O JC agora está com um novo desenho, ainda mais moderno, mais fácil de ler e com a credibilidade de sempre!
Aproveite e boa leitura!
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Por Jorge Henrique Cartaxo e Lenora Barbo*
Do Correio Braziliense
Barbosa era o camareiro do Palácio do Catete. Passava alguns minutos das 8h30 da manhã, quando o auxiliar, como fazia rotineiramente, adentrou o quarto do presidente para lhe fazer a barba. Getúlio, que havia passado aquela noite em claro, o dispensou. Minutos depois, um disparo se fez ouvir entre os burburinhos, as vozes e os passos que não haviam cessado no Catete nas últimas tensas e assustadoras horas daquele 24 de agosto de 1954. Com um tiro no coração, Getúlio Vargas, como ele mesmo escreveu na sua famosa carta-testamento, saía da vida “para entrar na história”. Encerrava-se uma era no Brasil!
A última reunião do gabinete de Vargas teve início às duas horas da madrugada, no salão de banquetes do Palácio do Catete, no segundo andar. Estavam presentes os ministros Tancredo Neves, da Justiça; almirante Renato Guillobel, da Marinha; Oswaldo Aranha, da Fazenda; brigadeiro Epaminondas Gomes dos Santos, da Aeronáutica; Apolônio Sales, da Agricultura; Edgar Santos, da Educação; Zenóbio da Costa; da Guerra; José Américo de Almeida, da Viação e Obras Públicas; marechal Mascarenhas de Moraes, do EMFA; general Caiado de Castro, chefe do Gabinete Militar; Alzira Vargas, filha do presidente; Amaral Peixoto, marido de Alzira e governador do Rio de Janeiro; e os deputados Danton Coelho, Euclydes Aranha e Augusto do Amaral Peixoto. O ex-ministro João Goulart, Maneco Vargas e Bejo Vargas também estavam presentes.
Leia maisNa pauta, a renúncia do presidente. O general Caiado de Castro, o ministro Tancredo Neves e o ministro Oswaldo Aranha — ainda que, com alguma cautela — defendiam a resistência armada para assegurar a ordem constitucional. Mais contundente e desafiadora, colocou-se Alzira Vargas, observando que a dita exigência nos quartéis era uma conspiração de gabinete. Os oficiais que propugnavam pela deposição do presidente não tinham tropa e nem armas para enfrentar o Catete, entendia Alzira.
Sereno, impenetrável e indiferente, Vargas apenas ouvia as inquietações na histórica reunião. “Já que os senhores não decidem, eu vou decidir. Minha determinação aos ministros militares é no sentido de que mantenham a ordem e o respeito à Constituição. Nessas condições, estarei disposto a solicitar uma licença, até que se apurem as responsabilidades. Caso contrário, se quiserem impor a violência e chegar ao caos, daqui levarão o meu cadáver”, disse Getúlio, encerrando a reunião, às quatro e 20 da madrugada, dirigindo-se, em seguida, para o seu quarto, onde encerraria a vida.
O relatório parcial do polêmico inquérito policial militar que apurava o “atentado” contra Carlos Lacerda e a morte do major Rubens Florentino Vaz, no dia 5 de agosto de 1954, com a identificação da participação do chefe da guarda pessoal do presidente, Gregório Fortunato, e alguns subordinados, intensificou a crise político-militar no país. Para se posicionar sobre essa investigação, os oficiais-líderes da Força Aérea se reuniram no Clube da Aeronáutica, no dia 22 de agosto. Exigiram a renúncia do presidente da República.
Mas não eram só eles: os generais Juarez Távora, Álvaro Fiuza de Castro Canrobert Pereira da Costa, o brigadeiro Ivan Carpenter Ferreira e o almirante Saladino Coelho, entre outros oficiais das três armas, numa reunião com o marechal Mascarenhas de Moraes, pediram a renúncia do presidente. Somava-se a tudo isso a militância contínua do brigadeiro Eduardo Gomes contra o Catete.
Os endinheirados nacionais — nunca tivemos uma elite de fato na República —, e menos ainda o governo americano, não viam com bons olhos a linha nacionalista e popular de Vargas. Esse embate se refletia de maneira muito evidente nos quarteis e na imprensa. Quando David Eisenhower assumiu o governo dos Estados Unidos, em janeiro de 1953, Vargas foi convidado para uma visita à Casa Branca. O gaúcho não gostava muito de sair do país. Pediu à filha Alzira que o representasse.
Amaral Peixoto, o esposo de Alzira, foi quem, de fato, conversou com o novo presidente americano. Ele entendeu a nova postura de Washington em relação à América Latina. Os investimentos de grandes capitais privados substituiriam o plano de cooperação econômica entre os governos, iniciado por Roosevelt na Segunda Guerra Mundial. Para as estratégias de Vargas, que havia decretado limites para as remessas de lucros para o exterior, era um dado novo e desestimulador.
“Uma aventura de nacionalistas rasteiros”, estampou o Correio da Manhã, quando Vargas assinou, no dia 3 de outubro de 1953, a criação da Petrobras. Mas não era só isso. Ele havia criado o Banco do Nordeste, o CNPq, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, redimensionado a Vale do Rio Doce, intensificado a construção da Usina de Paulo Afonso e a refinaria de Cubatão. Criou ainda o Plano Nacional de Eletrificação, que viria a ser depois a Eletrobras.
