TCE determina que Grande Recife Consórcio corrija valores pagos à concessionária do BRT

Uma medida cautelar determinou que o Consórcio de Transportes da Região Metropolitana do Recife corrija os valores que foram pagos à Nova Mobi, que é responsável pelo serviço de BRT da região. Isso porque a empresa estava recebendo sem os descontos necessários.  

A medida cautelar foi do conselheiro Dirceu Rodolfo, que indicou que o Consórcio tem dez dias para encaminhar ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) um plano de ressarcimento dos valores que foram pagos indevidamente, que somam R$ 5,6 milhões. No entanto, a defesa alega que o valor a ser ressarcido seria de R$ 4,6 milhões e a divergência será resolvida em uma auditoria especial.

De acordo com a Gerência de Fiscalização de Transporte e Mobilidade do TCE, a Nova Mobi não contratou a consultoria necessária para monitorar a qualidade dos serviços que estão sendo prestados e que, a depender da avaliação, pode afetar o pagamento a ser recebido.  Além disso, nem todas as estações de BRT estão funcionando, o que também deveria reduzir o valor dos pagamentos. No entanto, mesmo com essas pendências, a empresa estava recebendo mensalmente o valor integral. 

Da CBN Recife.

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Amanhã, o programa Frente a Frente será transmitido ao vivo diretamente dos estúdios da Rádio Pajéu, em Afogados da Ingazeira, com uma mesa redonda dedicada aos desafios enfrentados pelos novos prefeitos. Participarão do debate Sandrinho Palmeira (PSB), prefeito anfitrião de Afogados da Ingazeira, Fredson Brito (Republicanos), de São José do Egito, e Flávio Martins (PT), de Tabira, trazendo perspectivas e propostas para o desenvolvimento das cidades na região.

Petrolina - Testemunhal

A menos de 15 dias das eleições, a disputa pela Presidência da OAB-PE intensificou-se com trocas de acusações entre os candidatos. A chapa de situação, “Renovação Experiente”, liderada por Ingrid Zanella, denunciou o principal oponente, Almir Reis, e sua vice, Fernanda Resende, por abuso de poder econômico.

A acusação à Comissão Eleitoral da OAB/PE baseia-se em um evento realizado em uma churrascaria de Candeias, em 31 de outubro, onde foram oferecidos rodízio completo, comida japonesa, bebidas e música ao vivo a um custo estimado de R$ 22.800. O encontro, que teria ficado conhecido como “a farra da picanha de Almir”, motivou a chapa de Zanella a pedir a cassação do registro dos adversários, alegando que o evento representa uma vantagem econômica desleal.

Em contrapartida, Ingrid Zanella enfrenta acusações semelhantes. Almir Reis acusa Zanella de compra de votos e abuso de poder econômico, alegando que a candidata estaria utilizando influenciadores para atrair votos mediante pagamento. Prints anexados ao processo mostram conversas de Katy Gangana, influenciadora digital, com advogadas, nas quais ela supostamente oferece pagamento em troca de apoio e participação em eventos da campanha de Zanella. As mensagens sugerem uma estratégia de cooptação de advogados, o que, segundo os representantes de Reis, configura compra de votos e poderia comprometer a elegibilidade de Zanella.

Em um dos trechos divulgados, Gangana teria enviado mensagens a advogadas mencionando que “a eleição para a presidência da OAB-PE acontece em breve” e que buscava formar um “time de apoio” à candidatura de Ingrid, oferecendo contrapartida financeira para criação de conteúdo e comparecimento em eventos.

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EXCLUSIVO

No início da semana, o Blog revelou que o Governo do Estado estava pagando a maior por contrato no Consórcio de Transportes da Região Metropolitana do Recife (Grande Recife). Após a revelação do Blog, vários jornais repercutiram o furo.

Agora, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) descobriu nova irregularidade semelhante em outra área do Governo do Estado, desta vez no Departamento de Estradas de Rodagem (DER), autarquia estadual. A pasta é responsável pelo programa PE na Estrada, no qual a governadora Raquel Lyra (PSDB) anunciou que irá investir R$ 5 bilhões.

