“Tenho medo de que haja uma reeleição do Lula”, diz Sérgio Moro
Por Larissa Rodrigues – Repórter do blog
Líder em todas as pesquisas para o Governo do Paraná, o senador Sérgio Moro (UB) quer proteger seu estado natal do presidente Lula (PT) e do PT.
Entrevistado de ontem (8) no podcast Direto de Brasília, comandado pelo titular deste blog, Sérgio Moro disse com todas as letras que teme uma possível reeleição de Lula, em 2026.
“Vamos unir a direita e a centro-direita no Paraná. Nós vamos proteger o nosso estado. Eu não sei o que vai acontecer ano que vem, nas eleições presidenciais”, afirmou Sérgio Moro.
Leia mais“Eu tenho medo de que haja uma reeleição do Lula. Eu vou trabalhar para que isso não aconteça. Não como candidato a presidente, mas eu vou apoiar quem possa derrotá-lo. No Paraná, a gente vai ter a nossa fortaleza”, declarou o senador.
Na entrevista, ele destacou o que seria a fórmula de sucesso para proteger o Paraná do que classificou como “garras do PT ou aliados do PT”.
“É só você olhar Brasília e dizer: vamos fazer exatamente o contrário. Fazer no Paraná exatamente o contrário do que se faz em Brasília. Então, vamos retomar o combate à corrupção, fazer o Paraná ficar o estado mais seguro do país”, exemplificou.
O senador destacou que pretende buscar o desenvolvimento do estado por meio da valorização da iniciativa privada, com investimento em negócios para fomentar o capitalismo, a inovação e a tecnologia, sem sobrecarregar a sociedade com tributos.
Além disso, Sérgio Moro também defendeu que não haja leniência com o crime organizado e o abandono da transparência e da integridade como fatores da política. “Nós queremos fazer algo diferenciado. Tem espaço para muita gente lá no nosso barco.”
Moro frisou que sua candidatura ainda não está definida, mas caminha para isso. “Ainda sou pré-candidato. Bater o martelo exatamente só nas convenções, ou mais para o final do ano, que a gente toma uma decisão em definitivo. Mas o projeto está bem encaminhado”, comentou.
Anulações da Lava Jato – Uma reviravolta política causou as anulações das condenações da operação Lava Jato, na opinião do senador Sérgio Moro. Segundo ele, não existiu uma razão jurídica para a anulação dos processos. “O que houve foi uma mudança dos ventos políticos. O próprio Supremo autorizou a prisão do Lula, em março de 2018. Ele foi condenado em mais de uma instância”, salientou, acrescentando: “foi colocada uma quadrilha pelo Governo Lula no comando da Petrobras. É a mesma coisa que a gente vê hoje no INSS”.

Petrolão e INSS – O senador Sérgio Moro disse que o escândalo do Petrolão e os roubos aos aposentados do INSS são semelhantes. “Temos o Governo Lula tentando erguer uma cortina de fumaça em relação às suas próprias responsabilidades. Mas esse escândalo do roubo dos aposentados e pensionistas do INSS está no colo do Governo Lula”, apontou. Moro ainda citou o atual ministro da Previdência, Wolney Queiroz (PDT), com quem teve um bate-boca em maio deste ano, em uma sessão no Congresso. “O próprio ministro da Previdência, o Wolney Queiroz, estava naquela reunião como secretário-executivo e não fez nada?”, questionou.
Bolsonaro, Lula e 2026 – Questionado sobre qual será seu posicionamento diante das eleições presidenciais, o senador Sérgio Moro deu a entender que pode apoiar o candidato que estiver no grupo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mesmo após as rusgas com o capitão. Moro se colocou como oposição independente ao Governo Lula e disse não gostar de rótulos, evitando ser classificado como bolsonarista, apesar do possível apoio ao grupo bolsonarista.
O que disse Moro – “Tenho minhas divergências com o (ex) presidente Bolsonaro. Saí do governo lá em 2020, pelas minhas razões. Não mudo uma vírgula daquilo que eu fiz na ocasião. Tinha que sair mesmo. Mas entendo agora que temos um adversário maior para o país, que é o Lula. Tanto que em 2022 fui no segundo turno acompanhar (Bolsonaro) nos debates, mesmo não tendo sido apoiado pelo Bolsonaro na eleição para senador. Deixei de lado essas divergências para aquele momento político. Quero construir o meu próprio caminho. Jamais vou estar do lado do PT, do PCC ou desse mundo que orbita em torno dessas ideias todas erradas”, enfatizou Moro.

Boa nova para agentes de saúde – Em reconhecimento ao trabalho prestado pelos agentes de saúde e de combate às endemias, a Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados aprovou, por unanimidade, ontem (8), o relatório apresentado pelo deputado Eduardo da Fonte (PP) ao Projeto de Lei nº 5.312/2016, que garante aos agentes a redução da jornada de trabalho de 40 para 30 horas semanais, sem redução salarial. O parecer recebeu elogios dos parlamentares da Comissão, que destacaram a sensibilidade da proposta e sua relevância para a valorização de duas categorias fundamentais para o SUS.
CURTAS
Benefícios fiscais – Presidida pelo deputado Antônio Coelho (UB), a Comissão de Finanças da Alepe aprovou, ontem (8), dois projetos que ampliam benefícios fiscais a trabalhadores pernambucanos. O primeiro (nº 313/2023), do deputado Abimael Santos (PL), isenta de IPVA motocicletas e similares com até 170 cilindradas. Já o segundo projeto (nº 640/2023), de Romero Albuquerque (UB), garante isenção do IPVA a motoristas de aplicativo MEI.
Jarbinhas faz apelo ao Governo Federal – Em discurso na Alepe, ontem, o deputado Jarbas Filho (MDB) fez um apelo ao Governo Federal para a criação de uma taxa de subvenção emergencial de R$ 12 por tonelada de cana-de-açúcar produzida no estado. A medida, segundo ele, é necessária para amenizar os impactos da elevação tarifária imposta pelos Estados Unidos sobre o açúcar brasileiro.
O chefe na Bienal – Nesta quinta-feira (9), às 16h15, o titular deste blog participa da XV Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, no painel Círculo das Ideias, para o lançamento de seu mais recente livro, Os Leões do Norte. A obra mergulha na história da política pernambucana e é resultado de extensa pesquisa jornalística e historiográfica, envolvendo 22 minibiografias de ex-governadores de Pernambuco, que exerceram mandatos entre 1930 e 2022.
Perguntar não ofende: Por que Sérgio Moro continua político em Brasília, se ele é anti-Brasília?
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