Em relação direta aos trabalhadores, o presidente estabeleceu uma política salarial consistente e defendeu também uma jornada média de oito horas para o trabalhador rural, segurança para o trabalho da mulher e a permissão para que o homem do campo pudesse se filiar ao Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriais (IAPI). Essas conquistas não se traduziam em apoio dos parlamentares ao governo.
Na Câmara dos Deputados, composta por 304 parlamentares, o PTB e o PSP, contavam com 75 deputados. A UDN tinha 81 parlamentares e mais 36 das suas coligações. O PSD, com a maior bancada, no final, decidia tudo. A Guerra Fria em curso trouxe para Getúlio Vargas um novo cenário mundial, com fortes repercussões internas, que o consistente estadista não conseguiu, exatamente, apreender e liderar.
Ao contrário dos embates verificados depois da Constituinte de 1946 — na disputa regional entre Minas e Goiás — no governo de Getúlio Vargas, que se iniciou em 1951, apesar da permanente crise política que marcou o período, a decisão de construir a nova capital no Planalto Central do Brasil, em Goiás, prevaleceu e só teve seus trabalhos ligeiramente retardados diante das enormes tensões políticas que se verificaram no país com o suicídio de Vargas, os breves governos Café Filho e Nereu Ramos, e a eleição e posse de JK em 1956.
A Lei n° 1.803, de 5 de janeiro de 1953, que autorizou o Poder Executivo a realizar os estudos definitivos sobre a localização da nova capital da República, em seus nove artigos, delimita os paralelos onde deve se localizar o sítio onde deve ser edificada a nova capital: entre os paralelos 15º 30′ e 17º e os meridianos a W. Gr. 46º, que insere o já conhecido Quadrilátero Cruls. No seu artigo 1º, de certo modo, a lei repete algumas orientações e os estudos já apresentados nas Comissões Cruls, incluindo agora as referências para os novos padrões tecnológicos da época: clima e salubridades favoráveis; facilidade de abastecimento de água e energia elétrica; facilidade de acesso às vias de transporte terrestres e aéreas; topografia adequada; solo favorável às edificações e existência de materiais de construção; proximidade de terras para a cultura; paisagem atraente.
A nova urbe deveria ser planejada para acolher uma população de 500 mil habitantes. O novo Distrito Federal ocuparia uma área aproximada de 5 mil quilômetros quadrados. Ordenava, ainda, os estudos necessários para a organização e transferências dos órgãos do estado, dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Assinaram essa lei o presidente Getúlio Vargas e os ministros Francisco Negrão de Lima, Renato de Almeida Guillobel, Cyro Espírito Santo Cardoso, João Neves da Fontoura, Horácio Lafer, Álvaro de Souza Lima, João Cleófas, Simões Filho, Segadas Viana e Nero Moura.
No dia 8 de junho de 1953, pouco mais de cinco meses depois da publicação da Lei n° 1.803, o presidente Vargas cria a Comissão de Localização da Nova Capital Federal, que seria presidida pelo general Caiado de Castro, chefe da Casa Militar. Com algumas orientações específicas, genericamente, a comissão teria que cumprir o que determinava a Lei n° 1.803.
Como essa comissão seria desfeita com o suicídio de Vargas, em agosto de 1954, ela só teve tempo de concluir dois importantes trabalhos: o levantamento aéreo topográfico realizado pela empresa Geofoto Ltda; em seguida, a empresa americana Donald J. Belcher & Associates Incorporated, de Ithaca, New York, USA, foi orientada para, “mediante estudos de fotoanálise e interpretação, indicar, dentro da área de 52 mil quilômetros quadrados, os cinco melhores sítios de mil quilômetros quadrados cada um, os quais satisfizessem as condições estipuladas no parágrafo 1º da Lei n° 1.803”. Eram membros da comissão: Aguinaldo Caiado de Castro, presidente; Tasso da Cunha Cavalcante; capitão de Mar e Guerra Paulo Bosisio; coronel Aureliano Luiz da Faria; Jorge d’Escragnolle Taunay; Adhemar Barbosa Portugal; Flavio Vieira; João Castelo Branco; Paulo Assis Ribeiro; Valdir Niemeyer; coronel Júlio Américo dos Reis; coronel Pedro da Costa Leite; engenheiro Jerônimo Coimbra Bueno; major Mauro Borges Teixeira; coronel Deoclécio Paulo Antunes.
Em 11 de novembro de 1954, já no governo do presidente Café Filho, por meio do Decreto n° 36.598, é criada uma nova Comissão de Localização da Nova Capital Federal, agora presidida pelo marechal José Pessoa. Não há diferenças substanciais entre as atribuições das duas comissões, mas podemos sublinhar a elaboração de um plano de desapropriação; um estudo mais aprofundado para um plano rodoferroviário que integre a capital com as demais regiões do país e um plano de estudos definitivos das vias de transportes necessárias à efetivação da mudança da capital para o local a ser escolhido.