Segundo relatório de auditoria do TCE assinado em 22 de outubro, ao qual o Blog teve acesso, a gestão Raquel Lyra (PSDB) estaria pagando a maior, sem contraprestação de serviços segundo os auditores, valores milionários. Segundo o relatório, o prejuízo passa de R$ 5 milhões.

“Por fim, decorrente das irregularidades apontadas por esta equipe do TCE-PE, cujas montas de Despesas Indevidas que necessitam correção podem ser resumidas em R$ 2.763.671,24 para o item de Administração Local (Tabela 11 a seguir – item 2.1.1. do Relatório), R$ 392.651,06 para o item Mobilização/Desmobilização (Tabela 12 a seguir – item 2.1.1. do Relatório) e R$ 2.169.250,82 para o item Supervisão (Tabela 13 a seguir – item 2.1.2. do Relatório), totalizando a cifra de R$ 5.325.573,12”, informa o relatório oficial do TCE.

Ainda segundo o relatório, as irregularidades na gestão Raquel Lyra foram por “2.1.1. Ausência de controle das despesas com Administração Local da obra, com Canteiro de Obras e com Mobilização e Desmobilização – Adiantamento de Medição e/ou Pagamento; 2.1.2. Dispêndio com fiscalização/ supervisão da obra incompatível com o andamento da execução da obra – Adiantamento de Medição e/ou Pagamento; e 2.1.3. Iniciar a execução de obra rodoviária sem a necessária estrutura de fiscalização”.

O relator do processo, conselheiro Dirceu Rodolfo, informou em sua decisão que o órgão já tinha alertado outras vezes o Governo do Estado, mas que a gestão Raquel Lyra não corrigiu as irregularidades. “Registo, conforme Ofícios foram emitidos Alertas por este Tribunal, a gestão do DER/PE dos pagamentos indevidos, bem como da ausência de fiscalização/supervisão observada em alguns dos contratos em execução”, informa a decisão do conselheiro Dirceu Rodolfo.

Diante das irregularidades apontadas pelo TCE, o relator do processo resolveu expedir uma medida cautelar contra o Governo do Estado. O conselheiro disse que a gestão Raquel Lyra reconheceu, no processo, as irregularidades.

“A própria defesa assume que ocorreram as irregularidades, informando que irá efetuar descontos nas próximas faturas a serem pagas ou que irá notificar as empresas para devolução dos recursos pagos à maior”, informou o relator, na decisão.

A decisão cautelar do TCE foi para “nas medições futuras sejam observadas a proporcionalidade entre os valores do objeto executado e os dos itens de Administração Local da obra e Mobilização/Desmobilização e os serviços de Fiscalização/Supervisão” e “no prazo máximo de 10 (dez) dias seja encaminhado a este Tribunal, Plano de ressarcimento dos valores pagos indevidamente as empresas que estejam com os contratos em andamento”.

Na decisão, o TCE alertou a gestão estadual que “serão responsabilizados pelo descumprimento das determinações deste Tribunal e que outras medidas poderão ser adotadas”.

Por Guilerme Seto
Da Folha de S. Paulo

Valdemar Costa Neto afirma que não deixará a presidência do PL. Em outubro, ele indicou em entrevistas que poderia colocar o senador Rogério Marinho (PL-RN) em seu lugar.

Valdemar diz ao Painel que a troca de comando “não vai ocorrer” e que Marinho seguirá como secretário-geral da legenda.

Em outubro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse em live que seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), poderia assumir o comando da sigla.

“Conversei com o Eduardo. Não posso conversar com o Valdemar. Perseguição política pura. Mas isso vai ter um fim um dia, se Deus quiser. Então, com o Eduardo assumindo o partido, o Valdemar passaria a ser vice e eles poderiam conversar melhor entre eles. Eu converso diretamente com o Eduardo e muitas decisões nós vamos tomar”, afirmou.

A proibição foi imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Os dois são investigados por suspeita de envolvimento em tentativa de golpe de estado.

Dias depois, Bolsonaro acatou a sugestão de Valdemar e disse que preferia que Marinho ocupasse o posto e que Eduardo poderia assumir as relações internacionais da legenda.

Por Emanuel Gomes
Do JC

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) autorizou, no final do mês de outubro, o início das escavações arqueológicas na obra de requalificação do Mercado de São José, um dos mais importantes marcos históricos, no Centro do Recife.

