Na Via Parque de Caruaru

Hoje, a corridinha diária de 8 km foi na Via Parque, em Caruaru, cidade que me adotou e que tenho vindo com frequência nos intervalos entre Recife e Brasília. Gosto muito da pista daqui, mas é muito perigosa devido aos cruzamentos. Os ciclistas também não costumam respeitar a área exclusiva dos pedestres e ocupam todas as faixas.

Veja outras postagens

No mesmo dia em que a oposição assumiu a liderança das principais comissões da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), a governadora Raquel Lyra (PSDB) compartilhou uma foto ao lado do tio, o ex-deputado constituinte Fernando Lyra. Na legenda, ela afirmou que aprendeu com o familiar que, em uma democracia verdadeira, “as regras sempre são respeitadas”.

A condução das votações nos colegiados foi contestada na Justiça por parlamentares do governo.

“Ontem completaram 12 anos do falecimento do meu tio Fernando Lyra. Com ele, aprendi que em uma democracia de verdade as regras são sempre respeitadas.”

Jaboatão dos Guararapes - IPTU 2025

Não bastasse a retumbante derrota nas eleições das principais comissões da Assembleia Legislativa de Pernambuco, a governadora Raquel Lyra acabou de ser derrotada na justiça. O pedido de liminar impetrado pelos deputados de sua base, Antônio Morais, Débora Almeida e Joaquim Lira, contra o processo que resultou na maior derrota de um chefe do Poder Executivo na história, foi negado.

Ainda cabe recurso, mas, na política e na Justiça, as derrotas já são emblemáticas e simbolizam bem a incapacidade de Raquel e do seu governo de dialogar e de fazer política.

Assim, o governo fica sem jogo na Alepe e o discurso de golpe que aliados da governadoras tentaram, sem sucesso, emplacar perde completamente qualquer sustentação. Raquel se mostra perdida na gestão e na política, colecionando derrotas e situações vexatórias.

Algo nunca antes visto em Pernambuco e raramente observado no Brasil.

Confira, em anexo, a decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco.

Conheça Petrolina

Do jornal O Globo

O homem mais rico do mundo e atual chefe do Departamento de Eficiência Governamental dos Estados Unidos compartilhou na plataforma X, uma de suas empresas, uma publicação que pede o impeachment do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. Um dos principais aliados de Donald Trump no retorno à Casa Branca, o magnata retuitou, em seu perfil pessoal, uma postagem com fotos dos protestos pela queda de Dilma Rousseff em 2016.

O post do bilionário somava mais de 16,7 milhões de visualizações na manhã deste sábado. “Wow”, escreveu ele, ao compartilhar a publicação.

A postagem original, do autor identificado como Mario Nawfal, também foi compartilhada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, num momento em que a oposição tenta mobilizar parte do público e inflar uma “onda nacional de protestos”.

O senador Flávio Bolsonaro reproduziu em seu perfil o compartilhamento de Musk e escreveu que “o resgate do Brasil já começou”. O deputado federal Eduardo Bolsonaro também replicou a reação do bilionário em suas redes sociais.

A publicação à qual reagiu Musk diz que as manifestações contra Lula vão ocorrer em 120 cidades do país. O autor original do post aponta que “o movimento está ganhando atração pelo Brasil graças aos crescentes sinais de oposição ao governo [Lula]”.

Postagens como a de Mario Nawfal passaram a circular mais ativamente no X desde a divulgação dos resultados da mais recente pesquisa Datafolha, que expressou um tombo na popularidade de Lula. A atual gestão atingiu o menor índice de avaliação positiva de todos os mandatos do petista na série histórica do levantamento, num movimento puxado por segmentos que formam a base de sustentação do presidente.

De acordo com nova pesquisa do instituto divulgada na sexta-feira, o percentual do eleitorado que considera que Lula 3 é ótimo ou bom caiu 11 pontos percentuais em apenas dois meses, de 35% para 24%. No grupo que declara ter votado em Lula no segundo turno das eleições de 2022, a queda é ainda maior, de 20 pontos. No quadro geral da população, a avaliação negativa do governo (ruim ou péssima) também é recorde.

O Datafolha ouviu 2.007 eleitores entre 10 e 11 de fevereiro para a nova pesquisa, que tem margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou menos.

A publicação compartilhada por Elon Musk marca um novo passo no atrito entre o bilionário e as autoridades brasileiras. No ano passado, o X chegou a ficar suspenso durante meses no país, por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que cobrava de Musk o respeito a decisões judiciais e o pagamento de multas pelo descumprimento delas. Após semanas de ataques ao que considerou ser uma atuação autocrática do ministro, Musk cedeu, e o acesso dos usuários brasileiros foi restabelecido.

Lula defende a regulação universal das plataformas digitais e acusa Musk de não respeitar as constituições dos países. A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, também se envolveu em um episódio polêmico ao xingar Elon Musk durante um evento sobre combate à desinformação, em novembro do ano passado.

Mais recentemente, como reportou a coluna de Malu Gaspar no GLOBO, o bilionário disse no X, em tom conspiracionista e sem apresentar quaisquer provas, que o governo Joe Biden financiou a vitória de Lula contra Jair Bolsonaro em 2022. A declaração foi feita em resposta ao senador republicano Mike Lee (Utah), que se reunira nesta quarta-feira com o deputado federal brasileiro Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

O posicionamento de Elon Musk ocorre dias após Eduardo Bolsonaro aterrissar em Washington para se reunir com congressistas aliados de Trump, incluindo Lee, em busca de informações que corroborem a narrativa bolsonarista de que os EUA agiram em favor de Lula em 2022.

A viagem de Eduardo também faz parte de uma estratégia para criar um clima favorável para pautar a anistia aos golpistas do 8 de janeiro no Congresso, projeto que em última instância pode favorecer Jair Bolsonaro e reabilitá-lo eleitoralmente para 2026.

Dulino Sistema de ensino

Do Blog Dantas Barreto

Encerradas as eleições dos novos presidentes da CCLJ, das comissões Finanças e de Administração, os deputados de oposição pregaram a união da Assembleia Legislativa e o diálogo com o Governo do Estado. Nas votações deste sábado, não houve presença de um só governista, apesar de Débora Almeida (PSDB) ter se candidatado à presidência da CCLJ. Os oposicionistas consideram que houve acusações virulentas e fora do tom.

Primeiro a se pronunciar na entrevista coletiva, o novo presidente da Comissão de Finanças, Antônio Coelho (UB), deixou claro seu posicionamento contrário ao mandado de segurança apresentado pelos aliados do Governo, visando anular a instalação das comissões ocorrida na sexta-feira. Ele se baseou nos artigos 124 do Regimento Interno da Alepe no 118 da Câmara Federal.

Coelho criticou a postura dos governistas, diante do cenário de derrota já prevista, já que a oposição conseguiu ocupar a maioria dos cargos nas principais comissões. “O debate político foi rebaixado, mas tem que ser superado”, afirmou o deputado. Ele enfatizou que o assunto é para ser tratado internamente, sem interferências externas. “Faço um apelo aos colegas que se unam, que esta Casa esteja unida novamente”, ressaltou.

Alberto Feitosa (PL), que agora é o presidente da CCLJ, disse ser normal e faz parte do processo político o debate mais acalorado. No entanto, considerou que a deputada Débora Almeida “foi infeliz”, quando acusou a oposição e o presidente interino da Alepe, Rodrigo Farias (PSB), de terem dado um golpe por descumprirem os prazos regimentais.

“Harmonia e independência. Vamos primar por esses dois princípios”, disse Feitosa. Ele lembrou que, há dois anos, a eleição de Antônio Moraes (PP) para presidente da CCLJ “foi definida na sala da governadora e o PL mudou a liderança de última hora”. “Nós respeitamos a maioria”, acrescentou.

Solidariedade

Os deputados prestaram solidariedade ao presidente Rodrigo Farias, que foi duramente criticado numa Carta Aberta assinada por 26 deputados. “Tivemos uma surpresa com o tom da carta, que fugiu da relação que temos nesta Casa”, disse Waldemar Borges (PSB), novo presidente da Comissão de Administração. Na sua opinião, “o tom virulento” teve participação ativa da Secretaria da Casa Civil e do Poder Executivo. Antônio Coelho chegou a afirmar que Rodrigo “foi vítima de fake news”

Presidente estadual do PSB, o deputado Sileno Guedes também se solidarizou com Rodrigo, garantindo que o correligionário agiu “com firmeza e diálogo com todos os deputados”, nesse período que substitui Álvaro Porto (PSDB) na presidência da Assembleia Legislativa. “Foi um documento assinado por deputados, mas alguns nem sabiam da presença dos seus nomes na lista. As comissões estão instaladas. Esse é um fato que encerra neste momento”, enfatizou.

Governabilidade

Quanto ao apelo feito por Raquel Lyra nesta semana, de que os deputados sejam co-responsáveis pela governabilidade do Estado, Waldemar Borges assegurou que essa é a intenção do Legislativo. “Somos co-responsáveis, mas precisamos garantir a independência e o diálogo entre os poderes e um comportamento verdadeiramente democrático. A gente não se sente atingido com a declaração da governadora”, cravou o socialista.

Ipojuca No Grau

Do jornal O Globo

Em busca de apoio ao projeto de anistia para os condenados do 8 de Janeiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro deixou de lado os ataques a Gilberto Kassab e teve uma conversa reservada com o presidente do PSD. Bolsonaro tem procurado dirigentes de siglas com ampla representatividade no Congresso para tentar viabilizar a aprovação da proposta no Congresso.

A conversa entre o ex-presidente e seu antigo desafeto aconteceu na semana passada, no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, enquanto ambos aguardavam o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para um evento. Segundo pessoas próximas dos dois políticos, o principal tema da conversa foi o projeto que pode reduzir a pena para os condenados pelos ataques às sedes dos três Poderes em 2023.

Em março do ano passado, Bolsonaro atacou Kassab em mensagem a aliados em uma lista de transmissão do WhatsApp. “O Kassab, pelos seus três ministérios, apoia as políticas do PT, como a ideologia de gênero, maconha, aborto, censura, defesa do MST, destruição da família, defesa do Hamas, desarmamento, fim da propriedade privada, etc.”, escreveu Bolsonaro sobre o ex-prefeito de São Paulo e presidente nacional do PSD.

Na mesma mensagem, o ex-presidente destacava que “o senhor Kassab” orientou seus parlamentares a votarem pela “incriminação de inocentes” do 8 de Janeiro e que o dirigente estava interessado na cassação do senador bolsonarista Jorge Seif (PL-SC). “As mulheres do Brasil não cairão nessa conversa mole do Kassab. Não se conquista ninguém com mentiras”, termina a mensagem, em referência a uma publicação do PSD convidando mulheres a se filiarem ao partido.

No mês anterior, Bolsonaro havia gravado um áudio afirmando que não apoiaria nenhum candidato do PSD na eleição municipal. “Deixo claro: PSD do Kassab eu não apoio ninguém, tá ok?”, disse o ex-presidente, criando arestas para alianças já firmadas entre o partido de Kassab e o PL, partido de Bolsonaro.

O ex-titular do Palácio do Planalto se incomoda com a influência de Kassab no governo Tarcísio, no qual é secretário de Governo. Segundo correligionários, Bolsonaro teme que Kassab possa concorrer como vice de Tarcísio em uma eventual tentativa de reeleição ao governo de São Paulo em 2026. Nesse cenário, Kassab poderia assumir o Palácio dos Bandeirantes caso o ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro renuncie ao cargo para disputar a Presidência da República mais à frente.

Peregrinação

Nesta semana, Bolsonaro repetiu o pedido feito a Kassab para o presidente do União Brasil, Antônio Rueda. O encontro aconteceu na sede do PL, em Brasília. O escritório do partido de Bolsonaro fica no mesmo andar, em frente à sede do União. Rueda foi à sigla vizinha para encontrar o governador de Rondônia, Marcos Rocha (União), que estava lá com o ex-presidente.

Bolsonaro vem buscando apoio para o projeto desde o ano passado e, inclusive, levou essa demanda para os novos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Segundo aliados, o ex-presidente deve seguir buscando o apoio de dirigentes partidários que sinalizem positivamente ao projeto da anistia.

Na quarta-feira, Bolsonaro afirmou, em um vídeo postado nas redes sociais, que não busca anistia para si por “não estar condenado”. Ele disse que Motta se comprometeu a pautar a iniciativa.

— Não é a minha anistia. Eu não estou condenado em absolutamente nada. É a anistia dessas pessoas, dezenas e dezenas de pessoas, condenadas a penas absurdas — afirmou Bolsonaro ao tratar sobre os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro.

Motta afirmou que tratará de maneira “imparcial” o projeto de lei. Ele foi eleito com apoio do PT de Luiz Inácio Lula da Silva, do PL de Bolsonaro e outras 16 siglas.

— Esse tema é o que mais divide a Casa hoje. Temos um PL que defende a votação da anistia para os presos do 8 de Janeiro, enquanto o PT defende que o assunto não seja votado. A pauta é decidida pelo presidente, com participação dos líderes. Com certeza, esse será um tema levado para essas reuniões nos próximos dias, e vamos conduzir com a maior imparcialidade possível — disse o presidente da Câmara logo após ser eleito para o cargo.

Caruaru - Prefeitura na porta

Há pouco, deputados elegeram um novo presidente: Waldemar Borges (PSB) foi eleito para a Comissão de Administração da Alepe, configurando mais uma derrota para a governadora Raquel Lyra (PSDB), que interferiu com o mandado de segurança na Justiça para barrar o processo da escolha dos principais dirigentes das comissões temáticas da Assembleia.

Além do próprio voto, ele recebeu apoio dos outros três parlamentares titulares presentes, todos que fazem oposição ao Governo. O novo vice-presidente é o deputado Antônio Coelho (UB). Não houve concorrentes para os dois cargos. As informações são do blog Dantas Barreto.

Mais uma vez os integrantes do blocão governista se ausentaram por discordarem de todo o processo de instalação das comissões e da convocação das eleições da CCLJ, Comissão de Finanças e da própria Administração.

Nessa sexta-feira, inclusive, Antônio Moraes (PP), Débora Almeida (PSDB) e Joaquim Lira (PV) entraram com mandado de segurança para anular a decisão do presidente interino da Alepe, Rodrigo Farias (PSB).

Camaragibe Cidade do Trabalho

Os deputados estaduais cumpriram o regimento da Casa antes mesmo de a justiça se pronunciar sobre o mandado de segurança do Governo para barrar o processo da escolha dos presidentes das comissões temáticas da Assembleia e, em pleno sábado, elegeram seus principais dirigentes.

Na Comissão de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ), foi eleito presidente o deputado Alberto Feitosa (PL), tendo como vice Edson Vieira (UB). Feitosa, Diogo Moraes (PSB), Sileno Guedes (PSB) e Edson Vieira (UB) estavam presentes, enquanto os governistas não compareceram.

Feitosa anunciou sua renúncia ao cargo de quarto secretário da Mesa Diretora para assumir a nova função. A primeira reunião da CCLJ será na terça-feira (18), às 9h30.

Na Comissão de Finanças, Orçamento e Tributação, o deputado Antonio Coelho (UB) foi eleito presidente, com Diogo Moraes (PSB) como vice. A eleição ocorreu com a presença de Feitosa, Cayo Albino (PSB), Júnior Matuto (PSB), Coelho e Moraes, enquanto os governistas não compareceram. Coelho fez uma citação à ex-presidente, Débora Almeida (PSDB), e a primeira reunião da comissão também está marcada para terça-feira (18), às 10h.

Toritama - Prefeitura que faz

O Governo de Pernambuco abriu uma licitação para adquirir um avião de pequeno porte seminovo para o Grupamento Tático Aéreo (GTA), vinculado à Secretaria de Defesa Social. A aeronave será do modelo King Air 260, com capacidade para sete passageiros, dois pilotos e bagagens. O edital foi publicado no Portal de Compras do Governo Federal, onde foram detalhadas as especificações do processo. As informações são do Blog Cenário.

O Estado estipulou um teto de R$ 67,8 milhões para uma aeronave nacional e US$ 10,9 milhões para um modelo importado. A empresa vencedora será aquela que oferecer o menor preço dentro dos requisitos exigidos. Além disso, o avião deverá ter no máximo quatro anos de uso, com limites de valor estabelecidos conforme o ano de fabricação.

Segundo o estudo técnico que embasa a compra, a nova aeronave atenderá operações policiais, ações da Defesa Civil e transporte de órgãos para transplantes. Além disso, será utilizada por órgãos estaduais, como a Casa Militar e a Administração de Fernando de Noronha, ampliando a capacidade logística do governo.

O documento destaca que atualmente o Estado possui apenas um avião bimotor, que não consegue atender todas as demandas simultaneamente. Quando a aeronave entra em manutenção, o serviço fica comprometido, o que reforça a necessidade da nova aquisição.

A licitação foi publicada no Diário Oficial do Estado, e o processo foi aberto no Sistema de Compras do Governo Federal. As propostas apresentadas pelas empresas interessadas serão analisadas no próximo dia 28, quando deve ser definida a vencedora do certame.

Belo Jarfim - Cidade Limpa

Por Marcelo Tognozzi

Colunista do Poder360

Há um Brasil que tem caído no esquecimento. O país que minha geração conheceu há 45 anos, logo depois da Lei da Anistia ter sido aprovada no Congresso e sancionada pelo presidente João Figueiredo, em 28 de agosto de 1979. O Brasil dos carrancudos governos dos generais se tornou o país da celebração, com a volta dos políticos exilados, uns por crimes de sangue, assaltos e sequestros, outros por crime de opinião, por dizer aquilo que pensavam. A anistia (sim, era adotada até nos governos autoritários) foi o antídoto para a dor e a amargura e o nosso país se reconciliou.

A maioria dos exilados chegou pelo Galeão, eram recebidos pela fina flor das belezuras cariocas, logo carimbadas de exiletes. Leonel Brizola chegou pelo Rio Grande do Sul e foi direto a São Borja render homenagem a Getúlio Vargas e João Goulart no mesmo cemitério onde seria enterrado 25 anos depois, aos 82 anos.

Brizola foi o grande líder da esquerda brasileira, sua coragem, determinação e lealdade aos seus princípios éticos e morais estão retratados com refinamento e sofisticação no filme “Brizola – Anotações para uma História”, assinado por Silvio Tendler, o maior documentarista brasileiro, que em 12 de março completará 75 anos. O filme entrará em breve no circuito. Na terça-feira (11), foi exibido em São Paulo no Cine Sesc, seguido de um debate. Um filme simplesmente imperdível. A história vivinha passando na nossa frente.

Silvio mostra um Brizola sem maquiagem. O político nu e cru, carregando sua enorme energia transformadora, nosso último estadista. Brizola nasceu em 1922, em Carazinho (RS), batizado Itagibá. Alfabetizado pela mãe, viúva, aos 13 anos, partiu para Porto Alegre de trem levando uma valise e sua roupa de domingo. Viajou 700 km sem sapatos nem documentos. Queria estudar numa das escolas públicas criadas por Júlio de Castilhos, um curso técnico. Deu tudo errado e Brizola começou a trabalhar de engraxate, sobrevivendo como podia.

Para conseguir emprego de boy e maleteiro num hotel, precisava de documentos. E foi assim que ele se registrou no cartório. Itagibá foi embora e nasceu Leonel de Moura Brizola. Conseguiu comprar seu primeiro par de sapatos. O que para muitos era algo corriqueiro, para aquele menino virou troféu. Sua vontade de ir em frente e vencer na vida era tamanha que Brizola acabou chegando à universidade, conquistou um diploma de engenheiro e partiu para mudar o mundo.

Em 1945, começou a militar no PTB, dois anos depois, aos 23 anos, já era deputado estadual. Sua ascensão política é meteórica. Deputado federal, prefeito de Porto Alegre, governador do Rio Grande do Sul. Numa época em que a Constituição proibia o voto do analfabeto, Brizola tinha como seu principal foco a educação. Sabia, como declarou milhares de vezes, que a educação era e ainda é a única saída para a transformação do Brasil num país desenvolvido. Criou uma fábrica de escolas e inundou o Rio Grande com suas brizoletas.

Uma das cenas mais marcantes do documentário de Silvo Tendler é a de um debate na eleição de 1994, quando o então candidato Fernando Henrique Cardoso pergunta a Brizola se as suas escolas de tempo integral, os famosos Cieps, não eram caros demais porque custavam US$ 1 milhão cada. “Cara, é a ignorância”, responde Brizola.

Tinha votado no Brizola por causa dos Cieps, porque era uma promessa com Darcy Ribeiro como fiador. E o Darcy era aquele vulcão de ideias, uma inteligência privilegiada. Ele fez uma fábrica de escolas em Engenheiro Pedreira, a segunda linha de montagem voltada exclusivamente para o conhecimento e a educação, já que a primeira tinha sido feita por Brizola 20 anos antes. Desta turma doida por educação acho que só sobrou Cristovam Buarque.

Quando Brizola venceu a eleição, depois de uma tentativa de fraude, o Caso Proconsult, cuja maracutaia Cesar Maia descobriu usando uma calculadora de bolso, foi cobrir a posse. Lembro da energia de transformação desabrochando naquele palácio Guanabara recém-ocupado por Brizola e sua equipe. Passados uns meses, comecei a cobrir o palácio mais seguido, substituindo o veterano Denis de Moraes. Brizola tinha implicância com O Globo e descarregava em mim, fazendo grosserias como pegar meu maço de cigarros, acender um para, em seguida, amassá-lo e jogá-lo na mesa. Era para eu fumar o cigarro que o Brizola amassou.

Um dia, depois de uma coletiva, pedi para falar com ele em particular. Marta Alencar, secretária de imprensa, ficou por ali a meia distância. Descarreguei: “Eu não tenho nada a ver com sua briga com o doutor Roberto Marinho. Isso é problema seu e dele. Eu sou trabalhador, venho aqui fazer meu trabalho honestamente, pago minhas contas e sobrevivo. Votei no senhor e não me arrependo. O senhor não tem o direito de me tratar mal porque trabalho no Globo. Amanhã, posso estar em outro jornal e vou cruzar com o senhor do mesmo jeito”.

Ele me olhou de cima abaixo, segurou meu braço e respondeu: “Você tem razão”. Nunca mais fez grosseria para mim, nem nas perguntas difíceis de responder, como quando apurei a conversa que ele mantivera com o então ministro do Exército Leônidas Pires Gonçalves no apartamento do líder do PDT, Brandão Monteiro. Ele negou, forneci todos os detalhes, inclusive os sórdidos. Ficou mudo uns 30 segundos do outro lado do telefone (fixo, naquela época não tinha celular) e finalmente soltou um “não tenho como negar”. Pediu e mantive o off.

No documentário, Silvio registra a angústia da jornalista Cristina Serra, escalada pela Veja para apurar os podres do Brizola na eleição de 1989. Ela não encontrou nada, a não ser a confirmação de que Brizola era um homem honesto. Resolveu falar com ele pessoalmente. Foi até a portaria do prédio onde Brizola morava, na avenida Atlântica e esperou horas por ele. Quando Brizola chegou, contou sobre a pauta negativa e desabafou entre lágrimas. Conheço Cristina desde a época de estagiária do Globo, é uma pessoa íntegra, ética e correta. “Eu não misturo os profissionais com as empresas em que trabalhavam”, respondeu ele para alívio dela.

Lembrei emocionado da conversa no Palácio depois da coletiva. Aquela minha bronca tinha surtido efeito. Poucos e raros homens públicos conseguem descer do pedestal e entender a vida como ela é. Ouvir e reconhecer o erro.

Mas isso faz parte de outro tempo, um tempo em que os jornalistas faziam jornalismo e os políticos faziam política. Não era na base do tudo junto e misturado como hoje, esta era terrível do jornalismo de opinião tão sem graça e sem sal, que uma missão da OEA vem ao Brasil apurar se o Supremo joga contra a liberdade de expressão e a grande mídia ignora solene, igualzinho ignoraram as Diretas Já na época da ditadura.

O filme de Silvio mata a gente de saudade daquele Brasil que tinha tudo para dar certo e perdeu o bonde da história, da educação pública, do desenvolvimento, do combate à corrupção. Um Brasil onde agora é heresia falar em privatização da Petrobras e dos Correios, mas que faz privatização disfarçada da Amazônia com contratos com a multinacional Ambipar. Coisa de meio bilhão para começar.

A campanha contra os Cieps e as escolas de qualidade sonhadas por Darcy Ribeiro segue firme. Nós já vimos gente de todos os partidos mobilizada na defesa de universidades, de escolas como o Colégio Pedro II ou a escolas técnicas. Mas não houve um protesto, uma passeatazinha, nada, quando o governo Moreira Franco jogou a primeira pá de cal nos Cipes, depois devidamente sepultados na cova rasa da ignorância pelo governo FHC e, na sequência, os do PT.

Se os Cipes tivessem vingado, todo morador de favelas e comunidades do Rio com 50 anos ou menos teria estudado numa escola de tempo integral com esportes, médico, dentista, três refeições por dia e com todo mundo voltando para casa de banho tomado. A sociedade, a intelectualidade, os artistas e os políticos escolheram outro caminho. E a realidade do Rio de 2025 é o retrato desta escolha.

Acionados pela governadora Raquel Lyra (PSDB), os deputados governistas Antônio Moraes (PP), Débora Almeida (PSDB) e Joaquim Lira (PV) recorreram, ontem, ao Tribunal de Justiça do Estado, já tarde da noite, como última tentativa desesperadora para anular o ato do presidente interino da Assembleia Legislativa, Rodrigo Farias (PSB), de antecipar a eleição das comissões temáticas do Legislativo. O processo será relatado pelo desembargador Carlos Moraes.

Veja a sua íntegra!

A cidade de Olinda contará com um reforço tecnológico na segurança durante o Carnaval 2025. Um convênio entre a Prefeitura e o Grupo Preserve Liserve permitirá a instalação de 35 Totens de Vigilância Inteligente no sítio histórico e em outros pontos estratégicos. O sistema contará com mais de 100 câmeras de alta definição e visão noturna, operando em integração com as forças de segurança municipal e estadual.

Os equipamentos ficarão ativos 24 horas por dia durante os dias de folia. As imagens captadas serão armazenadas em nuvem e disponibilizadas para as autoridades responsáveis pelo monitoramento. O Grupo Preserve Liserve será responsável pela manutenção e operação do sistema.

Após o Carnaval, parte da estrutura permanecerá na cidade. 15 totens continuarão em funcionamento para reforçar a vigilância no sítio histórico. A iniciativa busca ampliar o monitoramento por meio de tecnologia e aumentar a segurança na região, que recebe grande fluxo de turistas e moradores durante o ano.

Por César Felício

Do Valor Econômico

As pesquisas Datafolha são presenciais por ponto fluxo, com cerca de 2 mil entrevistas em um campo muito curto, dois dias no caso do levantamento sobre avaliação de governo divulgado nesta sexta-feira (14). É, portanto, uma pesquisa que capta bem a fotografia do momento. A crise do Pix, maior dano reputacional do governo em 2025, já tem mais de um mês. Como então atribuir a esse evento o fato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva somar apenas 24% de bom e ótimo, ante 41% de ruim e péssimo?

A explicação está na natureza da perda que o presidente teve. É uma perda ancorada na decepção. No episódio da crise do Pix, Lula recuou com mais força entre seus eleitorados cativos, no Nordeste, na baixa renda, entre mulheres. Decepções são feridas de cicatrização muito mais difícil porque o desafio que se coloca é retomar a confiança perdida. A decepção, de certa forma, equivale a uma traição. Em casos assim, os efeitos subsistem mesmo depois de cessada a causa.

Este é um processo inédito no governo Lula III, mas não no Brasil. O cientista político do Ipespe Antonio Lavareda, com décadas de experiência em pesquisas de opinião, lembra que o ex-presidente Jair Bolsonaro também viveu a defecção de parte de seus eleitores, perdendo espaço de maneira generalizada em seus redutos do Sul e do Sudeste, até mesmo em Estados como Santa Catarina, entre a eleição de 2018 e 2022. “Fundamentalmente ele perdeu a eleição por isso. É o mesmo risco que Lula corre agora”, comentou.

A defecção é mais difícil de reverter porque depende de uma sequência de fatos positivos para a anulação de um fato negativo. O presidente pode chamar o marqueteiro para assumir um ministério, mas não há narrativa que sobreviva à falta de marca. Há um problema, comentado de forma generalizada por analistas políticos e pelos próprios políticos, de falta de assunto ao governo. Não há uma compreensão sobre qual é o significado básico da volta de Lula ao poder, terminado o consenso momentâneo que seus adversários proporcionaram a ele com os atos de 8 de janeiro. Assim sendo, o governo fica vulnerável a qualquer vento de proa, de acordo com o diagnóstico de Lavareda.

Este é um momento delicado para o presidente porque deve crescer dentro da base petista a pressão por um cavalo de pau na economia, cortando os elos que ainda existem entre o governo e o mercado financeiro, assentados na manutenção de um enquadramento fiscal mínimo. Já é esta a tônica dentro de grupos de apoiadores do governo nas redes sociais.