Prisão de Roberto Jefferson teve erros na gestão da crise e expôs decepção na PF com Bolsonaro

Por Marcelo Godoy*

A neutralidade de Raquel Lyra em não declarar voto nem a Lula nem a Bolsonaro tem lhe rendido frutos. Neste fim de semana, por exemplo, em giro pelo Sertão, a tucana conseguiu atrair para seu palanque lideranças dos dois lados da polarização nacional – PL e PT. Será que essa tendência irá se aplicar ao eleitorado pernambucano, próximo domingo? A conferir.

a solução da crise deflagrada pela reação do ex-deputado Roberto Jefferson à prisão contrariou delegados da Polícia Federal e descumpriu a doutrina de gestão de crises da PF e de outras polícias do País. Um dos pontos criticados pelos policiais ouvidos pela coluna foi o envolvimento do ministro da Justiça, o delegado Anderson Torres, na negociação da rendição de Jefferson, após ele lançar duas granadas e disparar contra os agentes, ferindo o delegado Marcelo Vilella e a policial Karina Lino Miranda de Oliveira.

A coluna ouviu um ex-diretor-geral da PF, delegados e oficiais da PM que foram unânimes em afirmar que o ministro não poderia se expor. No máximo, deveria ficar na sala de situação para acompanhar o caso. Mas não foi isso que o presidente Jair Bolsonaro determinou ao ministro. Ele disse que o enviou ao Rio para obter a rendição do aliado – Torres fez a negociação por telefone. Mais tarde, Bolsonaro anunciou o desfecho: “Como determinei ao ministro da Justiça, Anderson Torres, Roberto Jefferson acaba de ser preso”.

Ou seja: o presidente teria cometido erro semelhante ao do governador Geraldo Alckmin, que aceitou negociar com o sequestrador Fernando Dutra Pinto, que mantinha o empresário Silvio Santos como refém em sua casa, em 2001. Primeiro, porque não se deve expor a autoridade a risco desnecessário diante de alguém que se mostrou violento. Depois, porque não é ela a pessoa correta para negociar com alguém cercado. Por fim, o ato seria interpretado – e foi – como um privilégio concedido ao ex-deputado, algo inaceitável em uma República.

De fato, o Manual de Gerenciamento de Incidente Crítico, do Ministério da Justiça, classifica a situação vivida por Jefferson como a de uma “pessoa que se encontra em local confinado por ter praticado um ato ilícito anteriormente e se recusa a obedecer às ordens das autoridades competentes”. Ele é classificado no manual como “indivíduo homiziado” (foragido ou resistente à ação da Justiça). Nesse caso, o protocolo diz que “a força policial envolvida na ocorrência deve estabelecer perímetros, cercar e conter o causador do evento crítico e insistir na negociação”.

De acordo com o documento, o assalto tático ao ponto crítico não se apresenta como uma “boa prática técnica”, salvo se for identificado que a vida de um refém está em iminente risco. Para tanto, a Superintendência da PF no Rio tem uma equipe especializada nesse tipo de situação, assim como o Comando de Operações Táticas (COT) da instituição. Pelo disposto no manual, deve-se estabelecer um contato com o “indivíduo homiziado” em Levy Gasparian (RJ) e começar uma negociação.

A ideia é permitir que o tempo passe. Um delegado afirmou que outro erro foi permitir a entrada de pessoas na casa – padre Kelmon e outros apoiadores de Jefferson entraram no imóvel –, que não foi isolada. Isso porque alguém que já atirou em direção de policiais pode muito bem colocar em risco a vida de quem quer que seja ou fazendo-a de refém ou alvejando-a. Além da ameaça à segurança de outras pessoas, a falta de isolamento do local também prejudicou a realização da perícia do caso. Um circo foi criado nas cercanias da casa e quem quis pôde dar ali o seu espetáculo ou agredir jornalista sem ser incomodado pela polícia.

Para forçar a rendição do homem, afirmou um outro delegado, pode-se cortar a água e a luz. É preciso ter paciência dentro do “princípio de preservar vidas e de aplicar a lei”. Como o indivíduo em questão era conhecido, era possível aos policiais saber o grau de risco da operação. A PF optou por estabelecer contato com Jefferson por meio de um agente. Um vídeo mostra parte dessa conversa na qual o policial procura acalmar o ex-deputado e concorda com tudo o que ele diz. Chega mesmo a fazer chacota dos colegas que foram prender Jefferson mais cedo ao dizer que eles eram burocratas.

O desconforto de policiais com o vídeo foi enorme. O agente da PF parecia justificar a ação do ex-deputado. Seria mesmo só uma técnica de negociação, um modo de tornar a prisão mais doce? Mas isso só ocorreu horas depois. Jefferson, que é advogado, nega na conversa que tenha atirado em direção aos policiais, mas confessa ter lançado duas granadas – que disse serem de efeito moral – e ter atirado na viatura da PF. O objetivo é claro: descaracterizar o dolo da tentativa de homicídio, confessando a intenção de provocar o dano ao patrimônio público e de resistir à prisão, crimes com penas menores. Jefferson afirma que esteve com um dos policiais em sua mira três vezes para demonstrar que sua disposição não era homicida.

Além dos erros na condução da prisão e na negociação da crise, outros dois pontos foram apontados pelos policiais: delegados e agentes sentiram-se abandonados pelo governo e seus aliados, que nas primeiras horas pareciam tentar justificar o ato de Jefferson como uma resposta às ações do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Delegados disseram que a falta de solidariedade com os companheiros feridos no episódio jogou boa parte da corporação contra Bolsonaro. E repetiam: quem atira em policial é bandido. Foi isso que o presidente tentou remediar quando divulgou vídeo no qual chamou Jefferson de “bandido”.

Antes desse episódio, a PF já era uma das instituições policiais menos penetradas pelo bolsonarismo. Pesquisa feita pelo Fórum Brasileiro da Segurança Pública mostrou que só 17% dos delegados e agentes federais interagiam em ambientes bolsonaristas na internet. Esse número subia para 48% em relação aos policiais militares. Havia ainda na instituição ressentimento por causa do tratamento privilegiado dado pela gestão Bolsonaro à Polícia Rodoviária Federal, aumentando suas competências.

