Do portal g1
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu, hoje, mais diálogo com o Congresso, e um esforço maior dos partidos de esquerda para eleger parlamentares nas eleições de 2026, durante a participação dele na convenção nacional do PSB, em Brasília.
O governo vem sendo pressionado por parlamentares para revogar o decreto que ampliou a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Em meio a um embate com o Congresso, Lula pregou diálogo e fez um aceno ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que também participou do evento. Motta é um dos principais críticos à ampliação da alíquota do tributo.
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“O governo tem que aprender que, quando quiser ter uma decisão que seja unânime entre todos os partidos, o correto não é a gente tomar a decisão e depois comunicar. É a gente chamar as pessoas para tomar a decisão junto com a gente”, afirmou.
“Para que a gente possa, quando chegar, as coisas estarem mais ou menos alinhavadas. É assim que eu tenho feito com o Hugo e com o Davi Alcolumbre [presidente do Senado], é assim que eu tenho feito com os líderes do Congresso”, seguiu.
O governo conta com uma base aliada restrita no Legislativo e, para aprovar proposições, precisa contar com os partidos do chamado Centrão. A presença de Lula no evento do PSB representa um gesto político à base, que inclui o PSB.
Na fala, Lula também disse que “ninguém tem obrigação de aprovar medidas provisórias do governo, ou projeto do lei do governo, se ele não concordar”.
Mas, que esse é o papel do Executivo, tentar convencer o Legislativo da importância dessas proposições.
O presidente também pediu que a esquerda invista no Congresso nas próximas eleições. “Em 2026, nós precisamos pensar o seguinte, precisamos eleger senador. Porque se esses caras elegerem a maioria dos senadores, eles vão fazer uma bagunça nesse país”, disse.
Elogio a Motta e eleições de 2026
Logo no início do discurso, o presidente fez um elogio a Hugo Motta. “Independente do partido que você pertence, independente, ou seja, o teu comportamento e a tua eleição na Câmara é a demonstração de que desde tantas coisas ruins que nós vivemos, começam a acontecer coisas boas”, afirmou Lula.
Ele também comentou a possibilidade de reeleição e disse que tem algumas condições para que isso aconteça.
“Eu tenho dito o seguinte: para que eu seja candidato a reeleição, tem algumas coisas na minha vida. Primeiro, eu tenho que estar 100% de saúde, como eu estou hoje. 100% de saúde. A outra coisa é que eu tenho — que nós temos — que construir um programa, ou seja, o que a gente quer construir nesse país?”, disse.
O presidente então falou dos entraves do orçamento público. “Porque se a gente ficar brigando com orçamento todo ano, é muito ruim, gente. Todos os governadores, prefeitos e presidentes da República vivem brigando com o orçamento”.
“A gente faz um orçamento para fazer uma coisa, depois tem que cortar porque o dinheiro é curto, depois tem que cortar porque não tem dinheiro, é um inferno. A gente tem que fazer um programa, o que é que nós queremos entregar para esse país nos próximos anos?”, defendeu.
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