Na passagem por Garanhuns, onde lancei ontem a biografia de Marco Maciel, visitei, há pouco, o ex-deputado federal José Tinoco, 84 anos, e sua esposa Fernanda, a quem presenteei com o livro. Eles são pais de Jorge Branco, esposo da vice-governadora Priscila Krause. Além de federal, Tinoco foi deputado estadual e secretário de Trabalho no Governo Marco Maciel. É o que se pode classificar de macielista histórico e de carteirinha.
A governadora Raquel Lyra (PSD) defendeu que os projetos de empréstimos enviados pelo governo à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) sejam aprovados da forma como foram exigidos pelas instituições financeiras. Segundo ela, alterações nos textos podem comprometer a viabilidade das operações. A gestora falou sobre este imbróglio com a Assembleia durante participação no Fórum Nordeste 2025, promovido pelo Grupo EQM.
“Essas operações, não tenho dúvidas, serão aprovadas pela Assembleia. E precisam ser da forma que o banco exige para que a gente possa tomar essa operação, senão a gente não consegue buscá-las”, afirmou.
De acordo com a governadora, Pernambuco fechará o ano com o maior investimento da sua história. “São 12% em cima da receita corrente líquida. 6 bilhões e 200 milhões de reais em investimento para a Região Metropolitana do Recife. Tudo isso é possível porque a gente organizou a casa e temos capacidade de buscar operações de crédito”, disse.
O prefeito do Recife, João Campos (PSB), defendeu a Transnordestina para o desenvolvimento de Pernambuco, durante a abertura do Fórum Nordeste 2025, no Recife, hoje. Em seu discurso, o gestor lembrou da frase do seu pai e ex-governador Eduardo Campos que dizia que “o Nordeste não é um problema, mas parte da solução do Brasil”.
“E o Nordeste precisa estar sempre unido para poder defender nossa bandeira e conseguir, assim como Eduardo colocou, o avanço de pautas estratégicas como a Transnordestina”, destacou João Campos.
O gestor relembrou que a conclusão da Transnordestina já era uma pauta defendida pelo ex-governador Miguel Arraes desde anos 80 e que a demanda permanece atual. “Isso é uma agenda muito maior do que qualquer governo, muito maior do que qualquer setor. Isso é uma agenda de Estado, é uma agenda que, de fato, liberta o futuro”, falou o gestor, ao citar a defesa da obra feita pelo presidente do Grupo EQM e fundador da Folha de Pernambuco, Eduardo de Queiroz Monteiro.
Durante a abertura do Fórum Nordeste 2025, que reúne empresários, autoridades e especialistas na área de transição energética para debater e buscar soluções para uma economia mais sustentável, com base nas mudanças das matrizes energéticas, no Recife, hoje, o presidente do Grupo EQM, Eduardo de Queiroz Monteiro, defendeu a reinclusão do trecho de Pernambuco nas obras da Transnordestina.
Eduardo Monteiro lembrou de outras perdas de Pernambuco na história do Estado. “Pernambuco foi ao longo do tempo muito violentado. Nosso espaço territorial tinha Alagoas, que foi embora em 1817, na Revolução Pernambucana. Levaram depois, em 1924, através da Confederação do Equador, parte do além São Francisco. Nosso território é generoso. Perdemos 180 km de praia e perdemos o maior produtor de cana-de-açúcar do Norte Nordeste, que é o estado de Alagoas. Essa que é a realidade. Essa violência decorre muito da nossa insurgência e do nosso irredentismo. Mas eu quero dizer à governadora que perpetraram uma violência contra Pernambuco. E ela é recente e não é na coroa nem no império, é no regime republicano”, comentou, se referindo a retirada de Pernambuco do projeto da ferrovia, no governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL).
“Que a governadora possa contar com esse instrumento que não é uma apenas uma ferrovia, é um eixo de desenvolvimento que leva e traz o desenvolvimento, traz o grão que leva os insumos, que leva o fertilizante, que leva o defensivo e foi uma das grandes injustiças da da República, esse trecho chegar, como vai chegar antes em Pecem do que em Suape”, afirmou. “Mas nós vamos continuar essa briga e nós da área de comunicação temos esse dever de defender intransigentemente essa bandeira pelo efeito estruturador que ela tem”, disse Eduardo de Queiroz Monteiro.
