Meu voo 1793, da Gol, atrasou seu pouso em Brasília por 45 minutos, devido a um forte temporal que desabou sobre o Distrito Federal, que estava sem chuva há mais de 150 dias. A aeronave ficou sobrevoando a cidade aguardando a melhora do tempo.
Meu voo 1793, da Gol, atrasou seu pouso em Brasília por 45 minutos, devido a um forte temporal que desabou sobre o Distrito Federal, que estava sem chuva há mais de 150 dias. A aeronave ficou sobrevoando a cidade aguardando a melhora do tempo.
Rubem Alves, meu cronista preferido, que Deus chamou em 2014, aos 80 anos, escreveu muito sobre a temática “ano novo”. Dizia que a vida humana não se mede nem por batidas cardíacas nem por ondas cerebrais. “Somos humanos, permanecemos humanos enquanto estiver acesa em nós a esperança da alegria. O Ano Novo é um momento para reacender essa chama”, pontuou em um dos textos.
Em suas reflexões, ele sugeria que a capacidade de ver a beleza e a alegria nas celebrações depende do estado de espírito: “As pessoas que não têm o paraíso dentro delas não conseguem ver o paraíso fora delas”, advertia. Rubem Alves deixou um legado na cultura, na filosofia e na educação. Foi uma das maiores referências na educação brasileira, autor de mais de 160 livros.
Leia maisUm grande poeta, cronista e filósofo, deixando um grande legado também sobre simplicidade e alegria de viver, como ele mesmo expressou em sua mensagem de despedida. Sobre a paixão pela educação, escreveu: “Educar não é ensinar matemática, física, química, geografia, português. Essas coisas podem ser aprendidas nos livros e nos computadores. Dispensam a presença do educador”.
E completou: “Educar é outra coisa. A primeira tarefa da educação é ensinar a ver. Quem vê bem nunca fica entediado com a vida. O educador aponta e sorri – e contempla os olhos do discípulo. Quando seus olhos sorriem, ele se sente feliz. Estão vendo a mesma coisa. Quando digo que minha paixão é a educação estou dizendo que desejo ter a alegria de ver os olhos dos meus discípulos, especialmente os olhos das crianças”.
Que falta ele faz! Se ainda estivesse entre nós, educando e nos fazendo mais sábios, certamente iria concordar comigo nesta última crônica de fim de ano. Trato da perversidade das redes sociais, que estão deseducando. Tudo porque grande parte do conteúdo é projetado para ser consumido rapidamente e não estimula o pensamento crítico ou a análise aprofundada de tópicos complexos.
Tenho observado, no meu papel não apenas de jornalista, mas de cidadão e pai, que o uso excessivo de redes sociais tem sido associado a problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e baixa autoestima, o que pode impactar negativamente a capacidade de aprendizado e o desempenho escolar. Levanto essa polêmica em cima de dados reais e não de meros achismos ou narrativas.
Li uma pesquisa — Liberdade ou aprisionamento: um estudo sobre como o uso das redes sociais afeta o desempenho escolar dos alunos. Foi feita a partir de 52 projetos de extensão que fazem parte da I Mostra de Extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense, no Rio de Janeiro.
Para 62% dos alunos entrevistados, o tempo conectado às redes sociais atrapalha no rendimento escolar. “Muitos ficam com fone de ouvido assistindo às aulas, ouvindo música. E assim aquela informação não se retém a longo prazo. Quando você pega as perguntas voltadas para a parte do ensino, como com qual finalidade usa as redes sociais, 41% dizem que é para lazer ou entretenimento. Apenas 11% declararam usar para estudo”, diz um dos resumos do estudo.
As mídias sociais deveriam ter potencial de aliadas valiosas na aprendizagem dos jovens, mas são mal utilizadas, sem responsabilidade e intencionalidade educativa. Se bem usadas, o que, infelizmente, não está ocorrendo, poderiam estar conectando os estudantes ao conhecimento de maneira dinâmica e autêntica, preparando-os para um mundo digital em constante evolução.