*Jorge Henrique Cartaxo é jornalista e diretor de Relações Institucionais do IHGDF | Lenora Barbo é arquiteta e diretora do Centro de Documentação do IHGDF
Leia menosA manifestação convocada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro em Brasília começou na manhã deste domingo, feriado de 7 de Setembro, Dia da Independência. O ato reúne ex-ministros do governo Bolsonaro e parlamentares aliados, mas as principais figuras de destaque da oposição não compareceram e devem participar de manifestações em São Paulo e Rio. Na Praia de Copacabana, antes do meio-dia, milhares de apoiadores já se concentravam na altura do Posto 5, à espera do discurso do senador Flávio Bolsonaro.
Estiveram presentes os ex-ministros Adolfo Sachsida (Minas e Energia) e Christiane Brito (Direitos Humanos), além dos deputados Mario Frias (PL-SP), Zé Trovão (PL-SC), Alberto Fraga (PL-DF) e dos senadores Izalci Lucas (PL-DF), Damares Alves (Republicanos-DF) e Jaime Bagattoli (PL-GO). Uma mensagem da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro foi transmitida durante o evento. Ela reclamou que o marido está “humilhado e preso” e criticou ministros do STF. As informações são do jornal O Globo.
Leia maisOs apoiadores do ex-presidente aproveitaram o momento para fazer gritos contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pedindo o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Diversos bonés, camisetas, bandeiras e cartazes também reforçaram as críticas a Lula e Moraes. Alguns deles faziam menção à Lei Magnitsky, que foi usada pelo governo americano para impor sanções a Moraes.
Em outros momentos do ato, a locutora do evento, Cíntia Aquino, pediu para que os presentes fizessem gritos de “América, por favor, salve o Brasil”, em apelo ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Apelos por anistia e pela participação de Bolsonaro na eleição presidencial de 2026 também foram constantes. A oposição tenta articular um projeto para beneficiar o ex-presidente e aliados ao garantir o perdão para condenações contra eles.
— Nós não temos medo de vocês. A vontade de um povo, de uma democracia se representa em uma eleição e eleição sem Bolsonaro é golpe. (…) Não vamos arregar para vocês — disse o deputado Mário Frias.
No Rio, por volta das 11h deste domingo, apoiadores de Bolsonaro ocupavam cerca de dois quarteirões da orla, na altura do Posto 5. O protesto, segundo organizadores, é em favor da liberdade e contra a perseguição política. Antes do primeiro discurso, do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), foi executado o Hino Nacional.
A grande expectativa dos bolsonaristas é para a manifestação à tarde em São Paulo, para a qual são esperados o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O protesto é uma convocação do pastor Silas Malafaia.
Leia menosPor Claudemir Gomes*
Salve o Bahia! Cinco vezes campeão da Copa do Nordeste. Apesar da festa promovida pelos torcedores do Tricolor Baiano, nas arquibancadas da Arena Fonte Nova, neste sábado, o contexto transformou a decisão da edição 2025 da Copa do Nordeste, envolvendo as equipes do Bahia, e do Confiança, na final mais bizarra da competição regional.
A distância técnica que separa os dois times é abissal. De um lado o Bahia, que descreve campanha brilhante no Brasileiro da Série A (Primeira Divisão), ocupando, no momento, a quarta posição na tabela de classificação. Do outro lado, o Confiança de Sergipe, que encerrou sua participação no Brasileiro da Série C (Terceira Divisão), na nona posição, na classificação geral.
Leia maisPrimeiro é primeiro, terceiro é terceiro em qualquer lugar do mundo. Está explicado o placar agregado de 9×1: Confiança 1×4 Bahia (Arena Batistão, em Aracaju) e Bahia 5×0 Confiança (Arena Fonte Nova, em Salvador).
Nas ruas da Capital Baiana, ninguém riu, ninguém brincou, e olha que havia nove motivos para um grande carnaval. A emoção é um dos maiores componentes das decisões. A expectativa é de que, numa final as forças se equiparam, os times que irão se confrontar são parelhos. Afinal, superaram todos os obstáculos para chegarem ao momento maior, que normalmente é emoldurado por grandes emoções.
O Bahia “amassou” o Confiança no primeiro confronto — 4×1 — construindo uma vantagem que levou sua torcida a encomendar as faixas de campeão sem medo de surpresas. As limitações e fragilidade do Confiança deixaram o banquete dos baianos insosso. O acarajé do campeão estava sem sal, e sem azeite de dendê.
A Copa do Nordeste é uma das competições regionais que ganhou força no futebol brasileiro, mas vem sendo dragada pelo calendário nacional, que há muito tempo carece de uma reformulação. Mudança que foi prometida, e está em estudo pela CBF. Imprensada pelo Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, Copa Libertadores e Copa Sul-americana, a disputa nordestina sofreu paralisações de mais de dois meses, fato que a relega a um segundo plano de forma natural.
O Bahia, que este ano já disputou mais de sessenta jogos, devendo fechar a temporada com o registro absurdo e desumano de mais de 80, utilizou um time alternativo nos jogos finais da Copa do Nordeste por dois motivos: a fragilidade do oponente (Confiança) e pelo fato de ter como prioridade a classificação para as semifinais da Copa do Brasil.
A internacionalização do futebol é um fenômeno que vem de cima para baixo. As competições estaduais e regionais, que já ocuparam espaço, e tinham realce no calendário, estão se diluindo como as ondas do mar na praia.
