A arte de apodrecer

VENEZUELA, choramos por ela. Domingo brilharam, nas telas, os Jogos Olímpicos. Em Paris, depois do Recife, talvez, a mais bela cidade do mundo. Que só é o que é, bom lembrar, graças às relações entre um visionário ‒ o Barão Haussmann, prefeito do Sena, que redesenhou a cidade; com o apoio de Napoleão III (sobrinho do Bonaparte), eleito presidente em 1848 e depois ditador (em 1850) até 1870 ‒ quando foi para o exílio, em Chiselhurst, para morrer em 1873. Um estranho casamento entre o sonho e as baionetas.

Com a dupla, nasceram os grandes bosques (de Boulogne, de Vincennes), as Tuileries, o Palais Royal, as Gares (estações) de Trem (Lyon, du Nord), a Ópera Garnier, o Ettoile, hoje Place Charles de Gaulle (para onde convergem 12 avenidas). Houssmann desenhou ainda jardins e grandes avenidas, feitas pela demolição de quarteirões inteiros, de um lado a outro da cidade. Sem pagar nada. Segundo se conta, sitiando o Museu do Louvre, havia 22 mil mocambos, derrubados e queimados em um único dia. Difícil fazer isso tudo numa Democracia, pois é…

Pena que, na transmissão, o pessoal da televisão tenha perdido a chance de nos informar direito. “Enfants de la Patrie”, senhores, como está no hino da França, não é “juventude da pátria”, mas “meninos de rua”. “Ça irá” (isso vai), faltou dizer, era o hino dos revolucionários franceses, depois substituído pela Marselhesa. “Flutua, não afunda” (Fluctuat nec Mergitur) é o lema de Paris. “Bel Ami”, nome do barco do Brasil, também poderiam ter dito, é título do talvez mais famoso romance de Guy de Maupassant; com o personagem central, Georges Durox, um pobre sub-oficial da cavalaria nas colônias da França na África, subindo na vida por meios escusos – o que, para o ministro Marcelo Navarro (STJ), poderia ser inspiração para homens públicos e ditadores no mundo inteiro.

E já que de ditador falamos, afinal, chegamos na Venezuela. Que sobrevive, importante lembrar, apenas graças ao apoio financeiro dos Estados Unidos. Que, depois da guerra da Ucrânia, deixou de comprar petróleo à Rússia, e passou a ser cliente do país sul-americano (5,5 milhões de barris, só ano passado). São esses dólares de Biden que dão sobrevida a Maduro, o que torna falsa a indignação do presidente americano.

Domingo, como vimos, foi também dia de eleição na Venezuela. Razão pela qual me arrisco a falar de outros personagens de nossa vida pública. Como aquele em Brasília, conhecido como Cego (Celso) Amorim que, representando o governo brasileiro, disse “a Democracia (da Venezuela) está consolidada”. O estômago embrulha, perdão.

Também dói ver “Nota Oficial” da Executiva Nacional do PT exaltando “o processo eleitoral que foi democrático e pacífico”. Ainda, “Maduro dialoga com a oposição”. É demais. Pensando bem, trata-se de algo até natural para um partido que não votou em Tancredo (e até expulsou dois de seus membros que o fizeram – a atriz Beth Mendes e o amigo Airton Soares), votou contra a Constituição de 1988, votou contra o Plano Real, votou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, por aí vai. Antes que me esqueça, o MST também já manifestou seu apoio a Maduro.

Ainda é ruim ver nossa primeira-dama fazer turismo, à custa dos impostos que pagamos, junto à enorme comitiva. Não nos faz bem. Fosse pouco, em evento na “Aliança Global contra a Fome e a Pobreza”, ainda teve a coragem de dizer que seu marido, neste governo, já tirou “24 milhões de brasileiros da pobreza absoluta”. Como, senhora? De onde veio isso? Onde?

Por fim, e também, ver nosso presidente posar de oráculo, infalível, como se estivesse acima do bem e do mal; ou como se seus depoimentos, nesse campo, fossem algo decente. É constrangedor. “Não há nada de grave, de anormal, na eleição da Venezuela. É um processo normal e tranquilo”, diz com pompa infantil ‒ esquecendo que, só até terça, já tivemos 11 mortos e quase 800 presos políticos, entre eles, lideranças da oposição. E sugere, singelamente, “apresentar a ata. Se (a oposição) tiver dúvida, entra com recurso e espera na Justiça andar o processo”. É uma piada. Só pode ser. Em palavras de José Nêumanne Pinto, “Lula apodrece junto com Maduro”.

