Genro do ex-senador Marco Maciel, Joel Braga Filho, agradece, em nome da esposa, Gisela Maciel, a Magno Martins pela homenagem feita pelo jornalista em obra póstuma lançada, hoje, no Salão Nobre do Senado Federal.
Genro do ex-senador Marco Maciel, Joel Braga Filho, agradece, em nome da esposa, Gisela Maciel, a Magno Martins pela homenagem feita pelo jornalista em obra póstuma lançada, hoje, no Salão Nobre do Senado Federal.
O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, reafirmou que será candidato ao Senado Federal nas eleições de 2026 e que não disputará a reeleição para a Câmara dos Deputados. A declaração foi feita na última terça-feira (21), durante um encontro com o grupo Prerrogativas, em que o ministro foi homenageado pelos serviços prestados ao país.
Questionado sobre o futuro político, Silvio Costa Filho confirmou a decisão e disse estar confiante no novo projeto. “Em 2026, vamos disputar o Senado Federal. Não vamos mais disputar a reeleição para a Câmara Federal. Estou animado e quero agradecer publicamente todas as manifestações de prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, lideranças do movimento popular, do setor produtivo e ao presidente Lula pela confiança que venho recebendo para disputar o Senado”, afirmou.
O Grupo JCPM anunciou mudanças na sua estrutura organizacional no ano em que completa 90 anos de fundação. As decisões estratégicas passam a ser concentradas na holding JCPMPar – Participações e Empreendimentos S.A., que passa a contar com um Conselho de Administração formado por seis integrantes. O grupo reúne empresas nas áreas de shopping centers, construção, incorporação imobiliária, comunicação, por meio do Sistema Jornal do Commercio, e iniciativas sociais, como o Instituto JCPM e a Fundação Pedro Paes Mendonça.
O Conselho será presidido por João Carlos Paes Mendonça e contará com João Carlos Paes Mendonça Tavares de Melo, Marcelo Tavares de Melo Filho, Renato Paes Mendonça Tavares de Melo, Jaime Queiroz Filho, que assume como vice-presidente, e Marcelo Silva, como conselheiro independente. A nova configuração tem como objetivo aprimorar a governança e consolidar um modelo de gestão mais integrado entre as empresas do grupo, que atua em Pernambuco, Bahia, Ceará e Sergipe, com 11 shoppings e cerca de 3,2 mil lojistas.
Como parte da reestruturação, a área de shopping centers passa a operar sob uma diretoria exclusiva, a JCPM Shopping Centers, que terá Sérgio Moraes Vieira Filho como CEO. Pernambucano, Sérgio iniciou sua trajetória na Coca-Cola Solar e exerceu cargos de liderança internacional na The Coca-Cola Company, atuando na Nigéria, Rússia e, mais recentemente, na África do Sul. Formado em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco, com especialização em Finanças pela Harvard Business School, o executivo retorna ao Estado para comandar a operação que consolida o grupo como líder no setor de shopping centers no Nordeste e quarta maior do Brasil.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) lançou, ontem (21), três projetos e realizou a entrega de alimentos em Parnamirim, no Sertão de Pernambuco. A ação contou com a presença do diretor de Abastecimento, Arnoldo de Campos, e do superintendente regional da Conab em Pernambuco, Elizaldo Sá. Os projetos beneficiarão o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do município, com a entrega de produtos provenientes de assentamentos da reforma agrária, comunidades quilombolas e indígenas. Ao todo, foram doadas 500 cestas de hortifrutigranjeiros, com cerca de 25 quilos cada, totalizando 14 toneladas de alimentos destinados a famílias cadastradas no CadÚnico e beneficiárias do Bolsa Família.
Durante o evento, os gestores da Conab também se reuniram com representantes de oito entidades que irão executar novos projetos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) na região, incluindo associações indígenas, assentamentos e cooperativas. O encontro teve como objetivo alinhar orientações técnicas e operacionais sobre a execução local das ações. Nesta quinta-feira (23), a equipe da Conab seguirá com visitas a outros municípios pernambucanos (Orocó, Cabrobó, Carnaubeira da Penha, Mirandiba e Custódia) para acompanhar e orientar as atividades do programa.
A Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados discutiu, ontem (21), o Projeto de Lei nº 1125/2025, de autoria do deputado federal Fernando Monteiro (Republicanos), que propõe conceder a Lagoa Grande, no Sertão do São Francisco, o título de “Capital Nordestina da Uva e do Vinho”. O município já possui o reconhecimento estadual de “Capital da Uva e do Vinho de Pernambuco”, concedido pela Assembleia Legislativa por iniciativa do deputado Jarbas Filho (MDB).
Durante a audiência, Fernando Monteiro destacou que a proposta valoriza o papel econômico e cultural de Lagoa Grande no setor da vitivinicultura. A prefeita Catharina Garziera, presente na reunião, defendeu a aprovação do projeto e lembrou que o município é o único do mundo com até 2,5 safras de uva por ano, responsável pela produção anual de cerca de 35 milhões de litros de vinhos, sucos e espumantes. Após tramitar nas comissões temáticas, o texto seguirá para votação no Plenário da Câmara.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou nesta terça-feira (21) que acredita na reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026 e que, se o petista pedir, ele desistirá da candidatura ao Senado para continuar no governo.
“Estou muito animado para disputar o Senado, mas, se Lula pedir pra ficar, eu fico, para ajudar a fazer andar o país. O meu projeto é o do presidente Lula em Pernambuco e no Brasil. Estou pronto para qualquer missão que a gente venha construir em 2026. Nosso desejo é o Senado, mas tomarei essa decisão junto ao presidente. Se ele quiser que eu fique no governo, eu fico, para continuar trabalhando a favor do Brasil”, disse o ministro. As informações são da Folha de S. Paulo.
Leia maisO ministro é do partido Republicanos, o mesmo do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, cotado para disputar a Presidência no ano que vem.
Caso concorra a cadeira no Congresso Nacional, Silvio deve deixar o cargo de ministro em abril de 2026.
Em evento organizado pelo grupo Prerrogativas, o ministro também voltou a declarar que sempre votou em Lula.
O encontro reuniu o deputado federal Emídio de Souza (PT-SP), empresários, advogados e o presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini.
Em setembro, Costa Filho afirmou que não vê Tarcísio como candidato à Presidência no ano que vem.
“[Tarcísio] me diz que as principais obras dele demoram em torno de quatro, cinco, seis anos”, disse sobre o governador de São Paulo, com quem afirma ter boa relação. “Ele precisa se consolidar como governador para que possa disputar a presidência da República no futuro.”
O Prerrogativas tem promovido encontros entre ministros da gestão petista e a sociedade civil para falar sobre as ações do governo.
Leia menosCORREIO DA MANHÃ
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, é autor de uma rara proeza. Ele conseguiu se enrolar pelos dois lados da polarização política brasileira. Quando era aliado do PT de Luiz Inácio Lula da Silva, foi um dos condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na ação penal do mensalão.
Teve uma pena de quase oito anos, ficou 11 meses detido, quando lhe foi concedida prisão domiciliar. No caso do julgamento da tentativa de golpe, Valdemar acabou conseguindo se safar inicialmente: o procurador-geral da República, Paulo Gonet, não o colocou entre os denunciados.
Essa situação deverá mudar, no entanto. E Valdemar já sabe disso e começou a se mexer, em busca de assessoramento para enfrentar a situação que poderá lhe chegar.
Leia maisReabertura
Relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes sugeriu que se reabra a investigação sobre a participação de Valdemar. O presidente contratou o Instituto Voto Livre (IVL) para produzir o relatório técnico que embasou a ação que ele moveu contestando as eleições.
Contratante
No julgamento feito na terça-feira (21), os ministros da Primeira Turma, com exceção de Luiz Fux, condenaram o presidente do IVL, Carlos Rocha, como um dos integrantes do núcleo de desorganização. Condenaram o contratado e não condenaram o contratante?
Para Moraes, situação do PL precisa ser revisitada
Como o Correio Político já destacara em maio, quando se iniciou o julgamento da tentativa de golpe no STF, o fato de Valdemar ter ficado de fora já chamava a atenção. E foi, inclusive, destacado pelo advogado de Carlos Rocha na ação, Melillo Dinis. Na sua defesa desde então, Melillo destacou que o relatório técnico feito pelo IVL nunca afirmou que havia possibilidade de fraudar as urnas eletrônicas. Havia uma cláusula de confidencialidade no contrato que impedia o IVL de falar sobre ele. Quem afirmou que havia essa possibilidade de fraude foi Valdemar, e não Rocha. E foi Valdemar quem acionou o TSE contra as eleições.
