Novas falas de Lula fazem dólar voltar a subir e fechar o dia em R$ 5,66

O dólar voltou a subir e atingiu R$ 5,665 nesta terça-feira (2), numa alta de 0,22%, renovando seu maior valor desde janeiro de 2022 numa sessão marcada por novas falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o Banco Central. Na máxima do dia, no início da tarde, a moeda americana chegou a atingir os R$ 5,700, mas perdeu força ao longo do pregão. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Em entrevista à rádio Sociedade da Bahia, Lula afirmou que o Banco Central é uma instituição de estado e não pode estar a serviço do sistema financeiro. Ele também voltou a dizer que o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, tem viés ideológico.

“A gente precisa manter o Banco Central funcionando de forma correta, com autonomia, para que seu presidente não fique vulnerável às pressões políticas. Se você é democrata, permite que isso aconteça. Quando é autoritário você resolve fazer com que o mercado se apodere da instituição”, disse o presidente.

Lula também afirmou que há atualmente um ataque especulativo ao real, acrescentando que voltará a Brasília na quarta-feira e discutirá o que fazer em relação à alta do dólar.

Nos últimos 60 dias, nos meses de junho e julho, Lula fez ao menos 14 comentários públicos sobre política fiscal e monetária, em 10 diferentes dias. Criticou a autonomia do Banco Central, atacou o presidente da autarquia e colocou em dúvida a intenção do governo de cortar gastos, entre outros assuntos que afetam o humor do mercado.

Após o dólar abrir em baixa, a fala de Lula passou a pesar sobre os negócios ao longo da manhã e as cotações da moeda norte-americana ganharam força. Profissionais do mercado afirmaram que a possível intervenção do governo no câmbio gerava receios.

Mais tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou que o governo vá adotar uma medida de controle da alta da moeda norte-americana frente ao real por meio do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas operações de câmbio, possibilidade que havia sido levantada entre operadores. “A nossa agenda com o presidente amanhã é exclusivamente uma agenda fiscal. Não sei de onde saiu esse rumor”, disse o ministro ao negar medidas de controle de capital.

Perto do fim da sessão, no entanto, a moeda americana desacelerou e se afastou das máximas. Houve um movimento semelhante nas curvas de juros futuros do Brasil, que operaram em alta durante boa parte do dia, mas passaram a cair.

Os comentários de Lula em relação ao BC somam-se às falas do presidente nos últimos dias que vêm sendo apontadas por profissionais do mercado como um dos principais motivos para que o dólar tenha disparado ante o real e a curva de juros esteja em forte alta no Brasil. Em 2024, a moeda norte-americana acumula elevação superior a 16%.

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Os pré-candidatos nas eleições deste ano apoiados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) lideram as pesquisas em cinco capitais brasileiras, enquanto os apadrinhados de Lula estão à frente em três.

O resultado, levantado pelo UOL, colheu informações de 11 capitais divulgadas desde o início de junho por quatro institutos: Datafolha, AtlasIntel, Quaest, Real Time Big Data e Paraná Pesquisas.

Veja a seguir os números por cidade:

Em São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), apoiado por Bolsonaro, e Guilherme Boulos (PSOL), apoiado por Lula, aparecem tecnicamente empatados nas pesquisas de quatro institutos. O único que mostra resultado diferente é o AtlasIntel, que aponta Boulos à frente de Nunes acima da margem de erro.

Datafolha

Ricardo Nunes (MDB): 24%

Guilherme Boulos (PSOL): 23%

A pesquisa contratada pelo jornal Folha de S.Paulo ouviu 1.092 eleitores entre os dias 2 e 4 de julho. A margem de erro é de três pontos percentuais, e o número de registro na Justiça Eleitoral, SP-001178/24.

No Rio, o prefeito Eduardo Paes (PSD) lidera com folga, com chance de reeleição em primeiro turno. Ele é apoiado por Lula e tenta se reeleger para mais um mandato na prefeitura. O delegado Ramagem (PL) é o pré-candidato que tem o apoio de Bolsonaro.