Agora, como um delegado desabafou, sente-se que o governo perdeu o respeito pela PF. Já no final da tarde, o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Marcus Firme dos Reis, divulgava nota em que dizia: “A Federação Nacional dos Policiais Federais cobrará das autoridades competentes a rigorosa apuração dos fatos até a efetiva responsabilização criminal do autor pelas múltiplas tentativas de homicídio praticadas contra os integrantes da equipe no exercício da função policial”.

Esse enredo todo fez com que alguns imaginassem que tudo o que se passou no domingo era uma “coisa de louco”. Como alguém que se diz do partido da ordem pode atacar policiais que estão cumprindo o seu dever? Raul Hilberg, o grande historiador do Holocausto, escreveu: “Vocês não ficariam mais felizes se eu pudesse mostrar que todos os que perpetraram eram loucos?”. Zygmunt Bauman em Modernidade e Holocausto, diz que foi exatamente isso que Hilberg não pôde mostrar em sua obra.

“Se indagarmos agora que pecado original permitiu que isso acontecesse, o colapso (ou não emergência) da democracia parece ser a resposta mais convincente. Na ausência da autoridade tradicional, os controles e contrapesos capazes de manter o corpo político longe dos extremismos só podem ser fornecidos pela democracia política”, concluiu Bauman. Eis aqui uma explicação para aqueles que no domingo só enxergaram loucura no ato praticado por Jefferson.

*Repórter especial do Estadão

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A Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC) emitiu alerta que indica a continuidade de chuvas moderadas na Região Metropolitana do Recife e nas Mata Norte e Sul do Estado. A previsão é válida para as próximas 24 horas.

Segundo a Apac, há linhas de instabilidade vindas do Oceano Atlântico que podem provocar as chuvas ao longo do dia em todo litoral pernambucano. As chuvas mais intensas podem ocorrer principalmente na noite deste domingo (28) e madrugada da segunda-feira (29).

Alguns pontos do Recife já estão alagados, como mostra o vídeo abaixo

A Defesa Civil do Recife mantém um plantão permanente, podendo ser acionada pelo telefone 0800.0813400. A ligação é gratuita e o atendimento 24h. A orientação é que, em caso de necessidade, moradores de locais de risco procurem abrigos seguros e acionem o órgão.

Paulista - No ZAP

Por Cláudio Soares* 

Uma situação polêmica envolvendo uma policial militar veio à tona após ela ser acusada de agredir uma mulher suspeita de violência contra uma criança de apenas 11 anos. Segundo relatos, a policial não se conteve ao ver os hematomas e lesões no corpo da criança, supostamente causados pela mãe, e acabou desferindo um tapa no rosto da suspeita antes de prendê-la.

A advogada Luciana Vidal, especializada em Direito Militar, já se pronunciou, afirmando que conversou com a policial militar e está pronta para oferecer toda a defesa necessária. Além disso, o movimento de advogados de direita do Brasil, liderado pela presidente Dra. Géssica Almeida, confirmou seu apoio à policial.

Apesar da comoção pública em favor da policial, especialmente nas redes sociais, onde ela recebeu apoio maciço, a corporação militar anunciou que abrirá um procedimento administrativo para apurar o caso.

O episódio levanta questões sobre o limite entre o dever de um policial de intervir em casos de violência e o uso da força física. Enquanto alguns defendem a atitude da policial como um ato de justiça, outros questionam se a violência empregada foi necessária e proporcional à situação.

Agora, cabe às autoridades competentes investigar e esclarecer os fatos para que a justiça seja feita, tanto em relação à suspeita de violência contra a criança quanto à conduta da policial militar.

*Advogado e jornalista

Petrolina - Melhor cidade para viver 2024

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) promoveu na manhã deste domingo (28) o passeio ciclístico PedalAlepe, com o Circuito Frei Caneca. Em sua segunda edição, a iniciativa teve como tema os 200 anos da Confederação do Equador e fez parte das comemorações de aniversário dos 189 anos da Alepe. A participação no evento se deu com a doação de um quilo de alimento não perecível. Foram arrecadadas mais de duas mil toneladas que serão encaminhadas a instituições de caridade. 

Num trajeto de 7,7 quilômetros, os mais de 2,5 mil participantes conheceram locais e pontos históricos que marcaram o movimento revolucionário de lutas libertárias, liderado por Frei Caneca em 1824. O PedalAlepe se concentrou na Rua da Aurora, em frente ao Palácio Joaquim Nabuco, e seguiu por pontos como Praça Tiradentes, Arquivo Público do Estado, Casa de Manoel de Carvalho Paes de Andrade, Igreja do Divino Espírito Santo, Rua Direita, Igreja Nossa Senhora do Carmo, Igreja do Terço e Forte das Cinco Pontas.

Ipojuca - Minha rua top

Lideranças petistas do Rio de Janeiro já jogaram a toalha quanto às chances de o PT emplacar o candidato a vice do prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD), que tentará reeleição neste ano.

Nos bastidores, parlamentares e dirigentes do PT fluminense dão como certo que Paes escolherá o deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ) como seu companheiro de chapa. As informações são da coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles.

Para lideranças petistas, Paes priorizará a escolha de um aliado de primeira hora para ocupar o posto de vice, pois pretende deixar a prefeitura em 2026 para ser candidato ao governo do Rio.

Nesse cenário, parlamentares do PT admitem ter dificuldade em encontrar no partido um nome de extrema confiança de Paes para compor chapa com o atual prefeito.

Recentemente, o presidente Lula tentou emplacar a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, como vice de Paes. Ela chegou a se filiar ao PT, mas descartou a possibilidade de concorrer.

Desde então, o PT passou a estudar outros nomes. Dentre eles, o de André Ceciliano, atual secretário especial de Assuntos Federativos do governo federal, e o de Adílson Pires, atual secretário de Assistência Social de Paes.

O prefeito, contudo, insiste em ter Pedro Paulo como vice. O principal motivo seria a expectativa de Paes disputar o governo do Rio em 2026, deixando a prefeitura nas mãos de um aliado próximo.

