesa e a Secretaria de Defesa Social (SDS) resultou, na noite de ontem (31), na prisão de um dos envolvidos e na recuperação do motor de uma bomba furtada de uma unidade de bombeamento da companhia em Limoeiro, no Agreste de Pernambuco. O equipamento foi localizado no município de Glória do Goitá, na Zona da Mata.
Segundo a Compesa, a resposta rápida foi possível graças aos investimentos em segurança patrimonial e à instalação de tecnologias de monitoramento nas unidades operacionais. Mesmo com os danos causados pela invasão, o abastecimento de água de Limoeiro segue em funcionamento, embora com uma redução de cerca de 60% da capacidade. A previsão é que o sistema seja totalmente restabelecido até a próxima terça-feira (4).
Durante o crime, os assaltantes fizeram o operador refém, furtaram cabos, componentes elétricos e uma bomba recém-adquirida, além de vandalizar o local. A vítima não sofreu agressões e passa bem.
A Compesa registrou Boletim de Ocorrência, e a Polícia Civil deve instaurar inquérito para identificar os demais envolvidos. A empresa estima prejuízo superior a R$ 100 mil e destacou que a atuação conjunta das forças de segurança foi essencial para conter os danos e recuperar o equipamento furtado.
O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) determinou que Luciano Hang, dono das lojas Havan, pague R$ 33 mil de indenização por danos morais ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O empresário foi processado pelo patrocínio de faixas levadas por aviões com frases ofensivas ao político, em 2019. Entre as mensagens, estavam “Lula cachaceiro, devolve meu dinheiro”. A condenação aconteceu após a votação na 1ª Câmara Civil, na quinta-feira (30), e foi confirmada pelo advogado do presidente, Miguel Novaes, ontem (31).
Na época dos fatos, Lula havia recém deixado a prisão após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). O petista acionou a Justiça, que negou o pedido de indenização em primeira instância. A decisão dos desembargadores foi unânime. As informações são do portal g1.
O processo iniciou em 2019, quando a defesa de Lula ajuizou uma ação na 2ª Vara Cível da Comarca de Navegantes sobre o tema. “O réu consumou a prática do ato, sendo as faixas veiculadas nos céus do litoral norte catarinense na temporada de verão 2019/2020. Consoante as fotografias anexadas em réplica, os textos ostentavam os seguintes dizeres: ‘Lula cachaceiro devolve meu dinheiro’, ‘Lula na cadeia, eu com o pé na areia’, ‘Melhor que o verão é o Lula na prisão’ e ‘Lula enjaulado é Brasil acordado’.”
Hang pode recorrer da decisão. O g1 procurou a defesa do empresário e aguardava retorno até a última atualização desta reportagem.
Do Brasil de Fato
Pesquisa Datafolha publicada neste sábado (1º) mostra que 77% dos moradores da capital e da região metropolitana do Rio de Janeiro consideram que é mais importante uma investigação para combater o crime organizado do que simplesmente matar criminosos. Outros 20% concordam com a afirmação. O levantamento foi feito por telefone com 626 pessoas acima de 16 anos nos dias 30 e 31 de outubro, apenas nessa região.
Para 73% dos entrevistados, a ideia de que “quem morre em operação policial é sempre bandido” está errada, enquanto 23% concordam com essa afirmação. Além disso, 45% discordam da afirmação, popular entre políticos de direita e extrema direita, de que “bandido bom é bandido morto”, enquanto 51% concordam.
Leia maisA pesquisa foi feita logo em seguida ao massacre que deixou, pelo menos, 121 mortos nas favelas da Penha e do Alemão. Apesar disso, 57% dos moradores da capital e da região metropolitana do Rio de Janeiro concordam com a afirmação do governador Cláudio Castro, de que a operação foi bem sucedida. Outros 39% discordam.