Na capital mineira, o deputado federal Rogério Correia (PT) e o deputado estadual Bruno Engler (PL) aparecem empatados tecnicamente no segundo pelotão. Quem lidera é Mauro Tramonte (Republicanos). As conclusões são as mesmas nas pesquisas dos três institutos que ouviram os eleitores da cidade.

Em Recife, pesquisa Datafolha aponta vitória em primeiro turno do prefeito João Campos (PSB), que tem o apoio de Lula. Gilson Machado (PL), que foi ministro do Turismo no governo Bolsonaro, aparece com 6% das intenções de voto.

A capital gaúcha, Porto Alegre, tem uma deputada do PT na liderança. Maria do Rosário (PT) está com 30,2% das intenções de voto, segundo pesquisa divulgada em junho.

Em Aracajú, Emília Corrêa (PL), pré-candidata apoiada por Bolsonaro, está em primeiro lugar. A pleiteante do PT, Candisse Carvalho, por outro lado, aparece com apenas 1% das intenções de voto.

A capital do Tocantins, Palmas, tem Janad Valcari (PL), apoiada por Bolsonaro, na liderança isolada. O PT não tem um pré-candidato na cidade, e Lula não se manifestou se deve apoiar algum nome.

Em Salvador, Lula apoia o vice-governador Geraldo Júnior (MDB), enquanto o atual prefeito, Bruno Reis (União) tem o apoio do PL de Bolsonaro. O último levantamento do Paraná Pesquisa mostra o seguinte panorama: Bruno 64% e Geraldo com 11% das intenções de voto.

Na capital capixaba, Vitória, Lula apoia João Coser (PT), enquanto Bolsonaro apoia Capitão Assumção (PL). Ambos são deputados estaduais, e aparecem atrás do atual prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), que tem chance de se reeleger no primeiro turno. No entanto, o petista tem melhor desempenho do que o bolsonarista.

Em Maceió, uma pesquisa divulgada no fim de junho mostra o atual prefeito, JHC, na liderança isolada na corrida à Prefeitura da capital alagoana, com 54,4% das intenções de voto – o que possibilita a chance de reeleição em primeiro turno. Ele é apoiado por Bolsonaro. Ricardo Barbosa (PT) tem apenas 0,9%.

Em Belém, o levantamento do Paraná Pesquisa divulgado no último dia 15 de junho mostrou o candidato apoiado por Bolsonaro, Delegado Éder Mauro (PL), à frente, com 30%. Na capital paraense, o PT apoia a reeleição de Edmilson Rodrigues (PSOL), que aparece em terceiro lugar, com 13,4%, atrás do candidato do MDB, Igor Normando.

Do UOL

O prefeito de Salgueiro, Sertão do estado, Marcones Sá (PSB), inaugurou no último dia 1º de julho, a Creche Maria Auxiliadora de Jesus, localizada em Conceição das Crioulas. Com esse novo equipamento, a gestão municipal soma três unidades infantis entregues a população, durante sua gestão municipal.

Em 2022, o prefeito inaugurou a Creche Aldeci Goes, localizada no bairro da Cohab e em maio deste ano, foi inaugurada a Creche Isabella Targino, localizada no bairro do Planalto.

“Estamos investindo na base educacional, acreditando que a educação é libertadora e essencial para construir cidadania e justiça social”, reforçou Marcones. O socialista tenta sua reeleição com o apoio do presidente Lula

Pesquisa Datafolha divulgada neste domingo (7) mostra que a aprovação da gestão da governadora Raquel Lyra (PSDB) é de apenas 16%, enquanto a reprovação é de 48%. O levantamento também mostra que 36% consideram o trabalho da governadora como regular.

A pesquisa foi realizada com 616 eleitores no Recife, entre os dias 2 e 4 de julho, e tem margem de erro de 4 pontos percentuais para mais ou menos, com um nível de confiança de 95%.

O levantamento foi publicado pela Folha de S.Paulo e registrado na Justiça Eleitoral sob o nº PE-09910/2024.

