Lendo sua crônica sobre a valentia do Afogados, a nossa Coruja, só tive uma única reação: “Que maravilha! O que você escreveu lembra Fernando Pessoa, quando ele diz que “o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia”.
A chuva, o cheiro da terra, do meio ambiente, as cores em suas múltiplas manifestações, há algo mais forte para nós? Claro que não. Uma canafístula, carregada de fulôs bem amarelinhas, lembra o cheiro e a beleza de se olhar e sentir o Sertão.
Leia maisE o jardim de rosas vermelhas e angelicais de Dona Alzira, mulher de Zé Virgínio, na fazenda Canafístula? Este lugar de sonhos fica entre Irajaí (Coruja) e Iguaracy (Macaco). A minha terra, Coruja, e a terra do cantador e imenso poeta Maciel Melo, Macaco.
Se quiserem ainda dou de lambuja os pavões de Zé Virgínio, a maior maravilha do mundo, mais belos que os pavões de qualquer conde italiano.
O seu pai era um homem sábio. O seu umbigo foi enterrado debaixo de um umbuzeiro do sertão seco sofrido. Acredito que na nascente do rio Pajeú, lá em Brejinho.
Ou foi no Riacho do Navio, na Fazenda Algodões, em Floresta do Navio? O fato é que você nos acorda igualzinho a Guimarães Rosa e suas descobertas e dádivas deixadas para nós.
“O sertão tem medo de tudo. Mas eu hoje em dia acho que Deus é alegria e coragem. É bondade adiante, quero dizer. O senhor escute o buritizal. E meu coração vem comigo”.
Você é da turma que, através do sertão, descobriu o Brasil à machadadas de Assis, entre ramos e rosas, como disse o meu amigo Wilson Araújo de Souza, o WAS.
Por favor, não maltrate tanto a gente, Seu Rosa, Seu Guimarães, Seu João.
Vôte!
Cordialmente,
Zé da Coruja
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