Ausência
Rocha não foi absolvido, mas a ausência de Valdemar foi sentida. E mencionada por Moraes. A sorte do presidente do PL é que isso lhe dará tempo. Se a sugestão de Moraes for aceita, a investigação sobre Valdemar será reaberta. Ou seja, começa outra vez da estaca zero.
Indiciado
Mas Valdemar já comentou com pessoas próximas que sabe que o raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Antes de ser livrado por Gonet, ele fora indiciado pela Polícia Federal. Avalia que agora, reaberto o caso, o destino final provavelmente será outro.
Assessoria
Assim, ele já começou a usar interlocutores para sondar possíveis novos assessoramentos para enfrentar a situação e gerir a crise que, pelo posicionamento de Moraes, ficou para ele iminente. A inclusão precisa ser votada, mas provavelmente irá acontecer.
Maioria
Já ficou mais do que claro que Moraes tem maioria entre os integrantes da Primeira Turma, que o seguem quase integralmente. Fux, tão pouco à vontade, até pediu agora para mudar para a Segunda Turma. Enfim, nova proeza de Valdemar, ele está de volta à cena.
Ciro Gomes tinha 32 anos quando disputou pela última vez um cargo majoritário no Ceará, estado onde tem suas raízes políticas. Elegeu-se governador em 1990 pelo PSDB, cargo que depois o catapultaria para sua primeira vitrine nacional: o Ministério da Fazenda do então presidente Itamar Franco.
Agora, aos 67, Ciro volta a assinar a ficha do PSDB, tenta retomar o protagonismo político em seu estado e chacoalha o xadrez eleitoral do Ceará. O retorno ao ninho tucano será oficializado nesta quarta-feira (22) em um ato político em Fortaleza. As informações são da Folha de S. Paulo.
Leia maisSeparam estes dois Ciros um intervalo de 35 anos. Neste período, ele passou por quatro partidos –PPS, PSB, Pros e PDT– e disputou quatro eleições presidenciais, sendo derrotado em 1998, 2002, 2018 e 2022. Mesmo sem sucesso nas urnas, se consolidou com um líder político com presença nacional.
Após ser derrotado em 2022, quando teve seu pior desempenho nas quatro eleições presidenciais e saiu das urnas com 3% dos votos, Ciro anunciou que não disputaria mais eleições. Mas tudo caminha para que ele não cumpra a promessa que fez a si e aos eleitores.
A tendência, apontam aliados, é que ele seja o adversário do governador Elmano de Freitas (PT) na eleição do próximo ano para tentar interromper um ciclo de governos petistas iniciado em 2015 com a eleição de Camilo Santana, hoje ministro da Educação do governo Lula (PT).
Desta forma, faz um movimento buscando reconstruir o seu capital político a partir da sua base eleitoral. Para se reposicionar no jogo político, tenta amarrar uma unidade entre os partidos da oposição, incluindo até mesmo o PL de Jair Bolsonaro.
O movimento vinha sendo maturado desde o ano passado, quando seus principais aliados apoiaram o deputado federal bolsonarista André Fernandes (PL) no segundo turno em Fortaleza. A aproximação foi intensificada em maio deste ano, com o ex-ministro se reunindo com deputados de oposição ao governador.
Na ocasião, Ciro sinalizou pela primeira vez que toparia uma possível candidatura ao governo e declarou apoio a uma provável candidatura ao Senado do deputado estadual e pastor Alcides Fernandes (PL), pai de André Fernandes.
“Existe um sentimento majoritário na oposição de que é preciso unir forças, apresentando um palanque único e forte contra o governador”, afirma o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, aliado próximo a Ciro que vai se filiar ao União Brasil.
Ao mesmo tempo em que passou a confraternizar com adversários do passado, Ciro ampliou as divergências políticas com antigos aliados como Camilo Santana e até mesmo com o próprio irmão, o senador Cid Gomes (PSB), com quem está rompido desde 2022.
Cid, que governou o Ceará entre 2007 e 2014, tem afirmado que uma possível candidatura de Ciro criará uma situação “absolutamente constrangedora”. O senador é aliado de Elmano de Freitas e deve apoiar a reeleição do governador.