Caruaru - Geracao de emprego

Por Gonzaga Patriota*

Desde ontem, eu e minha esposa, Rocksana Príncipe, estamos em orações pela santíssima alma de Rafael Coelho. Independentemente de algumas divergências eleitorais, com alguns membros da família, em épocas de eleições, sempre estivemos perto desta família, em busca das coisas boas para Petrolina, Pernambuco e para o Brasil.

No final dos anos setenta, ao chegar em Petrolina, já em contato com o cuidadoso médico, Dr. Augusto Coelho, conheci o seu filho Rafael, ainda adolescente. Durante a minha vida em Petrolina, sempre estive em contatos e cumprimentos com Rafael Coelho. Calado, curioso, ouvia e escutava mais do que falava, sempre carinhoso e respeitoso pelas pessoas.

Em 2019, após mais de dois meses internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, contaminado por Chikungunya, recebi um telefonema de Rafael Coelho, me parabenizando pela recuperação e, pelo retorno à vida, bem vivida, e ao trabalho.

Ao velho e eterno amigo e parceiro, Dr. Augusto Coelho e a toda a sua família, os nossos profundos sentimentos e dor pela partida precoce do querido amigo Rafael Coelho, com orações para a sua alma, no céu, com Deus.

*Ex-deputado federal

Camaragibe Agora é Led

Abalados pela perda do empresário Rafael Coelho, o ex-senador Fernando Bezerra Coelho, o deputado federal Fernando Filho, o deputado estadual Antonio Coelho e o ex-prefeito Miguel Coelho emitiram uma nota lamentando o falecimento.

“Estamos profundamente abalados pela partida precoce de Rafael. Toda nossa família sente muito essa perda e temos convicção de que Petrolina também chora essa despedida de alguém que dedicou uma vida inteira ao desenvolvimento e ao progresso de Petrolina.

Rafael foi um grande empresário, responsável por importantes empreendimentos em nossa cidade. Por mais de 30 anos, dirigiu o Curtume Moderno, indústria tradicional de nossa cidade, a qual empregou milhares de petrolinenses ao longo das décadas e contribuiu para o desenvolvimento do Vale do São Francisco. Ele foi, portanto, um dos homens que fizeram a transformação de Petrolina, para ser a ‘Terra dos Impossíveis’, um oásis no solo árido do Nordeste.

Acima do empresário de sucesso, Rafael era apaixonado por Petrolina, uma pessoa de bem, simples, humilde e devotado à família. Casado, pai de três filhos, um cidadão de vida exemplar. Rafael é, com toda certeza, um brasileiro honrado que servirá de inspiração para todos nós.

Apesar da imensa dor que todos nós sentimos neste momento, a hora não é só de consternação, mas de enaltecer a trajetória desse grande cidadão, que deixou um legado que honra os petrolinenses.

Nosso mais profundo sentimento de solidariedade a sua esposa Erika, aos filhos Victor, Daniel e Davi. Nosso abraço também a seus pais, a doutor Augusto Coelho e dona Mariza, suas irmãs Genoveva e Gabriela, que choram essa despedida precoce e tão dolorosa.”

Belo Jardim - Vivenciando Histórias

Foi realizado ontem, no Museu do Estado de Pernambuco, a primeira apresentação da 5ª edição do festival Recife Carinhoso. O coletivo Isto é Choro é formado por Betto do Bandolim, o flautista e professor José Arimatea e do multiartista Walmir Chagas. Acompanhados de Alberto Guimarães no violão, Nelson Brederode no cavaquinho e George Rocha no pandeiro.

O grupo foi formado em 2016 para difundir e fomentar o Choro em Pernambuco, valorizando os compositores pernambucanos. 

Vitória Reconstrução da Praça

Por Luís Roberto Barroso – para o Poder360

A democracia constitucional foi a ideologia que prevaleceu no século 20, na maior parte do planeta, superando os projetos alternativos que se apresentaram: comunismo, fascismo, nazismo, regimes militares e fundamentalismo religioso. O constitucionalismo democrático gira em torno de duas ideias principais que se fundiram no final do século 20.

O “constitucionalismo”, herdeiro das revoluções liberais na Inglaterra, nos Estados Unidos da América e na França, expressa as ideias de poder limitado, Estado de Direito e respeito aos direitos fundamentais. A “democracia”, por sua vez, é o regime de soberania popular, eleições livres e justas e governo da maioria. Em muitos países, a democracia só se consolidou verdadeiramente ao longo do século 20, com o sufrágio universal garantido pelo fim das restrições à participação política baseada em condição social, religião, raça, sexo ou nível de educação.

As democracias contemporâneas são feitas de votos, direitos e razões. Elas não se limitam à integridade dos processos eleitorais, mas exigem, também, o respeito pelos direitos fundamentais de todos os cidadãos e um debate público permanente que informa e legitima as decisões políticas. Para garantir a proteção desses 3 elementos essenciais, a maioria dos regimes democráticos inclui em sua estrutura constitucional uma Suprema Corte ou um tribunal constitucional com jurisdição para arbitrar as tensões inevitáveis que surgem entre democracia e constitucionalismo, ou seja, entre soberania popular e valores constitucionais.

Tais tribunais são, em última análise, as instituições responsáveis por proteger os direitos fundamentais e as regras do jogo democrático contra qualquer tentativa de abuso de poder por parte da maioria. Experiências recentes na Hungria, Polônia, Turquia, Venezuela e Nicarágua mostram que, quando falham em cumprir esse papel, a democracia entra em colapso ou sofre grandes retrocessos.

Nos últimos anos, vários eventos desafiaram a prevalência do constitucionalismo democrático em muitas partes do mundo. Esse fenômeno tem sido caracterizado como “recessão democrática”, “retrocesso democrático”, “constitucionalismo abusivo”, “autoritarismo competitivo”, “democracia iliberal” e “legalismo autocrático”. Mesmo democracias consolidadas enfrentaram momentos de turbulência e descrédito institucional, à medida que o mundo testemunhou a ascensão de uma onda populista autoritária, antipluralista e anti-institucional que representa séria ameaça à democracia.

