A líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, pediu que a população se reunisse nesta terça-feira em assembleias em todo o país entre 12h e 13h, no horário de Brasília.
Não ficou claro se a convocação de Machado foi para manifestações ou protestos políticos.
A líder da oposição fez uma coletiva de imprensa ontem e mencionou os protestos que aconteciam no país de forma espontânea, contra a proclamação do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, como vitorioso das eleições presidenciais no país.
“Queremos convocar todos os venezuelanos que foram votar pelo o mundo e que querem que a Venezuela seja livre a nos encontrarmos, vamos amanhã em família, nos reunir em assembleias populares em todas as cidades da Venezuela”, disse Machado.
Ela acrescentou: “Vamos nos encontrar entre as 11h e as 12h da manhã (no horário local), em uma hora precisa para nos retirarmos ordenadamente das nossas casas depois de termos mostrado ao mundo e aos outros a força e a maioria que somos. Amanhã nos encontramos em família porque essa luta é pela nossa família, para uma Venezuela que sentimos orgulhosos e que o presidente é Edmundo González.”
Depois, no X, ela afirmou “nos reuniremos organizados, como uma família, demonstrando que temos que garantir que cada voto conte, defendendo a verdade”.
O presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, também convocou a população para uma grande marcha nesta terça-feira em Caracas e em todo o país, “para celebrar a vitória (de Maduro) e defender a paz”.
Em declarações à imprensa, o Rodríguez informou que a mobilização na capital terá início por volta das 15h no horário de Brasília e partirá de vários pontos, incluindo Petare, Catia, La Vega e El Valle.
Pessoas foram às ruas ontem contra a proclamação de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela para um novo mandato, um dia após as eleições presidenciais no país.
O grupo de oposição que se uniu contra a candidatura do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que houve fraude no pleito em que ele foi reeleito para um terceiro mandato.
A líder da oposição, María Corina Machado, afirmou que “já tem como provar a verdade”, destacando que Edmundo González é, na verdade, o presidente eleito do país.
Segundo Machado, a oposição tem acesso a 73,2% das atas eleitorais, que comprovariam a vitória de González.
O chanceler da Venezuela, Yván Gil, publicou um comunicado no qual determina que os governos de Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai devem retirar seus representantes diplomáticos do território de seu país.
No texto, Gil afirma que esses governos estão subordinados aos Estados Unidos e realizaram ações e declarações de ingerência em assuntos internos de Caracas.
Na mesma nota, a chancelaria venezuelana afirma que o regime do ditador Nicolás Maduro vai retirar todos os seus diplomatas das respectivas missões em que atuam nesses países.
“A República Bolivariana da Venezuela expressa seu mais firme repúdio diante das ações de ingerência e declarações de um grupo de governos de direita, subordinados a Washington e comprometidos abertamente com os mais sórdidos postulados ideológicos do fascismo internacional, tratando de reeditar o fracassado e derrotado Grupo de Lima, que pretendem desconhecer os resultados eleitorais”, lê-se no comunicado. O Grupo de Lima foi formado por países que se uniram para pressionar o regime de Nicolás Maduro.
“O governo bolivariano enfrentará todas as ações que atentem contra o clima de paz e a convivência que exigiram tantos esforços do povo venezuelano, razão pela qual somos contrários a todos os pronunciamentos de ingerência e de assédio com os quais, de forma reiterada, tentam desconhecer a vontade do povo venezuelano.”
Os países citados por Gil são críticos a Maduro e questionaram os resultados oficiais divulgados pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral). Javier Milei, presidente da Argentina, chamou Maduro de ditador e afirmou que a oposição teve uma vitória acachapante. Já Luis Lacalle Pou, líder do Uruguai, afirmou que o processo eleitoral venezuelano é alvo de manipulação.
Parte desses governos articulou ainda uma reunião na OEA (Organização dos Estados Americanos), convocada para esta quarta-feira (31), para discutir o pleito na Venezuela, que eles descrevem como um motivo de profunda preocupação.
A articulação na OEA, liderada pelo Equador, visa a uma declaração conjunta dos governos de Paraguai, Argentina, Costa Rica, Guatemala, Panamá, Peru, República Dominicana e Uruguai. Numa mensagem publicada nas redes sociais, esses governos afirmaram estar profundamente preocupados e exigiram a revisão completa dos resultados na Venezuela com a presença de observadores eleitorais independentes.