O número dos que concordam com Castro variam quando observados alguns extratos sociais da pesquisa. Entre os homens, 68% concordam com a afirmação, ante 47% das mulheres. Já aqueles com ganhos entre 5 a 10 salários mínimos e os mais jovens, de 16 a 24 anos, foram mais críticos ao massacre. Discordam da afirmação de Castro, 49% e 59% dos ouvidos, respectivamente.
Os 77% que apontam para investigações sobre crimes como mais importante do que matar criminosos endossam a linha do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de apostar em operações que sufocam economicamente as organizações criminosas, com investigações sobre lavagem de dinheiro, como operação Carbono Oculto, que desmantelou negócios do Primeiro Comando da Capital (PCC) no centro financeiro de São Paulo, a Avenida Faria Lima.
A principal aposta do governo Lula é a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Segurança Pública, encaminhada ao Congresso Nacional em abril deste ano, que promete uma reestruturação profunda no modelo brasileiro de combate ao crime. O texto propõe incluir o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) na Constituição, conferindo-lhe estabilidade institucional e garantindo a integração permanente entre União, estados e municípios.
A proposta busca articular informações, operações e estratégias entre polícias e órgãos de defesa social. “Queremos fazer um entrosamento das forças federais, estaduais e até municipais no enfrentamento deste flagelo que é a criminalidade”, disse o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski em coletiva de imprensa no Rio de Janeiro nesta semana.
Lula também assinou, ontem (31), o projeto de lei Antifacção, para ser encaminhado ao Congresso Nacional. A proposta inclui agravar a pena para lideranças e integrantes de organizações criminosas.
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Da Agência Brasil
O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU), com sede em Genebra, divulgou ontem (31) uma nota oficial expressando “profunda preocupação” com a operação policial mais letal já registrada no Brasil, que deixou ao menos 120 mortos, entre eles quatro policiais, nas comunidades do Complexo do Alemão e do Complexo da Penha, ambos na zona norte do Rio de Janeiro.
Na manifestação, os especialistas da ONU pedem que as autoridades brasileiras realizem uma investigação independente e rápida, com o objetivo de: ‘’garantir responsabilização pelos fatos, interromper violações de direitos humanos e assegurar proteção a testemunhas, familiares das vítimas e defensores de direitos humanos’’
Leia mais“Estamos particularmente preocupados com as represálias contra as famílias e testemunhas. As autoridades devem garantir sua vida, segurança e integridade pessoal, e impedir qualquer forma de intimidação, assédio ou criminalização”, afirmam os especialistas. “É responsabilidade das autoridades preservar o local para posterior exame forense.”
De acordo com o comunicado, a operação que foi denominada “Operação Contenção” e deflagrada no dia 28 de outubro de 2025, ‘’atingiu comunidades habitada majoritariamente por pessoas negras e de baixa renda’’. Os relatores da ONU afirmam ter recebido denúncias de que corpos foram encontrados com as mãos amarradas e marcas de tiros na nuca, além de relatos de invasões domiciliares sem mandado judicial, prisões arbitrárias e uso de helicópteros e drones para efetuar disparos.
“A escala da violência, a natureza dos assassinatos relatados e as consequências para as comunidades pobres afrodescendentes que vivem em áreas periféricas urbanas expõem um padrão profundamente arraigado de policiamento racializado”, diz a nota.
No comunicado, os especialistas elencam uma série de medidas urgentes que o Brasil deve adotar. Entre elas:
A ONU lembra que episódios de violência policial no Brasil já haviam sido motivo de alerta por parte de organismos internacionais de direitos humanos.
“Este trágico acontecimento ressalta a necessidade urgente de o Brasil rever suas políticas de segurança, que continuam a perpetuar um modelo de violência policial brutal e racializada. As autoridades brasileiras devem romper com o legado de impunidade que caracterizou eventos semelhantes no passado”, alertam.
Em relatório divulgado em 2024, o mesmo grupo de especialistas destacou que a política de segurança pública brasileira se baseia em repressão, violência e “hipermasculinidade”, apontando que mais de seis mil pessoas morrem por ano em ações policiais, a maioria negra e moradora de periferias.