A decisão foi tomada após a identificação de ossadas humanas durante as escavações para a instalação de um mezanino no mercado, que está passando por uma obra de revitalização, com investimento de R$ 20 milhões do Novo PAC Patrimônio Cultural.

A medida visa assegurar que o trabalho siga todas as diretrizes éticas e legais para resguardar os achados, considerados vestígios sensíveis.

Escavações arqueológicas no Mercado de São José

Localizado em um dos núcleos históricos do Recife, o Mercado de São José possui uma rica memória que remonta às primeiras ocupações urbanas da cidade.

Embora as escavações estejam em fase inicial, há uma grande expectativa de que o sítio arqueológico possa revelar não só sepultamentos humanos, mas também artefatos de diferentes épocas e culturas.

Esses vestígios poderão fornecer informações importantes sobre os modos de vida das populações que habitaram a região, contribuindo para o entendimento da formação social e cultural da área.

“Assim que as descobertas foram comunicadas, a equipe técnica do Iphan realizou fiscalizações e solicitou, emergencialmente, o isolamento do local. É importante ressaltar que a obra só foi paralisada em áreas onde eram necessárias escavações. As intervenções continuaram nos demais pontos, como na fachada e no corredor central”, explicou a técnica do Iphan-PE, Mônica Nogueira.

O trabalho de escavação no Mercado de São José está sob responsabilidade de uma equipe habilitada em bioarqueologia, contratada pela Prefeitura do Recife, executora da obra, e tem previsão de duração de nove meses, incluindo a fase de análise laboratorial.

Por Letícia Lins
Do Oxe Recife

Talvez poucas pessoas fora do mundo musical lembrem desse nome: Bruno de Oliveira. Ele segue uma trajetória vivenciada por muitos brasileiros que viajam para o Exterior em busca de mais oportunidades. Mas a partir dessa terça (5/11), o artista vai ficar mais conhecido no Recife, já que sua “Suite Draconiana” faz estreia mundial no Teatro Santa Isabel, via Orquestra Sinfônica Jovem Criança Cidadã.

Compositor, guitarrista e orquestrador, ele nasceu no Recife. Atualmente reside em Los Angeles. Sua música é conhecida pela combinação de elementos de diversas tradições: o clássico, o étnico, o metal e o eletrônico. Ele não estará presente na noite de estreia do seu trabalho. Mas será representado pelos pais e pelo avô materno.

Bruno cresceu no Brasil, onde começou a tocar guitarra aos 11 anos e desenvolveu seu background musical explorando o heavy metal e a música clássica. Depois, estudou violão clássico na Universidade Federal de Pernambuco, piano clássico no Conservatório Pernambucano de Música e harmonia contemporânea com Thales Silveira (ex-aluno da Berklee).

De 2010 a 2014, Bruno foi membro da banda de heavy metal Kriver e também gravou um álbum tocando violão clássico dedicado à música do compositor renascentista inglês John Dowland. Em 2016, Bruno ganhou uma bolsa de estudos para estudar na Berklee College of Music, em Boston (Estados Unidos), onde se graduou em 2019, em Composição para Cinema, com especialização em Composição para Videogames.

Seus créditos em trilhas incluem a música para o curta-metragem “Circular ruins”, premiado como Melhor Filme Experimental no Be Epic London International Film Festival de 2021; a série chinesa de 12 episódios “Super density” ; e o curta “Giraffe”, premiado várias vezes em festivais, incluído em Melhor Trilha Sonora Original no Hollywood Blood Horror Festival de 2022.

Suas composições também podem ser ouvidas em videogames, como o puzzle Chibi Maruko Chan Cheerful Spirit, da desenvolvedora Gamania. Como orquestrador, Bruno tem colaborado com renomados artistas de heavy metal, criando arranjos e mockups orquestrais para álbuns como “Beautiful shade of grey”, do vocalista do Dream Theater, James Labrie; “Eternal Flame”, da banda de power metal Northtale; e “Resurrection”, da banda de symphonic metal Firewing.

Bruno também contribui como freelancer para a Bleeding Fingers Music, produtora de trilhas sonoras chefiada por Hans Zimmer (premiado compositor de trilhas conhecido por assinar a música de filmes como “O Rei Leão”, “Gladiador” e “Duna”), criando música original para clientes como Extreme Music e KPM.