Populismo pode ser de direita ou de esquerda, mas a onda recente tem sido caracterizada pela prevalência do extremismo de direita, frequentemente racista, xenófobo, misógino e homofóbico. Enquanto no passado existia uma Internacional Comunista, hoje, é a extrema direita que tem uma grande rede global. A marca do populismo de direita é a divisão da sociedade em nós – o povo puro, decente e conservador – e eles –as elites corruptas, liberais e cosmopolitas.

O populismo autoritário decorre dos desvãos da democracia, das promessas não cumpridas de oportunidade e prosperidade para todos. São muitos os fatores que levam a essa frustração democrática, dos quais se destacam 3:

políticos – as pessoas não se sentem representadas pelos sistemas eleitorais existentes, sentindo-se sem voz ou relevância;

sociais – pobreza, estagnação ou decréscimo de renda e aumento da desigualdade;

cultural-identitários – uma reação conservadora à agenda progressista de direitos humanos que prevaleceu nas últimas décadas, com a proteção dos direitos fundamentais de mulheres, afrodescendentes, minorias religiosas, gays, populações indígenas e meio ambiente.

O populismo extremista autoritário adota, muitas vezes, estratégias semelhantes em diferentes partes do mundo, incluindo: 1) comunicação direta com apoiadores, mais recentemente por meio das redes sociais; 2) contorno ou cooptação das instituições intermediárias que fazem a interface entre a sociedade e o governo, como o Legislativo, a imprensa e a sociedade civil; e 3) ataques às Supremas Cortes e aos tribunais constitucionais, bem como tentativas de capturá-los por meio da nomeação de juízes submissos.

Como sugere o título original deste artigo (“Democracia, mídias sociais e liberdade de expressão: ódio, mentiras e a busca da verdade possível”, já publicado anteriormente no exterior, em inglês), uma das principais preocupações nessa temática é o uso de campanhas de desinformação, discursos de ódio, crimes contra a honra, mentiras e teorias conspiratórias para avançar esses objetivos antidemocráticos. Essas táticas ameaçam a democracia e as eleições livres e justas, porque enganam os eleitores, violam direitos fundamentais, silenciam minorias e distorcem o debate público, minando os valores que justificam a proteção especial da liberdade de expressão.

A “decadência da verdade” e a “polarização dos fatos” desacreditam as instituições e, consequentemente, fomentam a desconfiança na democracia”.

Internet, mídias sociais e liberdade de expressão

O mundo vive sob a égide da 3ª revolução industrial, também conhecida como a revolução tecnológica ou digital. Algumas de suas principais características são a massificação de computadores pessoais, a universalização dos telefones celulares inteligentes e, acima de tudo, a internet, conectando bilhões de pessoas no planeta.

Um dos principais subprodutos da revolução digital e da internet foi o surgimento de plataformas de mídias sociais como Facebook, Instagram, YouTube, TikTok e aplicativos de mensagens como o WhatsApp e o Telegram. Vivemos em um mundo de apps, algoritmos, inteligência artificial e inovação em ritmo acelerado, onde nada parece realmente novo por muito tempo. Esse é o cenário em que se desenrola a narrativa a seguir.

O impacto da internet

A internet revolucionou o mundo da comunicação interpessoal e social, expandiu exponencialmente o acesso à informação e ao conhecimento e criou uma esfera pública na qual qualquer um pode expressar ideias, opiniões e disseminar fatos.

Antes da internet, a participação no debate público dependia, principalmente, da imprensa profissional, que investigava fatos, seguia padrões da técnica e da ética jornalística e era responsável por danos se publicasse informações falsas, deliberadamente ou por negligência. Havia controle editorial e responsabilidade civil relativamente à qualidade e à veracidade do que era publicado.

Isso não significa que fosse um mundo perfeito. O número de meios de comunicação é limitado e nem sempre plural, empresas jornalísticas têm seus próprios interesses e nem todas distinguem com o cuidado necessário fato de opinião. Ainda assim, havia um grau mais refinado de controle sobre o que se tornava público, bem como consequências negativas pela publicação de notícias falsas ou discursos de ódio.

A internet, com o surgimento de sites, blogs pessoais e redes sociais, revolucionou esse universo. Criou comunidades on-line para textos, imagens, vídeos e links criados pelo usuário, publicados sem controle editorial e sem custo. Tais inovações amplificaram o número de pessoas que participam do debate público, diversificaram as fontes de informação e aumentaram exponencialmente o acesso a elas.

Essa nova realidade deu voz às minorias, à sociedade civil, aos políticos, aos agentes públicos, aos influenciadores digitais e permitiu que as demandas por igualdade e democracia adquirissem dimensões globais. Tudo isso representou uma poderosa contribuição para o dinamismo político e a resistência ao autoritarismo, e estimulou a criatividade, o conhecimento científico e as trocas comerciais. Cada vez mais, as comunicações políticas, sociais e culturais relevantes ocorrem por meio dessa tecnologia.

No entanto, o surgimento das redes sociais também levou a um aumento exponencial na disseminação de discurso abusivo e criminoso. Embora essas plataformas não tenham criado desinformação, discursos de ódio ou discursos que atacam a democracia, a capacidade de publicar livremente, sem controle editorial e com pouca ou nenhuma responsabilidade, aumentou o uso dessas táticas. Além disso, e mais fundamentalmente, os modelos de negócio das plataformas agravaram o problema pela utilização de algoritmos que controlam e distribuem conteúdo on-line.

Por Adriano Oliveira*

Em junho de 2022, pesquisa do Datafolha revelou que 49% dos brasileiros se identificavam como de esquerda e 34% como de direita. Sendo que são 17% os que declaram ser de esquerda e 32% de centro-esquerda. Além de que 9% declararam ser de direita e 24% de centro-direita. Por sua vez, pesquisa do Ipec divulgada em 05/04/2024, revelou que 41% são de direita e 18% de esquerda. Afinal, a maioria dos brasileiros é de direita ou de esquerda?

O Datafolha apresenta aos entrevistados indagações sobre economia e comportamento. Em seguida, associa as respostas aos espectros ideológicos. Já o Ipec define uma escala de 0 a 10 e indaga o eleitor. Quem estiver entre 7 a 10 é considerado de direita. Caso o inquirido responda entre 0 a 3, será de esquerda. Ambas as formas são relevantes, mas, no final, não esclarecem a realidade.

