‘Como negro não me sinto representado por Anielle Franco’, diz Joel da Harpa

O Deputado Joel da Harpa votou contra dedicar a ‘Medalha Antirracista Marta Almeida’, comenda especial da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), à ministra da Igualdade Racial do Brasil, Anielle Franco. A comenda é para pessoas ou organizações que se destaquem na luta antirracista, porém o parlamentar acredita que a ministra não tem serviços relevantes prestados ao povo pernambucano que justifique tal honraria.

“Meu voto reflete esse entendimento e o compromisso com homenagens que realmente reconheçam ações significativas para Pernambuco”, afirma. Joel destaca que também é negro, mas não se sente representado pela ministra. “É importante que a gente lute contra o racismo, mas sem querer fazer política partidária. E é isso que esses grupos tentam fazer em todo tempo. Por conta disso, sou contrário a homenagem”, explica.

Lembrando que Joel da Harpa é o autor da principal lei de combate ao racismo do Estado. A Lei Vini Jr. Atos discriminatórios praticados contra negros, mulheres ou população LGBTQIA+ em espaços esportivos serão punidos com ainda mais rigor em Pernambuco. É o que determina a Lei n° 18.576/2024, aprovada pela Alepe e em vigor desde agosto. Além de impor o pagamento de multas de até R$ 200 mil, a norma proíbe os infratores de frequentarem as arenas e ginásios do Estado por até 30 anos.

Por Letícia Lins*

Todo mundo sabe que as aves são os animais que aparecem no topo do tráfico de animais silvestres no mundo. E o Brasil não é exceção. Calcula-se que cerca de 38 milhões de animais sejam vítimas do tráfico por ano no país, o que representa 15% do contrabando mundial. As aves ocupam um percentual de cerca de 80% entre os animais ilegalmente comercializados. Entre os pássaros, ararajuba é uma das mais visadas. E não é de hoje. No Brasil colônia, a unidade do psitacídeo tinha o valor de dois escravos. A cobiça em cima desses animais de plumagem verde e amarela ainda é tão grande que a espécie, hoje, é ameaçada de extinção.

Felizmente, há projetos em desenvolvimento no Brasil para garantir a preservação da  espécie.  E uma ararajuba está entre 61 animais que acabam de ser repatriados para a Amazônia, de onde – aliás – nunca deveriam ter saído, mas o tráfico não dá trégua. Os bichinhos foram enviados pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) para o Pará, depois de serem atendidos no Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres, Cetras Tangará, a quem cabe legalmente abrigar, cuidar e reintroduzir à natureza animais vítimas de tráfico ou de confinamento irregular.

A operação de retorno dos bichinhos é uma ação conjunta da CPRH e Ibama-PE. Os animais viajaram por terra, acompanhados de quatro técnicos dos dois órgãos. Durante o percurso, receberam alimentação e foram hidratados para garantir o bem estar. Antes da viagem, todos passaram por avaliação e exames no Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres Cetras Tangara, unidade gerida pela CPRH. Entre os repatriados estavam nove tartarugas da Amazônia e um tracajá (cágado) que viviam confinados em um mini zoológico do Parque Treze Maio, no Recife, que foi fechado em outubro de 2023. Veja quais as espécies de animais repatriados: ararajuba (espécie ameaçada de extinção), três Maracanãs do buriti (“Orthopsittaca manilatus”); uma Maitaca-de-cabeça-azul (“Pionus menstruus”); dois Papagaios-campeiros (“Amazona festiva)”; uma Iraúna-do-norte (“Molothrus oryzovorus”); 38 Tracajás (“Podocnemis unifilis”: 14 adultos e 24 filhotes) e 5 Tartarugas-da-amazônia (“Podocnemis expansa”).

As aves, com a exceção da ararajuba, foram deixadas no CETRAS da Universidade Federal Rural da Amazônia. Elas vão passar por um período de descanso da viagem e por novas avaliações para, posteriormente, serem soltas. A Ararajuba foi deixada no Projeto da Fundação Lymington voltado para a reintrodução da espécie no parque do Utinga, da Iderflor-Bio. Os cágados foram soltos no rio Guamá, no município de Belém-PA. Durante a viagem de volta, os técnicos do Ibama e CPRH repatriaram dois animais para a Região Nordeste, uma jaguatirica (“Leopardus pardalis”) para o CETAS de São Luís/MA, e um sagui-de-tufo-branco (Callithrix jacchus) para o CETAS de Teresina/PI.