Sua música “North pole position“ foi premiada como Melhor Faixa de Produção de Natal no Production Music Awards de 2023, em Londres, no Reino Unido.

O município do Cabo de Santo Agostinho será reconhecido hoje (06) com o Selo de Transparência, em cerimônia promovida pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e o Tribunal de Contas do Estado, em parceria com a Associação Municipalista de Pernambuco (AMUPE). A homenagem destaca a atuação da gestão pública local na organização das festividades juninas deste ano, celebrando o compromisso com a transparência e a cultura popular. O Selo de Transparência é parte de uma iniciativa que busca assegurar clareza nas contratações de artistas e eventos culturais, promovendo o acesso público à informação.

Para cumprir os critérios do reconhecimento, o município registrou detalhadamente as contratações no Painel de Transparência dos Festejos Juninos do MPPE, atendendo a todos os requisitos até o prazo de 30 de junho. O secretário executivo de Cultura, Tadeu Anjos, comemorou a conquista: “Este selo é uma prova do nosso compromisso com a cultura e com o respeito ao uso dos recursos públicos. Ele reforça nossa missão de fazer do Cabo uma referência em transparência e valorização das tradições populares”.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não poderá comparecer à posse do aliado Donald Trump, marcada para o próximo dia 20 de janeiro nos Estados Unidos. Isso porque o ex-mandatário brasileiro está com o passaporte retido e proibido de deixar o país em meio às investigações da trama golpista de 2022.

Para mudar esse cenário, seus advogados precisam recorrer mais uma vez ao STF (Supremo Tribunal Federal) com pedido de revogação da medida. Em ocasiões anteriores, ao ingressarem com o mesmo pedido, a revogação da medida foi negada.

Na prática, a devolução do passaporte depende ou de uma decisão individual do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito da trama golpista, ou de uma votação colegiada na Primeira Turma do Supremo, responsável pela avaliação dos recursos sobre o tema no tribunal.

Em março passado, Moraes rejeitou o pedido do ex-presidente para que tivesse o passaporte devolvido a fim de viajar a Israel. Os advogados do ex-mandatário haviam solicitado ao magistrado a autorização para que ele pudesse ir a Israel a convite do primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu.

Nesta quarta-feira (6), Bolsonaro postou um vídeo no X exibindo imagens de um encontro com Trump nos EUA quando ambos estavam no cargo.

Acompanhado do vídeo, Bolsonaro agradeceu a Deus pela vitória de Trump, que embora provável ainda não está confirmada, e citou uma passagem bíblica: “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.”

Declarado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até 2030 por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral, o ex-presidente foi indiciado neste ano pela Polícia Federal em inquéritos sobre as joias e a falsificação de certificados de vacinas contra a Covid-19.

Além desses casos, Bolsonaro é alvo de outras investigações, que apuram os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado democrático de Direito, incluindo os ataques de 8 de janeiro de 2023.

Parte dessas apurações está no âmbito do inquérito das milícias digitais relatado pelo ministro Alexandre de Moraes (STF) e instaurado em 2021, que podem em tese resultar na condenação de Bolsonaro em diferentes frentes.

Caso seja processado e condenado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e associação criminosa, Bolsonaro poderá pegar uma pena de até 23 anos de prisão e ficar inelegível por mais de 30 anos.

Do Estado de Minas.

Por Mônica Bergamo
Colunista da Folha de S. Paulo

A vitória de Donald Trump para a Presidência dos EUA levou aliados de Jair Bolsonaro à euforia, e injetou novo ânimo no projeto de torná-lo elegível para disputar as eleições presidenciais de 2026.

De acordo com interlocutores do ex-presidente, o Supremo Tribunal Federal (STF), que poderia ter a última palavra tanto sobre os direitos políticos como sobre uma anistia que beneficiasse Bolsonaro, não conseguirá resistir ao “vento contra” que poderá soprar sobre os magistrados a partir dos EUA.

No próprio STF já se admite que as pressões vão aumentar.

Elas viriam do próprio Trump, de um de seus principais aliados, o dono do X, Elon Musk, e do Congresso dos EUA, onde os Republicanos passarão a ter a maioria de votos.

