Se não bastassem as dificuldades enfrentadas pelas quatro promotoras de Justiça para circular no Tribunal, espaço tradicionalmente masculino, atrás de votos para compor a lista tríplice a ser encaminhada à governadora Raquel Lyra, na próxima segunda-feira, bastidores que chegam ao blog caem como um verdadeiro banho de água fria nessas bravas lutadoras.
Primeiro, a informação de que haveria uma tendência entre os desembargadores pelo nome do atual Procurador Geral de Justiça, Marcos Carvalho, como o mais votado na lista tríplice, reduzindo as chances das demais concorrentes e induzindo a governante a escolher o mais votado, o que a livraria da pressão pela escolha de uma mulher.
A desvantagem das mulheres é ainda maior nesse processo, na medida em que o principal conselheiro da governadora para tais assuntos, Túlio Vilaça, o poderoso Secretário da Casa Civil, blinda a chefe dos contatos externos, deixando crer e revelando para alguns que a escolha de Marcos Carvalho, seu amigo, já estaria definida pela governante, em razão da estreita “relação institucional” mantida pelo procurador com esse governo.
Entra e sai governo, o filme se repete, só mudando os atores. Há dois anos, o escolhido pelo governador Paulo Câmara foi o então Procurador Geral de Justiça, Paulo Augusto, que também tinha boa relação com o Palácio.
Perguntar não ofende: Será que a governadora e seu governo de mudanças seguirão a mesma estratégia do seu antecessor?