A espetacularização da vida cotidiana nas redes exige uma reflexão sobre a forma como temos educado as crianças para o uso dessa ambiência comunicacional. Será que os ditos nativos digitais (que já nasceram no império das novas tecnologias) estão de fato preparados emocionalmente para o uso dos meios de comunicação?
Conseguem ter o devido cuidado e respeito aos limites entre o que deve ser público e privado? Será que, como adultos cuidadores, temos nos comportado de forma ética nas redes e dado exemplos de autocuidado?
A dependência que as pessoas, principalmente crianças e jovens, têm demonstrado em relação aos aparatos tecnológicos é de causar preocupação. Basta observar passageiros embarcando ou chegando a um voo que pode durar menos de 50 minutos. Todos com seus smartphones a postos, trocando as últimas informações urgentíssimas antes de ficar offline por apenas 40 minutos, já que a conexão é proibida durante a viagem.
Se antes fumantes “viciados” davam a última tragada em seus cigarros logo antes de entrar no avião e assim que chegavam, hoje quem ocupa esse lugar de dependência oral é, sem dúvida, o aparelho celular. Ouvi também inúmeros relatos de mães desesperadas porque os filhos dizem não saber viver sequer por algumas horas sem se relacionar com a tecnologia – não se sentiriam pertencentes, ou mesmo vivos offline.
Preocupa a forma como temos narrado incessantemente nossas vidas nas redes sociais – compartilhando o que comemos, o filme a que assistimos, nossos sentimentos pelo aniversariante do dia – e, principalmente, como temos exposto crianças com fotos de cada passo delas e a reprodução de diálogos privados que compartilhamos com elas.
Será que as crianças, se pudessem opinar, gostariam do que temos feito com suas imagens e com idiossincrasias privadas? Estariam de acordo com a exposição de seus segredos?
Acredito que não. Fica a reflexão!
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O prefeito de Surubim, Cleber Chaparral, informou, por meio das redes sociais, que encerrou o ano com o reforço de duas ações consideradas prioritárias para o município e a região. Segundo o gestor, ao lado da governadora Raquel Lyra, foi reafirmado o apoio do Governo do Estado no enfrentamento da crise hídrica, com a manutenção da operação de carros-pipa até a conclusão da adutora que deve garantir o abastecimento regular de água.
“Reforçamos duas ações fundamentais para a nossa cidade e para toda a região. A primeira é o apoio decisivo no enfrentamento da crise hídrica, garantindo a continuidade dos carros-pipa até que a água da adutora chegue definitivamente”, afirmou Cleber Chaparral. O prefeito também destacou o compromisso do Governo do Estado com a viabilização da PE-86, estrada que liga os municípios de Orobó e Machados.
O prefeito do Recife, João Campos (PSB), informou, por meio das redes sociais, que as obras da Ponte Júlia Santiago atingiram 94% de execução. Segundo o gestor, a estrutura é a maior ponte construída no Recife nos últimos 40 anos e vai ligar os bairros de Areias e Imbiribeira, com previsão de reduzir em até 40% o tempo de deslocamento entre as zonas Sul e Oeste da cidade.
De acordo com a publicação, o investimento na obra é de R$ 106 milhões e inclui intervenções na ponte e nas vias do entorno. O prefeito informou que a estrutura já está com o tabuleiro concretado, vigas instaladas e outros serviços em fase final. A ponte leva o nome de Júlia Santiago, primeira mulher eleita vereadora do Recife, em referência à trajetória política da ex-parlamentar.
Um foco de incêndio foi registrado na noite de terça-feira (30) em uma área de vegetação localizada no terreno da Estação de Tratamento de Água (ETA) do bairro do Salgado, em Caruaru, no Agreste pernambucano. O fogo não atingiu as instalações da unidade operada pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e ninguém ficou ferido.
A ocorrência mobilizou bombeiros civis e equipes do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco, que atuaram de forma conjunta no controle das chamas. A área foi isolada por segurança até a completa extinção do incêndio.
Leia maisSegundo informações do Corpo de Bombeiros Militar, o chamado foi registrado por volta das 21h10, na Rua Governador Rosado Maia, nas imediações da caixa d’água da Compesa, no bairro do Salgado. Para a operação, foi utilizada uma viatura especializada no combate a incêndios.