O prefeito do Recife e presidente nacional do PSB, João Campos, defendeu, hoje, que disputas partidárias não sejam levadas ao Judiciário. “Política se faz na política, não na Justiça”, afirmou, durante o Fórum Nordeste 2025, promovido pelo Grupo EQM.
Campos comentou a decisão da desembargadora Valéria Bezerra Pereira Wanderley, da 3ª Câmara Cível do Recife, que devolveu ao deputado Diogo Moraes (PSDB) a liderança do partido na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). O parlamentar também reassumiu a vaga na CPI da Publicidade, da qual havia sido eleito presidente.
“Questões internas sempre têm que ser discutidas no foro competente interno. Tanto as questões da Assembleia têm que ser tratadas pela Assembleia, quanto as questões partidárias têm que ser tratadas por cada partido. Cada partido tem sua autonomia, suas prerrogativas e suas questões políticas. Da minha parte, acho que quanto mais evitar judicializar, é o adequado”, disse Campos.
Com plateia lotada, a 14ª edição do Fórum Nordeste teve início na manhã de hoje. Uma iniciativa do Grupo EQM, presidido por Eduardo de Queiroz Monteiro, o evento ocupa o Mirante do Paço, no Bairro do Recife, nba área central da Cidade, reunindo autoridades, empresários e especialistas para debater inovação e sustentabilidade no setor sucroenergético.
Entre os convidados, estão o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta; a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra; e o prefeito do Recife, João Campos. Ministros, deputados federais e estaduais, senadores e representantes de entidades de diferentes setores também prestigiam o encontro.
No ano em que o Brasil recebe a COP30, o Fórum se consolida como uma importante plataforma para a construção de soluções que impulsionem o desenvolvimento econômico sustentável na região. Os painéis realizados ao longo do dia traçam um panorama da transição energética no Brasil, apresentando análises, projeções e ações efetivas na busca por uma matriz energética limpa.
O anfitrião do evento, Eduardo de Queiroz Monteiro, fez a saudação inicial, agradecendo a presença dos convidados. Em sua fala, o empresário ressaltou o posicionamento da região Nordeste no processo de transição energética, que ele classifica como marco civilizatório.
“O Nordeste nesse tema é imbatível. O sol é nosso maior instrumento, nossas plantas estão perto dos portos, estamos na transição energética do biogás e do biometano, além do emetanol, do biohidrogênio e do SAF. Do ponto de vista industrial avançamos muito, o que nos coloca próximos do restante do Brasil”, apontou.
O Fórum Nordeste 2025 tem o patrocínio do Banco do Nordeste, Suape, FMC, Sudene, Copergás e Neoenergia. Apoio do Governo de Pernambuco, Prefeitura do Recife, Fertine e NovaBio. Como apoio técnico conta com o Sindaçúcar-PE. O evento é uma realização do Grupo EQM.
Numa das suas crônicas postadas no Diário de Pernambuco, o escritor e acadêmico da APL, Raimundo Carrero, lembrou uma conversa que tivera, anos atrás, com o seu amigo Ariano Suassuna sobre a importância universal do ofício de tradutor ao longo dos séculos, na cultura dos povos, destacadamente na literatura, assunto que era do domínio de muitos saberes de Ariano e tem sido constante no mestre Carrero, ex-editor do Diário, que mantém uma oficina de criação literária no Recife.
Para o autor de ‘A vida é traição’, o tradutor terá um papel de extrema importância em qualquer época, cultura, esfera do saber e de conhecimentos, não só literário e científico, pelos desafios que terá numa das atividades mais antigas do mundo. Além de ter uma gama muito alargada de conhecimentos e competências não só linguísticas.