Final sem emoção não condiz com a alegria que o futebol irradia. E os tambores da Olodum silenciaram.
*Jornalista
Leia menosPor Miriam Leitão
Do jornal O Globo
Hoje é 7 de setembro e vivemos um momento decisivo da nossa história. Nesta semana, os ministros do Supremo Tribunal Federal vão condenar ou absolver os membros do núcleo crucial do golpe de Estado. Na semana passada, o Congresso reagiu ao início do julgamento com golpes legislativos. Enfraqueceu a Lei da Ficha Limpa, tentou encurralar o Banco Central, e tirou da gaveta a pior proposta de anistia aos golpistas. Do STF veio o alerta de Alexandre de Moraes: “Impunidade não é pacificação”.
Hoje é 7 de setembro e veja que boa notícia. Não ouviremos os urros antidemocráticos do presidente da República como ouvimos durante os anos de Jair Bolsonaro no Planalto. No governo dele, não fomos poupados de suas ameaças, nem no bicentenário. Em data que deveria ser de união, Bolsonaro aprofundou a fratura na sociedade, hostilizando quem não aderia ao seu projeto autoritário.
Leia maisNo dia 7 de setembro de 2020, em plena pandemia, o então presidente exaltou o golpe de 1964 e não consolou o país. Em 2021, no discurso na Avenida Paulista, ao falar das eleições, ele disse que não poderia “participar de farsa como essa patrocinada pelo TSE”. Avisou que só aceitaria a vitória. Sairia do poder apenas morto ou preso. E ameaçou Luiz Fux, presidente do STF, à época. “Ou o chefe desse Poder enquadra o seu, ou esse Poder pode sofrer aquilo que nós não queremos”. Ao final do discurso, ele disse que tinha decisões difíceis a tomar, que convocaria o Conselho da República. Aos manifestantes disse: “não escolham o lado do conforto”. Em 2022, ele voltou a citar o golpe de 1964 como sendo um dos bons momentos do Brasil, e avisou: “com uma reeleição, nós traremos para as quatro linhas todos aqueles que ousaram ficar fora delas”.
Há uma relação direta entre essas ameaças públicas e os acampamentos pedindo ditadura, os atos violentos do dia da diplomação, a tentativa de explosão de um caminhão no aeroporto de Brasília e o criminoso ataque às sedes dos Três Poderes. O ex-presidente é o fio condutor desses eventos, e seria o beneficiário, caso tudo saísse como planejado. Bolsonaro disse por quatro anos que o STF era o inimigo, que a eleição era fraudulenta, que ele havia sido roubado em 2018 e seria de novo em 2022. O dia 8 de janeiro foi uma construção de Jair Bolsonaro, mesmo que no dia ele estivesse alhures.
Só a incapacidade de estabelecer nexo causal justifica alguém afirmar que não há relação entre Bolsonaro e o atentado de 8 de janeiro. Os advogados têm o direito de afirmar isso, porque precisam construir o raciocínio da defesa, mesmo que seja enganoso. O estranho é quem não está na banca de advocacia do ex-presidente dizer que não há provas que o liguem ao ataque físico contra os Poderes da República, se toda a agitação dos seus seguidores foi alimentada por ele próprio. As provas desse elo são abundantes e públicas.
Nesta semana, os ministros darão seus votos. É possível que haja divisão entre os que compõem a primeira turma e que sejam proferidos votos por absolvição de alguns réus. Mas a tendência é todos serem condenados. Não deve ser aceito, pela maioria, nem o pedido de nulidade da colaboração do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, nem a tese de cerceamento de defesa, por excesso de informação. Os advogados tiveram o tempo legal e acesso a todos os documentos. Alguns defensores fizeram bom uso das provas dos autos.
O Congresso utilizou as piores armas para tentar se impor. No início do julgamento, foi aprovado o projeto que enfraquece a Lei da Ficha Limpa, e os líderes do centrão assinaram o requerimento de urgência para o projeto que dá ao parlamento o direito de demitir diretores e presidente do Banco Central. Era chantagem para que o BC aprovasse a compra do encrencado Banco Master pelo BRB. O centrão tem boas relações com o controlador do Master. O Banco Central demonstrou a sua autonomia e reprovou a operação por razões técnicas.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, disse que não confia na Justiça e foi para Brasília articular a anistia. Foi reapresentado o projeto que incluiu a elegibilidade do ex-presidente e um perdão para crimes ainda nem cometidos. A extrema direita atraiu toda a direita e disse que a anistia é pela pacificação. Para acreditar nisso, é preciso descrer da História do Brasil e esquecer que Bolsonaro já defendeu guerra civil e, durante seu governo, incitou o ódio e o conflito na sociedade.
Leia menosO frei Rinaldo vai celebrar a missa de Ação de Graças de aniversário de nascimento do ex-ministro, ex-deputado e empresário Armando Monteiro Filho (in memoriam) na quinta-feira (11), às 12h, na Igreja Madre de Deus, que reunirá familiares e muitos amigos. Durante a cerimônia religiosa, haverá apresentação da Orquestra Cidadã. Com informações da coluna de Roberta Jungmann, da Folha de Pernambuco.