O fogo foi totalmente controlado e a ocorrência encerrada por volta das 22h30, sem registro de vítimas. Ainda de acordo com o Corpo de Bombeiros, as causas do incêndio não são divulgadas.
Em casos semelhantes, a orientação dos bombeiros é acionar imediatamente a corporação pelo telefone 193, manter distância das chamas e evitar qualquer tentativa de conter o fogo sem o uso de equipamentos apropriados.
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A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou um novo pedido para prisão domiciliar para o ex-chefe do Executivo, nesta quarta-feira (31), ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Bolsonaro está internado no DF Star, em Brasília, após passar por procedimentos cirúrgicos. Segundo os médicos, a previsão de alta do ex-presidente está mantida para esta quinta-feira (1º). As informações são da CNN.
Leia maisAntes de ser internado, o ex-presidente estava cumprindo a pena de 27 anos e três meses de condenação pela trama golpista na Superintendência da PF (Polícia Federal), também na capital federal.
O primeiro pedido de domiciliar para o cumprimento da pena foi negado por Moraes em 22 de novembro. Em 19 de dezembro, o ministro negou o segundo pedido da defesa do ex-presidente.
Segundo Moraes, a prisão em regime fechado se deu em decorrência do risco de fuga pelo ex-presidente. O ministro também considerou não existir a condição de agravar a saúde do ex-chefe do Executivo por ter acesso sem restrições à equipe médica.
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A oposição no Congresso Nacional coletou, nessa quarta-feira (31/12), o número necessário de assinaturas no requerimento que pede a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) contra o Banco Master.
No total, 28 senadores e 177 deputados federais declararam apoio à iniciativa encabeçada pelo deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ). Para ser instalada, porém, a comissão deve ser oficializada pelo presidente do Congresso, o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). As informações são do Metrópoles.
Leia maisO caso ganhou força entre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), após a veiculação da suposta relação entre o Master, que foi liquidado pelo Banco Central acusado de fraudes, e escritório de advocacia da esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O escritório Barci de Moraes Advogados foi contratado pelo banco de Daniel Vorcaro por R$ 129 milhões. O montante seria pago em 36 meses, a partir do início de 2024, ou seja, o banco pagaria, por mês, R$ 3,6 milhões ao escritório chefiado por Viviane Barci de Moraes.
Na tarde de segunda-feira, a Procuradoria Geral da República (PGR) arquivou um pedido de investigação contra o ministro do Supremo por vinculação ao caso Master, e alegou não haver “ilicitude” na atuação do escritório.
“A instauração de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) revela-se urgente, necessária e inadiável para apurar fatos determinados de extrema gravidade relacionados ao Banco Master, envolvendo indícios de fraudes financeiras de elevada sofisticação, prejuízos bilionários estimados em mais de R$ 12,2 bilhões, riscos concretos ao patrimônio público, potenciais impactos previdenciários e sociais, bem como eventual participação ou conivência de agentes públicos e autoridades de alta relevância institucional”, diz o requerimento.
Para ser levado ao plenário, o requerimento deve ser lido por Davi Alcolumbre em uma sessão conjunta. O requerimento sugere a composição de 30 membros, 15 senadores e 15 deputados, e uma duração inicial de 180 dias, podendo ser prorrogada.
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A defesa do ex-assessor presidencial Filipe Martins relatou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que acessou sua conta na rede social LinkedIn, mas afirmou que não fez nenhuma publicação. Martins está proibido de utilizar plataformas digitais.
Na terça-feira, o ministro Alexandre de Moraes deu um prazo de 24h para os advogados explicarem a alegação de que ele teria “utilizado a rede social LinkedIn para a busca de perfis de terceiros” e afirmou que poderia decretar a prisão preventiva de Martins. A decisão foi tomada após o ministro ser comunicado do suposto uso da plataforma.
Em manifestação enviada nesta quarta ao STF, os advogados afirmaram que são responsáveis pelas redes sociais do ex-assessor desde que ele foi preso, em fevereiro de 2024. As informações são do jornal O GLOBO.