Pernambuco tem o mérito de ser berço de bons tradutores no difícil campo da literatura. Eu lembraria o saudoso Jorge Wanderley, médico, professor de literatura brasileira e teoria da literatura, poeta, tendo ficado suas traduções na memória dos leitores não só pernambucanos, Everardo Norões, identificado com autores de língua espanhola, Cláudia de Holanda Cavalcanti, especializada em tradução de autores de idioma alemão, Luzilá Gonçalves, que traduzia para a língua francesa textos de Dom Helder Câmara, Liliana Falangola, que muito colabora com o autor deste artigo na versão de textos em alemão.
Por fim, lembro o pernambucano do Recife, Emmanuel Carneiro Leão, professor e filósofo, nascido no bairro recifense da Várzea, pouco conhecido na sua cidade natal, embora tenha sido professor emérito de várias universidades, criador de cursos, “imortal” da ABL, com Doutorado na Albert-Ludwigs-Universität Freiburg, Alemanha, com a tese: De Problemate Hermenêutica e Philosophicae apud M. Heidegger. Foi um dos mais qualificados conhecedores brasileiros da obra monumental e complexa do filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976), tornou-se um dos pioneiros no Brasil nos estudos sistemáticos, profundos e indagadores do pensamento de Heiddeger.
O nosso autor tornou-se ao longo dos anos um especialista obsessivo e profundo, além de pesquisador e exegeta quando se tratava da obra de Martin Heidegger, de quem foi um dos alunos mais próximos e colaborador. De Heiddeger, autor de uma obra não só de investigação filosófica extrema- mente difícil de ser compreendida, sobretudo para quem não está familiarizado com a sua filosofia ontológica (o ramo da filosofia que estuda a natureza do ser, da existência e da realidade), é bom advertir que se trata de uma tarefa hercúlea tentar traduzi-lo para outro idioma. Nisso, Emmanuel somava o rigor da análise à erudição.
Destaco também o interesse da pernambucana de Vitória de Santo Antão, Maria do Carmo Tavares de Miranda (1936-2012), ela que foi aluna de Heidegger e sua tradutora no Brasil, além de outros grandes estudiosos heideggerianos pernambucanos, o saudoso José Souto Maior Borges, e um jovem professor, também vitoriense, Ubirajara Carneiro da Cunha, que estudou o idioma alemão para ler no original toda obra hermenêutica e fenomenológica do solitário homem da Floresta Negra.
O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) 2026 vai assegurar uma receita adicional de R$ 125 milhões para os municípios pernambucanos no próximo ano. A conquista foi possível graças a uma emenda aprovada por unanimidade na Comissão de Finanças, Orçamento e Tributação e confirmada pelo plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco.
A proposta determina que os recursos arrecadados pelo Fundo Estadual de Equilíbrio Fiscal (FEEF) sejam repartidos com as prefeituras, seguindo a mesma sistemática de distribuição do ICMS. A iniciativa demonstra a união da Alepe em defesa da pauta municipalista e da descentralização dos recursos públicos, reforçando o compromisso do Legislativo estadual com o fortalecimento das administrações locais.
O presidente da Comissão de Finanças, deputado Antonio Coelho, autor da emenda, explicou que a medida corrige uma distorção. Segundo ele, ao conceder benefícios fiscais de ICMS por meio do Prodepe e outros programas – políticas consideradas importantes para atrair investimentos e gerar empregos –, o Estado reduz sua arrecadação e, consequentemente, os repasses às prefeituras. Para compensar parte dessa perda, o governo estadual instituiu o FEEF, cobrando um percentual sobre os incentivos concedidos. O problema, na avaliação do parlamentar, é que esses valores nunca foram partilhados com os municípios, como ocorreria se fossem arrecadados diretamente via ICMS.
“O FEEF é um imposto ruim, que traz insegurança jurídica e afeta diretamente as gestões municipais. Sempre me posicionei contra sua existência, mas, se ele é inevitável na atual conjuntura, ao menos devemos repartir os recursos com quem mais precisa: os municípios, que estão na ponta e arcam com a queda de arrecadação. A partilha é uma oportunidade de equilibrar o jogo”, afirmou Antonio Coelho.
