O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, hoje, durante discurso de abertura do 2º dia de Cúpula dos Brics, no Rio de Janeiro, que investimentos em saúde e bem-estar dos cidadãos exigem “espaço fiscal” dos governos. Lula deu a declaração durante a sessão de trabalho da cúpula do Brics que discutiu Meio Ambiente, Clima e Saúde.
“Muitas das doenças que matam milhares em nossos países, como o mal de Chagas e a cólera, já teriam sido erradicadas se atingissem o Norte Global. Implementar o ODS 3, saúde e bem-estar, requer espaço fiscal. Não há direito à saúde sem investimento em saneamento básico, alimentação adequada, educação de qualidade, moradia digna, trabalho e renda”, discursou.
Leia maisLula se referiu ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3 (ODS 3), uma das 17 metas globais estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para alcançar um desenvolvimento sustentável até 2030. O número 3, especificamente, trata de assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.
Anfitrião do encontro do Brics, que ocorre no Rio de Janeiro, Lula defendeu os investimentos em um momento no qual é pressionado pelo mercado financeiro e por parte do Congresso a cortar despesas. O presidente, no entanto, não está disposto a reduzir gastos nas áreas sociais e tem investido em um discurso de pobres contra ricos.
Protagonismo da OMS
Lula afirmou no discurso que é preciso recuperar o protagonismo da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Apesar de ser um direito humano, bem público e motor de desenvolvimento, a saúde global também é profundamente afetada pela pobreza e pelo unilateralismo. Recuperar o protagonismo da Organização Mundial da Saúde como foro legítimo para o enfrentamento às pandemias e na defesa da saúde dos povos é urgente”, afirmou.
O órgão teve atuação relevante nos esforços globais para enfrentar a pandemia de Covid-19, porém sofre com críticas e baixas de países. Os governos dos Estados Unidos e Argentina, por exemplo, anunciaram a saída da organização.
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