Questionado sobre a filiação de Ciro ao PSDB, Cid afirmou em entrevista à imprensa que cada qual segue o caminho que quer: “Ninguém deve comentar a vida dos outros. A gente deve se esforçar para fazer o melhor pelo povo. Você nunca vai me ver falando mal de adversário, muito menos de meu irmão”.
Entre aliados de Ciro, uma possível candidatura ao governo é vista como um movimento capaz de mexer com o tabuleiro eleitoral do estado.
Nomes como o ex-deputado Capitão Wagner (União Brasil) e o deputado André Fernandes (PL) sinalizaram que não se opõem a uma aliança. O principal ponto de resistência é o senador Eduardo Girão (Novo), que se lançou pré-candidato a governador e lembra que Ciro não possui uma trajetória na direita.
Aliados do governador minimizam o impacto da entrada o ex-ministro na disputa estadual: “Gostaria muito de ver Ciro Gomes candidato da oposição no Ceará, com toda sua arrogância e incoerência”, afirmou Chagas Vieira, chefe da Casa Civil do governo, ao jornal O Povo.
Elmano trabalha para ampliar o seu arco de alianças e tenta trazer para o seu palanque a federação formada por PP, que já é seu aliado no estado, e União Brasil, que está dividido.
Outro partido que se reaproximou do governador é o PDT, do qual Ciro pediu desfiliação na semana passada. A legenda faz parte da base de Lula e retomou pontes com o PT no Ceará.
No PSDB, a filiação de Ciro Gomes é encarada como um movimento de caráter local, com foco na disputa do governo do Ceará. Há uma preocupação de evitar especulações de que Ciro pode ser candidato a presidente pela quinta vez.
A articulação para a volta de Ciro ao partido foi conduzida pelo ex-governador Tasso Jereissati, que foi seu padrinho político no início de carreira.
Leia menosPor Marlos Porto*
São nove e meia da manhã. Dia 21 de outubro de 2025. Uma manhã arcoverdense nublada e fria, que lembra o inverno sertanejo, em vez do calor que seria típico nessa época. Aqui, parado em frente ao Cemitério São Miguel, no bairro homônimo, na Avenida Monsenhor Pinto de Campos, em Arcoverde, aguardo a chegada do cortejo que conduz o féretro onde repousa o corpo do amigo Enaldo Cândido.
Enaldo foi um dos maiores baluartes da imprensa arcoverdense nos últimos 40 anos. Trata-se de uma perda irreparável para o jornalismo arcoverdense a sua passagem para outro plano de existência.
Quero, contudo, nos instantes que antecedem a derradeira despedida para os familiares e amigos, render um singelo preito à figura humana de Enaldo Cândido, por meio de um breve exercício de memória.
Leia maisConheci Enaldo nos bares do São Geraldo, bairro que ele tanto amava. Artífice da palavra e amante da boa política (a que se volta para ideias e ideais e almeja, acima de tudo, a promoção do interesse público), Enaldo, com sua presença marcante, fazia as cadeirinhas de plástico e as mesinhas quadradas do bar parecerem, a olhos mais imaginativos e românticos, assentos de uma pitoresca espécie de “Távola Redonda” sertaneja. Ali, vi gigantes do “bom combate”, como Edilson Xavier, o finado Sabará e meu saudoso pai, Giovanni Porto, se assentarem.
Vi outros políticos, como os ex-vereadores Ivanildo Matos e João Justino, além de diversos colaboradores do jornal, como seu genro Arnaldo Tenório e o advogado Manoel Modesto.
Neste momento, chegou o cortejo. E, em silêncio, observo. Agora, à saída do campo santo, impossível não recordar a mais marcante cena: sobre o caixão, ornado de coroas de flores, um exemplar do Jornal de Arcoverde. É significativo o gesto. Enaldo, pai de tantos filhos, também gerou esse filho que é o Jornal de Arcoverde, há 44 anos.
Enaldo sabia perguntar e sabia ouvir. Simples e autêntico, brincalhão e sensível, o filho de Dona Sebastiana, natural de Itaíba e que bebeu “das águas das cacimbas de Seu Jé” (imortalizadas na belíssima canção “Muirá-Ubi”, de Paulinho Leite), encantou-se por Arcoverde e aqui fincou raízes, era uma companhia agradável e um personagem interessante. Quando lhe perguntava se estava bem, respondia que sim e acrescentava: “e ainda fazendo menino”.
