Coluna do sabadão

Cucaú preserva Mata Atlântica  

A agressão às matas no Brasil é algo muito chocante, um soco no estômago nas instituições nascidas para cuidar e preservar o meio-ambiente. Pelo último Relatório Anual de Desmatamento (RAD-2023), 6,6 milhões de hectares foram devastados, o equivalente a uma vez e meia o território do Rio de Janeiro, crescimento de 25% em relação ao último período pesquisado.

Em termos de área, os maiores aumentos ocorreram na Amazônia (incremento de 190.433 hectares) e no Cerrado (incremento de 156.871 hectares). Em termos proporcionais, os maiores aumentos ocorreram no Cerrado (31,2%) e no Pampa (27,2%). A Amazônia, o Cerrado, o Pantanal e a Caatinga sofreram os maiores golpes. Nem a Mata Atlântica escapou da fúria humana.

Restando menos de 29% da sua cobertura florestal, 30.012 hectares de Mata Atlântica viraram pó, 1,5% da área total desmatada no País. Com 900,15 hectares de extensão de Floresta Atlântica, a maior de Pernambuco, a usina Cucaú, em Rio Formoso, na Zona da Mata, do empresário Eduardo de Queiroz Monteiro, presidente do Grupo EQM, vai na contramão desta violência sem precedentes praticada contra os biomas. Escreve uma nova história em desenvolvimento sustentável.

“A aplicação prática da sustentabilidade é a associação do desenvolvimento econômico com a preservação do meio ambiente”, atesta Eduardo, que acaba de publicar o livro “Usina Cucaú – Compromisso com o desenvolvimento sustentável”, uma espécie de carta-compromisso do Grupo EQM na preservação da Mata Atlântica.

Na obra, belíssima edição da Casa Comunicação, com riquíssima ilustração apresentando a extraordinária biodiversidade de fauna e flora, são destacadas as ações implementadas dentro do complexo industrial da Usina Cucaú, uma das mais antigas e tradicionais do Estado, para melhoria e aperfeiçoamento de técnicas aplicadas ao uso adequado do solo.

Dá enfoque ainda no gerenciamento dos recursos hídricos, na cogeração de energia, produção de combustível limpo e sustentável, além da proteção e restauração das florestas, das matas ciliares e ajuda à comunidade no processo de informação, conhecimento e conscientização ambiental. “Por isso, era imperioso compilarmos nesta obra a riqueza material e ambiental da centenária Cucaú”, sintetiza Eduardo.

COMBUSTÍVEL LIMPO – Para o Grupo EQM, o que prevalece em tudo que vem sendo feito na Usina Cucaú é o equilíbrio no tripé da sustentabilidade, aliando o desenvolvimento econômico à responsabilidade social e à proteção do meio ambiente. No cenário econômico, a aposta do grupo se dá em investimento na infraestrutura e em programas voltados para as práticas sustentáveis, além da produção de etanol como referência de combustível limpo.

Protocolo de Quioto – No cenário social, uma das maiores preocupações de Eduardo Monteiro, a geração de milhares de empregos no complexo Cucaú, que promove a melhoria na qualidade de vida das pessoas, acesso aos direitos e serviços básicos, como educação e saúde. Outra das suas preocupações é a chamada sustentabilidade sucroenergética, grande diferencial, que contribui fortemente para solucionar os problemas ligados ao meio ambiente na forma como escolhe as suas práticas. Cucaú destaca-se pela redução das emissões de gases que provocam o efeito estufa, a partir da recomendação do Protocolo de Quioto, através da geração da bioeletricidade e, especialmente, na fábrica de etanol. Os programas ambientais buscam melhorias no uso do solo, no gerenciamento hídrico, na geração de energia, na adoção de técnicas adequadas no cultivo da cana-de-açúcar e na proteção ambiental.