Recomendo não seguir insistindo em medir, exclusivamente, as escolhas e manifestações do eleitor. Nem sempre a medição, a quantidade, explica algo nas eleições. A quantificação pode trazer mais dúvidas do que esclarecimentos, previsões. É necessário identificar o tamanho da esquerda e da direita no Brasil, assim como é fundamental identificar o significado para o eleitor do que é centro, direita e esquerda. E não se faz isto medindo, mas qualificando.

Pesquisas qualitativas da Cenário Inteligência revelam que o bolsonarismo está associado à família, empreendedorismo, agenda moral. O lulismo está associado a conquistas econômicas e sensibilidade social. Esses são os significados de dois fenômenos que concorrem no Brasil. Qual é o tamanho deles? O Datafolha tenta medir ambos, mas confunde lulismo com petismo, e ambos são categorias sociais diferentes. É coerente considerar o petista como lulista, mas o lulista não é, necessariamente, petista.

São abundantes as pesquisas de intenção de votos nesta época. Cada pesquisa traz uma suposta revelação e predição. Todavia, quando as urnas são abertas, as predições nem sempre são semelhantes aos resultados das urnas. A opinião pública e a imprensa são exigentes com os institutos de pesquisas. Lembro o argumento sábio: pesquisa de intenção de voto é retrato do momento.

Os eleitores estão numa trajetória recebendo incentivos diversos. Portanto, a escolha de hoje não será, obrigatoriamente, a do dia da eleição. Até lá, os candidatos colocarão estratégias em campo, as quais poderão influenciar o comportamento do eleitor. São inúmeras as pesquisas que também revelam a avaliação dos governos, em especial, nesta época, a dos prefeitos. Elas podem também ser consideradas retratos do momento, já que gestores podem utilizar de várias ferramentas para recuperar popularidade, inclusive, o uso da “estrutura municipal”.

Por trás dos números, ou melhor, das variáveis quantitativas, em particular Intenção de voto e avaliação da administração, estão os significados de cada escolha do eleitor que são identificados pela pesquisa qualitativa. Inerente aos significados estão os sentimentos para com os prefeitos, candidatos, atores variados e a cidade. O número é um dado observável, bem visível. Ao contrário do significado da opinião do eleitor. Para identificá-lo, o votante precisa revelar os seus desejos, percepções e sentimentos. Tem que contar uma estória para o entrevistador/mediador da pesquisa qualitativa.

Identificar o significado da opinião do eleitor na eleição representa a possibilidade de construir previsões certeiras. Os sentimentos dos eleitores podem estar bem consolidados, não passíveis de mudança. Outra possibilidade, é o contrário, claro! Descobrir os desejos e sentimentos dos eleitores possibilitam não só bons prognósticos, mas as condições adequadas para a construção de estratégias eleitorais. A escolha do eleitor é tão complexa que um número pode não dizer nada. É a pesquisa qualitativa que tem condições de revelar o provável voto de Maria em 06/10/2024.

*Cientista Político, professor da UFPE e Fundador da Cenário Inteligência

Por Eunice Couto 

Jornalista 

Como fico feliz em acompanhar o seu blog, que está sempre bombando. Lembro daquele jovem jornalista, junto com Carlos Cavalcanti, fazendo história no jornalismo e assumindo papéis importantes. 

Um jovem firme e atrevido (no bom sentido) sem ter medo de denunciar a verdade. A verdade sempre prevaleceu com você, o que lhe dá credibilidade e exemplo para os demais.

Fico feliz por cada conquista sua. 18 anos do blog! Hoje, ele já é de maior. Como maior é o seu espírito de combate às injustiças. Te admiro muito, menino do rio.

Na contagem regressiva para a grande, marcante e emocionante festa dos 18 anos deste blog, marcada para o próximo dia 23 de maio, faltam agora 25 dias. Tudo está sendo preparado com muito zelo e carinho, no capricho. Como parte dos festejos, uma campanha de mídia alicerçada no que há de mais forte nesta trajetória de quase duas décadas: a credibilidade. 

Daí, a inspiração para a primeira peça que chega às ruas ao longo desta semana : o outdoor, saído também, como a marca dos 18 anos, da usina de ideias modernas e arrojadas da RXZ, agência de publicidade do meu amigo Renê Bensoussan.

O conceito envolveu os melhores profissionais da RXZ, entre eles Betinho Montenegro, Bernardo Brayner, Alexandre Mariz e Ivson Sampaio, sob o comando de Renê. Além dos tradicionais outdoors em placas espalhadas em pontos estratégicos de grandes fluxos na Região Metropolitana e nas vias de acesso ao Estado, como as BRs 232 e 101, a mensagem será difundida também em painéis de LED e em traseiras de ônibus. 

Também haverá mídia em TV, rádio e portais. Quanto à festa de adesão, ponto culminante das comemorações pelos 18 anos do blog pioneiro do Nordeste e mais lido da região, especialmente em Pernambuco, será no Mirante do Paço, no dia 23, a partir das 20 horas, com animação da Super Oara, uma das melhores orquestras do Brasil. 

Vários artistas amigos e admiradores do blog vão se revezar no palco, dando uma canjinha, como Alcymar Monteiro, o rei do forró autêntico, Josildo Sá, Irah Caldeira, João Lacerda, Daniel Bueno, Novinho da Paraíba, Cristina Amaral, Fabiana, a Pimentinha do Nordeste, e Walquiria Mendes.

É claro que o frevo, ritmo mais eletrizante do carnaval pernambucano, não poderia ficar de fora. O ambiente ficará mais alegre e energizado na voz de dois dos seus três maiores ícones: André Rio, Almir Rouche e J. Michiles. 

O bicho vai pegar! Reforçando: a festa dançante é de adesão. 