Enaldo tinha uma alma barroca. Apaixonado pela beleza feminina, tinha também um lado religioso marcante. E há poucos dias recebi dele, via WhatsApp, uma bela imagem de Santa Terezinha.
Enaldo era um promotor do diálogo respeitoso – algo que tanto faz falta ao nosso país nos dias que correm –, congregando opiniões e correntes de pensamento, as mais variadas, em seu jornal. Foi também um defensor incansável de nossa terra e de nossa gente. Célebres as matérias que fazia enaltecendo a gente simples e batalhadora de nossa cidade – homens e mulheres das mais variadas profissões e atividades –, sempre com lugar de destaque no seu jornal.
Como disse uma de suas filhas, emocionada, à beira do túmulo, o “Gato do Telhado”, como era chamado, estará doravante mais acima, nos céus.
Que os espíritos de luz, entre os quais Santa Terezinha, lhe conduzam por esse caminho.
E que todos os que valorizam a memória de nossa cidade possam refletir sobre seu legado e sentir profunda gratidão a Enaldo Cândido, pela sua fecunda existência e pela sua obra imorredoura, que cumpre ser preservada.
*Bacharel em Direito
Leia menosO delegado Alexandre Luiz Rollo Alves é o mais novo cidadão de Pernambuco. O policial federal recebeu o título na noite desta terça-feira (21), na Assembleia Legislativa, concedido a partir de uma proposição do deputado Antônio Moraes aprovada pelos demais parlamentares. Em uma solenidade bastante concorrida – realizada no auditório Sérgio Guerra, na Alepe – Moraes lembrou as origens do delegado, nascido na cidade de Santos, em São Paulo, e o início da sua trajetória profissional como professor e advogado no Tribunal de Justiça daquele estado.
Em 2003, Alexandre Alves ingressou na Polícia Federal como escrivão e construiu sua carreira até chegar ao cargo de delegado, em 2009. “Sua trajetória foi marcada por dedicação, competência e um senso de dever que inspira a todos que têm o privilégio de trabalhar ao seu lado”, afirmou Antônio Moraes, lembrando que o trabalho de Alves como delegado federal teve início em Ji-Paraná, no estado de Rondônia, liderando ações de repercussão nacional, como a Operação Rio Pardo, que elucidou o assassinato do soldado da Força Nacional Luís Pedro de Souza Gomes, o primeiro a tombar em serviço, e cujo nome hoje estampa a medalha do mérito da corporação, por decisão da Presidência da República.
Leia maisAlexandre Alves também coordenou a Operação Humaitá, que investigou homicídios cometidos em terras indígenas no Amazonas, realizando em seguida diversos outros trabalhos que terminaram por credenciá-lo a atuar na sede da Polícia Federal em Brasília, onde chefiou a Unidade de Repressão aos Crimes de Ódio e Pornografia Infantil na Internet em todo o território nacional.
A relação do delegado com Pernambuco teve início em 2014, quando foi designado para comandar as investigações do assassinato do promotor de justiça Thiago Faria Soares, cometido no estado. Em apenas três meses o caso foi elucidado e os culpados foram presos. Ele também investigou grupos de extermínio no Nordeste, crimes de corrupção, fraudes e desvios de verbas públicas, além de outras ações de organizações criminosas.
“Em 2016, nosso homenageado escolheu Pernambuco como sua casa e se tornou um defensor incansável da nossa gente. Ocupou cargos estratégicos na Superintendência Regional da Polícia Federal, liderando o Núcleo de Inteligência Policial e a Delegacia de Combate à Corrupção”, reiterou Antônio Moraes. Durante a pandemia, Alexandre Alves foi chamado novamente a Brasília para coordenar os trabalhos da Polícia Federal nas eleições de 2020, mas no ano seguinte retornou a Pernambuco para assumir a Delegacia Regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado. Dois anos depois, foi nomeado Secretário Executivo de Defesa Social do Estado, e atualmente exerce o cargo de coordenador geral da Polícia Fazendária, em Brasília.
“Embora nascido em outro estado, não há dúvidas de que o doutor Alexandre é um profissional exemplar, que abraçou Pernambuco com coração e muito trabalho. Por toda essa trajetória de entrega, coragem e amor pela nossa terra, e como símbolo de respeito e gratidão, a Assembleia Legislativa decidiu reconhecê-lo, de fato e de direito, como um pernambucano de alma, ação e merecimento”, completou Moraes, após entregar o título de cidadania e uma estatueta de um caboclo de lança, símbolo do maracatu da Mata Norte, elaborada pelo artista plástico Mestre Sussula Andrade, de Tracunhaém.