“Essas mortes, muitas vezes em operações que visam ‘criminosos’, são generalizadas e sistemáticas, funcionando como uma forma de limpeza social contra grupos marginalizados”, afirmam os relatores.
As preocupações dos especialistas foram formalmente encaminhadas ao governo brasileiro por meio de uma carta. O documento, que tem caráter público, solicita ao Brasil informações sobre as medidas adotadas para garantir responsabilização, reparação e justiça às vítimas e seus familiares.
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O governo Lula (PT) deverá emitir um decreto de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) em algumas áreas de Belém, no Pará, durante a realização da COP30, conferência das Nações Unidas sobre mudança climática, neste mês. O evento ocorre de 10 a 21 de novembro, e será precedido por um encontro de líderes mundiais, nos dias 6 e 7.
O governador do Pará, Helder Barbalho, diz à Folha que esse pedido foi enviado ao governo federal há cerca de três meses e que deverá ser oficializado pelo presidente da República nos próximos dias. As informações são da Folha de S.Paulo.
Leia mais“Já formalizamos o pedido e está tudo dentro do figurino para, durante esse período, termos aqui a condição de GLO com as forças integradas. Está muito claro, dentro do planejamento que foi concebido, qual será a atribuição de cada um. Não há qualquer tipo de interferência. É fruto do trabalho planejado”, afirmou.
Barbalho estima que o efetivo total de agentes da segurança pública que atuará na COP neste período será de cerca de 9.000 profissionais. “Agora só resta a publicação do decreto pelo presidente da República”, afirma.
Segundo relato de um integrante do governo, a previsão é que Lula assine o decreto e ele seja publicado no Diário Oficial da União ainda nesta semana. Um auxiliar do presidente afirma que ele ainda quer conversar com representantes dos ministérios da Justiça e da Defesa sobre o tema.
A expectativa é que a GLO seja válida entre os dias 2 e 23 de novembro, contemplando áreas consideradas de maior risco e de trânsito das autoridades na capital paraense.
De caráter excepcional e temporário, a GLO é uma ação militar que reúne as Forças Armadas a partir de ordem do presidente. A medida é aplicada em graves situações de perturbação da ordem, quando há esgotamento das forças tradicionais, e, na prática, autoriza militares a atuar com poder de polícia.
Esse instrumento já foi adotado em outros eventos de grande dimensão no Brasil que tiveram a participação de autoridades estrangeiras, como a Copa do Mundo, em 2014, os Jogos Olímpicos, em 2016, as cúpulas do Brics e G20.
Como a Folha mostrou, entidades da sociedade civil e movimentos sociais manifestaram, em carta, a preocupação com “uma indesejada militarização” da COP30. O documento foi protocolado, nesta semana, ao Ministério Público Federal com “objetivo de alertar para os riscos e as inconstitucionalidades decorrentes da eventual militarização das ações de segurança pública durante a realização da COP30”.
Assinam a carta: Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos, Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará, Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, Movimento dos Atingidos por Barragens e Terra de Direitos.
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Da Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega a Belém neste sábado (1º) para cumprir uma série de compromissos relacionados à preparação da cidade para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP30). A agenda do chefe do Executivo inclui inaugurações de obras de infraestrutura e encontros com comunidades locais.
Pela manhã, a partir das 10h, Lula acompanha a entrega das obras de ampliação e modernização do Aeroporto Internacional de Belém. O empreendimento, que recebeu investimentos de R$ 450 milhões da concessionária Norte da Amazônia Airports, faz parte do conjunto de melhorias estruturais voltadas ao aumento da capacidade de transporte aéreo da região. A cerimônia não será aberta à imprensa.
Leia maisEm seguida, às 11h30, o presidente participa da inauguração do novo terminal do Porto de Outeiro, em evento aberto à cobertura jornalística. A requalificação do porto é considerada estratégica para o escoamento da produção da Região Norte e para o fortalecimento da matriz de exportação do estado do Pará.