Do Poder360
Manifestantes de esquerda começaram a chegar nesta manhã de domingo (7) na praça da República, centro de São Paulo, para o ato “Povo Independente é Povo Soberano”. Pessoas levam cartazes contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), contra seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal que está nos Estados Unidos, e contra o pastor Silas Malafaia, um dos expoentes bolsonaristas.
A manifestação defende a “soberania nacional” e critica as tarifas impostas pelo presidente americano Donald Trump (Partido Republicano). As pautas incluíram também o fim da escala 6 X 1, redução da jornada de 44 para 40 horas semanais sem corte salarial, tributação dos super-ricos, punição aos responsáveis pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e regulamentação das redes sociais contra fake news.
Leia maisAlém do ato em São Paulo, foram programadas mais 32 manifestações em 23 Estados. Entre as capitais, Maceió, Macapá, Fortaleza, Brasília, Vitória, Goiânia, Belo Horizonte, Campo Grande, Belém, Recife, Curitiba, Rio de Janeiro, Natal, Boa Vista, Florianópolis e Aracaju tinham atos previstos.
No Recife, a 31ª edição do evento começou às 9h, no Parque Treze de Maio, em Santo Amaro, na área Central, com o tema “A Vida em Primeiro Lugar”. O lema tradicional do evento é “Cuidar da casa comum e da Democracia é luta de todo dia”.
Em São Paulo, a divulgação do ato ganhou pouca tração nas redes sociais. Páginas do PT Brasil, PT SP, PT na Câmara, CUT (Central Única dos Trabalhadores) e UNE (União Nacional dos Estudantes) divulgaram o evento no X, mas poucos deputados convocaram participantes. Entre eles, estavam o estadual Simão Pedro (PT-SP) e os federais Guilherme Boulos (Psol-SP) e Carlos Zarattini (PT-SP).
Na quinta-feira (4), em conversa com ativistas na comunidade Aglomerado da Serra, na periferia de BH, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu mobilização contra anistia, sem citar as manifestações diretamente. “Se for votar no Congresso, nós corremos o risco da anistia. É importante ter certeza, porque o Congresso, vocês sabem, não é um Congresso eleito pela periferia. O Congresso tem ajudado o governo — o governo aprovou quase tudo que queria —, mas a extrema-direita tem muita força ainda. Então, a batalha tem que ser feita também pelo povo”, disse.
Pela manhã, na Praça da Sé, o anual Grito dos Excluídos reuniu manifestantes a partir das 7h. Com o lema “Cuidar da Casa Comum e da Democracia é luta de todo dia”, o Grito promoveu coleta de votos para o Plebiscito Popular sobre direitos trabalhistas. A manifestação ofereceu café da manhã para pessoas em situação de rua antes de se unir ao ato principal às 9h.
Ato pró-Bolsonaro à tarde
À tarde, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se concentrarão na Avenida Paulista a partir das 15h, no ato Reaja Brasil, organizado pelo pastor Silas Malafaia. A manifestação defende anistia, liberdade religiosa e de expressão. A organização não divulgou expectativa de público.
Os dois eventos não se cruzarão por causa de horários e locais diferentes. A Praça da República, onde se concentra a manifestação da esquerda, fica a cerca de 3 quilômetros da Avenida Paulista, onde se reunirá a direita. A pé, o trajeto levaria cerca de 40 minutos.
As manifestações no mesmo dia são um teste de força nas ruas. Em 2025, até agora, a direita conseguiu mobilizar mais pessoas que a esquerda na capital paulista. Em 2025, seis grandes atos — quatro de direita e dois de esquerda — foram realizados em São Paulo, com públicos que variaram de 1,4 mil a 57,6 mil pessoas, segundo dados do Monitor do Debate Político no Meio Digital, da USP (Universidade de São Paulo), e do Poder360. O maior público foi registrado no ato “Anistia Já”, em 6 de abril, que levou 59 mil pessoas à Avenida Paulista (dados do Poder360; USP não fez levantamento). A maior manifestação da esquerda, “O Brasil é dos Brasileiros”, reuniu 15,1 mil pessoas (dados da USP; Poder360 não fez levantamento).
Leia menosO presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou na manhã deste domingo (7) do desfile de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Lula chegou por volta das 9h04 no local e desfilou em carro aberto ao lado da primeira-dama, Janja da Silva.
A cerimônia também contou com a presença de autoridades, como o vice-presidente, Geraldo Alckmin, o presidente da Câmara, Hugo Motta, os ministros da Casa Civil, Rui Costa, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. As informações são do portal g1.
Leia maisNa presença de Hugo Motta, parte do público presente no evento gritou “Sem Anistia”, em referência à proposta que está sendo costurada no Congresso para anistiar envolvidos na tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.
O ministro do Turismo, Celso Sabino, também presente na ocasião, chegou a colocar o boné “Brasil é dos Brasileiros” entregue pelo governo no evento. O ministro é do partido União Brasil, que desembarcou do governo na semana passada.
Sabino tem feito um esforço nos bastidores para tentar se manter no cargo por mais tempo. Ele está sendo pressionado pela cúpula do União Brasil a deixar o ministério depois que o partido antecipou a discussão para o desembarque do governo.