Mais tarde, o regime de Maduro anunciou uma suspensão de todos os voos com a República Dominicana e o Panamá a partir da próxima quarta-feira (31), citando “o uso da aviação civil para fins não compatíveis com os princípios da segurança” e “ações intervencionistas de governos de direita comprometidos com o fascismo internacional”.
Na madrugada desta segunda, o CNE —controlado pelo chavismo— anunciou que o ditador Nicolás Maduro havia vencido as eleições de domingo. A divulgação foi rapidamente contestada pela oposição e por um grupo de líderes regionais.
Horas depois, Maduro foi proclamado presidente eleito para um terceiro mandato pelo CNE. “É irreversível”, disse o líder do regime em Caracas.
O governo Lula (PT), que tem laços históricos com o chavismo, defendeu que o CNE divulgue as informações das mesas de votação. Em uma nota, o Itamaraty não parabenizou Maduro e pediu a publicação de “dados desagregados por mesa de votação”.
Ainda de acordo com o Itamaraty, tal medida representaria um “passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”. No mesmo comunicado, a pasta saudou o “caráter pacífico da jornada eleitoral” e disse acompanhar com atenção o processo de apuração.
“[O governo] reafirma ainda o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados”, diz.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer pela manutenção da prisão do ex-deputado federal Roberto Jefferson.
Jefferson foi preso em outubro de 2022, às vésperas do segundo turno das eleições, após oferecer resistência armada ao cumprimento do mandado de prisão decretado pelo ministro Alexandre de Moraes. O mandado foi expedido depois que o ex-parlamentar publicou um vídeo na internet no qual ofendeu a ministra Cármen Lúcia com palavras de baixo calão.
Durante o cumprimento do mandado em sua casa, no município de Comendador Levy Gasparian (RJ), Jefferson deu tiros de fuzil e lançou granadas contra os policiais federais que foram ao local. Em função do episódio, ele foi indiciado pela Polícia Federal por quatro tentativas de homicídio.
Para a PGR, Jefferson deve continuar preso, mas uma junta médica oficial deverá apontar as condições de saúde do ex-parlamentar.
De acordo a defesa, Roberto Jefferson tem problemas de saúde que impossibilitam a manutenção da prisão. Entre as doenças citadas pela defesa está a colangite, uma inflamação no fígado.
“A manifestação é pela manutenção da prisão preventiva, com a submissão do investigado à junta médica oficial para que aponte, de forma discriminada, quais tratamentos são estritamente necessários à saúde de Roberto Jefferson Monteiro Francisco, bem como eventual contraindicação ao tratamento das enfermidades em ambiência prisional e/ou hospitalar”, diz a procuradoria.
O pedido de soltura será analisado por Alexandre de Moraes, relator do caso. Não há prazo para decisão.
O jornalista Marcelo Tognozzi é um grande amigo de Brasília. Ele me pediu e escrevi a contracapa do mais recente livro dele “Ninguém segura este monstro”, coletânea de artigos postados no site Poder360 e reproduzidos no meu blog.
Ele vem lançar aqui no Recife. A noite de autógrafos será na próxima quinta-feira, 1, às 18 h, na livraria Jaqueira, do Paço Alfândega, numa iniciativa conjunta da Folha de Pernambuco com este blog.
Espalhe este convite! Vamos lá prestigiar este talentoso jornalista e dileto amigo!
A Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores reconheceu, em nota divulgada na noite de ontem, a reeleição do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Os resultados divulgados pelo órgão oficial informam que Maduro foi reeleito com 51,2% dos votos, contra 44% do opositor Edmundo González. A oposição, no entanto, afirma que González venceu com 70%.
A posição do PT diverge do silêncio adotado por Lula e do tom de cautela adotado pelo governo até o momento.
O Brasil ainda não reconheceu os resultados – e cobra maior transparência nos dados eleitorais.
“Importante que o presidente Nicolas Maduro, agora reeleito, continue o diálogo com a oposição, no sentido de superar os graves problemas da Venezuela, em grande medida causados por sanções ilegais”, diz a nota do PT, comandado pela deputada Gleisi Hoffmann (PR).