Uma boa notícia em matéria de política é o anúncio, por analistas de política internacional, de que os resultados, sobretudo, das últimas eleições no Reino Unido e na França, criam condições para o fortalecimento do centro político.

 Caso se concretize, a democracia se fortalece. Não se justifica essa polarização entre “esquerda e direita”, criando inclusive comportamentos patológicos, com pessoas intoxicadas por informações falsas gerando tumulto, usando palavras de baixo calão, querendo a todo custo impor as suas ideias.

O novo primeiro-ministro do Reino Unido lidera o processo de uma nova concepção política, apoiada no equilíbrio e não nos extremos. Ele coloca a estabilidade política como chave do processo de recuperação do Reino Unido.

Não haverá mudança nas políticas do Reino Unido em relação à sua crença na importância de um relacionamento forte com os Estados Unidos, seu papel na OTAN e seu apoio à Ucrânia. Mas mudança significa estabilidade precisamente porque os últimos anos de governo conservador foram instáveis, incluindo cinco mudanças de primeiro-ministro nos últimos nove anos.

O Partido Trabalhista inglês foi desradicalizado pelo novo líder Keir Starmer para se tornar uma alternativa para a maioria da população. Starmer não é um líder trabalhista particularmente radical. Sob o antigo promotor público, o Partido Trabalhista se comprometeu a manter o status quo nas taxas de impostos e prometeu reduzir a migração líquida.

No entanto, o partido apresentou uma grande visão para o futuro econômico da Grã-Bretanha: criar a Great British Energy (uma empresa pública de energia limpa), renacionalizar as ferrovias à medida que os contratos expiram e implementar uma nova estratégia industrial, para citar algumas políticas importantes.

Essas são metas elevadas, mas não impossíveis de serem alcançadas com o mandato que o Partido Trabalhista recebeu

Um fator que contribuirá para essa mudança é o esperado fracasso político do presidente francês Emmanuel Macron nas decisivas eleições parlamentares deste domingo, enfraquecendo-o no exterior e ofuscando seu legado, no momento em que a França se prepara para ganhar destaque global como sede das Olimpíadas de Paris.

Seja qual for o resultado do segundo turno deste domingo, não se espera que seja uma boa notícia para Macron. A mídia francesa descreveu recentemente uma atmosfera de “fim de reinado” no palácio presidencial do Eliseu.

Por outro lado, tudo indica que o Reagrupamento Nacional (RN), partido da líder extremista de direita Marine Le Pen, não terá a vitória esperada. Isso facilitará o reagrupamento político após a eleição e igualmente pode fortalecer uma posição de “centro”. 

Do blog do Ney Lopes

Por Claudemir Gomes*

Sempre fui apaixonado por música e futebol. Culpa da geração dos Beatles e de Pelé. Tive o privilégio de usufruir da boa música dos anos 60, 70 e 80 do século passado, e do futebol arte que transformou o Brasil na maior potência mundial do esporte mais popular do planeta. Pois bem! Passavam poucos minutos da meia-noite quando acabara de testemunhar a eliminação da Seleção Brasileira da Copa América que está sendo disputada nos Estados Unidos. O Brasil perdeu para o Uruguai numa decisão por pênaltis (4×2).

De imediato resolvi trocar o futebol pela música. Recorri a inteligência artificial e ordenei de forma implacável: 

– Alexa! Som na caixa ao seu gosto.

Numa irônica coincidência sou presenteado com o vozeirão do Zé Ramalho: “Mistérios da meia-noite; que voa longe; que você nunca; não sabe nunca; se vão, se ficam; quem vai, quem foi…”.

Não tinha como evitar uma boa risada. Captei a mensagem e acalmei o espírito. Afinal, a nova ordem não admite sofrimento. A boleirada está mais preocupada com o corte do cabelo e as cores das chuteiras do que com o futebol a ser praticado. 

O futebol brasileiro virou uma piada pronta. Dia desses, num dos programas esportivos da ESPN, um dos componentes da mesa falou que, numa dessas viagens da Seleção Brasileira havia mais de vinte cabeleireiros.