O evento de celebração pelos 203 anos de Independência do Brasil terá como tema central “Brasil Soberano” e será organizado em três eixos temáticos:
No primeiro eixo do desfile, estará na abertura a palavra “soberania” formada por integrantes escrita em camisetas. Em seguida, duas bandeiras serão estendidas no trajeto: uma do Brasil de 140m2 e outra de 70m2 escrita “Brasil Soberano”.
Ainda no eixo 1, alunos da rede pública do Distrito Federal carregarão a faixa com a frase “País Sem Fome”. Em seguida, mais estudantes do DF desfilam com camisetas amarelas segurando bandeirinhas do Brasil e utilizando os bonés ‘Brasil Soberano’.
No eixo Brasil do Futuro, vão desfilar estudantes do programa Pé-de-Meia, voltado para evitar a evasão escolar no Ensino Médio. Segundo o governo, o programa já beneficiou mais de 4 milhões de estudantes de todo o país.
No eixo sobre o PAC, estudantes desfilarão com uma faixa com a mensagem “O Maior PAC da História”, com o objetivo de mostrar os investimentos realizados na infraestrutura do país.
Posicionados atrás dessa faixa, 28 trabalhadores das obras do Novo PAC e outros 25 trabalhadores militares com os EPI’s irão desfilar nesse momento.
Na parte da saúde, o Zé Gotinha desfilará em um carro com a marca do 7 de Setembro, acompanhado por profissionais da Força Nacional de Saúde. O desfile também apresentará carretas do Sistema Único de Saúde (SUS) do programa Agora Tem Especialistas, criado para ampliar o acesso a serviços de saúde especializados no SUS.
Haverá ainda a presença de uma ambulância do SAMU e de uma Unidade Móvel Odontológica. Profissionais do SAMU participam desta parte do evento.
Organização da COP30
Participa do desfile o Curupira, mascote oficial da COP30. Além dele, o tamanduá-bandeira “Labareda”, mascote símbolo nacional das ações de manejo integrado do fogo, também estará no evento.
A parte do desfile referente à COP30 ainda contará com a presença de brigadistas florestais do Ibama uniformizados e equipados — entre eles representantes de povos indígenas e comunidades tradicionais, além de veículos caracterizados, incluindo caminhão de comando, veículos 4×4 e caminhonetes usados nas operações.
Em cima de um dos carros estará o mascote Labareda, símbolo nacional das ações de manejo integrado do fogo.
O Brasil é o país organizador da COP30, que acontece em novembro, em Belém, no Pará. O evento tem com o objetivo discutir ações de enfrentamento à crise climática.
A cúpula é a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), um evento anual que reúne representantes de diversos países, além de diplomatas, cientistas, sociedade civil e empresas privadas.
Na semana passada, o governo federal anunciou que 61 países já confirmaram presença na COP30. A lista inclui Japão, Espanha, Noruega, Portugal, Arábia Saudita, Egito, República Democrática do Congo e Singapura. Apesar do número, a preparação do evento segue marcada por incertezas por conta de um impasse em relação ao alto valor das hospedagens em Belém. O governo chegou a pensar em multar em até 100% do faturamento os hotéis da cidade para conter preços abusivos na COP30.
Leia menosAngelo Castelo Branco*
Neste 7 de Setembro, data que simboliza a independência e a afirmação da nossa nação, ecoa um grito que não é apenas histórico, mas atual e urgente: quero meu país de volta. Quero o Brasil pelo qual tantos lutaram, um país onde cada cidadão possa dizer o que pensa sem medo de prisão, de perseguição ou de censura.
Quero um país de liberdade plena — liberdade política, liberdade individual e liberdade econômica. Quero um Brasil em que o governo não se intrometa na vida privada das pessoas, não invada suas casas, suas escolhas, seus sonhos. Quero um governo honesto e decente, sem espaço para corruptos, sem compra de votos, sem manobras que silenciem a democracia.
Leia maisQuero um país que também respeite a opção de cada pessoa — seu credo religioso, sua cor de pele, sua profissão, suas escolhas de vida. Um Brasil em que a diversidade não seja motivo de divisão, mas de força e unidade.
Quero ainda um país em que não haja nem minoria nem maioria, mas cidadania plena e absoluta, onde cada brasileiro seja reconhecido como igual em dignidade e direitos. Um país onde as pessoas se respeitem, e onde até os contrários saibam conviver na diferença com civilidade e grandeza.
Quero um país que abra portas e janelas para o mundo democrático, que caminhe de mãos dadas com as nações que praticam a liberdade como valor inegociável. Um Brasil que respire justiça, verdade e respeito, que inspire orgulho em seus filhos e netos, um país em que possamos educá-los sem medo, sem receios, confiantes no futuro.
Neste 7 de Setembro, mais do que comemorar a independência, é preciso reafirmar um compromisso: lutar por um Brasil decente, correto, honesto, sem ódio e sem medo.
*Membro da Academia Pernambucana de Letras
Leia menosO presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou ontem (6) em defender o Pix de “qualquer tentativa de privatização” e frisou que “defender a soberania é defender o Brasil”. As declarações foram feitas em um pronunciamento à nação. “Defendemos o PIX de qualquer tentativa de privatização. O Pix é do Brasil, é público, gratuito e vai continuar assim”, afirmou.