Leia maisA equipe jurídica afirmou ao STF que utiliza as contas, incluindo a do LinkedIn, para levantar elementos a serem utilizados na defesa de Martins.
“O réu não fez postagem alguma no LinkedIn e a defesa apenas o utiliza para justamente verificar questões relacionadas à trajetória profissional do réu (que tem sido discutida no âmbito dos fatos investigados), contatos de eventuais testemunhas e no interesse da ampla defesa”, relataram.
Entre as obrigações impostas a Martins está a “proibição de utilização de redes sociais próprias ou por terceira pessoa”. Os advogados consideram, contudo, que essa vedação deve valer apenas para publicações, e não para acessos.
“A cautelar deve ser compreendida (e aplicada) como vedação de publicação ou manifestação em redes sociais próprias ou terceira pessoa fazendo isso, não como vedação de acesso diligente para busca, preservação e organização de elementos informativos em favor da defesa”, defenderam.
No sábado, Martins passou a ficar em prisão domiciliar, em caráter preventivo, por decisão de Moraes. O ministro apontou o risco de fuga, após condenação no STF, e também determinou a medida para outras nove pessoas consideradas culpadas pela trama golpista.
O ex-assessor presidencial foi condenado pela Primeira Turma do STF, há duas semanas, a 21 anos de prisão. Os ministros consideraram que ele elaborou a minuta de um decreto com medidas para reverter o resultado da eleição presidencial de 2022. O documento foi apresentado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aos comandantes das Forças Armadas.
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A Prefeitura de Paulista informou, nesta quarta-feira (31), que não haverá programação oficial de Réveillon nem queima de fogos no município de Paulista. Segundo a gestão, não houve cancelamento de festividades, uma vez que não estava previsto, planejado ou anunciado qualquer evento oficial para a virada do ano.
De acordo com a administração municipal, a decisão está alinhada às prioridades adotadas ao longo de 2025, período marcado por restrições financeiras e pela necessidade de reorganização das contas públicas. Desde o início da gestão, em janeiro, o foco foi direcionado ao equilíbrio fiscal e à regularização de compromissos com o funcionalismo público.
Ainda conforme a Prefeitura, foram quitadas folhas de pagamento em atraso deixadas pela gestão anterior, além do pagamento regular dos salários dentro do mês trabalhado, do 1/3 de férias dos professores, do 14º salário dos Agentes Comunitários de Saúde e do 13º salário dentro do prazo legal. Nesta terça-feira (30), também houve o pagamento antecipado dos salários de dezembro dos servidores ativos, profissionais do apoio da Educação, aposentados e pensionistas.
A equipe médica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) informou que a previsão de alta hospitalar está mantida para esta quinta-feira (1º). A informação foi confirmada pelos médicos Claudio Birolini e Brasil Caiado durante coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (31).
Segundo os médicos, Bolsonaro apresentou melhora da crise de soluços na noite de terça-feira e, nesta quarta, estava clinicamente bem, com a pressão arterial controlada. A equipe avalia que os medicamentos estão surtindo efeito, mas destacou a necessidade de mais tempo para observação do quadro. As informações são da CNN.
Leia maisOs médicos devem chegar ao hospital entre 7h e 8h da manhã de quinta-feira para reavaliar o ex-presidente e decidir pela liberação. “A nossa previsão de alta é para amanhã, vamos passar em visita amanhã”, afirmou o doutor Brasil Caiado.
Birolini acrescentou que Bolsonaro não apresentou crises de soluço ao longo do dia e que, durante a internação, foram realizados exames e avaliações pendentes sobre outras questões de saúde. “Esperamos concluir essa internação de forma positiva e vamos seguir acompanhando”, disse.
Caso a avaliação médica ocorra como o esperado, a Superintendência da PF (Polícia Federal) será comunicada para a transferência de Bolsonaro ao local onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado. O ex-presidente continuará recebendo cuidados médicos após o retorno ao encarceramento.
Os médicos explicaram ainda que o procedimento realizado na terça-feira ocorreu devido à persistência dos soluços, com bloqueio do nervo frênico em ambos os lados. “O bloqueio dos dois lados diminui a intensidade do soluço, mas não o cessa. O estímulo é da cabeça para cima, de origem do sistema nervoso central, o que indica que o manejo deve ser medicamentoso, embora existam outros recursos”, explicou Birolini.