*Jornalista do Oxe Recife

A talentosa sambista pernambucana Gerlane Lops, que já dividiu o palco com estrelas do mais autêntico ritmo brasileiro, como Martinho da Vila, Elza Soares, Luiz Melodia, Antônio Nóbrega e Alcione, é a atração do Sextou desta semana, programa musical que ancoro pela Rede Nordeste de Rádio, às sextas-feiras. Ela vai falar da sua carreira e dos seus grandes sucessos, como Minha cara, Primeira viagem e Alma de poeta.

Gerlane fala, também, do belíssimo álbum “Da Branca”, em comemoração aos seus 15 anos de carreira. O disco reúne músicas autorais, como a faixa-título “Da Branca” (c/ Siri do Cavaco), à músicas de compositores pernambucanos como “Ingratidão” de Izaías do Cavaco e “A mesma rosa amarela” de Capiba, que contou com como participação especial do Quinteto Violado.

O programa vai ar na próxima sexta-feira, pela Rede Nordeste de Rádio, formada por 48 emissoras em Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Bahia, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha 96,7 FM, no Recife. Se você deseja ouvir pela internet, clique no link do Frente a Frente acima ou baixe o aplicativo da Rede Nordeste de Rádio na play store. 

A Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 1958/21, do Senado, que reserva às pessoas pretas e pardas, aos indígenas e aos quilombolas 30% das vagas em concursos públicos federais. Como o projeto foi alterado na Câmara, ele volta ao Senado.

De autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), o texto pretende substituir a Lei de Cotas no Serviço Público, que perdeu a vigência em junho deste ano. A lei previa a reserva de 20% das vagas em concursos públicos para negros.

Conforme a proposta, a regra de cotas abrangerá processos seletivos simplificados e contratação temporária, e envolverá a administração pública direta, autarquias, fundações, empresas e sociedades de economia mista controladas pela União.

A relatora, deputada Carol Dartora (PT-PR), afirmou que o projeto é crucial na luta por justiça e igualdade. “Isso não é apenas uma reparação histórica. É uma estratégia concreta para combater o racismo institucional e garantir acesso justo às oportunidades no serviço público”, disse.

A aprovação da proposta, para Dartora, é um reconhecimento de que o serviço público precisa refletir a diversidade do povo brasileiro e “garantir que espaços de poder e decisão sejam ocupados por aqueles historicamente excluídos”.

Dartora acatou duas alterações ao texto para garantir a aprovação. A primeira foi a redução de 10 para 5 anos no tempo de revisão da política. A outra foi a retirada da previsão de procedimentos de confirmação complementar à autodeclaração com participação de especialistas.

Cálculo

A reserva de 30% valerá sempre que forem ofertadas duas ou mais vagas e será aplicada se, eventualmente, surgirem outras durante a validade do concurso.

Quando o cálculo resultar em números fracionários, haverá arredondamento. A reserva também deverá ser aplicada às vagas que, eventualmente, surgirem depois, durante a validade do concurso.

Quando o certame oferecer menos de duas vagas ou for apenas para formar cadastro de reserva, esse público-alvo poderá se inscrever por meio de reserva de vagas para o caso de elas surgirem no futuro durante o prazo de validade do concurso público ou do processo seletivo simplificado. Nesse caso, a cota deverá ser aplicada, com a nomeação das pessoas pretas, pardas, indígenas ou quilombolas aprovadas.

Outros grupos

O projeto fixa regras também de alternância para preenchimento de vagas por meio de cotas em conjunto com outros grupos, como pessoas com deficiência.

Assim, deverão ser seguidos critérios de alternância e proporcionalidade com esses grupos dos quais o projeto não trata, considerada a relação entre o número total de vagas e o número de vagas reservadas para cada política de cotas.

Na hipótese de todos os aprovados da ampla concorrência serem nomeados e ainda existirem cargos vagos durante o prazo de validade do certame, poderão ser nomeados os aprovados que ainda se encontrarem na lista da reserva de vagas, de acordo com a ordem de classificação.

Autodeclaração

Pelo texto, serão consideradas pretas ou pardas as pessoas que assim se autodeclaram.