Ao agradecer a homenagem, o delegado Alexandre Rollo Alves fez um retrospecto da carreira desde o seu ingresso na Polícia Federal, em 2003. Lembrou alguns casos importantes em que trabalhou e a trajetória que construiu ao longo dos anos até chegar a Brasília e, em seguida, ser designado para atuar em Pernambuco, onde casou e constituiu família. “Tudo aconteceu de forma natural, nunca fui atrás disso. Hoje eu me sinto mais em casa em Pernambuco que na minha terra natal. Para qualquer lugar que eu vá no mundo, sempre sinto saudades daqui”, afirmou, concluindo: “Pernambuco, com certeza, é o melhor lugar em linha reta do mundo. E a Nova Roma de bravos guerreiros ganha hoje mais um guerreiro, que sou eu”.
A sessão solene contou com a participação de vários representantes da Polícia Federal, Ministério Público, Receita Federal e Controladoria Geral da União, além de outras autoridades institucionais e convidados. A mesa dos trabalhos foi composta pelo superintendente regional da Polícia Federal, delegado Antônio de Pádua Cavalcanti; a secretária executiva de Defesa Social de Pernambuco, delegada Mariana Cavalcanti; o chefe da Polícia Civil do Estado, delegado Renato Rocha Leite; o coronel João Barros, representante do Comando da Polícia Militar de Pernambuco; e o presidente da Associação dos Empresários do Brasil, Fernando Mendonça.
Durante a homenagem, houve a apresentação do Coral Vozes de Pernambuco – composto por servidores da Assembleia Legislativa – e do cantor Ed Carlos, acompanhado do sanfoneiro Damião, que interpretaram músicas da cultura popular pernambucana.
Leia menosO Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu na noite passada (21) reabrir a investigação contra o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, por suposta participação na tentativa de golpe de Estado de 2022.
A decisão foi tomada após o ministro Alexandre de Moraes defender, em seu voto, o retorno das apurações sobre o papel de Valdemar nos crimes de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
A maioria da Primeira Turma concordou com Moraes. As informações são do g1.
Leia maisEntenda as acusações por:
Ligação com o núcleo de desinformação
A decisão foi proferida durante o julgamento do núcleo 4 da chamada trama golpista, responsável por ações de desinformação e ataques ao sistema eleitoral.
O grupo é acusado de espalhar notícias falsas sobre as urnas eletrônicas e de tentar desacreditar o processo eleitoral de 2022. Todos os sete réus foram condenados.
A Polícia Federal (PF) já havia indiciado Valdemar Costa Neto, mas ele não chegou a ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Conexão com o Instituto Voto Legal
Durante o voto, Moraes mencionou o nome de Valdemar ao analisar o caso de Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal (IVL) e réu no núcleo 4.
Segundo o ministro, Rocha produziu relatórios falsos sobre o funcionamento das urnas, que foram utilizados pelo PL para justificar o pedido de verificação extraordinária dos votos — ação que resultou em multa aplicada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao partido.
Julgamento e próximos passos
Moraes considerou parcialmente procedente a denúncia da PGR contra Rocha e defendeu sua condenação por dois crimes: organização criminosa e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
Com a decisão desta terça, o Supremo determinou que a investigação sobre Valdemar seja retomada para apurar se ele cometeu os mesmos delitos.
Leia menosO Diário Oficial da Assembleia Legislativa de Pernambuco confirmou, nesta terça-feira (22), a licença do presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB), para que o desembargador Ricardo Paes Barreto, presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), assuma interinamente o comando do Governo do Estado entre os dias 24 e 28 de outubro. A medida ocorre como gesto de cortesia institucional, em meio à candidatura de Paes Barreto a uma vaga no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Com informações do blog Cenário.
Com a missão internacional de 15 dias da governadora Raquel Lyra (PSD), a vice-governadora Priscila Krause (PSD) está à frente do Executivo estadual. Para que o magistrado ocupe o cargo durante o período, tanto ela quanto Álvaro Porto precisarão se licenciar de suas funções. Até o início da semana, havia dúvida nos bastidores sobre a possibilidade de o presidente da Alepe não se afastar, hipótese descartada com a publicação oficial da licença.