Os resultados da eleição, divulgados na noite de domingo (28), ainda são contestados pela oposição – e vistos com desconfiança pela maior parte da comunidade internacional, incluindo o governo brasileiro.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fundador e principal nome do PT, ainda não comentou o tema publicamente. Em nota, o governo brasileiro saudou a ocorrência das eleições, mas cobrou maior transparência nos dados – e não reconheceu explicitamente o resultado.
Os recados na nota do PT
Ao longo da nota da Executiva Nacional, o Partido dos Trabalhadores adota diversos termos que demonstram apoio ao governo de Nicolás Maduro e ao resultado eleitoral.
O texto (leia íntegra abaixo) diz, por exemplo, que o processo eleitoral foi uma “jornada pacífica, democrática e soberana”.
Afirma também ter “certeza” de que o Conselho Nacional Eleitoral – centro da polêmica em andamento, acusado de ocultar dados que deveriam ser públicos – “dará tratamento respeitoso para todos os recursos que receba”.
A nota do PT também critica, de forma indireta, a pressão da comunidade internacional para que os dados sejam divulgados com mais transparência antes de um reconhecimento dos resultados.
Ao citar os “graves problemas” da Venezuela, diz que eles são “em grande medida causados por sanções ilegais”.
E que o PT seguirá “vigilante” para evitar “violência e ingerência externa” nos assuntos do continente.
Leia, abaixo, a íntegra da nota divulgada pelo PT:
Executiva Nacional do PT O PT saúda o povo venezuelano pelo processo eleitoral ocorrido no domingo, dia 28 de julho de 2024, em uma jornada pacífica, democrática e soberana.
Temos a certeza de que o Conselho Nacional Eleitoral, que apontou a vitória do presidente Nicolas Maduro, dará tratamento respeitoso para todos os recursos que receba, nos prazos e nos termos previstos na Constituição da República Bolivariana da Venezuela.
Importante que o presidente Nicolas Maduro, agora reeleito, continue o diálogo com a oposição, no sentido de superar os graves problemas da Venezuela, em grande medida causados por sanções ilegais.
O PT seguirá vigilante para contribuir, na medida de suas forças, para que os problemas da América Latina e Caribe sejam tratados pelos povos da nossa região, sem nenhum tipo de violência e ingerência externa.
Encerrado no último fim de semana, o Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) foi um retumbante sucesso. Os adversários do prefeito Sivaldo Albino (PSB), inclusive a governadora Raquel Lyra (PSDB), que sequer deu o ar da sua graça por lá, quebraram a cara quando apostaram que o evento, pela primeira vez municipalizado, seria um vexame em atrações e, principalmente, público.
O palco principal, armado na Praça Mestre Dominguinhos, virou um formigueiro humano, lotadíssimo todas as noites. Hotéis, pousadas e até os motéis da cidade nunca viram tanto fluxo turístico. Restaurantes e bares faturaram além da conta. Nas noites em que se apresentaram Pablo e Nattan, por uma questão de segurança, a praça teve que ser fechada bem antes, porque já não cabia mais ninguém.
O Parque Euclides Dourado, o Sesc e o Centro Cultural, por sua vez, atraíram um excelente público pelos bons shows que entraram na grade e apresentação de várias peças de teatro. Há imagens rolando pelas redes sociais que impressionam pelo volume de gente espalhada em torno dos polos instalados pela Prefeitura ao longo dos três finais de semana seguidos.
Enquanto isso, o Festival Pernambuco meu País, que a oposição batizou de “Festival Racreche”, criado pela governadora para esvaziar o FIG, de mais de 30 anos de tradição, atraiu públicos minguados, principalmente na sua abertura em Taquaritinga do Norte, na mesma data, aliás, que Garanhuns dava o start da sua primeira experiência municipalizada.
Não precisa ir muito longe para comprovar isso. Os vídeos do próprio Governo do Estado comprovam que a modalidade “Racreche” foi um tremendo fracasso. E, diga-se de passagem, não atrapalhou em absolutamente nada Garanhuns. Muito pelo contrário, quem esteve na Suíça pernambucana é testemunha do esplendoroso sucesso, mesmo sem o Governo do Estado se envolver, contribuindo com apenas R$ 3 milhões, quando o custo da festa foi de R$ 18 milhões.
