Por Delmiro Campos*
Na minha análise, distante, observo um garoto pernambucano que vem alçando sucesso por seus esforços e competência. Ele resolve prestigiar o Recife e Pernambuco na gravação do seu primeiro DVD.
Um evento público, aberto, um presente do artista financiado por uma série de entes públicos, que conseguiu parar o trânsito da cidade e até mesmo comprometer o funcionamento de diversos órgãos públicos, inclusive o próprio judiciário.
Leia maisPara o pernambucano, o orgulho de ver um dos seus filhos brilhando, uma apoteose de cores e uma multidão que estava a cantar o Sertão, mas o que fez e onde estava o Estado? Onde estava a segurança para essa multidão?
No lugar de testemunharmos o renascimento do Marco Zero pós-pandemia, com uma festa a altura do pernambucano, tivemos que testemunhar arrastões, furtos e assaltos, tiros, correria, pânico e medo.
A quem competia evitar tudo isso? Pernambuco, que gosta de mostrar seu carnaval dentre os maiores do País, não tinha condições de apresentar um aparato policial e um sistema de organização para combater o vandalismo e, verdadeiramente, vermos divulgado tão somente a beleza de uma festa aberta?
Para mim, como pernambucano apaixonado e respirando o período eleitoral, é natural esperar que desse episódio possa prosperar reflexões na sociedade e, mais do que isso, possamos saber quais providências foram tomadas para que vandalismos desse estilo não voltem a ocorrer.
Para mim, foi um dissabor ver o show de João Gomes explorado politicamente como sendo um “presente” (pão e circo?!) da Prefeitura do Recife e do Governo do Estado, quando na verdade serviu para descortinar a ineficiência da segurança pública em nosso estado.
Repito, não escreve a você o advogado eleitoral, escreve um eleitor que festeja a democracia no período eleitoral e defende de forma intransigente que o debate em torno das políticas públicas seja sempre e sempre potencializado.
*Advogado eleitoral e coordenador jurídico da campanha de Miguel Coelho
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