O deputado também destacou que a partilha tem amparo constitucional e respaldo do Supremo Tribunal Federal (STF). Na ADI nº 5635, a Corte reconheceu que depósitos em fundos estaduais criados para equilíbrio fiscal têm natureza de ICMS e, portanto, podem ser divididos com os municípios. “Não se trata de favor, mas de uma garantia constitucional. O governo do Estado não pode se apropriar sozinho de recursos que não lhe pertencem na totalidade”, alertou.
Com a aprovação da emenda, o percentual de 25% da receita do FEEF passará a ser destinado aos municípios, fortalecendo os cofres locais e permitindo novos investimentos. “Nosso objetivo maior é que o FEEF deixe de existir. Mas, enquanto essa realidade não se impõe, garantimos uma conquista importante: redistribuir recursos que já existem e pertencem, por direito, aos municípios. É uma forma de devolver recursos públicos a quem está mais próximo da população e mais capaz de transformá-los em serviços essenciais”, concluiu Antonio Coelho.
Os ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) acreditam que não haverá um pedido de vistas e o julgamento do núcleo crucial ocorrerá ainda em setembro.
Se a expectativa não se confirmar, porém, mesmo com um pedido de vista, que não é totalmente descartado, os magistrados avaliam que há tempo para que o julgamento termine ainda em dezembro, depois do prazo de 90 dias para que a ação fosse devolvida para a conclusão dos votos.
Entre os cinco ministros da Primeira Turma, o nome apontado como aquele que pode pedir vistas é o de Luiz Fux. Tecnicamente, colegas de Fux avaliam que não haveria motivos para um pedido de vista.
Eles lembram que o ministro participou inclusive das sessões de interrogatórios e acompanhou bem todo o processo de instrução da ação penal, apresentando nestes momentos divergências em relação a alguns pontos defendidos por Alexandre de Moraes.
Por isso, os colegas de Fux esperam que ele apresente um voto divergente em relação ao do relator Alexandre de Moraes, no mínimo em relação ao tempo das penas no caso de uma de condenação do ex-presidente. Fux, por exemplo, questionou a delação de Mauro Cid.
Votos divergentes
No julgamento da cabeleireira Débora dos Santos, a pichadora da Estátua da Justiça, ele defendeu uma pena menor para o caso dela. O ministro também votou contra Alexandre de Moraes nas medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, como o uso da tornozeleira eletrônica.
Para o ministro, não haveria sinais de que o ex-presidente estivesse planejando uma fuga. Ele também votou contra a proibição de uso de redes sociais pelo ex-presidente da República.
As divergências de Luiz Fux em relação a Alexandre de Moraes foram comemoradas pelos apoiadores de Bolsonaro, apesar de eles reconhecerem que não será o suficiente para inocentar o ex-presidente da República. O julgamento será na Primeira Turma, e não cabe recurso ao plenário de onze ministros.
O policiamento na Praça dos Três Poderes, em Brasília, será reforçado, a partir de hoje, por conta do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete réus por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. As informações são do portal Estadão.
A segurança na área central da capital federal será reforçada com uma operação integrada entre a Segurança Pública do Distrito Federal e a Polícia Judicial, efetivo que realiza a guarda do STF. Uma célula com os dois efetivos integrados será instalada na Praça dos Três Poderes.
O policiamento foi ampliado nas vias de acesso à praça. Por decisão do STF, acampamentos e obstruções estão proibidos na área. A operação contará com varredura constante de drones de imagem térmica. O policiamento também será reforçado no domingo, 7 de setembro, quando estão previstas comemorações do Dia da Independência.
Dos 31 réus no STF por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, oito integram o chamado “núcleo 1″ ou “núcleo crucial”. Segundo a PGR, partiram deles as principais decisões da tentativa de ruptura institucional. Nesta terça-feira, 2, os ministros da Primeira Turma do Supremo iniciam o julgamento final da ação penal desse núcleo, que poderá condenar ou absolver os oito réus.
Eles são acusados por cinco crimes: organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado democrático, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União. A análise do caso vai até o dia 12.
