Em carta enviada ao blog, um grupo de funcionários do Hospital Jaboatão Prazeres denuncia o que classifica como uma “gestão destrutiva, centralizadora e manipuladora”. Por temerem represálias, os profissionais optaram por não se identificar, mas relataram uma série de problemas estruturais, falta de insumos, riscos à segurança dos trabalhadores e interferência indevida na rotina hospitalar. A carta destaca também o clima de assédio moral, autoritarismo na administração e descaso com a humanização no atendimento. Leia a seguir o conteúdo na íntegra:
Leia maisAté onde pode ir uma gestão destrutiva?
O Hospital Jaboatão Prazeres, conhecido como Hospital Novo, teve partes pintadas de preto, onde era jardim, e outras de cinza. As cores mostram o momento vivido e como as coisas parecem estar sendo vistas pela gestão.
A direção guarda materiais da farmácia em sua sala e banheiro!
O único hospital público da região tem a ocupação de leitos reduzida à metade, porque faltam colchões. Os profissionais da ponta estão em risco porque não se distribui a quantidade de luvas suficientes. Quem decide é a direção geral, sem critério estabelecido ou lógico.
Além da falta de medicações e insumos diversos, pacientes e familiares compram, desesperados, para serem atendidos ou seus filhos.
A energia passou três dias faltando. A direção não escuta os trabalhadores, as gerências, coordenações, e mexe em todas as escalas — até na escala da enfermagem, que é o maior número de trabalhadores do hospital — sem ser dessa categoria, com uma farmácia que fica sem gerente, sem coordenação de farmacêutico e que não tem autonomia sobre seus insumos, submetida a alguém de outra área.
Profissionais de manutenção trabalham por toda parte do hospital sem EPI adequado, correndo riscos, até de morte. Uma gestão assediadora, que não escuta, que toma medidas a partir dos seus próprios interesses. O que se vê no próprio funcionamento, com um homem que faz piadas homofóbicas e sexistas, fazendo com que, principalmente, as mulheres sintam-se mal em trabalhar junto.
Há 40 computadores que chegaram ao hospital desde outubro, novembro, e não foram disponibilizados aos setores, que são carentes de tecnologia e informatização. Esses computadores estão sendo pagos e se estragando amontoados, enquanto profissionais utilizam os seus próprios ou alguns que já passaram do tempo de trocar, pois precisam ainda assim apresentar resultados.
Isso voltado para um gestor que viaja bastante e, quando está, passa pouco tempo e vai embora, sem cumprir com as escutas e decisões que sejam necessárias, sem dar atenção ao funcionamento básico e humanizado de uma unidade de saúde.
Uma gestão destrutiva, centralizadora e manipuladora é extremamente destrutiva!
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