A equipe também avaliou o estado emocional de Bolsonaro como um quadro de depressão, associado aos recentes acontecimentos de sua vida política e de saúde. “Percebemos uma piora considerável nos momentos de soluços prolongados. Ele fica bastante abatido, somado a todo o contexto que está vivendo, já chegou aqui com um nível emocional diferente, deprimido”, afirmou Brasil Caiado.
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O Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6) suspendeu a liminar que havia bloqueado os benefícios e direitos vitalícios que Jair Bolsonaro usufrui por ter chegado à Presidência da República. Em decisão provisória, a desembargadora federal Mônica Sifuentes afirmou que a retirada do suporte pessoal concedido ao ex-presidente o colocaria em situação de “acentuada vulnerabilidade”. No início deste mês, a 8ª Vara Federal de Belo Horizonte havia determinado a suspensão do fornecimento de servidores, veículos oficiais, motoristas e assessores a Bolsonaro, medidas previstas em lei para todos os ex-presidentes.
O TRF-6 manteve a suspensão do uso de motoristas e veículos oficiais, mas preservou o restante da estrutura, como os servidores que atuam na segurança pessoal de Bolsonaro. Segundo Sifuentes, o ex-presidente é uma “pessoa idosa e com histórico de problemas de saúde”, e “a supressão abrupta e integral de todo o aparato de apoio pessoal” representa um “risco de dano irreparável à dignidade e ao bem-estar de um ex-dignatário da República”. As informações são do jornal O GLOBO.
Leia mais“Ademais, a desmobilização de uma equipe que o assessora há anos, com a consequente exoneração de servidores, gera uma descontinuidade, que, mesmo que a decisão seja revertida ao final, não se recompõe facilmente”, diz outro trecho da determinação.
Publicada no dia 19 de dezembro, a decisão é em caráter de antecipação de tutela recursal e, por isso, ainda será analisada pela Corte, a partir de um recurso perpetrado pela defesa de Bolsonaro. A ação que suspendeu os direitos do ex-presidente foi movida pelo vereador de Belo Horizonte Pedro Rousseff (PT).
De acordo com o parlamentar, a medida foi motivada pelo fato de Bolsonaro estar cumprindo pena em regime fechado, devido à condenação a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado, o que o impossibilita de exercer atividades políticas, públicas e institucionais.
Conforme decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2008, que regulamentou a Lei N° 7.474/1986, qualquer pessoa que tiver exercido o cargo tem direito a quatro servidores para atividades de segurança e apoio pessoal, dois assessores pessoais, dois veículos e dois motoristas.
O benefício existe para assegurar medidas de segurança e apoio pessoal a ex-presidentes da República em vida civil, expostos a riscos específicos pelo cargo que ocuparam. Como Bolsonaro está detido na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, sua “rotina, deslocamentos e segurança estão regidos pela legislação de execução penal”.
Custo de quase R$ 1 milhão
Em decisão liminar divulgada no início deste mês, o juiz substituto Pedro Pimenta, da 8ª Vara Federal de Belo Horizonte (MG), determinou que a União bloqueasse em até 48 horas o fornecimento de servidores, veículos oficiais, motoristas e assessores a Bolsonaro, medidas previstas em lei para todos os ex-presidentes.
No primeiro semestre de 2025, Bolsonaro custou R$ 521.073,00 aos cofres públicos, aponta a ação. Conforme levantamento do GLOBO com base no Portal de Dados Abertos da Casa Civil, até novembro deste ano, o ex-presidente custou R$ 994.592,11, sendo cerca de R$ 657 mil em gratificações por exercício de cargo em comissão e R$ 240 mil em passagens aéreas e despesas por locomoção em geral.
“A estrutura prevista para os servidores em atividade de segurança e motoristas de ex-Presidente foi concebida para um contexto de circulação em liberdade no espaço público, não para a realidade de custódia em regime fechado”, justificou a decisão de Pimenta.