Mais de 3 mil pessoas se inscreveram para acompanhar presencialmente o julgamento do “núcleo crucial” da trama golpista. De acordo com o Supremo, “foram disponibilizados 150 lugares para o público em geral na sala de sessões da Segunda Turma do STF”. Por limitação de espaço, o Tribunal aceitará somente os 1.200 primeiros cidadãos que se inscreveram do total de 3.357.
Os demais interessados, que não foram selecionados para acompanhar o julgamento dentro do STF, poderão assistir às sessões no lado externo, em um espaço com telão, onde também será permitida a entrada de cinegrafistas e fotógrafos.
MONTANHAS DA JAQUEIRA – Artefatos atômicos radioativos pairam sobre os corações neste Terra de Santa Cruz, a terra da verdadeira Cruz, Os artefatos nucleares são feitos com urânio, plutônio e, principalmente, material radioativo de coliformes. A radiação de coliformes é a que mais destrói cérebros, corpos e até a alma das criaturas. Espíritos de coliformes radioativos vagueiam nos planaltos e nas planícies.
Tic-tac, tic-tac, tic-tac – os senhores das armas e das guerras acionam o gatilho da bomba atômica de urânio e coliformes. Haverá um grande cogumelo no ar. Zeus nos proteja!
Depoimento secreto de um caboeta afirma que o Capitão Marvel comandou os bovinos para participar da intentona golpista e tomar de assalto o poder. Os bovinos foram comandados por controle remoto e até por telepatia, segundo o caboeta. “Marcha, bovinos, cabeça de papel, se não marchar direito, vai preso no quartel!”, eram as palavras de ordem do Capitão. Os caboetas não mentem jamais.
No meio da intentona, uma senhora com aparência inocente, portadora de um batom atômico com potência de 10 megatons, tentou destruir a estatua da liberdade democrática na Praça dos Três Poderes Celestiais. A pobre estátua, de olhados vendados e indefesa, ainda hoje verte lágrimas de sal por ter sido alvo de uma conspiração antidemocrática.
O comandante da intentona, os bovinos e insurgentes conservadores estão na alça de mira dos bombardeios atômicos de urânio e coliformes radioativos.
O Capitão Marvel está sendo esculachado e poderá ser condenado, estraçalhado, esfolado, sangrado, decapitado, esquartejado e até castrado, para não reproduzir o legado da intentona golpista.
A estátua da liberdade democrática e demais vítimas da intentona direitista poderão conceder anistia ou indulgência ao Capitão Marvel e aos conspiradores golpistas? Nunca jamais, dizem. Indulgências só poderão ser concedidas aos bovinos pelo misericordioso Santo Padre o Papa na Praça de São Pedro no Estado do Vaticano.
Eu vos direi, o maior larápio que já contemplou as águas da Guanabara, assaltante dos cofres públicos com 400 anos de cadeia no lombo, recebeu indulgências eternas, e hoje concede autógrafos à patuleia aos pés do misericordioso Cristo Redentor. Poderá ser eleito novamente governador das terras da Guanabara.
Assaltar cofres públicos faz parte das honoráveis tradições do Reino de Pindorama. O descendente de Pedrálvares só usava batom nas orgias palacianas para festejar a corrupção. Mas eram orgias inocentes, acredite. O sonho dele é voltar à cena do crime para dobrar a meta.
Sempre haverá o dia seguinte. Esta Terra de Vera Cruz, a terra da verdadeira Cruz, padece da síndrome do coração partido. Corrução é coração partido. Quem feriu os corações neste Reino Auriverde, onde cantava o sabiá e hoje canta o carcará?!
Sábios e iluminados da intelligentsia auriverde cultivam em seus palácios bombas atômicas de coliformes. Sentem-se embriagados de vaidades e verdades.
Tudo são vaidades e aflição de espírito, dizem os Eclesiastes.
Este é o Xis do problema, o antigo Twitter do problema.