Time de futebol ou modelos da Victoria Secrets?

A perda do compasso começa na gestão da CBF. Após a Copa do Catar, o Brasil já mudou três treinadores. Vendo o Dorival Júnior fantasiado de Zagallo fiquei a pensar, cá com meus botões: será que ele vai fazer o aviãozinho se o Brasil passar pelo Uruguai?

Não! Não dá mais pra engolir esse tipo de coisa. Volta pra casa. Uma dúvida: será que a turma vai descer do avião pela porta de trás? A maioria dos desconhecidos meninos deve ir direto para a Europa. 

Sei que a tergiversada está grande, mas fica difícil analisar futebol diante do que as seleções de Brasil e Uruguai nos apresentaram ontem. Um festival de botinadas, nada mais que isso. Um espetáculo digno do clássico entre as usinas Petribu e Mussurepe.

O pior é que os frangotes dos dois times não sabem nem ser galos de briga. Saudade de Almir Pernambuquinho e Sérgio Ramirez. 

Antes de a bola rolar, o jogo foi “vendido” como o grande clássico desta edição da Copa América. 

Alexa! Som na caixa que o Zé Ramalho está perguntando: “Quem vai, quem foi”. 

Mistérios da meia-noite!

*Jornalista

A Casa do Estudante de Pernambuco (CEP) é uma organização social que presta assistência a estudantes pobres do Sertão, do Agreste e da Zona da Mata que vão ao Recife estudar. Esta organização social depende de um contrato de subvenção assinado com o governo estadual para garantir os recursos necessários ao seu funcionamento e para auxiliar os estudantes. 

Mas o governo de Pernambuco não tem reconhecido essa importância. Desde abril, a CEP enfrenta uma grave crise financeira devido à falta de repasse por parte do estado. A Casa do Estudante submeteu o contrato para aprovação burocrática com 90 dias de antecedência ao término do contrato anterior.

Contudo, devido a atrasos e letargia no processo por parte do governo estadual, já se passaram três meses sem que um novo contrato seja assinado, privando os estudantes dos recursos essenciais para sua subsistência na capital. 

Um dos auxílios prestados pela CEP é o ticket alimentação, cujo valor, sem reajuste há muitos anos, sequer está sendo disponibilizado atualmente por falta de contrato de subvenção assinado. Esse ticket, no valor de R$ 498, é destinado à alimentação dos estudantes, o que equivale a cerca de R$5,53 por refeição, se dividido entre as três diárias ao longo de um mês. 

Apesar de ser um valor extremamente baixo, tem sido fundamental e, na ausência dele, muitos estudantes estão passando por vulnerabilidade e insegurança alimentar. Por mais que tenha sido veiculado por alguns veículos de comunicação que houve um reajuste do último contrato para esse projeto atual, esse reajuste foi de 2%, abaixo até mesmo da inflação.

Por Cláudio Soares*

A política de São José do Egito vive um período turbulento, marcado por movimentações que minam a estabilidade da Frente Popular liderada pelo prefeito. Recentemente, adesões significativas fortaleceram a oposição e enfraqueceram a base governista, colocando em xeque a coesão e direção do grupo.

Nas últimas semanas, figuras políticas de peso têm migrado para as fileiras da oposição, deixando a Frente Popular em desvantagem. Destacam-se a saída do ex-secretário municipal de trânsito Júnior Siqueira e a adesão do presidente da Câmara Municipal, João de Maria, figura influente e o vereador mais votado na última eleição, representando um golpe significativo para o PSB, partido do prefeito.

Outro revés foi a adesão do respeitado empresário Ermiton Souto, cuja reputação amplia a influência da oposição. Rumores indicam que outros nomes de peso estão considerando mudar de lado, aguardando apenas a definição do pré-candidato a vice-prefeito na chapa liderada por George Borja(PSB). 

A situação se agrava com a adesão anterior dos irmãos do prefeito Evandro Valadares, Saulo e Esdras Valadares, ao campo oposto. Essas mudanças são vistas como reações às falhas internas da Frente Popular, especialmente durante o debate sobre o nome de Augusto Valadares e a preterição de Ana Maria Dantas.