O pronunciamento do presidente Lula ocorreu na noite de véspera do feriado de 7 de Setembro, quando o Brasil celebra os 203 anos da declaração de Independência do país em relação a Portugal. As informações são da CNN Brasil.
Leia maisEm julho deste ano, os Estados Unidos citaram o método instantâneo de pagamento ao anunciar uma investigação sobre as práticas comerciais do Brasil. Segundo os EUA, o Pix seria um dos exemplos em que há um favorecimento local, em detrimento às empresas norte-americanas.
No mesmo mês, o presidente Lula também defendeu a ferramenta financeira em um outro pronunciamento nacional. Na época, o chefe do Executivo declarou que ataques ao Pix, que é um “patrimônio do povo”, não seriam aceitos.
A abertura da investigação comercial entre os dois países aconteceu em meio ao anúncio e à oficialização do tarifaço imposto pelo governo do presidente Donald Trump. Desde 6 de agosto, parte das exportações brasileiras aos Estados Unidos contam agora com uma tarifa total de 50%.
Entre as justificativas para as tarifas, também foi citada a ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pelo que seria um plano de golpe contra o resultado das eleições de 2022. O caso, segundo Trump, seria uma “caça às bruxas”.
Recentemente, o líder americano também criticou o governo Lula, afirmando que a administração brasileira deu uma guinada para a “esquerda radical”, e não descartou os rumores de restrição aos vistos da delegação do Brasil para a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), que acontece em novembro deste ano em Nova York.
Leia menosPor José Edson de Moura*
Celebrar a memória de Dr. Armando Monteiro Filho é revisitar uma parte fundamental da história de Pernambuco. Ele não apenas herdou o legado de seu pai, Armando de Queiroz Monteiro – pioneiro e fundador do ciclo sucroalcooleiro em nosso Estado – como soube, com dignidade e firmeza, conduzir essa herança. A Usina Cucaú, símbolo de progresso e desenvolvimento para a região, esteve sob sua direção como representante da segunda geração da família Monteiro. Com sua visão administrativa e sua capacidade de liderança, fortaleceu um patrimônio que hoje, com Dr. Eduardo Monteiro, já se encontra na terceira geração, mantendo viva a tradição de trabalho e perseverança.
Dr. Armando Monteiro Filho foi mais do que um gestor ou um continuador. Foi, acima de tudo, um homem público de perfil raro. Na vida política, ocupou cargos de grande relevância, tendo sido ministro de Estado e candidato a senador e governador de Pernambuco. Em todos esses espaços, deixou marcas de integridade, de respeito às instituições e de fidelidade a princípios que hoje se tornam cada vez mais escassos. Sua trajetória sempre se pautou pela linha do que é certo, do que é justo, do que é honrado.
Leia maisNo convívio pessoal, deixou lembranças de cordialidade, de respeito humano, de trato afável e generoso. Foi um homem de berço, mas sobretudo um homem de valores – valores que transmitiu à família e que o tornaram exemplo não apenas para seus descendentes, mas para toda a sociedade pernambucana.
Neste centenário, nossa homenagem é carregada de gratidão e reverência. Recordamos não apenas o político, o administrador ou o industrial, mas o ser humano que dignificou sua história. Sua vida se confunde com a própria história do desenvolvimento de Pernambuco e, por isso, seu nome permanece vivo, como referência e inspiração.
Dr. Armando Monteiro Filho pertence àquela geração de ferro que já se foi e tantos outros homens que forjaram o futuro com trabalho, caráter e dedicação. A eles devemos respeito e memória.
Ao lado da família Monteiro, especialmente de Dr. Eduardo Monteiro, presidente do Grupo EQM, prestamos estas palavras simples, mas sinceras, como testemunho da grandeza de um homem que marcou época e que permanecerá como exemplo para as gerações que virão.
*Médico
Leia menosAgência O Globo
A segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do Palácio do Planalto foi redobrada para o desfile de Sete de Setembro em Brasília. Os protocolos que integram o “Plano Escudo” do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) foram reforçados este ano porque a cerimônia que marca o Dia da Intendência do Brasil ocorre em meio ao julgamento da trama golpista pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Desde o início da análise do mérito das acusações, na terça-feira, o GSI tem duas centenas de homens à disposição, além do efetivo normal de segurança dos palácios presidenciais, para serem acionados na hipótese de uma anormalidade.
Leia maisParte desse contingente fica de prontidão em uma área anexa ao Palácio do Planalto. O reforço da tropa será estendido até análise final do caso pela Corte e o dia do desfile é considerado um momento delicado desse período.
O GSI também monitora duas manifestações previstas para este domingo: uma favorável ao ex-presidente Jair Bolsonaro e outra em apoio ao presidente Lula. De acordo com integrantes do governo, a classificação atual da situação é nível amarelo, o mais brando dentro da escala de alertas de risco do “Plano Escudo”, que inclui ainda as variações laranja e vermelha, conforme a previsão de ameaças.
Durante o desfile, a segurança presidencial ganhará o reforço de drones e equipamento anti-drones, usados para derrubar os dispositivos não tripulados suspeitos. Também será reforçada a equipe de “contra-snipers” para monitorar a movimentação de eventuais atiradores no perímetro da Esplanada dos Ministérios.
