Moradores do bairro de Casa Forte, na Zona Norte do Recife, denunciaram que vêm enfrentando uma onda de assaltos nas últimas semanas. Diante da falta de segurança na região, o padre Fábio Paz, que lidera a Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, uma das mais tradicionais da cidade, disse que tem pedido aos fiéis para evitar ir às missas usando objetos de valor.
“Já apelamos para os próprios paroquianos que, ao virem à igreja, deixem as alianças em casa. Eu até brinquei: ‘venham solteiros para a missa’. Quer dizer, escondam as alianças, escondam os bens, porque isso chama atenção”, contou o pároco. As informações são do g1.
Leia maisA igreja fica em frente à Praça de Casa Forte, que virou cenário para roubos de joias de ouro, cordões, alianças, pingentes e até carros. Outro ponto considerado perigoso é a Rua Silvino Lopes, localizada por trás do templo católico.
Segundo o pároco, a orientação para ir ao local sem esse tipo de pertence vem sendo dada há, pelo menos, duas semanas, quando uma família inteira foi roubada enquanto seguia para uma missa.
“Temos recebido, de forma mais frequente, queixas em relação a furtos. Furtos de bens. Uma época eram roubos de celulares. Agora têm sido mais roubos de cordões de ouros, alianças. […] Ultimamente, tem sido também roubo de veículos”, afirmou Fábio Paz.
De acordo com o religioso, nos últimos dias, foram registrados, ao menos, três casos de assaltos desse tipo nas redondezas. A TV Globo procurou as polícias Civil e Militar para saber como o policiamento da região é feito, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
“Uma família foi assaltada na saída de casa. Não tem hora, não tem dia. Também nesta semana, uma pessoa do grupo dos Samaritanos, que faz um trabalho noturno e tem dez anos, teve o carro roubado nas proximidades do Parnamirim. E na noite de ontem [quinta-feira, 17 de julho], um carro perseguiu uma jovem voltando para casa, mas não obteve êxito e, graças a Deus, não aconteceu o pior”, contou o padre.
Ainda segundo o padre, há falta de policiamento na área a maior parte do dia. “Uma reclamação dos moradores era que voltasse [a ter] um posto de policiamento ostensivo como havia há alguns anos aqui na praça”, disse.
Medo de assalto
A engenheira florestal Ana Lícia Patriota disse que passou a seguir a recomendação e deixou de ir à igreja com objetos de valor.
“Não ando mais com aliança para vir à missa, para andar com o cachorro aqui na praça. Já teve situação aqui em que uma moradora, caminhando com um cachorro, às 8h da manhã, estava com aliança e colocaram o revólver em cima dela. Então, situações assim têm cada vez mudado os nossos hábitos”, afirmou.
A dentista Suely Monteiro, que mora há mais de 20 anos na localidade, contou que o filho dela também já foi alvo de assaltantes. Além das falhas na segurança, outros fatores que facilitam a ação dos criminosos, segundo ela, é a falta de iluminação, principalmente à noite.
“Nós temos ruas extremamente escuras, falta de poda de árvore, efetivo policial na rua a gente não encontra. […] A gente tem vários refletores queimados […]. A gente está cansado de ver relatos de aliança, colar, celular, independente da faixa etária. Eu tenho o meu filho de 19 anos que teve a bicicleta roubada aqui na Estrada do Encantamento”, disse.
Procurada, a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) disse que vai enviar uma equipe ao local para fazer uma vistoria “e tomar as providências necessárias” em relação aos problemas de iluminação pública e manutenção das árvores.
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