José Paulo Cavalcanti Filho
jp@jpc.com.br FILHO
Membro da Academia Brasileira de Letras

Foto: Américo Rodrigo

Ainda sem definir o vice, mesmo estando na véspera da convenção, o candidato do PDT a prefeito de Caruaru, José Queiroz, praticamente já bateu o martelo em torno do nome. Deve ser mesmo o empresário Douglas Cintra, ex-senador, filiado ao PSB. Soube, há pouco , que o anúncio do seu nome somente será feito amanhã no início da convenção.

O governo de Santa Catarina decidiu demitir o profissional que vinha atuando na coordenação da comunicação digital da gestão nos últimos meses. A exoneração de Samuel Moro Jacques foi publicada no Diário Oficial estadual da última quinta-feira. A decisão ocorre depois de um vídeo em que o governador Jorginho Mello (PL) aparece com a mão esquerda abaixo da cintura da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ser compartilhado pela conta oficial no Instagram do próprio titular do Executivo.

O registro é do último sábado, quando Michelle esteve em Santa Catarina para participar de diferentes convenções partidárias. A imagem que repercutiu nas redes foi gravada no evento que oficializou à candidatura à reeleição de Topázio Neto (PSD), atual prefeito de Florianópolis. A chapa terá como vice Maryanne Mattos (PL), correligionária de Michelle e Jorginho.

A dupla esteve, inclusive, entre os principais destaques da convenção. Em dado momento, caminharam abraçados lado a lado, diante do público presente, como mostram vídeos publicados nos stories do Instagram pelo PL de Santa Catarina. Uma das imagens, porém, na qual ambos aparecem de costas, traz o momento em que, ao tirar o braço da cintura de Michelle, Jorginho parece tocar indevidamente a ex-primeira-dama.

Pouco depois, a despeito da cena controversa, a conta oficial do próprio governador compartilhou a gravação. Foi o bastante para que o conteúdo viralizasse e virasse piada nas redes sociais, com perfis críticos ao governador relatando uma suposta “mão boba” intencional por parte de Jorginho.

Fontes do governo apontam que Samuel Jacques era o responsável direto por administrar os perfis de Jorginho nas redes. Ele estava lotado na Secretaria estadual de Comunicação, com salário bruto mais recente, referente a junho, de R$ 13,7 mil.

O profissional estava atuando junto ao governador há cerca de cinco meses. No perfil do Instagram, onde soma pouco menos de 13 mil seguidores, ele se apresenta como “especialista em marketing político digital” e promete ensinar “a vencer eleições com as redes”. Procurado para comentar a demissão, Samuel Jacques não retornou o contato. O governo de Santa Catarina também não se manifestou.

Com informações do Jornal O Globo.

Neste domingo (4), o prefeito de Belo Jardim, Gilvandro Estrela, terá a sua candidatura à reeleição confirmada durante convenção. O evento, que será realizado na quadra do Colégio Diocesano, também homologará José Lopes (União Brasil) na vice.

Este encontro promete ser uma demonstração de força e união, reunindo não apenas lideranças locais, mas também figuras de destaque na política estadual e nacional. Entre os convidados estará presente o deputado federal Mendonça Filho, além da senadora Teresa Leitão.

O deputado estadual Luciano Duque (SD) publicou um vídeo nas redes sociais alegando ter sido impedido de entrar na Estação Cidadania, espaço público em Serra Talhada voltado para a prática de esportes.

“Serra Talhada voltou ao tempo dos coronéis e do exacerbado abuso de poder. Hoje, no exercício do meu mandato, fui visitar um equipamento público municipal, a Estação Cidadania, construída durante a minha gestão, e fui absurdamente impedido. Ordens autoritárias dos que se acham donos do nosso município, são lançadas de forma orquestrada para tentar nos causar constrangimento, mas não conseguirão”, declarou Duque no vídeo. O parlamentar afirmou, ainda, que acionará os meios legais cabíveis para evitar episódios semelhantes. Assista:

O desembargador do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), Rodrigo Cahu Beltrão, determinou que a convenção organizada pelo União Brasil, para o pré-candidato a prefeito de Surubim, Cléber Chaparral, providencie o bloqueio visual do evento para que não haja extrapolação do que é estabelecido pela Justiça Eleitoral.