Maratona diplomática
Lula deve permanecer na capital paraense até, pelo menos, a próxima sexta-feira (7). De acordo com informações preliminares, amanhã (2) e na segunda-feira (3), o presidente deve visitar comunidades quilombolas e indígenas em áreas de difícil acesso da região.
Ainda não há confirmação sobre outras autoridades que participarão das agendas, nem sobre a presença do presidente em eventos culturais que ocorrerão na cidade.
Na terça-feira (4), Lula continuará em Belém, mas sem compromissos oficiais. Na quarta-feira (5), há previsão de reuniões bilaterais, embora as agendas ainda não estejam confirmadas. Segundo assessores, há pedidos de quatro a cinco encontros com autoridades estrangeiras e representantes de organismos internacionais.
Nos dias 6 (quinta-feira) e 7 (sexta-feira)), o presidente participa da Cúpula dos Líderes, evento que antecede a COP30 e deve reunir representantes de diversos países para discutir a agenda ambiental e os preparativos da conferência.
Celac
Após os compromissos em Belém, há possibilidade de que Lula viaje a Fernando de Noronha nos dias 8 e 9 de novembro, onde poderá participar do lançamento de um projeto de energia solar. A confirmação deve ocorrer nos próximos dias, por meio de aviso do Palácio do Planalto.
Não há previsão, por enquanto, de participação do presidente na próxima reunião de cúpula da União Europeia e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), marcada para os dias 9 e 10 de novembro, em Santa Marta, na Colômbia. O encontro reunirá líderes dos 27 países da União Europeia e das 33 nações da Celac, com foco na retomada do diálogo birregional e nas negociações do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia.
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O prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino (PSB), anunciou ontem (31) o cumprimento de mais uma etapa de sua promessa de doar mensalmente R$ 6 mil para instituições filantrópicas da cidade: R$ 3 mil para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e R$ 3 mil para o Abrigo São Vicente de Paulo.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Sivaldo afirmou que mantém o compromisso até o fim de seu mandato, em dezembro de 2028. “Final de mês é dia do nosso pagamento e também de fazer aquele compromisso que assumi até o final da gestão”.
A APAE-Garanhuns atua na inclusão e atendimento de pessoas com deficiência intelectual e múltipla, enquanto o Abrigo São Vicente de Paulo acolhe idosos em situação de vulnerabilidade, reforçando a assistência social na cidade.
O ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmou, ontem (31), que as lideranças do crime organizado não vivem em comunidades como os complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, e sim “de frente para praia”. “Estão morando em Miami, morando em Portugal, morando em outro canto”, afirmou.
O ministro disse que vai compartilhar com o governo do Rio as informações que a Receita Federal levantou durante a deflagração da Operação Carbono Oculto, que identificou ligações do PCC (Primeiro Comando da Capital) com o setor de combustíveis e com o mercado financeiro, e teve ações de busca e apreensão na Faria Lima. Segundo Haddad, o governador Cláudio Castro (PL) está desinformado sobre como opera o crime organizado em território fluminense. As informações são da Folha de S.Paulo.
Leia mais“O que nos permitiu avançar no combate ao crime organizado [foi] a questão dos combustíveis, que é uma das principais fontes de financiamento do crime organizado no Rio.”
Críticas ao governo Castro
“Me parece que o governo do Rio não estava informado adequadamente a julgar pelas ações, pelas medidas que tomaram, que foram contrariadas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça essa semana”, acrescentou.
Haddad afirma que pretende consolidar em lei a Delegacia de Combate ao Crime Organizado, que já opera sob o guarda-chuva da Receita Federal desde 2023. “Eu quero formalizar porque no mundo inteiro a Receita Federal atua com o suporte dos órgãos de segurança pública, porque ao atuar na fiscalização, ela acaba se deparando com crimes tributários e não tributários”, afirmou o ministro.
A própria Receita apura os crimes tributários e tem a obrigação de comunicar os demais aos órgãos de segurança pública, nos níveis estaduais e federal.