Mais informações: 81.982224888

C3 Aircross Shine, topo de linha: ágil e bonito, mas bem espartano

Depois do relativo sucesso do renovado compacto C3, que a retirou do quase traço no ranking brasileiro de marcas, a Citroën trouxe de volta o SUV (ou crossover) C3 Aircross, com mais espaço interno e até a possibilidade de 7 lugares com uma terceira fila de bancos. É, agora, a segunda opção para os consumidores desse segmento também chamado de minivans: a outra é a recém-anabolizada Chevrolet Spin, que ganhou itens tecnológicos e ficou bem mais charmosa – embora tenha mantido o velho motor 1.8. Como o C3 Aircross vai sair? A coluna testou a Shine, versão topo de linha, que custa R$ 136.590, e faz algumas ponderações. Apesar do preço desta versão, o projeto tanto do C3 quanto do C3 Aircross é ‘popular’: tem versão de R$ 74.790 (C3 Live manual) ou R$ 112.990 (entrada do Aircross). Com isso, a marca quer atender com espaço e bom conjunto de motor e câmbio aqueles clientes que jamais poderiam (ou gostariam de) desembolsar em torno de R$ 150 mil por um veículo. Vale a pena? Se fosse apenas pela beleza, embora algo subjetivo, valeria de pronto. O modelo é bonito, imponente, moderno, posição de dirigir alta (razão-mor na hora de um compra de automóvel hoje) etc. Mas, para garantir o preço é preciso economizar: por R$ 136,6 mil, a Shine não tem sequer chave-canivete, são apenas quatro airbags e o acabamento é, na melhor das hipóteses, básico, austero, limitado.

Em compensação, tem porte (4,3m de comprimento) de Hyundai Creta, Nissan Kicks, Honda HR-V, Renault Duster e por aí vai. É um dos maiores entre-eixos desse segmento-fenômeno, o dos SUVs compactos. Tem, ainda, um motor moderno e econômico. Confira, então, abaixo, a avaliação do modelo. A versão testada é homologada para cinco lugares. Mas, na verdade, é sempre ideal se carregar quatro pessoas, pois a do meio vai sofrer inevitavelmente na maioria dos modelos. Noves fora isso, o espaço é bom. Mesmo no banco traseiro, com o dianteiro regulado (manualmente) para um condutor de 1,79m. A capacidade do porta-malas é 493 litros.

 

As versões com terceira fileira (homologadas para sete pessoas) ainda estão chegando ao mercado, com dois detalhes interessantes: ela (um par de bancos) é removível e, para garantir algum conforto, o sistema de ventilação foi para o teto – e com ajustes de velocidade individual e independente. E outra coisa legal: porta-copos e conectores USB para a recarga de celulares espalhados pela cabine, distribuídos ao longo das três fileiras de assentos.

Acabamento – Como pretende ser barato (mas a versão testada não é), o modelo tem acabamento espartano, digamos assim – semelhante ao do irmão caçula C3. Para se ter uma ideia, a chave é do tipo vintage, que exige abertura com a mão mesmo e nem do tipo canivete é. Quer dizer: a simbólica ‘entrega das chaves’ ao consumidor já começa sem glamour – mesmo, repito, que o SUV seja dirigido a um público com menos recursos e, em tese, menos exigente. Quer dizer que não valeria uma chave presencial, com partida por botão, mesmo na versão topo de linha? Bem, o lado interno das portas e parte do painel são recheados por plásticos duros. É um acabamento simples, embora – quem conheceu os antigos C3 sabe – não tenha tantas rebarbas, com bom encaixe aparente. 

Painéis – O visual do conjunto de display é bonito – além de ambos serem práticos e de fácil manuseio. O de instrumentos, com tela de 7″, é bem completo em informações. O de 10,2″ da central multimídia, de formato bem horizontal, dá conta do recado: tem, por exemplo, espelhamento Android Auto e Apple Carplay sem fio. E seis alto-falantes. Ponto positivo. E ele ainda ‘pergunta’, ao desligar o veículo, se quer ou não que continue ligado.

Motor – O C3 Aircross é equipado com o motor 1.0 turbo, usado por outros modelos das marcas do grupo da Stellantis, como Fiat, e gera até 130cv, com 20,4kgfm de torque. Ele vem acompanhado de um câmbio CVT com simulação de 7 marchas. A marca julga, e isso parece razoável, que o conjunto é bem mais condizente com a proposta de SUV para viagens e pelo peso que ele leva quando carregado. Veredicto: ele entregou de forma suave, sem trancos, toda a força. Outra coisa justifica: o peso. O C3 Aircross pesa  apenas 1.216 kg. De alguma forma, aceleradas vigorosas fazem o motor gritar mais alto – com resíduo de barulho alto dentro da cabine.  

Suspensão – Foi, de fato, projetada para o conforto. O modelo testado enfrentou trechos ruins de asfalto e até de terra, mas por poucos quilômetros, sem reclamar. A Citroën justifica: ela recebeu molas, amortecedores e eixo traseiro específicos, com ajustes feitos especialmente para nossa região. E mais: o Aircross tem 200mm de altura do solo, ajudando a amenizar passagens pelos velhos e quase eternos quebra-molas. A posição de dirigir, um dos principais argumentos de venda do modelo, é alta, mas facilitaria a vida do motorista se o volante tivesse também ajuste de profundidade. 

Consumo – Claro que varia de acordo com o comportamento do motorista e até da região onde ele vive – e foi de bom tamanho. De qualquer forma, é melhor confiar nas médias do Inmetro: 10,6 km/litro na cidade e 12 km/litro na estrada com gasolina, e 7,4/8,6 km/litro com etanol, respectivamente.

Segurança – O novo Aircross vem com um tradicional, mas básico, pacote de segurança: tem, por exemplo,  controle de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, luzes de rodagem diurna (DRL) com leds e quatro airbags (a versão testada mereceria mais dois). Também tem faróis de neblina, câmera de ré e controlador de velocidade com limitador integrado. 

Corolla Cross: o que há de novo – O crossover da Toyota ganhou novidades no design, passou a contar com mais itens tecnológicos (perdeu até o esquisito freio-pedal, passando a vir com freio de estacionamento elétrico) e ainda manteve os preços das versões híbridas (as ‘normais’, a combustão, elevaram de valor). Agora, partem de R$ 165 mil da XR, de entrada, e vão até R$ 198 mil, da GRS. As duas versões híbrido-flex, a XRV e XRX, custam, respectivamente, R$ 202,7 mil e R$ 211 mil. O objetivo de não elevar os preços destas é incentivar o uso de modelos eletrificados no país.  

