A paralisação dos alunos da Escola Joaquim Mendes, em Carnaíba, que se recusaram a assistir às aulas por conta da falta de merenda, desencadeou uma onda de críticas em Afogados da Ingazeira e em outras cidades do Sertão do Pajeú. Pais relataram em entrevistas à Rádio Pajeú, nesta semana, que a alimentação servida nas escolas estaduais tem sido insuficiente e de baixa qualidade.
“Na ETE Paulo Freire a merenda escolar não tem atendido de forma adequada às necessidades dos estudantes, o que é muito preocupante em uma escola de tempo integral. A alimentação é um direito básico e essencial para a permanência dos jovens na escola”, afirmou Andréa Ribeiro. Situação semelhante foi denunciada em escolas como Monsenhor Antônio de Pádua (EREMAPS) e Cônego João Leite. “Minha filha chega reclamando todos os dias. Isso é um absurdo. Os alunos têm que ficar praticamente o dia inteiro na escola sem se alimentar direito. Isso não existe”, criticou Juliana Silva, mãe de estudante da Escola Professora Ione de Góes Barros. Com informações do blog do Nill Júnior.
A cobrança também partiu diretamente dos alunos. Em um vídeo gravado ontem (12), estudantes da Escola Professora Ione de Góes Barros, também conhecida como Colégio Normal Estadual, pediram providências à governadora Raquel Lyra. “A merenda escolar não é luxo, é saúde e dignidade. E o que tem sido fornecido está muito longe disso”, afirmou uma das alunas, em nome da comunidade escolar. Os jovens destacaram que alimentos sem valor nutricional desrespeitam estudantes que passam o dia inteiro na escola e lembraram que, em muitas salas de aula, a merenda é o único alívio contra a fome.
Ao final, reforçaram apoio à paralisação das escolas estaduais: “Sem alimentação de qualidade, não há estudo de qualidade e nós, estudantes, não vamos recuar”. O Governo do Estado informou que suspendeu o contrato com a terceirizada responsável pelo fornecimento da merenda e que as escolas estão realizando a compra direta dos alimentos, sob supervisão da Gerência Regional de Educação.