Como exemplo da eficiência da Receita, Haddad citou a operação Fronteira, encerrada ontem (31). “Em 15 dias, foram presas 27 pessoas. Nós apreendemos 213 mil litros de bebida no terreno, 3,5 toneladas de droga, sendo que 600 quilos de cocaína. Isso foi feito com a ajuda do governador do Paraná, do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul e com todo o aparato federal combinados.”
“Não teve tiro, não teve morte”, emendou o ministro. Na operação Contenção, deflagrada pelas polícias do Rio de Janeiro na terça-feira (28), houve 121 óbitos confirmados pelas autoridades.
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o agendamento de uma audiência com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, na próxima segunda-feira. A reunião vai se somar à série de encontros que o magistrado terá com autoridades do estado para debater a megaoperação policial da última terça-feira.
A inclusão do encontro com Paes foi determinada ontem (31). Segundo o despacho, a reunião já havia sido previamente acordada entre os dois. Além do prefeito, Moraes irá se reunir com o governador do estado, Claudio Castro. A previsão é que a audiência ocorra no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) da Polícia Militar, no Centro do Rio. Depois, o ministro deve visitar as sedes dos demais órgãos convocados, como o Tribunal de Justiça, o Ministério Público e a Defensoria Pública. As informações são do jornal O Globo.
Leia maisA audiência ocorre no âmbito da ADPF das Favelas, ação que monitora a letalidade policial no estado, e foi convocada por Moraes nesta quarta-feira. Na avaliação de integrantes do Supremo, a reunião deve servir para cobrar o cumprimento das diretrizes já estabelecidas pelo Supremo com relação às ações policiais no estado.
Na decisão desta quarta-feira, Moraes exigiu que Castro apresente informações detalhadas sobre a operação, incluindo a justificativa formal para o grau de força empregado, o número de agentes envolvidos, os armamentos utilizados, e o total de mortos, feridos e detidos. Também foi cobrada a adoção de medidas de responsabilização por eventuais abusos, a atuação da perícia, o uso de câmeras corporais e a assistência às vítimas.
Além disso, o ministro quer esclarecimentos sobre o uso de escolas e unidades de saúde como bases operacionais, a preservação de locais para perícia, e o respeito ao princípio da proporcionalidade, especialmente em horários escolares.
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Por Marcelo Tognozzi
Colunista do Poder360
No início dos anos 1980 comecei a trabalhar no “Globo” como repórter. A gente fazia de tudo um pouco. A redação velha tinha mesas com máquinas de escrever em filas de três. Na minha época, éramos Tim Lopes, Marcelo Beraba e eu. Repórter fazia de tudo um pouco. Fui apresentado ao mundo cão. Ou melhor: à vida como ela é, sem retoques ou maquiagem.
Ainda vivíamos na ditadura militar, governo Figueiredo, e mesmo com a “abertura lenta, gradual e segura”, a repressão era implacável. Fui perseguido pelo então secretário de Segurança general Waldir Muniz, porque entrei disfarçado no Manicômio Judiciário e entrevistei uma moça presa por tráfico de maconha e torturada pela polícia com uma cobra jiboia.
Leia maisDurante alguns anos cobri tragédias, como deslizamentos nos morros do Rio, chacinas, guerras de traficantes, assaltos, entrevistei bandidos famosos, bicheiros e fiz reportagens dentro de penitenciárias. Mais tarde, cobri a chacina de Vigário Geral e o assassinato de Daniela Peres. Nestes últimos 40 anos, tudo mudou para pior.
A pobreza como ativo político ficou cada vez mais feia, mais manipulada, vulnerável à criatividade dos que querem eternizá-la, seduzida pela demagogia e seus paliativos, bilhões injetados todos os anos no social, para que nada mude. Me lembro de uma conversa com o então vice-governador do Rio, Darcy Ribeiro, no seu gabinete. Ele discorria sobre os CIEPs, os Centros Integrados de Educação Pública por ele criados e que tomaram vida a partir da prancheta de Oscar Niemeyer. “As pessoas precisam entender que até os 12, no máximo 14 anos, conseguimos resgatar os meninos, transformá-los em cidadãos ao invés de entregá-los para o crime. Depois desta idade fica muito difícil”, argumentou Darcy. Sempre achei admirável o fato de ele enxergar a pobreza como um mal a ser superado, nunca como ativo político.