Começa amanhã, enfim, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete pessoas integrantes do núcleo central do plano de golpe de Estado. Cinco ministros que integram a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal já condenaram o capitão em todas as etapas anteriores do processo lá atrás. A prisão de todos, portanto, é dada como certa.
Bolsonaro já cumpre prisão domiciliar com tornozeleira. Provavelmente, irá direto para um presídio, diferente do ex-presidente Lula (PT), que ficou detido numa cela especial da Polícia Federal pelo seu envolvimento no escândalo da Lava Jato. No mundo jurídico há quem pense diferente.
Em entrevista, ontem, à rede de TV CNN, o professor de Direito Constitucional, Gustavo Sampaio, disse que, em tese, a prisão domiciliar do ex-presidente poderia ser transformada em prisão preventiva em presídio antes mesmo do julgamento, caso ocorra desobediência por parte do réu.
“A medida seria juridicamente possível com base no art. 312 Do Código de Processo Penal, caso surgisse descumprimento das cautelares ou risco concreto à investigação ou instrução. No entanto, ele considera a evolução pouco provável, sobretudo devido à idade (70 anos) e às condições de saúde do ex-chefe da Nação”.
Além disso, a Procuradoria Geral da República já se manifestou, na sexta-feira passada, contra o reforço de policiamento dentro da residência de Bolsonaro. Segundo o procurador Paulo Gonet, não há necessidade de “soluções mais gravosas” que a prisão domiciliar, já que não foi relatada qualquer “situação crítica” no local.
Mesmo em caso de condenação com execução imediata, Sampaio avalia que o regime domiciliar é o desfecho mais provável, por motivos humanitários e de saúde, em linha com o que se deu com o ex-presidente Fernando Collor, que cumpre detenção em sua casa, em Alagoas. A decisão final, contudo, cabe à Primeira Turma do Supremo.
SETE ANOS NO XADREZ – Já a Folha de São Paulo informa que o ex-presidente Bolsonaro pode pegar sete anos de prisão em regime fechado caso seja condenado à pena máxima de 43 anos pelos crimes listados na acusação da Procuradoria Geral da República no processo da trama golpista. Os crimes são, pela ordem, organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro nega ter cometido qualquer irregularidade.
E foi a oposição que antecipou… – A governadora Raquel Lyra (PSD) acusa seus adversários de antecipação da campanha de 2026, mas carapuça está na sua cabeça. Por onde anda, pegou mania agora de fazer discursos explosivos, fugindo do tom administrativo. Sexta-feira passada, em Arcoverde, ela subiu novamente numa cadeira, exibiu a bandeira de Pernambuco e afirmou: “Sabe qual a diferença entre nós para eles? É que o que nos une é o amor por Pernambuco. Não me importo com a cor da bandeira partidária, mas eu sei que o povo de Pernambuco está representado nesta bandeira e é por ela que eu trabalho”.
A ira de Raquel – Ainda em Arcoverde, a governadora tomou conhecimento de que o prefeito Zeca Cavalcanti (Podemos) não moveu uma palha na mobilização para o principal evento, a plenária para ouvir a população. Não fossem os prefeitos de Pesqueira, Custódia e Sertânia, que levaram suas caravanas em ônibus lotados, o evento teria sido um verdadeiro fiasco. Perseguidora, daquelas que fazem política com o fígado, Raquel deixou Arcoverde com vontade de riscar Zeca do seu caderno.
Até o irmão foi ingrato – No pacote de ajuda a Arcoverde, a governadora incluiu o restante da pavimentação do trecho da BR-232 até ao Santuário da Divina Misericórdia, em Serra das Varas. A obra, justiça seja feita, começou pelas mãos do ex-deputado estadual Júlio Cavalcanti, que destinou uma emenda da ordem de R$ 1 milhão. Mas até mesmo o prefeito Zeca Cavalcanti, irmão de Júlio, ignorou a ação do ex-parlamentar, com quem, aliás, não se bica.