O juiz também ressaltou que, em caso de atendimento médico externo, por exemplo, a custódia do preso permanece sob responsabilidade exclusiva do Estado, por meio dos órgãos de segurança pública e do sistema penitenciário.
“Seria juridicamente redundante e materialmente incompatível manter, em favor de ex-presidente recolhido em regime fechado, equipe própria de segurança pessoal e motoristas vinculados ao GSI (Gabinete de Segurança Institucional), com porte de arma institucional, para atuar em paralelo à escolta penitenciária”, disse em outro trecho.
Lula reverteu decisão
Assim como o ex-presidente Jair Bolsonaro, o presidente Lula também teve os benefícios e direitos vitalícios por ter chegado à Presidência da República suspensos em 2018, quando foi preso no âmbito da Operação Lava-Jato.
Em maio de 2018, um mês após sua prisão, o juiz federal Haroldo Nader, da 6ª Vara Federal de Campinas, também concedeu liminar para que os direitos como segurança, transporte e assessoria para o petista fossem suspensos. O magistrado alegou que ele estava sob a “custódia permanente do Estado”, como também foi citado na decisão do juiz Pedro Pimenta em relação a Bolsonaro.
Na semana seguinte, o Tribunal Federal da 3ª Região (TRF-3) suspendeu a liminar após a defesa do petista apresentar recurso. O desembargador André Nabarrete Neto argumentou que a legislação prevê benefícios a ex-presidentes, e que o Poder Judiciário retirar esses benefícios implicaria em interferência em outro Poder.
“A simples leitura dos dispositivos mencionados evidencia que aos ex-presidentes da República são conferidos direitos e prerrogativas, e não benesses, decorrentes do exercício do mais alto cargo da República”, afirmou a decisão.
Gastos com ex-presidentes
Segundo o Portal de Dados Abertos da Casa Civil, os ex-presidentes já custaram R$ 7,6 milhões de janeiro a novembro deste ano. Quem mais gastou foi Fernando Collor — R$ 1,9 milhão —, preso desde o final de abril por corrupção passiva e lavagem de dinheiro e condenado a oito anos e dez meses de prisão em regime fechado. Contudo, ele cumpre prisão domiciliar devido à sua idade e por questões de saúde. Mesmo assim, seus gastos com passagens e locomoção ultrapassam R$ 560 mil.
Em seguida vem Dilma Rousseff, com R$ 1,8 milhão; Michel Temer, com R$ 1,2 milhão; José Sarney, com R$ 884 mil; e Fernando Henrique Cardoso, com R$ 756 mil. Por ter se tornado presidente de novo, o último ano em que Lula utilizou o benefício foi em 2022, com custo de R$ 1,8 milhão.
Em 2024, cerca R$ 9,4 milhões foram empenhados ao todo. A que mais gastou foi Dilma — cerca de R$ 2,1 milhões —, com os valores mais altos sendo nas despesas específicas para fora do país, como auxílio moradia no exterior — este que representou mais de R$ 170 mil — e passagens aéreas internacionais, devido ao cargo que ocupa como presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD, também conhecido como “banco do Brics”), na China. Ela foi seguida por Collor, que também ultrapassou a faixa dos R$ 2 milhões, e por Jair Bolsonaro, que custou quase R$ 1,8 milhão.
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Por Larissa Rodrigues – Repórter do blog
Como antecipado por este blog, ontem (30), a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) publicou no Diário Oficial desta quarta-feira (31) a convocação para reunião na próxima sexta-feira (2), às 9h (veja aqui).
Os deputados estaduais vão avaliar a instalação da sessão extraordinária solicitada pela governadora Raquel Lyra (PSD). A discussão ocorrerá no plenário da Casa, mesmo com o recesso parlamentar iniciado no último dia 22, e será comandada pelo presidente, deputado Álvaro Porto (PSDB).

De acordo com o Regimento Interno da Alepe, caso a solicitação de Raquel seja aprovada, a sessão extraordinária deverá ser aberta no primeiro dia útil seguinte, ou seja, na próxima segunda-feira (5). São necessários dez deputados para abrir a reunião desta sexta. Já para apreciar se o pedido de Raquel é pertinente, são necessários 25 deputados presentes no Plenário e no painel da Casa.