Ricardo Gomes, diretor comercial da Toyota Brasil, conta que dos 230 mil Corolla já vendidos, 40% são híbridos-flex. É o modelo brasileiro com maior volume de exportação, com mais de 94 mil unidades embarcadas para 20 países da região. A Toyota vai investir R$ 11 bilhões no Brasil, incluindo a produção de mais dois modelos eletrificados. Sobre o Corolla Cross, destaque para a  dianteira renovada, com grade em estilo colmeia e novo conjunto óptico (nas versões XRX Hybrid, GR-Sport e XRX). No interior, um dos principais destaques é o novo painel digital de 12,3 polegadas, presente em todas as versões a partir da XRE, com três menus configuráveis. Toda a linha 2025 do SUV recebeu itens de conveniência como o já citado freio de estacionamento eletrônico, carregador de celular por indução nas XRE, XRX, GR-SPORT e XRX Hybrid e sistema elétrico de abertura e fechamento do porta-malas para as configurações XRX, GR-SPORT e XRX Hybrid. Este mecanismo também pode ser acionado com os pés por meio de sensores (kick sensor), proporcionando conveniência adicional ao motorista.

Jeep Commander mais potente – E as mudanças apresentadas pela Jeep para o Compass se estenderam à linha 2025 do Commander. O SUV grande também ganhou o motor de 272 cv da Ram Rampage, mais versões, ficou mais barato e ainda leva mais mais itens de segurança. Mas vale a pena prestar atenção ao novo catálogo. Por exemplo: a versão Longitude T270 1.3 turbo flex passa a ser oferecida com 5 lugares (a terceira fileira fica como opcional). O 2.0 turbo, assim como no Compass, equipa as novas versões mais completas Overland e Blackhawk Hurricane (272cv). E os preços ficaram de R$ 18 mil a R$ 40 mil mais em conta. 

Confira: Longitude 1.3T flex 5 lugares (R$ 217.290), Longitude 1.3T flex com opcional de 7 lugares (R$ 225.990), Limited 1.3T flex (R$ 240.990), Overland 1.3T flex (R$ 262.990), Overland 2.0 turbodiesel 4×4 (R$ 298.290), Overland 2.0 turbo a gasolina 4×4 (R$ 308.290) e Blackhawk 2.0 turbo a gasolina 4×4 (R$ 321.290). E mais: a linha 2025 também ganhou mais tempo de garantia, que passa de 3 para 5 anos no total. Vale lembrar: o 2.0 turbo a gasolina Hurricane-4 entrega 272cv e 40,8kgfm de torque; o 1.3 turbo flex T270 gera, por sua vez, até 185 cv e 27,5 kgfm); e o 2.0 turbodiesel, produz 170 cv e 35,7 kgfm.

Polo de Goiana ganha R$13 bi em investimentos – Para comemorar os 9 anos da planta do Polo Automotivo de Goiana, em Pernambuco, o presidente da Stellantis para América do Sul, Emanuele Cappellano, anunciou um aporte de R$ 13 bilhões em investimentos de 2025 a 2030. No total, a empresa investirá R$ 30 bilhões no Brasil neste período, no maior ciclo de investimentos da história da indústria automotiva do Brasil e América do Sul. “Esse valor será direcionado para renovar nossa linha de produtos, desenvolver novas tecnologias, atrair fornecedores e gerar novos empregos”, afirmou Cappellano.

Honda também investe – A diretoria da montadora japonesa Honda também anunciou que vai investir no Brasil até 2030. Serão R$ 4,2 bilhões na fábrica de Itirapina, no interior paulista. O presidente da Honda para a América do Sul, Arata Ichinose, informou que o projeto envolve melhorias no complexo produtivo, um modelo totalmente novo (um SUV compacto), e também um híbrido flex a etanol e o desenvolvimento da cadeia de suprimentos-chave para esse tipo de veículo. A ideia é chegar a 2030 com produção anual de 150 mil unidades, quase o dobro da atual, e criar até 1,7 mil novos empregos diretos e mais de 3,5 mil indiretos.

BYD apresenta o SUV Tan – E a chinesa BYD acaba de apresentar a segunda geração do Tan, SUV elétrico de sete lugares. O preço? R$ 536,8 mil. Ele ganhou uma bateria mais potente, agora de 108,8 kWh de potência, ou 25% a mais, garantindo autonomia de 530 km. O modelo tem dois motores elétricos que, combinados, geram 517cv de potência e 71,4kgfm de torque. 

Jaecoo trará dois modelos ao Brasil – A chinesa O&J anunciou, durante o Salão de Automóvel de Pequim, na China, a chegada dos primeiros modelos da Jaecoo para o Brasil: o 7 e o 8, programados para chegar ao mercado no último trimestre de 2024 e no primeiro de 2025, respectivamente. O já confirmado Omoda 5, que será lançado em duas versões híbridas leves e uma topo de linha totalmente elétrica, marcará a entrada da empresa no país e tem previsão de lançamento até o final do terceiro trimestre deste ano. Ambas as marcas estão em expansão global, comprometidas em oferecer veículos mais sustentáveis, seguros, com designs inovadores e tecnologia de ponta. Enquanto a Omoda tem a meta de alcançar 40 mercados até o final deste ano, a Jaecoo fará sua estreia em 2025. O plano da O&J para o mercado brasileiro contempla o lançamento de 8 a 10 modelos entre as duas marcas até o final de 2026. Enquanto a Omoda concentra-se em SUVs cupês de uso urbano, com apelo esportivo, a Jaecoo direciona-se para veículos de uso fora de estrada.

Financiamento de carros – As vendas financiadas de veículos no primeiro trimestre somaram 1,6 milhão de unidades, entre novos e usados, de acordo com dados da B3. O número, que inclui autos leves, motos e pesados em todo o país, representa um aumento de 21,4% em relação ao mesmo período de 2023. Esse é o maior crescimento para o período desde 2012. Na mesma base de comparação, o segmento de autos leves teve alta de 17,5%. Já os financiamentos de veículos pesados cresceram 10,5%. A categoria de motos, porém, foi a que mais avançou, com uma evolução de 33,9%.