O deboche da secretária – “O FIG foi o maior e melhor em 34 anos e 32 edições”, avalia o jornalista Roberto Almeida. Para ele, Sivaldo foi altivo, planejou, investiu recursos do município e teve em Sandra Albino e toda equipe da Prefeitura colaboradores fabulosos, que se agigantaram. “Não se trata aqui de traçar loas e bajular gestores e sim de encarar os fatos, baseado nos números, na realidade”, acrescenta Almeida. Segundo ele, quando foram anunciadas as boas atrações da Praça Mestre Dominguinhos, faltando 100 dias para o FIG, a presidente da Fundarpe, Renata Borba, chegou a debochar pelas redes sociais: “Perdão, mas isso não é Festival de Inverno”. “Perdão, senhora presidente, mas a Secretaria de Cultura de Garanhuns ensinou como se faz um festival de verdade”, ironizou o jornalista.
O mico da Fundarpe – Já em Gravatá, terceira etapa do “Festival Racreche”, no último fim de semana, o show de Raça Negra foi interrompido por diversas vezes em razão de problemas técnicos não vistos antes pela equipe da Fundarpe. Visivelmente contrariado, Luiz Carlos, vocalista do grupo, deu esporro no ar. Mas o que poderia ser apenas um problema técnico, acabou traduzido como resultado da incompetência, do improviso e até da complacência da Fundarpe.
O adeus da Vera Cruz – O Grande Recife Consórcio de Transporte informou, ontem, que a Empresa Vera Cruz deixará de operar as linhas do sistema de transporte público. Segundo o consórcio, em 23 de julho, a empresa protocolou um ofício no Grande Recife, comunicando a desistência definitiva e encerramento das atividades operacionais, “em caráter irrevogável e irretratável”. Ao todo, a Vera Cruz deveria operar com 171 veículos, efetivamente. Para haver o menor impacto possível aos passageiros, a transição para outros operadores será feita por etapas: a primeira começa no dia 3 de agosto. O processo será finalizado até a primeira quinzena de setembro.
Substituição em 45 dias – Segundo o Diretor-Presidente do CTM, Matheus Feitas, o consórcio está trabalhando para executar a desmobilização da operação da Vera Cruz. Assim, vai permitir que outras empresas do Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife – STPP/RMR, possam assumir a operação sem que o usuário seja prejudicado e continue sendo atendido. “Espera-se que, entre 30 e 45 dias, a redistribuição da operação da empresa seja transferida para outras empresas e a operação da Vera Cruz seja encerrada.”, destacou.
Dossiê para Bolsonaro – Já chegou ao conhecimento do ex-presidente Jair Bolsonaro as imagens da convenção do PL em Jaboatão, no último sábado, que homologou a candidatura do prefeito Mano Menezes à reeleição. Em nenhum lugar, segundo um bolsonarista, havia sequer um retrato do ex-presidente, isso em se tratando da terra do presidente estadual da legenda, Anderson Ferreira, que já governou o município. Na verdade, Mano quer fazer uma campanha sem associar sua imagem a Bolsonaro.
CURTAS
DRAMA – Por falar em Bolsonaro, o ex-ministro Gilson Machado, pré-candidato a prefeito do Recife, vive um drama pessoal: aos 84 anos, sua mãe sofreu um AVC e se encontra na UTI de um hospital no Recife. Isso o afastará por alguns dias da pré-campanha e até das suas atividades empresariais.
SEM OBRAS – Em entrevista, ontem, à Rádio Folha, o deputado federal Dema Oliveira (Avante), mesmo estando agora na condição de aliado da prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado (PT), apoiada pela governadora, disse desconhecer uma só obra no município com o dinheiro azul e branco do Estado.
FALA NORTE-NORDESTE – A Associação das Emissoras de Rádio e TV de Pernambuco, sob o comando do radialista Nill Júnior, já deu o start do “Fala Norte-Nordeste”, maior evento voltado para o segmento da indústria da mídia e entretenimento na Região. Acontece no Recife em novembro com a temática “Capital Humano X Inteligência Artificial”. Serão três dias de debate com a presença de representantes de grandes empresas nacionais.
Perguntar não ofende: Por que a governadora não quis prestigiar o Festival de Inverno de Garanhuns?