Se a extraordinária for aprovada, a condução dos trabalhos será responsabilidade do primeiro vice-presidente da Assembleia, deputado Rodrigo Farias (PSB). O presidente, Álvaro Porto, estará em período de licença de férias entre os dias 5 e 22 de janeiro.
Na mensagem encaminhada pelo Governo ao Poder Legislativo constam quatro projetos considerados prioritários pelo Poder Executivo, incluindo alterações na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026 e propostas de refinanciamento da dívida pública. As matérias devem tramitar em regime de urgência.
A sessão extraordinária somente é encerrada após a votação de todas as matérias. Caso o recesso parlamentar seja concluído sem a avaliação dos projetos, eles passarão a tramitar no período ordinário dos trabalhos legislativos.
Pauta
Um dos projetos do governo propõe mudanças na Lei nº 19.127, de 22 de dezembro de 2025, que estima a receita e fixa a despesa do Estado para o exercício de 2026. Também constam propostas que autorizam Pernambuco a contratar empréstimos de até R$ 2,5 bilhões junto ao Banco do Brasil e de até R$ 2,7 bilhões com a Caixa Econômica Federal.
Os recursos devem ser utilizados para o refinanciamento de dívidas já existentes, com a substituição de contratos atuais por outros com prazos mais longos e juros menores. Na pauta, ainda há o projeto que altera a Lei nº 19.123, de 18 de dezembro de 2025, que autoriza, em caráter excepcional, o repasse de recursos do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) ao Poder Executivo.
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BLOG DA FOLHA
O Governo de Pernambuco decretou situação de emergência em 107 municípios em razão da estiagem prolongada que atinge o estado. O Decreto nº 60.112, assinado pela governadora Raquel Lyra (PSD), foi publicado no Diário Oficial desta quarta-feira (31), entra em vigor na data da publicação, com efeitos a partir de 4 de janeiro, e terá validade de 180 dias. A medida tem como objetivo minimizar os efeitos da seca hidrológica nos reservatórios e na rede de abastecimento de água das cidades afetadas. Em janeiro deste ano, a gestão estadual já havia adotado providência semelhante, abrangendo 117 municípios.
“Esse decreto tem como objetivo agilizar as medidas necessárias para que possamos atender a população das cidades atingidas pela estiagem. O time inteiro do Governo de Pernambuco está trabalhando para minimizar os efeitos da escassez das chuvas e preservar o bem-estar da população. Temos investimentos robustos, como os mais de R$ 6 bilhões do Águas de Pernambuco, e com a concessão da Compesa teremos mais R$ 23,2 bilhões para investir no acesso dos pernambucanos a água de qualidade”, afirmou a governadora Raquel Lyra.
Leia maisO decreto foi baseado em parecer técnico da Secretaria Executiva de Proteção e Defesa Civil e em notas técnicas da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e de outros órgãos estaduais. De acordo com a Apac, a seca extrema avançou de forma significativa no extremo oeste de Pernambuco, enquanto a seca fraca avançou no Agreste, na divisa com Alagoas.
Investimentos
Segundo a Compesa, em 2025 foram intensificados os investimentos em obras estruturantes e ações emergenciais para reduzir os impactos da crise hídrica. Aproximadamente 100 municípios receberam intervenções, com a conclusão de cerca de 117 obras e investimentos da ordem de R$ 650 milhões. Projetos como a Adutora do Agreste e os sistemas Serra Azul e Alto do Capibaribe avançaram para fases decisivas, enquanto medidas emergenciais, como a inversão do Tramo Sul de Jucazinho, buscaram garantir maior segurança hídrica no Agreste.