Serão consideradas indígenas as pessoas que se identificarem como parte de uma coletividade indígena e forem reconhecidas por ela, mesmo que não vivam em território indígena.

Como quilombolas, serão considerados aqueles que se identificarem como pertencentes a grupo étnico-racial com trajetória histórica própria e relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra.

Caso haja indícios de fraude ou má-fé, o candidato poderá ser eliminado ou, se já tiver sido nomeado, terá anulada a admissão.

Aqueles que se inscreverem em concursos para disputar vagas reservadas estarão concorrendo também, simultaneamente, às vagas de ampla concorrência. No caso de aprovação nas vagas de ampla concorrência, o candidato não será computado na classificação de vagas reservadas.

Debate em Plenário

O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) criticou a versão inicial do projeto que exigia procedimentos complementares para confirmar as autodeclarações dos concursados. “O critério não é da autoidentificação? Como admitiremos que haja uma banca para definir se a pessoa é de tal cor, raça e etnia?”, questionou. Segundo ele, essas bancas seriam tribunais raciais. O ponto foi retirado do texto após acordo entre os deputados.

Já a deputada Jack Rocha (PT-ES) afirmou que a proposta repara mazelas existenciais e seculares do Brasil. “Não nos verão voltando para a senzala onde nos querem. Nos verão fazendo política, fortalecimento da democracia e podem acostumar a ver nossos corpos e rostos no protagonismo da democracia.”

O deputado Daniel Barbosa (PP-AL) afirmou que a reparação da proposta não é apenas racial, mas também social. “Se formos às favelas e aos locais mais vulneráveis do nosso país, vamos ver de quem é a cor da pele.”

A deputada Dandara (PT-MG) ressaltou a importância de se aprovar o tema nas vésperas do primeiro feriado nacional do Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. “As cotas no serviço público significaram um grande avanço e contribuíram para a eficácia e a qualidade do serviço que chega na ponta”, disse.

O deputado Helio Lopes (PL-RJ) defendeu a aprovação de cotas por condições socioeconômicas ao invés de cotas raciais. “Vamos defender a cota social, vamos pensar no pobre, em quem precisa. Onde tem um preto pobre tem um branco pobre também”, afirmou.

De acordo com Lopes, a proposta segrega ao focar apenas na cor da pele e não buscar beneficiar o povo mais vulnerável.

Por Zé da Coruja

Hoje é o Dia Nacional da Consciência Negra, em homenagem a Zumbi dos Palmares, herói nacional, um general negro. Para efeito histórico, informo que o gigantesco Quilombo dos Palmares ficava nas terras da Usina Cucaú, do empreendedor Eduardo Monteiro e onde trabalho há mais de 40 anos.

Está tudo anotado por historiadores, o que nos impõe mais responsabilidade empresarial, social, ambiental e de cultivo de nossas terras. O Dr. Eduardo Monteiro é cuidadoso e respeitoso com a história. 

Viva o Brasil.

Na próxima sexta-feira (22) o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, estará presente na cerimônia de lançamento da Pedra Fundamental do Terminal de Uso Privativo (TUP) da APM Terminals no Complexo Portuário de Suape, em Pernambuco. O evento, que inicia às 10h, também contará com a presença da governadora Raquel Lyra.

Durante a fase de construção, o projeto receberá investimentos de R$ 1,6 bilhão, com a previsão de gerar aproximadamente 500 empregos diretos e 2 mil indiretos. O terminal está alinhado com metas globais de sustentabilidade e trará benefícios estratégicos e ambientais, como a otimização da logística, a criação de oportunidades de emprego e renda para a comunidade local. Além disso, o projeto foi desenvolvido para operar com veículos elétricos, contribuindo para a diminuição das emissões de CO₂ e o controle de poluição hídrica.

“São investimentos como esse que vêm para fortalecer o Porto de Suape. Nossa meta é fazer Suape crescer 5% neste ano; gerando mais emprego e renda para os pernambucanos. É compromisso do presidente Lula”, destacou Silvio Costa Filho. 

Sobre a APM Terminals

A APM Terminals é uma das líderes globais na operação de terminais portuários, proporcionando soluções eficientes e confiáveis para clientes, países e comunidades, ajudando-os a expandir seus negócios e a otimizar suas cadeias de suprimentos.