Naquele tempo, ainda era possível solução na base do amor para a tragédia carioca, agora nacional. Era exatamente o que Darcy Ribeiro tinha em mente com suas escolas de tempo integral, com esporte, comida boa e assistência médica e dentária, onde os meninos ficariam o dia todo. Uma forma inteligente de esvaziar as ruas. Infelizmente a proposta de Darcy e Brizola não foi adiante. E a situação continuou piorando ano a ano.
O Rio de Janeiro e outros estados como Ceará, Amazonas e Bahia estão divididos entre o poder dos narcos e o poder público. E há um claro desequilíbrio de forças, como aconteceu na última operação policial do Rio, quando a bandidagem bombardeou a polícia com drones, igualzinho acontece na guerra da Ucrânia e no Oriente Médio.
Chegamos a um ponto terrível, porque não há volta. Quem mora no asfalto tem uma vaga ideia da realidade dos morros e das comunidades pobres do Rio. Não convivem com a tirania dos traficantes e milicianos que ali reinam. Nem são obrigados a seguir suas leis, servir de escudo humano e entregar seus filhos para as tropas do crime.
Há um estado de guerra permanente nas favelas. Um narcoestado é um estado de terror. Sempre será. Subjuga tudo e todos para que seja feita sua vontade. Infelizmente chegamos a uma encruzilhada: ou a sociedade enfrenta o narcoestado ou será engolida por ele. Não se trata apenas de drogas, mas de tráfico de armas, de falsificação de combustível, bebidas, controle do gás de cozinha, da TV a cabo, do transporte público e até da construção de imóveis.
Thomas Sowell diz que o estado deve ser forte para reprimir a minoria que impede a maioria de estudar, trabalhar, progredir. Aqui ocorre o contrário. A fraqueza e a omissão esvaziaram a solução do amor. Não há mais como tratar a bandidagem na base do carinho, como se fossem pessoas normais. Não são. Nunca serão. Criminoso é alguém sem limites, sem escrúpulos morais ou arrependimento. A vida nada vale e quanto maior o poder deles, mais cedo a morte leva os meninos. Ou se joga duro ou se joga duro. Não há alternativa.
No fim de maio de 2002, poucos dias antes do meu amigo Tim Lopes morrer assassinado, nós jantamos no Cervantes, em Copacabana. Ele me contou sobre a matéria que faria na Vila Cruzeiro, na Penha, mostrando o poderio do tráfico, disfarçado e com uma microcâmera. Pedi que esquecesse aquilo, argumentei que ele já estava velho (51 anos) para aquele tipo de reportagem, o risco era grande demais. “Só eu faço este tipo de coisa na Globo”, respondeu encerrando o assunto. Saí daquele jantar com o coração apertado. Foi a última vez que vi o Tim, meu amigo de décadas. Quando ele sumiu, minha previsão virou realidade.
O Brasil tem 156 milhões de eleitores. Destes, 32,6% têm baixo ou baixíssimo nível de escolaridade e 44,82% passaram pelo ensino médio. Juntos são 77,4%. Apenas 10,7% têm curso superior. O grosso deste eleitorado tem entre 25 e 54 anos. Uma população com baixa renda, escolaridade sofrível e baixa capacidade cognitiva.
Poucos sabem ler e escrever corretamente e a maioria se informa pelas redes sociais. Será muito difícil mudar o país com um eleitorado como este, porque a pouca educação e os baixos salários levam as pessoas a se preocuparem muito mais com o curto prazo; querem tudo para ontem. Assim caminha o Brasil, perdendo a cidadania para os narcos e obrigando a pobreza a viver uma tragédia sem fim entre sangue e lágrimas, violência e tirania.
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