Álvaro Porto confirmou uma viagem à Europa entre 24 e 29 de outubro, em caráter cultural, enquanto Priscila Krause ainda não informou seu destino. Com a movimentação entre os poderes, o vice-presidente da Alepe, deputado Rodrigo Farias (PSB), assumirá interinamente a presidência da Casa durante o período de afastamento.
Quando o amor é estrada, não prisão, e a bravura fala mais alto que a ameaça
Por Flávio Chaves*
Antes do amor, veio o caos. E antes do caos, o homem que o causava. Ele andava pelas bordas da moralidade com a arrogância dos que confundem posse com afeto. Era o tipo de sujeito que só reconhecia valor no que estava prestes a perder. Nunca foi gentil, nunca foi justo. Mas sabia, como poucos, manipular com os olhos, distorcer com a voz, prometer com o medo.
Com o pastor da igreja, tentou intimidar. Criou rumores, espalhou dúvidas como quem planta erva daninha em terra sagrada. Com o diretor da escola onde ela trabalhava, encenou ciúmes travestidos de zelo, tentando minar o pouco de luz que ainda havia nela. E com Jean Marcel, homem culto e calado, chegou aos gritos numa noite ácida, só para sair cabisbaixo, empalidecido pela própria vergonha. Era, no fundo, um cabrito de latido fraco e cascos trêmulos. Um animalzinho travestido de fera.
Leia maisMas agora havia outro homem na estrada. Um que não gritava. Não implorava. Não fazia cena.
O cowboy moderno.
Não usava medalhas nem precisava contar seus feitos. Trazia nos olhos a paz de quem já atravessou desertos e sobreviveu à própria sombra. A coragem não lhe vinha do volume da voz, mas da firmeza do silêncio. Era o tipo de homem que já perdera tudo o que importava, e, ainda assim, permanecia inteiro. “A coragem não é ausência de medo, mas o julgamento de que algo é mais importante que ele”, dissera certa vez Ambrose Redmoon. Ele sabia disso como quem carrega esse peso nos ombros todos os dias.
A mulher, quando o encontrou, ainda estava cheia de estilhaços. Falava com cuidado, como quem teme que o próximo passo acione uma mina. Mas ele a ouviu com a calma de um homem que conhece o terreno das dores alheias. E viu nela o que ninguém mais quis ver: as partes inteiras em meio aos cacos.
Quando o antigo companheiro percebeu que a estava perdendo, o desespero veio como vendaval. Ofereceu estabilidade, empresa, largaria tudo. Prometeu mundos — como se o que ela precisasse fosse um alpendre de ouro para esquecer os anos de grades invisíveis. A cartilha de sempre. Gritos, súplicas, ameaças. A encenação ridícula de um rei destronado.
Mas dessa vez, o palco estava vazio. A plateia, vazia. E ele falava para o eco da própria ruína.
O cowboy apenas observava. Sem uma palavra fora de lugar. Sem um gesto de provocação. Seu silêncio era como o vento que antecede a tempestade, mas era a tempestade. Ele não precisava erguer a voz. Já havia enfrentado coisas maiores do que aquilo. Tinha lutado guerras dentro de si. Sabia que o amor verdadeiro não domina: liberta.
“O mundo quebra a todos, e depois, muitos ficam mais fortes nos lugares quebrados”, dizia Hemingway.
E ele era feito disso: de partes reconstruídas com firmeza, não com pressa. Trazia na alma um coldre invisível, e se fosse preciso, atiraria verdades como balas.
Naquela noite, sob o sol do oeste que caía como fogo calmo, ela tomou a decisão. Não era fuga. Era retorno. Não era paixão. Era redenção. Ao lado daquele homem feito de aço tranquilo e olhos quentes, ela soube: começava ali uma nova estrada.
Sem medo. Sem gritos. Sem cercas. Com fogo nos olhos.
Com ele, o cowboy, ela aprenderia que o amor não é um curral, é horizonte. Que os fortes não prendem: deixam ir. Que quem já enfrentou tempestades, não teme relâmpago. E que quem já encarou leopardos de verdade, não se abala com o berro de um cabrito mimado.
A trilha imaginária era country. Mas o silêncio era hino.
O sol não queimava mais. Iluminava.
E a poeira que ficou para trás levava um presságio:
o amor, quando vem com verdade, não precisa de armadura.
Só de coragem.
*Jornalista, poeta, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras
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