De olho na inclusão social, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, participou, hoje, da inauguração do Espaço Multissensorial do Aeroporto Internacional de Brasília (DF), destinado ao acolhimento de passageiros neurodivergentes, especialmente com transtorno do espectro autista (TEA), e projetado para reduzir estímulos sensoriais e oferecer mais conforto antes do embarque ou durante conexões. O evento também contou com autoridades do Ministério dos Direitos Humanos, representantes da concessionária Inframerica e da sociedade civil.
Segundo Costa Filho, o projeto tem grande importância e um significado pessoal. “Essas salas multissensoriais representam mais do que uma política pública permanente; são um gesto humano e pedagógico, que toca a alma e o coração. Nosso sonho é que, em dois ou três anos, todos os principais aeroportos do Brasil contem com esses espaços, garantindo apoio e atenção especial a crianças e pessoas autistas, bem como às suas mães e pais”, afirmou.
Leia maisA secretária nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, Ana Paula Feminella, destacou a importância da iniciativa. “Lugar de pessoa com deficiência é em todo lugar. Já ficou no passado o tempo em que precisávamos ficar isolados em casa ou em que famílias sentiam vergonha de seus filhos. Hoje, somos reconhecidos como legítimos sujeitos de direitos e participantes da vida pública.”
Localizado na sala de embarque doméstico, entre os portões 21 e 22, o espaço conta com iluminação suave, elementos táteis, recursos interativos e uma área que simula o interior de uma aeronave. O objetivo é que viajantes neurodivergentes se familiarizem com a experiência de voo, minimizando ansiedade e desconforto, já que pessoas com hipersensibilidade a estímulos sensoriais podem encontrar nos aeroportos fatores de estresse, como movimentação intensa, avisos sonoros, iluminação forte e múltiplos estímulos visuais.
Salas multissensoriais pelo Brasil
A unidade do Aeroporto de Brasília se soma a outras oito salas já instaladas em aeroportos do país: Congonhas (SP), Florianópolis (SC), Galeão (RJ), Natal (RN), Recife (PE), Santos Dumont (RJ), Vitória (ES) e Campo Grande (MS). O Ministério de Portos e Aeroportos prevê a criação de mais unidades.
O secretário executivo do MPor, Tomé Franca, ressaltou o trabalho conjunto que tornou o projeto possível e a importância de ampliar o alcance da ação. “Nossa meta é que cada vez mais as infraestruturas aeroportuárias estejam preparadas para acolher todos da forma como cada um precisa, porque a aviação no Brasil é, de fato, para todos e para todas”, afirmou o secretário.
Como parte das ações de acolhimento a passageiros neurodivergentes, o MPor lançou a Cartilha Inclusão Dentro e Fora do Avião, escrita por Aline Campos e ilustrada por Luana Chinalia. O material apresenta, de forma lúdica, a história de duas crianças neurodivergentes e orienta sobre direitos e recursos para uma viagem mais tranquila.
Durante a inauguração, Aline destacou a importância da sala e o impacto positivo que ela trará às famílias atípicas. “Por questões sensoriais, muitas vezes é um desafio estar em ambientes com alta iluminação, barulho e movimento intenso. Nesta sala, poderemos nos autorregular para seguir uma viagem tranquila e chegar ao nosso destino”, concluiu.
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