Musk, que é arqui-inimigo do ministro do STF Alexandre de Moraes, sai fortalecido como nunca do pleito. Ele estava ao lado de Trump no jantar oferecido nesta terça (5) pelo presidente eleito em sua casa na Flórida para acompanhar as eleições. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também estava no local.

Em seu discurso de vitória, Trump destacou o “surgimento de uma nova estrela”, Elon Musk.

Ainda sob o governo de Joe Biden, foram inúmeras as tentativas de pressão de norte-americanos sobre o STF.

Neste ano, o comitê de assuntos judiciários da Câmara dos EUA divulgou um relatório sobre “o ataque à liberdade de expressão no exterior e o silêncio da administração Biden: o caso do Brasil”.

Os deputados norte-americanos que tomaram a frente da investigação foram municiados por parlamentares brasileiros alinhados com o bolsonarismo.

Elon Musk também investiu contra o STF, atacando Alexandre de Moraes e desobedecendo ordens judiciais.

Com os Democratas no poder, as pressões não evoluíram. O quadro agora pode mudar, acreditam integrantes do grupo de Bolsonaro.

Poderiam ser aprovadas, por exemplo, medidas como um veto para que Alexandre de Moraes entre nos EUA, e também sanções econômicas contra o Brasil.

A nova correlação de forças poderia impulsionar também a aprovação de uma anistia para Bolsonaro no Congresso brasileiro.

Sob pressão, o STF não colocaria empecilhos para que ela valesse de fato já a partir de 2026, o que permitiria que Bolsonaro disputasse a Presidência da República.

Por Bruna Miato
Do g1

A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos provocou um aumento expressivo nos juros futuros americanos nesta quarta-feira (6) e, como consequência, o dólar também dispara frente a outras moedas no mundo todo.

No Brasil, às 10h35, o dólar tinha alta de 0,63%, cotado a R$ 5,7827. Na máxima do dia, até aqui, a moeda já bateu os R$ 5,8619. O índice DXY — que mostra qual a variação do dólar em relação a uma cesta de moedas de outros países (como euro, iene, libra esterlina e dólar canadense) — tinha alta de cerca 2%.

Os juros futuros indicam a expectativa do mercado financeiro para qual deve ser a taxa de juros definida pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) nos próximos anos. Essas taxas, que hoje estão entre 4,75% e 5,00% ao ano, servem como referência para o rendimento das Treasuries, os títulos públicos americanos, considerados os ativos mais seguros do mundo.

Durante a manhã, o rendimento do Treasury de 10 anos saltou para o maior patamar em quatro meses, em torno de 4,47%, rompendo a máxima da semana passada, de 4,388%. Os rendimentos de dois anos também avançaram, chegando a 4,31%.

Mas qual a razão para este desempenho?

O candidato republicano defende uma política econômica mais protecionista, que prioriza a produção interna nos Estados Unidos em detrimento da importação de outros países.

Isso pode reduzir tanto as exportações brasileiras, que têm o país norte-americano como segundo principal destino, como criar uma guerra comercial mais rígida para a China, por exemplo. Essa antecipação de cenário ajudou a valorizar o dólar contra outras moedas emergentes.

“Já havia um impacto da percepção do risco de vitória do Trump, com a expectativa de que ele possa colocar tarifas de importação sobre países como México e China. Exportadores de commodities, como o Brasil, também podem ser afetados”, diz o economista Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo Corretora.

Além de uma possível redução das exportações, que fariam com que menos dólares entrassem em circulação no Brasil, o aumento das tarifas nos Estados Unidos também encareceria os preços dos produtos dentro do próprio país, pois quanto mais taxas, mais caros ficam os produtos e serviços.

Preços mais altos gerariam uma nova pressão na inflação americana, o que pode levar o Fed a manter os juros mais altos, por mais tempo, para controlar os preços.

“Desta forma, investidores farão a opção de investir nos EUA com as taxas das Treasuries (títulos públicos americanos, considerados os mais seguros do mundo) mais altas”, diz Alexandre Viotto, chefe da mesa de câmbio da EQI Investimentos.

No Brasil, pode ser pior

Além da força do dólar no mundo inteiro pelas expectativas de juros maiores durante o governo de Trump, no Brasil ainda pesa a questão fiscal.