Ele deu a liminar acatando uma reclamação do PSB, através do jurídico da pré-candidata Véia de Aprígio, que alega que a convenção de Chaparral seria, na verdade, um showmício, o que é vedado pela Justiça. Com equipamentos de ponta e com palco erguido em local aberto, o pré-candidato do União Brasil chegou a afirmar ao blog que o local onde será realizado o evento, na verdade, é “murado”.

Após as alegações do PSB, o desembargador determinou que Chaparral providencie o fechamento/bloqueio visual da convenção para que não haja extrapolação visual do evento a não convencionais e que cessasse qualquer ato que possa configurar carreata antes ou após a homologação do então pré-candidato.

“Comunique-se, com urgência, a autoridade para ciência e cumprimento dessa decisão com comunicação às partes, bem como para que preste esclarecimentos na forma da lei”, determina Rodrigo Cahú.

Confira a determinação

Leia também:

Chaparral na contraofensiva

Chaparral diz que foi surpreendido com notificação da Justiça após ação do PSB em Surubim

A vice-presidente nacional do SOLIDARIEDADE, Marília Arraes, anunciou seu apoio à candidatura de Júnior Matuto (PSB) para a Prefeitura de Paulista. O ex-prefeito do município teve sua candidatura oficializada hoje em convenção que reuniu PSB, União Brasil, Avante, Democracia Cristã, PMB, Agir e Republicanos.

Marília destacou a importância estratégica de Paulista na Região Metropolitana do Recife (RMR) e a formação de uma frente ampla para eleger Júnior Matuto. “Paulista é o quarto município mais populoso do estado e ocupa uma posição estratégica na Região Metropolitana Norte. Paulista avançando, avançam também Abreu e Lima, Igarassu, Itapissuma, Itamaracá, Araçoiaba, Goiana e muitas outras cidades. Estamos aqui para somar forças e temos certeza de que estamos no caminho certo, com unidade e responsabilidade com Paulista e com Pernambuco”, afirmou.

Júnior Matuto agradeceu o apoio recebido. “Dediquei a maior parte de minha vida a esta cidade. Aqui é o meu lar e é pela nossa gente que eu sempre lutei. É muito gratificante receber o apoio de Marília Arraes, que se une a um conjunto de forças que sabe como fazer para a nossa cidade seguir no caminho da justiça social e do desenvolvimento”, declarou.

Por Larissa Rodrigues

Repórter do blog

O candidato a prefeito do Recife pelo PSD, Daniel Coelho, abriu seu discurso na convenção, realizada neste sábado (3), no Clube das Pás, batendo forte no prefeito do Recife, João Campos (PSB).

Daniel disse que João usou da conveniência de ter uma mulher como vice nas últimas eleições municipais. Mas, este ano, colocou o “amiguinho de prédio” como vice.

“Na outra eleição, ele teve uma disputa difícil e botou uma mulher como vice. Veja o que é usar a força da mulher e o que é respeitar a liderança feminina. Na hora que ele (João Campos) pensa – porque pensa -, ganhar ele não vai, que depois da eleição ele vai renunciar, ele vai e bota um amiguinho de prédio para manipular. Mas na hora de liderar, ele é incapaz de representar um projeto liderado por mulheres. E eu, com muito orgulho, sou liderado por Raquel e por Priscila”, disparou Daniel Coelho.

Reviravolta na sucessão municipal em Araripina, a 640 km do Recife: adversários históricos, o candidato do PDT a prefeito do município, Evilásio Mateus, e a deputada estadual Roberta Arraes, do PP, se uniram para enfrentar a candidata do prefeito Raimundo Pimentel, Camila Modesto (Podemos). Pelo acordo, Roberta retirou sua candidatura à prefeita em apoio a Evilásio e este apoiará sua reeleição em 2026 para a Assembleia Legislativa.