Razão da ausência – Aliado de primeira hora da governadora, o presidente da Câmara de Arcoverde, Luciano Pacheco (MDB), tem evitado participar de eventos com o prefeito Zeca Cavalcanti. Daí, a razão de não ter sido visto acompanhando Raquel na programação que a gestora cumpriu na cidade, sexta-feira passada. Rifado da gestão municipal, Pacheco não criou ânimo sequer para ir ao festival “Pernambuco, meu País”, que arrastou muita gente da cidade e região.
CURTAS
LANÇAMENTO 1 – Amanhã, começo por Toritama, no Agreste, mais uma maratona de lançamentos do meu livro “Os Leões do Norte”, um conjunto de 22 mini biografias de ex-governadores de Pernambuco, de 1930 a 2022, pela editora Eu Escrevo. A noite de autógrafos, com apoio do prefeito Sérgio Colin (PP), será no Espaço da Juventude, a partir das 19 horas.
LANÇAMENTO 2 – Na quarta-feira, a noite de autógrafos, antecedida por uma palestra minha, será na Câmara de Vereadores, às 19 horas, com apoio do prefeito Josafá Almeida e a coordenação do seu irmão, o secretário de Administração e Segurança Pública, Jobson Almeida, candidato a deputado estadual.
LANÇAMENTO 3 – Na quinta-feira, também às 19 horas, na Câmara de Vereadores, a noite de autógrafos será em Caruaru, com apoio do prefeito Rodrigo Pinheiro e coordenação do secretário de Articulação Política, Anderson Luiz. Na sexta-feira, enfim, acontece em Vertentes, às 19 horas, na Câmara de Vereadores, com apoio do prefeito Israel Ferreira.
Perguntar não ofende: O Brasil vai parar para acompanhar o julgamento de Bolsonaro?
Mal comparando, o julgamento de Bolsonaro e dos sete cúmplices que compõem o “núcleo crucial” do complô do golpe se assemelha ao epílogo de um filme trágico. O enredo é conhecido. Relata a história de uma embarcação temerária, uma tripulação alienada e uma imensa pedra de gelo. Tudo muito parecido com Titanic.
Ninguém ignora o final. Mas Tarcísio de Freitas voltou a torturar a realidade numa entrevista ao Diário do Grande ABC. Repetiu que, se fosse eleito presidente da República, seu “primeiro ato” seria a assinatura de um indulto a Bolsonaro. Afirmou que “tudo isso que está acontecendo é absolutamente desarrazoado.”
A criatura trata o criador como maestro de um transatlântico a caminho das profundezas. Vestindo o figurino de músico de uma orquestra precária, Tarcísio ajusta seu discurso às conveniências de Bolsonaro. Não ignora que o julgamento do Supremo é um iceberg. Mas desliza pelo convés de costas para 61% dos eleitores que disseram ao Datafolha que não votariam em candidato que prometesse livrar Bolsonaro de suas culpas.
Com a água invadindo o seu trombone, os tubarões entrando pelas escotilhas, as caldeiras explodindo, Tarcísio ainda responde à batuta de Bolsonaro sem hesitação. Fala como se atribuísse o desnível acentuado do assoalho do transatlântico do golpe à má qualidade do champanhe servido pelos magistrados da Primeira Turma do Supremo.
Tarcísio disse não acreditar na consistência dos “elementos” reunidos no processo que conduz Bolsonaro à condenação. Acrescentou: “Infelizmente, hoje, eu não posso falar que confio na Justiça, por tudo que a gente tem visto.” Com seus acordes desafinados, o governador paulista dá de ombros para os fatos.
Tratado como quindim do centrão para a sucessão de 2026, Tarcísio ignora a delação de Mauro Cid e tudo o que veio depois dela — do testemunho de dois comandantes militares que se recusaram a avalizar a minuta do golpe ao plano confesso para assassinar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes que a PF recolheu no computador de um general palaciano.
A conjuntura já ofereceu muitas oportunidades para o desembarque de Tarcísio. Mas o governador, com os olhos vidrados no que restou do espólio do maestro da ultradireita, demora a perceber que há um déficit de botes salva-vidas no Titanic. Político que não ambiciona o poder vira alvo. Mas quem só ambiciona o poder tende a errar o alvo.