A ausência de uma liderança política experiente e respeitada, com vasta credibilidade junto à população como Geraldo Bezerra Júnior (Dr. Gerinha) é profundamente sentida por diversos segmentos da sociedade. Dr. Gerinha, por enquanto, se recusa a participar desse processo eleitoral, lamenta as falhas estratégicas e a falta de consulta interna na Frente Popular, ressaltando que está atentamente observando as circunstâncias envolvidas. 

Em meio a esse cenário de desorganização e falta de rumo, as decisões parecem estar centralizadas no genro do prefeito, Paulo Jucá, contribuindo para a imagem de um grupo político sem coordenação efetiva e capacidade de resposta aos desafios locais.

A incerteza paira sobre o futuro da Frente Popular em São José do Egito, enquanto adesões à oposição e críticas internas revelam um ambiente político fragmentado e instável, onde o equilíbrio de forças poderá ser fundamental nas próximas eleições municipais.

*Advogado e jornalista

Em vídeo enviado ao blog, o deputado estadual Coronel Alberto Feitosa (PL) afirmou que as emendas parlamentares que destinou para os hospitais Dom Moura e o Palmira Sales, ambos em Garanhuns, ainda não foram liberados pela governadora Raquel Lyra (PSDB). Segundo o parlamentar, as suas emendas estão travadas porque a tucana “quer impor a política do toma lá, dá cá”.

Confira a denúncia abaixo:

Clã que teve seu start histórico em Petrolina com o velho Quelé, pai de Nilo Coelho e de outros filhos que se destacaram na vida pública, como Osvaldo e Geraldo, deputados federal e estadual, respectivamente, além de Augusto, também ex-prefeito de Petrolina, como Quelé, os Coelho promoveram, ontem, um encontro histórico no berço da família, capital da região banhada pelo Velho Chico. 

As divergências políticas foram deixadas de lado e o que se viu foi uma confraternização internacional, como assim definiram, pela presença de descendentes que moram no exterior. Chamou atenção o encontro do ex-senador Fernando Bezerra Coelho com o primo Guilherme. Ambos foram prefeitos de Petrolina, já estiveram no mesmo palanque, mas hoje estão em lados opostos novamente, até no plano estadual.

Confira alguns registros do encontro:

O deputado estadual e pré-candidato a prefeito de Surubim, agreste pernambucano, Cleber Chaparral, contratou o marqueteiro Dércio Alcântara para formatar a sua campanha no município.

Dércio também é marqueteiro do coach Pablo Marçal, pré-candidato a prefeito de São Paulo. 

Com o apoio da governadora Raquel Lyra e agora com a chegada do marqueteiro, Chaparral – que vem pontuando bem nas pesquisas de intenção de votos, espera sair vitorioso em Surubim, que atualmente é governado pela prefeita Ana Célia (PSB) e, por estar no seu segundo mandato consecutivo, indicou a vereadora Véia de Aprígio para sucedê-la. Elas contam com o apoio do prefeito do Recife, João Campos.

A Câmara dos Deputados barrou cerca de R$ 1,6 milhão em gastos feitos por parlamentares entre 2023 e 2024. Os deputados queriam que a Casa legislativa reembolsasse despesas como estacionamento de helicóptero particular, abastecimento de jatinho próprio e até multa por atraso em pagamento de contas.

Na Câmara, cada deputado tem direito a uma verba que varia entre R$ 36 mil e R$ 51 mil para despesas no exercício do cargo, dependendo do quão distante seu Estado está de Brasília. O parlamentar faz o gasto e entrega a nota fiscal para a Casa legislativa, que tem uma equipe técnica para analisar os registros e definir se vai efetuar o reembolso ou bloquear o valor. Desde fevereiro deste ano, além da verba parlamentar, deputados federais recebem R$ 44.008,52 mensais de salário.