O papel de cada Monteiro – Instalada em Rio Formoso em 16 de fevereiro de 1891, a Usina Cucaú é uma das maiores geradoras de emprego e renda do Estado, um orgulho dos pernambucanos. Tudo começou há 133 anos nas terras de um antigo engenho, através de um grupo de franceses, que criaram a Companhia Geral de Melhoramentos. Ganhou impulso a partir de 1943, ano em que o empresário Armando de Queiroz Monteiro, avô de Eduardo Monteiro, adquiriu o empreendimento. Quando morreu, os filhos Armando, Múcio e Rômulo assumiram o controle. Cada um deu um incremento próprio. O primogênito Armando Monteiro Filho, pai de Eduardo, passou a liderar o grupo de 1960 a 1990. Rômulo Monteiro consolidou o parque agroindustrial e Múcio Monteiro, pai do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, teve destacada atuação até março de 1972, quando faleceu precocemente num acidente de avião.

Em busca de um mundo melhor – Já a partir de 2000, a maior das suas transformações: Eduardo Monteiro assumiu o controle acionário, implementando uma gestão moderna e arrojada. Expandiu a produção de açúcar e álcool, reposicionando a usina no setor sucroenergético. Pelas mãos dele, a usina ficou robusta, geradora de empregos em toda região, através da fabricação de vários produtos originais da cana-de-açúcar e com projetos e ações que valorizam a preservação ambiental e o desenvolvimento social. Eduardo deu prioridade às políticas de conscientização ambiental. A usina possui dois projetos institucionais – Guardiões da Natureza e o Cucaú Sustentável, semeando, segundo ele, um mundo melhor.

Guardiões da Natureza – No projeto Guardiões da Natureza há um viveiro de mudas no qual são apresentadas todas as etapas de uma futura floresta, da semente ao plantio. Há preparo de substrato, tratamento de sementes, repicagem de mudas, transplante e todo o processo de adaptação da muda, até ser levada ao seu plantio definitivo. O viveiro reutiliza as embalagens de café e leite de longa vida, copos descartáveis e garrafas pet que antes seriam enviados para o aterro sanitário, passando a ser um resíduo sólido reutilizado. “Este tipo de ação favorece a conscientização e o sentimento de responsabilidade social”, reitera Eduardo. Para os programas de educação ambiental, a usina elegeu dois mascotes: o tiê-sangue, representando a fauna, e a sucupira-preta, a flora.

CURTAS

ENERGIAS – A usina Cucaú vai avançar ainda mais na sua política de desenvolvimento sustentável. Segundo Eduardo, isso se dará até 2030, assegurando o acesso universal, confiável, moderno e a preços acessíveis a serviços de energia, energias renováveis na matriz energética global. Também dobrar a taxa global de melhoria da eficiência energética, além de reforçar a cooperação internacional para facilitar o acesso a pesquisas e tecnologias de energia limpa.

ÁGUA DE QUALIDADE – Na questão da água, até 2030, a usina quer melhorar a sua qualidade, reduzindo a poluição, eliminando despejo e minimizando a liberação de produtos químicos e materiais perigosos, reduzindo à metade a proporção de águas residuais não tratadas. Hoje, a usina tem tubulações e bombas dimensionadas para estabelecer o uso correto da água, evitando desperdícios. Atende a padrões internacionais no que se refere ao consumo de água no processo industrial, demonstrando a sustentabilidade ambiental do seu negócio.

AR MENOS POLUÍDO – Por fim, o livro destaca a preocupação da usina na preservação da biodiversidade contida em suas florestas, adotando práticas comuns, entre elas uma base de monitoramento, vigilância das áreas contra caça e retirada de madeira, além da recuperação de áreas degradadas. Em relação a qualidade do ar, a usina possui um sistema de filtros e lavadores de gases e material particulado, fundamentais para garantir melhor qualidade do ar. Periodicamente são realizadas medições nas chaminés das caldeiras por uma empresa especializada.

Perguntar não ofende: Por que nem todos os empresários se preocupam com o desenvolvimento sustentável?