O cenário das contas públicas brasileiras preocupa os investidores. Quando os gastos públicos estão elevados, acima das receitas do governo (gerando déficit público), o mercado passa a desconfiar da capacidade do país de arcar com suas dívidas no médio e longo prazo.

Esse risco mais alto faz com que investidores esperem juros também mais altos para trazerem seus recursos para o Brasil. O resultado dessa demanda por taxas maiores foi uma desvalorização ainda mais forte do real na última semana.

Havia uma grande expectativa do mercado financeiro de que a equipe econômica do governo federal apresentasse algum pacote de cortes nos gastos públicos ainda na semana passada, logo após o segundo turno das eleições municipais no Brasil. Isso não aconteceu.

A equipe econômica do governo venha afirmando que está discutindo os gastos — o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, inclusive que o governo está na “reta final” das definições dos cortes.

Porém, enquanto não há definição de quais despesas serão cortadas, o dólar deve continuar subindo com mais força, aliado à eleição de Trump. “Quanto mais tempo passa, mais o mercado vai se protegendo”, diz Beto Saadia, diretor de investimentos da Nomos.

Bitcoin bate recorde

O bitcoin, criptomoeda mais popular do mundo, também dispara nesta quarta-feira (6) e renova seu maior patamar histórico, sendo negociado próximo dos US$ 74 mil, com a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos.

Às 08h, o bitcoin registrava alta de cerca 6,50% e era vendido a US$ 73.863. Na máxima do dia, a moeda subiu 8,63%, ultrapassando os US$ 75 mil. No Brasil, a alta da criptomoeda era ainda mais expressiva, de mais de 11%, vendida a quase R$ 443 mil.

O efeito da vitória do candidato republicano sobre a democrata Kamala Harris também impulsiona outras criptomoedas pelo mundo, como o ethereum, a solana e a BNB, alguns dos principais criptoativos da atualidade.

Isso porque Donald Trump é um defensor mais ferrenho das criptomoedas do que Harris e investidores esperam que o político adote medidas que favoreçam esse mercado durante seu mandato.

No fim de julho deste ano, durante sua campanha eleitoral, Trump participou da conferência Bitcoin 2024 e disse aos participantes do evento que eles seriam “muito felizes” com uma eventual vitória sua.

“Se a criptografia vai definir o futuro, quero que seja extraída, cunhada e fabricada nos Estados Unidos”, disse o republicano.
Essa postura favorável às criptomoedas foi uma mudança nos discursos de Trump. Há alguns anos, ele se manifestava publicamente contra esse tipo de ativo.

Em um post no X (antigo Twitter) em 2019, Trump afirmou que não era “fã” do bitcoin e de outras criptomoedas, dizendo que esses ativos “não são dinheiro e cujo valor é altamente volátil e baseado no ar”.

“Ativos criptográficos não regulamentados podem facilitar comportamento ilegal, incluindo comércio de drogas e outras atividades ilegais”, disse o republicano à época.

O Sextou desta semana homenageia o cantor, compositor, poeta e ator Agnaldo Rayol, que morreu na última segunda-feira, aos 86 anos, em São Paulo. Entrevistei, ontem, a jornalista Nilu Lebert, autora da biografia ainda não concluída do artista e de várias outras biografias, entre elas, dos atores Fúlvio Stefanini e Beatriz Segal.

Agnaldo Rayol ficou conhecido pela voz de barítono e sua participação como cantor e apresentador em diversas atrações da televisão brasileira. Entre os maiores sucessos do artista, estão suas interpretações de canções italianas, tais como “Mia Gioconda” e “Tormento D’Amore”.

Agnaldo Rayol deixou um legado inestimável para a música brasileira, com uma carreira que atravessou décadas e tocou os corações de milhões de fãs. O programa tributo em homenagem ao cantor irá ao ar na próxima sexta-feira, das 18 às 19 horas, pela Rede Nordeste de Rádio, formada por 48 emissoras em Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Bahia, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha 96,7 FM, no Recife.

Se você deseja ouvir pela internet, clique no link do Frente a Frente em destaque acima ou baixe o aplicativo da Rede Nordeste de Rádio na play store.