A tribuna presidencial, onde Lula estará com ministros do governo e autoridades dos Três Poderes, terá revista anti-bomba e química no sábado e passará a noite anterior sob guarda do GSI. Como mostrou O Globo, Lula convidou os ministros do STF para participarem do evento.
No começo da cerimônia, Lula desfilará em carro aberto para abrir o desfile que este ano terá como tema central “Brasil Soberano” e inicia às 9h na Esplanada dos Ministérios. A apresentação cívico-militar terá duas horas.
As medidas de segurança foram acertadas em reuniões entre GSI, o Comando Militar do Planalto e a Secretaria de Segurança do Distrito Federal e levam em conta o período do julgamento da trama golpista no STF e a realização do desfile no próximo domingo. De acordo com auxiliares presidenciais, todos os protocolos já partem critérios mais rígidos após o 8 de Janeiro.
Leia menosEm meio a mais uma maratona de noites de autógrafos de “Os Leões do Norte” pelo Interior, na semana passada, recebi uma ligação do meu filho André Gustavo, de Salem, nos arredores de Boston, onde dirige uma rede pública de escolas para filhos de imigrantes, super eufórico, com ar de grande felicidade: por uma iniciativa dele, o Governo americano havia disponibilizado uma verba extra em apoio aos estudantes imigrantes de Salem.
Sua ação o levou a sair na primeira página do jornal da cidade. “Solicitei fundos ao governo para apoiar nossos estudantes imigrantes na cidade de Salem. Eles nos deram mais de US$ 18.000, que usei para comprar material escolar para nossos estudantes imigrantes recém-chegados. Criei uma parceria com a Universidade de Salem e pedi aos alunos que se voluntariassem para encher mochilas com esses materiais, para que, sempre que um novo estudante imigrante chegasse a Salem, tivesse material escolar para começar o ano e ser bem-vindo nas escolas públicas de Salem. Eles me citaram no jornal”, contou André Gustavo.
E me transcreveu, traduzido para o português, o trecho em que foi destacado. “Numa época em que o sentimento anti-imigrante é excepcionalmente alto nos Estados Unidos, programas como este enviam uma mensagem”, disse André Fonseca, diretor de educação para alunos multilíngues.
E acrescenta: “Eles mostram ao mundo que nós, das Escolas Públicas de Salem, valorizamos nossas populações imigrantes e as acolhemos de braços abertos em nossa cidade, nossas escolas, nossas universidades e nossa comunidade.” Que fantástico! Não era à toa que meu filho me transmitia tamanha felicidade.
Afinal, depois que Trump voltou ao poder, seu governo está detendo centenas de imigrantes todos os dias no país — mas há estratégias distintas conforme o mapa político dos Estados Unidos. Segundo um levantamento feito pela CNN, em estados que votaram no republicano a maior parte das detenções do Serviço de Imigração e Controle de Alfândega (ICE, em inglês) ocorre dentro de prisões e cadeias.
Já em áreas democratas, as operações se concentram nas ruas, locais de trabalho e em batidas em massa, muitas vezes contra imigrantes sem qualquer histórico criminal. Os dados do ICE mostram que, no geral, mais imigrantes são presos em estados republicanos do que em democratas.
Mas há uma divisão clara: entre janeiro e junho deste ano, 59% das prisões em estados republicanos ocorreram dentro do sistema prisional. Por outro lado, nos estados democratas, 70% foram feitas diretamente nas comunidades. A diferença — que já existia antes do início do segundo mandato de Trump — se aprofundou nos últimos meses.
Autoridades do governo Trump justificam a disparidade como consequência direta das políticas de “cidades-santuário” adotadas em regiões democratas, que limitam ou impedem a cooperação entre autoridades locais e o ICE. Em muitos desses estados, oficiais não podem manter imigrantes sob custódia apenas com base em ordens do ICE, o que frequentemente faz com que eles sejam libertados antes que os agentes de imigração possam detê-los.
Entre as medidas adotadas por Trump, o uso de aviões militares para deportação de imigrantes ilegais para diversos países da América Latina, incluindo o Brasil. Essa prática, considerada desnecessária por muitos, somada ao protocolo de algemar os deportados, tem gerado polêmica e questionamentos sobre o respeito aos direitos humanos e à dignidade dos imigrantes.
Diante deste clima de perversidade, meu filho, com sensibilidade e coração voluntarioso, desponta como um farol aos perseguidos imigrantes. Sua sensibilidade é uma força contagiante. Onde outros só veem o comum, a sua sensibilidade é um presente para o meu coração.
Ele veio ao mundo com o dom do seu avô Gastão Cerquinha, de ajudar o próximo sem olhar a quem, o que o torna único e especial. Para mim, pai coruja, sua sensibilidade é um presente dos céus. O amor que transborda do seu coração pelos imigrantes é um raio de luz que ilumina os seus passos no caminhar da vida.
Que Deus o ilumine ainda mais a enxergar o mundo com esses olhos sensíveis, pois neles reside uma beleza que poucos alcançam. Sua capacidade de amar e sentir me emociona. Que continue a usar essa sensibilidade, incrível e apaixonante, em busca do que sonha e deseja: um mundo mais gentil.
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