O deputado João Carlos Bacelar (PL-BA) foi um dos que tiveram nota rejeitada pela Câmara e reclama. “R$ 9 mil por mês para o cidadão comum é muito dinheiro. Mas para um parlamentar atuante, isso não é nada”, diz. Ele se refere ao limite de R$ 9,3 mil que cada um dos 513 deputados pode usar por mês para cobrir gastos com combustível. Bacelar também usa o benefício para abastecer seu próprio avião bimotor e afirma que gasta cerca de R$ 50 mil mensais para manter a aeronave que, segundo ele, é usada em atividade parlamentar.

Na análise das notas, a Câmara pode se recusar a reembolsar os valores quando eles ultrapassam o limite dos gastos, quando apresentam despesas que não estão cobertas pela verba parlamentar ou quando não há comprovação do valor cujo reembolso foi solicitado. Por conta de valores acima do limite, a Casa já barrou reembolsos para gastos com telefonia, manutenção de escritório, divulgação de atividade parlamentar e passagens aéreas.

A Câmara, porém, não divulga a justificativa para impedir o ressarcimento de cada uma das notas. Procurada, a Casa se recusou a fornecer detalhes desse processamento e não quis esclarecer se os deputados e seus assessores são orientados previamente sobre como não abusar do pedido de reembolso com base na cota parlamentar. A assessoria sugeriu que fosse encaminhado um pedido formal com base na Lei de Acesso à Informação, o que permitiria à instituição só responder em 30 dias.

Organizações que trabalham com transparência e anticorrupção criticam a decisão da Câmara e dizem que postura prejudica a transparência. “É um problema muito simples de resolver que não deveria nem existir”, avalia Marina Atoji, do Transparência Brasil.

“A Lei de Acesso à Informação não foi criada para servir como escudo para obstruir o fornecimento de informações. A Câmara deveria informar”, afirma Roberto Livianu, presidente do Instituto Não Aceito Corrupção, mencionando a importância de o cidadão ter acesso a essas informações. “Existem brechas no controle. Há situações detectadas e outras que podem não ser detectadas.”

Como revelou o Estadão, há casos de pedidos de reembolso irregular que acabam passando despercebidos pelo sistema de análise das notas fiscais. O deputado Pedro Aihara (PRD-MG), por exemplo, teve gastos com bebidas alcoólicas pagos pela Câmara, mas o reembolso desse tipo de despesa é vedado pelas regras da Casa.

Aihara alegou erro técnico, a Câmara reconheceu a falha e notificou o deputado, que devolveu o valor que tinha sido ressarcido.

Deputados ultrapassam limite de gastos da cota e usam recurso para aluguel de carro de R$ 17 mil e estacionamento de helicóptero particular

O deputado Lula da Fonte (PP-PE) foi o parlamentar que teve o maior valor de reembolso bloqueado pela Casa no período analisado. Foram R$ 61,4 mil barrados entre 2023 e 2024. Parlamentar de primeiro mandato, ele alugou um Mitsubishi Pajero no valor de, aproximadamente, R$ 17 mil e pediu o ressarcimento do valor algumas vezes. No entanto, deputados têm um limite de R$12.713 para gastos com aluguel de automóveis.

Procurado, ele diz que o veículo é blindado e que não tem nada de errado no reembolso. “Pago mais de R$ 4 mil por mês do meu próprio bolso”, afirma.

Como mostrou o Estadão, em janeiro de 2023, em campanha para se reeleger no comando da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL) reajustou o repasse da cota parlamentar e aumentou o limite para gasto com combustíveis para R$ 9.392. Mesmo assim, a Câmara barrou R$ 40,9 mil nessa modalidade de gasto apenas em 2024. Esses impedimentos ocorreram, em sua maioria, em razão de parlamentares que gastaram acima do limite.

É o caso de João Carlos Bacelar, que teve o maior valor retido neste período. A Câmara barrou R$ 4.671,15 dele, que usa a cota parlamentar para abastecer o próprio avião bimotor. “De um ponto a outro da Bahia você tem quase mil quilômetros em linha reta. Percorro o Estado da Bahia de avião”, diz ele, justificando o uso do avião para o trabalho parlamentar.