Harley-Davidson anuncia dois modelos – A marca norte-americana Harley-Davidson já começou a vender no Brasil seus dois modelos inéditos de motocicletas Touring, a Street Glide e a Road Glide. Elas são equipadas com o novo motor Milwaukee-Eight 117 e trazem novidades tecnológicas, dentre as quais um novo sistema de informações e entretenimento. Essa tecnologia é alimentada pelo sistema operacional Skyline OS e apresentada em uma tela sensível ao toque colorida TFT de 12,3 polegadas, que substitui todos os instrumentos analógicos e a maioria dos interruptores. Um novo amplificador de áudio de 200 watts alimenta um par de alto-falantes montados na carenagem. Os preços começam em R$ 175,5 mil. Entre as novidades, destaque para os modos de pilotagem selecionáveis Road, Sport, Rain and Custom , que controlam eletronicamente as características de desempenho da motocicleta.

Triumph amplia produção no Brasil – A famosa marca britânica de motocicletas vai investir R$ 6,4 milhões para aumentar a produção da fábrica da marca no Polo Industrial de Manaus (PIM), no Amazonas. Com isso, irá aumentar em 50% a capacidade. Também há outras novidades para o consumidor brasileiro, como a chegada das motocicletas de 400cc – garantindo a entrada no segmento de média cilindrada. Isso acabará garantindo uma produção de 10 mil unidades por ano – e de 40% a mais na geração de emprego. Além da ampliação da capacidade da fábrica manauara, a Triumph já confirmou a chegada das primeiras motos de 400cc da marca, a Speed e a Scrambler X. Elas já estão em pré-venda por R$ 29.990 e R$ 33.990, respectivamente. A nova Tiger 1200 começa a ser produzida em maio, mas ainda não tem data oficial de lançamento.

Manutenção preventiva de automóvel: 5 dicas essenciais (parte II)

Na semana passada, mostramos aqui cinco itens para você prestar atenção no processo de manutenção preventiva do carro, popularmente conhecida como revisão periódica. Confira, agora, outras cinco dicas para o check up de todos os componentes do veículo – todas organizadas pelos especialistas da LeasePlan | ALD Automotive, líder global em mobilidade sustentável que oferece serviços de locação, terceirização e gerenciamento de frotas. 

1. Freios – O sistema de frenagem é outro componente fundamental para a segurança dos condutores. O ideal é trocar o fluido de freio ao menos uma vez no ano. Por sua vez, os discos, pastilhas, tambores e demais peças que fazem parte do sistema devem ser revisadas a cada 10 mil km rodados ou, conforme o fabricante recomendar no manual do carro. Se o veículo usa sistema de freios ABS, também é importante observar a parte eletrônica para conferir se os sensores estão funcionando corretamente.

Sintomas apresentados:

  • Trepidação nas rodas ao frear;
  • Barulho ao acionar o freio;
  • Pedal de freio baixo.

Como evitar:

  • Evite freadas bruscas;
  • Em serras, desça com o veículo engrenado;
  • Utilize o freio motor (não acione o pedal somente quando estiver próximo do obstáculo). 

2. Óleo

É responsável por lubrificar e retirar as impurezas do motor do carro. Geralmente, deve ser trocado a cada 6 meses ou a cada 10 mil km percorridos. No entanto, é indispensável consultar o manual, pois há modelos em que o período para troca do óleo é diferente.

Sintomas apresentados:

  • Perda de potência;
  • Luz de óleo no painel acesa;
  • Barulho excessivo no motor.

Como evitar:

  • Faça as revisões no prazo (conforme manual do fabricante);
  • Confira o nível de óleo regularmente  (se o nível estiver baixo procure um mecânico, não complete o óleo por conta própria);
  • Verifique se não há vazamentos aparentes (caso note qualquer indício de vazamento leve ao mecânico imediatamente).

3. Radiador

A função principal do radiador é manter a refrigeração do motor, evitando o superaquecimento e derretimento de algumas peças. Se isso ocorrer, pode haver um problema ainda mais grave: a fundição do motor. Portanto, é um componente que não pode ser negligenciado na manutenção preventiva do carro.

Sintomas apresentados:

  • Luz de temperatura acesa no painel;
  • Perda de potência;
  • Fumaça saindo do capô.

Como evitar:

  • Verifique o nível do líquido de arrefecimento com frequência (sempre com o motor frio);
  • Fique atento a luz/ponteiro de temperatura;
  • Troque o fluido conforme recomenda o manual do fabricante.

4. Correias do motor

O motor conta com diversas correias. Cada uma com funções e “prazos de validade” específicos. A mais conhecida é a correia dentada que, ao se arrebentar, faz o carro parar abruptamente e acaba estragando outras peças do motor.

Sintomas apresentados:

  • Barulho no motor (grilo);
  • Luz de bateria acesa no painel;
  • Perda de potência/veículo não liga.

Como evitar:

  • Faça as revisões conforme manual do fabricante;
  • Faça a inspeção visual das correias regularmente (caso tenha alguma anomalia leve ao mecânico imediatamente);
  • Evite lavar o motor.

5. Filtros de combustível

Esses filtros servem para retirar as impurezas que possam estar presentes no tanque ou, até mesmo, no próprio combustível que vem do posto. Caso eles não estejam funcionando corretamente, há queda no desempenho do carro.

Sintomas apresentados:

  • Cheiro de combustível dentro do veículo;
  • Falha no motor/perda de potência;
  • Dificuldade na partida

Como evitar:

  • Abasteça em postos de combustíveis de confiança;
  • Não ande por períodos longos com o veículo na reserva;
  • Em veículos flex a cada 4 tanques de etanol abasteça com 1 de gasolina.

Como você viu, a manutenção preventiva do carro faz uma revisão completa dos componentes do veículo. Assim, garante seu funcionamento e, como consequência, reduz as despesas com reparos e ainda aumenta a produtividade da frota da empresa.

Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico