Há algo em Brasília que soa como unanimidade: o baixíssimo nível do Congresso Nacional. Se a Câmara dos Deputados virou guetos, com bancadas as mais dispares, dos evangélicos aos que formam o pelotão da bala, o Senado, a Casa Alta, revisora e historicamente de melhor nível, virou o clube dos suplentes.
Jarbas Vasconcelos, uma das maiores lideranças políticas de Pernambuco, de relevo nacional, que se consagrou no combate à ditadura ao lado de grandes figurões, como Ulysses Guimarães, já não atua mais como senador. Com problemas de saúde, passou o bastão para Fernando Dueire, que nunca disputou uma eleição.
Não é um caso isolado. Augusta Brito (PT-CE), Ana Paula Lobato (PSB-MA) e Fernando Farias (MDB-AL) substituem, respectivamente, Camilo Santana, ministro da Educação; Flávio Dino, ministro do STF, e Renan Filho, ministro dos Transportes. Hoje, dezoito suplentes (mais de 20% de toda a bancada) estão exercendo o mandato, uma das mais nobres posições na política nacional.
Resultado? Um debate de esgoto. Meu amigo Arnaldo Santos, um dos mais talentosos jornalistas do Ceará, comentou comigo que não tem mais o menor entusiasmo em ligar a TV Câmara ou a TV Senado para acompanhar as sessões plenárias. Tem razão de sobra! Saudade de um tempo em que cobri um Congresso que tinha no Senado o jurista Afonso Arinos, Marco Maciel, os ex-governadores Pedro Simon, Mário Covas, Fernando Henrique Cardoso, Nelson Carneiro, José Sarney, Eduardo Suplicy, Antônio Carlos Magalhães e Sérgio Guerra.
Na Câmara, Ulysses Guimarães, Lula, Michel Temer, Luís Eduardo Magalhães, Fernando Lyra, Egydio Ferreira Lima, Inocêncio Oliveira, José Thomaz Nonô, Miguel Arraes, Cristina Tavares, Ciro Gomes, Aécio Neves e tantos outros, como Ricardo Fiúza, Maurilio Ferreira Lima e Fernando Gabeira.
A lista é grande, mas sobre a brusca queda do nível do Congresso recordo a lição histórica do saudoso Ulysses Guimarães. Um parlamentar desavisado foi reclamar soprando no seu ouvido sobre a qualidade lamentável dos quadros do parlamento brasileiro. O sábio Senhor das diretas olhou em direção a ele e sapecou: Está achando ruim? Espere a próxima legislatura.
Jornalista extremamente experiente na cobertura do Congresso, Luís Costa Pinto, pai do secretário de Imprensa de Raquel Lyra, Rodolfo Costa, escreveu: “No Congresso, cruzávamos no dia a dia com nomes como Ulysses Guimarães, Mário Covas, Fernando Lyra, Luís Eduardo Magalhães, Ricardo Fiúza, Maurício Correa, Roberto Campos, Miguel Arraes, Paes de Andrade, para citar os que já se foram”.
E com biografias parlamentares até ali indiscutivelmente exemplares como as de José Genoíno e José Dirceu, por exemplo, e ainda Ibsen Pinheiro, Pedro Simon, Nelson Jobim, Roberto Magalhães, Delfim Netto, Marco Maciel, Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Geraldo Alckmin, Sigmaringa Seixas e a dupla Miro Teixeira & Roberto Freire.
O horizonte era turvo, segundo Costa Pinto. “Voltávamos a entrar numa espiral inflacionária, a gestão do homem que se vendera como ‘Caçador de Marajás’ vivia um fogo cruzado de denúncias de corrupção e o Brasil começava a testar a força democrática da recém-promulgada Constituição de 1988. O Parlamento, base do funcionamento de qualquer sistema democrático, era constantemente instado a apresentar propostas que corrigissem os rumos do país. E elas existiam”, comentou.
Para Costa Pinto, o sábio Ulysses Guimarães já antevia naquele momento a crise de qualidade representativa que hoje nos assola e trava o Brasil. A escassez de projetos de Nação a serem debatidos dentro da Câmara e do Senado virou um verdadeiro deserto de ideias e projetos para o País.
O Congresso tem falhado em ser um reflexo fiel da vontade do povo, priorizando agendas políticas em detrimento de projetos que realmente mudem a vida dos cidadãos. Em vez de ser um centro de debate e solução para os problemas do país, o Congresso tem se mostrado um palco de disputas e discursos vazios.
A qualidade da atuação do Congresso reflete-se na desigualdade e na falta de oportunidade que ainda assolam o país. Entre as muitas meias verdades difundidas sobre o Congresso, duas parecem especialmente danosas para interpretar a política brasileira atual.
Uma delas é imaginar que jamais em nossa história tivemos um Parlamento tão ruim. Outra é que fomos longe demais na criação de partidos políticos, gerando o sistema mais fragmentado entre todas as democracias do planeta.
Como disse o sábio Ulysses, espere o próximo Congresso! Tende a ser pior.
Enfim, o Golf GTI volta ao Brasil. E cheio de regras para a compra
A Volkswagen confirmou que, a partir do próximo dia 6, abrirá o processo de pré-venda do Golf GTI — uma espécie de lenda para uma geração de brasileiros habilitados no começo da década de 1980. Essa estratégia de vendas, aliás, tem regras diferenciadas, como forma de evitar especulações com o número reduzido de carros que foram importados. Por exemplo: para comprar um exemplar, o interessado terá, antes de mais nada, provar que já possui outros modelos das siglas GTI, GTS ou GLI. E quem comprar primeiro, recebe primeiro.
Esses compradores ganharão kits especiais, com plaqueta de acrílico atestando a propriedade do modelo, além de um cartão de membro para o GTI Club, um chaveiro e um óculos de sol da linha GTI, feito em parceria com a Chilli Beans. Nem todas as mais de 500 concessionárias Volks venderão o esportivo. A marca vai escolher qual o fará — e cada uma só terá um exemplar disponível (no máximo, serão cinco unidades por grupo ou região). E mais: só será liberada a compra de um GTI por CPF ou CNPJ. Acho que era pouco? Pois bem: cada modelo comprado terá que ser revendido (pelo menos preferencialmente) à própria VW. Bem, e quanto ao carro em si? Ele terá quatro cores (branco, preto, cinza ou vermelho) e um motor 2.0 turbo de 245 cv e 37,7 kgfm de torque, com câmbio DSG de sete marchas. O propulsor traz evoluções interessantes em relação à última geração no Brasil: 15 cv de potência a mais, 3 km/h a mais no teste de slalom e 4 segundos no tempo de volta na pista de testes na Alemanha. O hatch vai de 0 a 100 km/h em 6,1 segundos.
Ele apresenta design interior e exterior totalmente novos, carregando itens inéditos como logo VW iluminado na dianteira e conjunto de telas somando mais de 23 polegadas.O Golf GTI chegou em 1993, com um conjunto fiel à sigla “Gran Turismo Injection”, Era um hatch espaçoso, potente e, principalmente, bom de guiar. Sem tantas exigências ou regras, a VW já havia apresentado outros esportivos – ou esportivados, como queiram. Foi o caso do Nivus GTS, há três meses. As vendas do Jetta GLI começam em outubro.
BMW M2 CS vem ao Brasil – E por falar em esportivo, a marca alemã confirmou que — aí, sim, um superesportivo — o M2 CS estará no mercado brasileiro em oferta limitada, como já fez com os BMW M3 CS e BMW M4 CS. Ele vem do México e foi projetado para entregar experiência de alto desempenho na pista — e agora também nas ruas. O esportivo traz motor 3.0 biturbo de 510cv, 30 cv a mais que a versão coupé. O câmbio é o M steptronic de 8 marchas.
O carro tem suspensão adaptativa e componentes da carroceria de fibra de carbono, o que reduz seu peso em torno de 30 kg em relação ao M2 padrão. O M2 CS é recordista de Nürburgring-Nordschleife para a categoria de carros esportivos compactos com o tempo de 7 minutos e 25,5 segundos, oito segundos a menos do que o melhor tempo anterior. O preço deve ficar perto de R$ 1 milhão.
O Commander e seus acessórios – A linha 2026 do Jeep Commander vem com mais de 40 itens da linha de acessórios da Mopar. O Commander é o único do seu segmento com uma proposta de acessórios homologados pela própria marca, como estribos laterais, engate reboque integrado ao pára-choque traseiro, bagageiro tubular, suportes para bicicletas, além de tapetes com bordas elevadas para reforçar a vocação do modelo para a aventura e uso intenso, com proteção completa da cabine.
Novo Q3 brasileiro – A nova geração do novo SUV Audi Q3 está vindo aí — e será montado na fábrica do da Volkswagen em São José dos Pinhais (PR). A iniciativa está prevista para o ano que vem. A planta será responsável tanto pela carroceria tradicional quanto pela versão Sportback, com caimento cupê.
Basalt versão especial – A Citroën vai lançar em breve uma versão especial do SUV Basalt, a Dark Edition. Ela será topo de linha e terá um visual mais esportivo e ousado, com detalhes escurecidos em preto brilhante, como a grade, frisos e rodas. O motor não muda: será o 1.0 turbo T200 com 130 cv de potência e câmbio CVT. O interior também receberá um acabamento mais sofisticado com detalhes em tom escuro e emblemas exclusivos da série. A expectativa de preço está acima dos R$ 120 mil.
Yamaha Ténéré 700 chega em outubro – A pré-venda da nova Yamaha Ténéré 700 começou em março deste ano, mas agora a marca confirma: a chegada às lojas acontecerá em outubro. Ela tem preço sugerido ( sem frete ou seguro) de R$ 73 mil e oferece 4 anos de garantia e revisões com preço fixo. É equipada com o motor bicilíndrico de 689 cm³ com 68,9cv de potência e 6,6 kgfm de torque.
A grande novidade é o novo acelerador eletrônico YCC-T, que possibilita o uso mais preciso de modos de condução e controle de tração. O câmbio é mecânico de 6 marchas. A Ténéré 700 é marcada pela silhueta alta e ereta na dianteira, afinando na traseira. No design frontal, destaque para o pára-brisa de uma peça. O tanque de combustível foi movido para a frente para equilibrar o tamanho com a ergonomia. O modelo tem capacidades off-road genuínas, com roda dianteira de 21″.
City Touring Sport – A linha City acaba de ganhar um reforço: o City Hatchback Touring Sport. A nova versão topo de linha tem um apelo ainda mais esportivo – o que a destaca pelo visual diferenciado, com elementos que harmonizam com a grande dianteira em Black Piano integrada aos faróis, característica das demais versões. Exclusiva na cor vermelho, a versão traz:
Teto, antena tipo tubarão e aerofólio em preto brilhante
Rodas com acabamento preto
Capa dos retrovisores preta
Ponteira de escapamento esportiva
Pedaleiras esportivas com acabamento metálico
O Touring Sport já chegou às concessionárias com preço sugerido de R$ 152,8 mil e garantia de 3 anos sem limite de quilometragem.
Cronos Drive manual – A linha 2026 do Fiat Cronos ganhou de volta a versão Drive 1.3 com câmbio manual de cinco marchas. A configuração, que havia desaparecido no fim do ano passado por conta das novas regras de emissões de poluentes, agora custa R$ 112.490. Ela é equipada com o motor 1.3 firefly flex de até 107cv (13,3kgfm de torque. Fica posicionada entre as opções Drive 1.0 MT (R$ 106.990) e Drive 1.3 CVT (R$ 116.490).
O recorde do Mercedes-AMG GT elétrico – A Mercedes-AMG acaba de alcançar um feito inédito com o conceito GT XX, fazendo a maior distância já registrada por um carro elétrico em 24 horas. O protótipo de quatro portas percorreu impressionantes 5.479 quilômetros nesse intervalo. O recorde anterior era do XPeng P7, com 3.967 quilômetros. O teste foi certificado de forma independente na pista de Nardò, na Itália, com seus 12,5 km de extensão. O GT XX é capaz de atingir 357 km/h e foi equipado com motores elétricos que somam 1.360 cv.
Elétricos: mais dificuldades – A Ligabom, um conselho que reúne os comandantes-gerais dos Corpos de Bombeiros Militares, baixou uma diretriz para a instalação de carregadores de baterias de carros elétricos ou híbridos plug-in. Nela, exige que a garagem tenha chuveiros automáticos (os chamados sprinklers) e detecção automática em toda a garagem. A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) reagiu e disse que a exigência é de difícil aplicação técnica para a maioria dos edifícios atuais.
“É também discriminatória à eletromobilidade e à instalação de equipamentos de recarga em edifícios, impondo custos desproporcionais às garagens”, critica a entidade. E ainda lembra dos riscos dos veículos a combustão. “A segurança deve ser universal, e não dirigida contra uma tecnologia específica. Cabe lembrar que só em São Paulo ocorrem em média 16 incêndios de veículos a combustão por dia, ou quase 6 mil/ano, segundo o próprio Corpo de Bombeiros.”
ONS monitora recarga no Brasil – O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) firmou um acordo técnico-científico inédito com a EZVolt, empresa especializada em soluções de recarga para veículos elétricos. Com isso, vai acessar dados anonimizados de eletropostos espalhados pelo país. A iniciativa permitirá compreender de forma mais precisa o impacto da mobilidade elétrica na demanda de energia do Sistema Interligado Nacional (SIN) e apoiar o planejamento estratégico do setor elétrico.
Recorde de concessionárias – A chegada das marcas automobilísticas chinesas tem provocado uma minirrevolução no mercado. A rede de distribuição, por exemplo, atingiu 8.225 concessionárias – um aumento de 15,8% em um ano. Neste período, foram inauguradas 1.125 lojas, a grande maioria de automóveis e comerciais leves – e de origem chinesa. No total, o segmento emprega diretamente 370 mil pessoas. E tem, ao todo, 58 marcas filiadas – como as GWM e BYD.
Ingressos para o Salão de São Paulo – O Salão do Automóvel de São Paulo abre as portas ao público entre os dias 22 e 30 de novembro, no Distrito Anhembi, zona norte da capital paulista. Os ingressos estarão à venda já a partir desta segunda-feira (1), com preços que variam entre R$ 58 e R$ 1.000. As vendas do primeiro lote de ingressos serão feitas exclusivamente pelo site do evento, e custarão a partir de R$ 116 (R$ 58 para meia entrada) para os dias de semana. Quem escolher ir aos finais de semana (dias 22, 23, 29 e 30), pagará R$ 145 – ou R$ 72,50 para meia entrada. Tíquetes para a área VIP (R$ 440 e R$ 530 ) dão acesso ao Dream Lounge, onde estarão super carros exclusivos e capacetes utilizados por pilotos como Emerson FIttipaldi, Nelson Piquet, Rubens Barrichello, Ingo Hoffmann e Ayrton Senna.
9 itens para sua oficina automotiva particular (ou não) – O mercado automotivo brasileiro segue aquecido, e com ele cresce a demanda por serviços de manutenção, reparos e personalização de veículos. Por isso, saiba aqui como abrir ou modernizar uma oficina ou até mesmo criar um espaço próprio na garagem e montar um kit de ferramentas completo. Esse é o primeiro passo para garantir produtividade, segurança e qualidade no atendimento.
Segundo Bruno Santos, Head de Marketing da Loja do Mecânico, e-commerce de máquinas e ferramentas, a escolha correta dos itens garante mais eficiência, segurança e durabilidade nos serviços. “A qualidade e a variedade das ferramentas influenciam diretamente na produtividade e na satisfação. É preciso pensar em equipamentos que atendam desde reparos simples até intervenções mais complexas, garantindo que o serviço seja feito de forma segura e eficiente, seja para um cliente ou no seu próprio carro”, explica Bruno.
Confira o que não pode faltar no kit de uma oficina automotiva:
Jogo de chaves – Conjuntos combinados, de boca, estrela e Allen são indispensáveis para trabalhos em diferentes tamanhos e tipos de fixadores;
Soquetes e catracas – Tornam a desmontagem e montagem mais rápidas, principalmente em locais de difícil acesso;
Alicates diversos – Modelos universal, de corte, bico longo e trava anel permitem desde cortes de cabos até ajustes de precisão;
Macacos hidráulicos e cavaletes – Itens essenciais para elevar e sustentar o veículo com segurança durante reparos;
Compressores de ar – Alimentam ferramentas pneumáticas, auxiliam na limpeza e na calibragem de pneus;
Chave de impacto – Facilita a remoção de porcas e parafusos travados, economizando esforço físico;
Multímetro automotivo – Fundamental para diagnósticos de sistemas elétricos e eletrônicos;
Ferramentas específicas – Como torquímetros, extratores de polia e ferramentas para sincronismo de motores, dependendo do tipo de serviço;
Equipamentos de segurança – Luvas, óculos de proteção, protetores auriculares e máscaras devem estar sempre à mão
Além de escolher boas ferramentas, manter o espaço organizado é fundamental para a eficiência. Bancadas robustas, armários e painéis para pendurar ferramentas ajudam na localização rápida dos itens e evitam perdas. A manutenção periódica dos equipamentos também é essencial para prolongar sua vida útil e evitar atrasos por falhas ou quebras.
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.