O programa Frente a Frente de hoje será especial em celebração ao Dia da Consciência Negra. Entre os convidados, Jô Cavalcanti (PSOL) e Denise Almeida (PSD), vereadoras negras eleitas no Recife e em Olinda, respectivamente. O jornalista Jameson Ramos, negro, da equipe deste blog, o ex-deputado Maurício Rands, comentarista do programa e o presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Ricardo Paes Barreto, que vai tratar da comissão antirracista da Corte.

O programa vai ao ar das 18 às 19 horas pela Rede Nordeste de Rádio, formada por 48 emissoras em Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Bahia, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha 96,7 FM, no Recife. Se você deseja ouvir pela internet, clique no link do Frente a Frente em destaque acima ou baixe o aplicativo da Rede Nordeste de Rádio na play store.

Em uma importante iniciativa para combater o racismo e promover a igualdade racial, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) instituiu a Comissão de Políticas Judiciárias de Equidade Racial e suas Interseccionalidades. Assinado pelo presidente do TJPE, desembargador Ricardo Paes Barreto, o ato que oficializa a criação foi publicado nesta quarta-feira (20), Dia da Consciência Negra. A comissão é presidida pelo desembargador Eudes França.

A criação da comissão reforça o compromisso da Justiça pernambucana com a promoção da equidade racial e o enfrentamento das desigualdades estruturais na sociedade.

A medida está em sintonia com ações nacionais e internacionais, incluindo o Pacto Nacional do Judiciário pela Equidade Racial, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e a Década Internacional de Afrodescendentes (2015-2024), proclamada pela ONU. A iniciativa também dialoga com marcos como o Estatuto da Igualdade Racial e resoluções do CNJ que tratam de cotas raciais em concursos públicos e estágios, além de políticas de combate ao assédio moral e à discriminação.

A Comissão tem como missão principal propor e implementar políticas e ações institucionais que enfrentem o racismo e promovam a equidade racial. Algumas das suas atribuições são: promoção de práticas antirracistas, valorização da igualdade racial e fomento à educação e conscientização.

Ao criar um espaço dedicado a enfrentar essas questões, o TJPE não apenas reafirma seu papel como defensor dos direitos humanos, mas também dá um passo significativo para construir uma Justiça mais inclusiva e acessível. “Essa iniciativa simboliza um compromisso concreto do Judiciário pernambucano com a equidade racial, indo além do papel jurisdicional para ser um agente de transformação social”, destacou o presidente Ricardo Paes Barreto.

Nos próximos meses, a Comissão deverá apresentar um plano de ação com propostas concretas para enfrentar o racismo e suas interseccionalidades no âmbito do TJPE. Além disso, será promovido um diálogo com a sociedade civil para assegurar que as políticas desenvolvidas atendam às reais necessidades da população.

O prefeito eleito de Araripina, Evilásio Mateus (PDT), cumprindo uma extensa agenda de alinhamento de projetos e programas sociais para serem implantados na sua gestão a partir do próximo ano, está em Brasília, onde reencontrou o presidente nacional do PDT e ministro da Previdência Social, Carlos Lupi.

Mateus aproveitou a ocasião para agradecer pessoalmente a forma democrática que foi conduzida a escolha do candidato a prefeito do partido em Araripina. “Esse encontro foi um momento importante para a consolidação da vitória e para a construção de uma gestão eficaz”, disse Evilásio.

No mesmo encontro na capital federal, o presidente estadual do PDT e secretário geral da Previdência Social, Wolney Queiroz, também participou da reunião, debatendo as pautas levadas por Evilásio. Entre elas, às dificuldades financeiras que vive o Regime Próprio da Previdência de Araripina ( ARARIPREV).

De acordo com Evilásio, foi mostrada a importância do pagamento do COMPREV. Ainda, segundo ele, o ministro mostrou-se sensível ao pleito e muito em breve trará novidades.

Do Blog Casa de Abelha

O deputado federal Luciano Bivar, primeiro-secretário da Câmara dos Deputados, lança no próximo dia 28, a partir das 18h30, no Novotel Recife Marina, o livro “Democracia Acima de Tudo”. A obra retrata um episódio crucial na história política do Brasil, com bastidores interessantes, inclusive o sentimento do autor de que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria passado a impressão de que queria dar um golpe.