O secretário de Defesa Social de Pernambuco, Alessandro Carvalho, afirmou, nesta terça-feira (28), que é favorável que os guardas municipais usem arma de fogo em serviço. De acordo com o gestor estadual, o instrumento ajuda no combate à violência, porque intimida os criminosos.
“Meu entendimento pessoal e como secretário de Defesa Social é de que toda ajuda é bem-vinda. Eu entendo que a Guarda Municipal ajuda na questão da segurança. Não estou dizendo que a Guarda Municipal tem que fazer o papel de polícia, tem que investigar. Mas se o guarda vai tomar conta de uma área pública qualquer, e está armado, é mais do que provado que um criminoso vai respeitar muito mais do que um guarda sem uma arma na cintura”, disse Carvalho, em entrevista ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal. As informações são do Jornal do Commercio.
Leia maisO uso de arma de fogo pela Guarda Municipal ainda é cercado de opiniões divergentes. O Recife, por exemplo, é a única capital do Nordeste que não aderiu à medida de segurança. Em entrevista recente ao JC, o secretário municipal de Segurança Cidadã, Murilo Cavalcanti, justificou que não há evidências de que o uso das armas de fogo ajude a diminuir a violência. Para o gestor municipal, cabe às prefeituras a criação de políticas públicas em áreas mais vulneráveis, a exemplo do Compaz.
Em Pernambuco, cidades como Ipojuca, Camaragibe, Petrolina e Santa Cruz do Capibaribe já aderiram ao uso da arma de fogo pela Guarda Municipal.
Atualmente, há pouco mais de 16 mil policiais militares na ativa no Estado. O ideal, segundo o Portal da Transparência, seria ter no mínimo 27 mil. Com esse déficit histórico, o auxílio dos guardas municipais pode resultar, pelo menos, na diminuição da insegurança nos espaços públicos urbanos.
Por outro lado, Alessandro Carvalho reforçou que o programa Juntos pela Segurança, cujas ações foram anunciadas nesta segunda-feira (27), prevê uma maior integração das polícias com os municípios para reduzir os índices de criminalidade. A Guarda Municipal terá papel importante para contribuir com a segurança, principalmente evitando os crimes contra o patrimônio (roubos), com meta de redução de 30% até o final de 2026.
Carvalho, que é delegado federal, disse que todo guarda municipal tem preparo para usar arma de fogo e citou como exemplo o treinamento da Polícia Militar.
“Estamos fazendo concurso agora para colocar 2.400 novos soldados nas ruas. São civis comuns que vão passar por uma preparação, por um curso de formação, e vão portar a arma no final. Nada impede que um guarda municipal faça o mesmo curso e porte arma. Em relação à questão de uso indevido, de excesso, ele vai responder da mesma forma que um policial civil, militar ou policial federal”, declarou.
“É uma decisão de cada município, que tem autonomia para decidir em armar a sua guarda ou não, e eu respeito. Ajuda? Sim. Eu entendo que ajuda na segurança daquele município. E nós ajudaremos com toda a instrução, toda a qualificação necessária, porque, como foi dito, ninguém faz nada sozinho”, completou o secretário de Defesa Social.
Presidente do Sindicato dos Guardas Municipais, Subinspetores, Inspetores e Agentes de Trânsito do Recife (Sindguardas), Marília Viana, já afirmou que os guardas querem portar arma de fogo durante o expediente para se protegerem da violência e também ajudarem na prevenção nos locais onde estão atuando.
“A questão do armamento é uma situação de necessidade por causa da violência imposta. A gente sempre entendeu que a Guarda Municipal pode colaborar contra a violência. E a lei reconhece isso. É importante lembrar também que somos uma instituição com controle interno e externo. Temos nossa corregedoria para fiscalizar o trabalho dos guardas municipais”, disse.
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