O deputado diz que o valor de R$ 1,6 milhão barrado pela Câmara, considerando os 513 parlamentares “não é nada”. “Eu gasto 50 mil por mês, do meu bolso, para atividade parlamentar”, afirma Bacelar, que está no quinto mandato.

Como mostrou o Estadão, quando ainda era deputado federal, Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), à época do União Brasil, gastou R$ 200 mil reais da cota parlamentar da Câmara ao longo de cinco anos para comprar combustível num posto de gasolina de um sócio dele mesmo.

Na lista de despesas não pagas pela Câmara está ainda o valor de R$ 1.250 da deputada Magda Mofatto (PRD-GO). Ela usa a cota parlamentar para custear um serviço mensal de estacionamento de seu helicóptero particular e um atendimento aeroportuário pernoite de dois dias também para a aeronave.

A deputada estourou o limite mensal imposto de R$ 2.700 pela Câmara para o pagamento de táxi, estacionamento ou pedágio em março e abril em razão de seu helicóptero particular.

O gabinete da deputada informou que o impedimento foi feito em relação ao valor limite, mas a parlamentar não respondeu se avalia ser excessivo pedir para a Câmara reembolsar gastos com estacionamento de helicóptero.

Reembolso até de multa por atraso em pagamento de boleto

Entre as notas barradas pela Câmara, há R$ 184 mil apenas no pagamento de contas telefônicas. Segundo servidores da Casa, há casos em que a conta deixa de ser paga na data do vencimento e quando a nota é apresentada com pedido de reembolso, o parlamentar inclui o valor da multa por atraso, o que a Câmara não aceita. O Estadão encontrou o caso de uma nota que teve R$ 9 “glosados” (não pagos) porque esse valor se referia à multa por atraso.

Em meio deste ano, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) pediu reembolso de R$ 12 mil da Câmara sobre gasto relativo ao uso da manutenção de seu perfil nas redes sociais. A Câmara barrou R$ 9,6 mil.

Procurado, o gabinete do deputado informou o motivo. Segundo a equipe, a devolução ocorreu em razão de o deputado ter permanecido apenas cinco dias de maio como parlamentar, já que ele pediu licença para se dedicar à campanha à prefeitura de Niterói (RJ). Assim, a Câmara o ressarciu em um valor proporcional ao tempo em que ele permaneceu no exercício da função.

Em fevereiro, o deputado Átila Lins (PSD-AM) pediu reembolso de uma passagem aérea no valor de R$ 21,8 mil. A Câmara barrou o pagamento desse valor e o deputado pediu sigilo da nota fiscal. Procurado, ele não se manifestou.

Do Estadão

A Justiça Federal determinou, na última sexta-feira (5), o arquivamento de um pedido de investigação do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), contra o youtuber Felipe Neto por ter sido chamado de “excrementíssimo”.

O caso ocorreu no dia 23 de abril, durante o simpósio Regulação de Plataformas Digitais, realizado na Câmara. Na ocasião, o youtuber criticou Lira ao mencionar o engavetamento do PL das Fake News. “É preciso que a gente fale mais, se comunique mais, fale mais com o povo, convide mais o povo para participar”, defendeu Neto. “É preciso, fundamentalmente, que a gente altere a percepção em relação ao que é um Projeto de Lei como o 2.630, que foi infelizmente triturado pelo excrementíssimo Arthur Lira.” As informações são da Carta Capital.

O juiz federal Antônio Claudio Macedo da Silva, da 10ª Vara Federal, atendeu a um pedido do Ministério Público Federal. O MPF entendeu que não havia indícios de crime. “De fato, o comentário foi infeliz e revela-se de extremo mau gosto, porém, não há de ser considerado um ato criminoso“, disse a decisão. Segundo o juiz, não ficou demonstrado a “intenção específica de ofender a honra alheia”.

Nas suas redes sociais, Felipe Neto comemorou a decisão. “Lira, você pode ser o todo poderoso hoje, mas tem que comer muito arroz com feijão pra me intimidar”, afirmou.