Por Tales Faria
Colunista do UOL

O ex-presidente Donald Trump venceu as eleições para retornar à Casa Branca em condições bem superiores àquelas do seu primeiro governo. Além do poder Executivo, terá uma maioria tão sólida quanto nunca teve na Suprema Corte e o domínio já garantido no Senado e, muito provável, na Câmara dos deputados.

O controle do Executivo, do Legislativo e do Judiciário neste momento dá o que se pode chamar de superpoderes ao futuro presidente para executar tudo aquilo que prometeu a seus eleitores. Em sua primeira eleição, em 2016, embora tivesse maioria no Congresso, ele não detinha controle algum sobre seu partido. Sofria oposição interna de grupos poderosos no Partido Republicano.

O próprio vice-presidente de seu primeiro mandato, Mike Pence, resistia a seu comando. Enquanto Trump impulsionava seus apoiadores a invadirem o Capitólio, em 7 de janeiro de 2022 após a derrota nas urnas, Pence reconhecia a vitória do democrata Joe Biden.

Agora o vice-presidente eleito, James David Vance, é considerado como absolutamente afinado com o chefe da Casa Branca.

Na Suprema Corte, durante quase todo seu primeiro governo, Trump contava com uma frágil maioria de ministros conservadores: 5 a 4. Somente no último ano de seu mandato, em 2022, conseguiu ampliar para 6 a 3 o número de ministros aliados.

Essa maioria sólida com que governará é muito importante. Permite a tomada decisões polêmicas, que antes não ocorreriam. Desde 1973, quando foi aprovado o direito ao aborto, por exemplo, os republicanos buscavam derrubar a decisão, mas não ousavam tentar objetivamente, com uma maioria frágil. Após Trump formar a maioria de 6 a 3, a Suprema Corte reverteu a decisão.

A candidata democrata à Presidência, Kamala Harris, pretendia retomar o direito ao aborto caso fosse eleita. Mas agora, com a vitória de Trump, o desejo dos progressistas terá que ser adiado.

No Senado, hoje o Partido Democrata detém a maioria. Contava com os votos de seus 47 senadores e o apoio de independentes para superar os 49 representantes dos republicanos. Mas agora, com a vitória de Trump, o partido Republicano elegerá no mínimo os 51 senadores que lhe garantem maioria.

Na Câmara, o resultado da apuração deve demorar mais a sair. Em 2022, os republicanos asseguraram a maioria na Casa com 220 deputados contra 212 democratas. Até a manhã desta quarta-feira, 8, o placar estava em 193 representantes para o partido de Trump contra 173 para os democratas.

Ou seja, o futuro presidente deve ficar com o controle das duas Casas legislativas, de uma Suprema Corte de sólida maioria conservadora e dos indicados pelo Partido Republicano, agora sob seu total controle, para cargos no poder Executivo.

O superpoderoso novo presidente poderá então cumprir o que prometeu durante a campanha. Ele disse que irá fazer “tudo aquilo” que não teria podido em seu primeiro governo devido à “oposição interna”.

Disse, por exemplo, que irá terminar de construir o muro entre os Estados Unidos e o México que prometeu na campanha eleitoral de 2016. Também havia prometido fazer a “maior deportação em massa da história dos EUA, expulsando “todos os indivíduos ilegais”, o que não conseguiu naquela época.

Ameaçador, o candidato defendeu diversas vezes nesta nova campanha eleitoral uma retaliação, caso saísse vitorioso das urnas, contra os sistemas, instituições e pessoas que ele acredita que o injustiçaram nos últimos tempos.

Seus aliados sugerem que Trump irá usar o Departamento de Justiça contra seus inimigos políticos, expurgar o que chamam de “burocratas desleais” e consolidar seu poder.

Também acreditam que ele concederá indulto a si próprio pela condenações que já sofreu na Justiça comum e a paralisação de todos os processos contra si e contra seus principais aliados. A expectativa é de que conceda perdão até mesmo aos invasores do Capitólio.

A outra retaliação se volta para o resto do mundo. Líderes da Europa, como Emanuel Macron, da França, que o confrontaram, e na América Latina, como o presidente Lula, do Brasil, que anunciou apoio a Kamala, não perdem por esperar. Especialmente a organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU). que ele sempre odiou.