“Em 2025, a Compesa intensificou os investimentos em obras estruturantes e ações emergenciais para reduzir os impactos da crise hídrica em Pernambuco. Cerca de 100 municípios receberam intervenções da Companhia, com a conclusão de aproximadamente 117 obras e investimentos da ordem de R$ 650 milhões. Projetos estratégicos, como a Adutora do Agreste e os Sistema Serra Azul e Alto do Capibaribe, avançaram para fases decisivas, ao mesmo tempo em que medidas emergenciais, como a inversão do Tramo Sul de Jucazinho, garantiram maior segurança hídrica a municípios do Agreste. Como reforço importante, encerramos o ano com R$ 2,5 bilhões em recursos, provenientes de financiamentos junto à FTD e ao NDB, e que serão destinados especialmente a obras estruturantes e reforço do programa Águas de Pernambuco”, detalhou o presidente da Compesa, Douglas Nóbrega.
Ações emergenciais
O Governo do Estado também vem atuando de forma emergencial por meio da Secretaria de Recursos Hídricos e Saneamento (SRHS), Compesa, Apac e Defesa Civil. Desde 2023, foram intensificadas a entrega de sistemas simplificados de abastecimento e a recuperação ou instalação de dessalinizadores. Com investimento total de R$ 5.651.994,40, já foram entregues 23 sistemas e outros oito estão em andamento, beneficiando diretamente mais de 2.285 famílias na zona rural, além de atender toda a população urbana de Tabira, incluindo o hospital municipal.
Para janeiro de 2026, está previsto o início das obras de 35 novos dessalinizadores, com investimento de R$ 6.356.369,86, beneficiando mais de 1.949 famílias. Também está planejada a contratação da implantação de mais de 59 dessalinizadores, com investimento estimado de aproximadamente R$ 11,6 milhões, voltado à população rural com dificuldade de acesso à água potável.
Novo PAC
Em 2025, Pernambuco teve 100% dos projetos aprovados no eixo Água para Todos, do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), na modalidade de abastecimento de água em áreas rurais. Ao todo, o Estado foi contemplado com R$ 105 milhões em investimentos para obras de abastecimento em territórios rurais.
“É uma grande vitória para Pernambuco, o único estado do Nordeste que teve todos os projetos aprovados. É a segunda edição do Novo PAC que temos êxito. Na primeira edição, em 2024, recebemos R$ 48 milhões em investimentos. Agora, outros R$ 105 milhões”, ressaltou o secretário executivo de Saneamento, Artur Coutinho.
Foram aprovados 14 projetos de obras de abastecimento de água rural, beneficiando cerca de 38 mil pessoas nos municípios do Agreste e do Sertão. As regiões contempladas incluem Agreste Central, Agreste Meridional, Sertão do Moxotó, Sertão de Itaparica, Sertão do São Francisco e Sertão Central. Somente o Agreste Central receberá R$ 16,9 milhões, destinados a Caruaru, Riacho das Almas e Bezerros.
Monitoramento
Cabe à Apac o acompanhamento da seca por meio do Monitor de Secas, da produção de informes climáticos, do monitoramento diário das chuvas e dos níveis dos reservatórios, além da gestão de conflitos pelo uso da água, especialmente no Agreste.
“A Apac tem atuado insistentemente na gestão de conflitos pelo uso da água. Como exemplo da Barragem de Manuíno em Bezerros, onde a Agência recebeu várias denúncias de retirada ilegal de água. A Apac cadastrou os usuários e permitiu o acesso igualitário à água da barragem. Nos últimos meses, a Apac aumentou a fiscalização nas barragens do Agreste e do Sertão, e vem fazendo um trabalho de orientação e regularização dos usuários, de modo que garanta o acesso de toda a população a água”, explicou a diretora de Regulação e Monitoramento da Apac, Crystianne Rosal.
Já a Defesa Civil atua no apoio aos municípios afetados, orientando-os quanto ao reconhecimento da situação de emergência.
“O Decreto de Situação de Emergência por Estiagem, assinado pela governadora, é uma importante medida de proteção e defesa civil que possibilita os órgãos federais, estaduais e municipais que atuam no restabelecimento e na recuperação dos municípios afetados pelo desastre, adotarem medidas importantes na área de abastecimento de água, de saúde de assistência social, de agricultura e de pecuária, para minimizar os efeitos dessa estiagem nos municípios diretamente afetados, principalmente o semiárido”, frisou o secretário executivo de Proteção e Defesa Civil de Pernambuco, coronel BM Clóvis Ramalho.
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