Zema inclui aumento de 300% para si mesmo em plano de recuperação fiscal de Minas

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), incluiu no Plano de Recuperação Fiscal do Estado uma exceção às regras do regime, para garantir um aumento salarial de 300% para si mesmo, para o vice-governador e para os secretários de Estado. A movimentação antecedeu a pressão mais recente de Zema para que a Assembleia Legislativa vote a adesão do estado ao regime de recuperação fiscal, sob resistência de deputados estaduais da oposição e até de sua base. A pauta é considerada impopular pelos parlamentares, já que prevê congelamento de salários de servidores.

O reajuste de 300%, sancionado por Zema no ano passado, levou os vencimentos mensais do governador de R$ 10,5 mil para R$ 37,5 mil. O aumento foi judicializado por uma confederação de servidores, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou analisar a ação, em dezembro, por entender que o caso não cabia à Corte. À época, Zema argumentou que o reajuste do próprio salário era necessário para corrigir o teto remuneratório da administração estadual, permitindo que outras categorias também fossem beneficiadas.

Em julho de 2022, o Tesouro Nacional habilitou o governo de Minas a negociar sua adesão ao Regime de Recuperação Fiscal. O regime busca equacionar a dívida do estado com a União, mediante uma série de regras. Durante sua vigência, o estado fica proibido de reajustar salários acima da inflação, além de prever privatizações na tentativa de dar alívio às contas.

Ao longo de sua gestão, Zema obteve liminares para postergar o pagamento integral da dívida, alegando o risco de impacto severo nas contas públicas e que a Assembleia Legislativa vinha se recusando a votar a recuperação fiscal.

Em outubro do ano passado, meses depois de autorizar o aumento salarial de 300%, Zema enviou ao Tesouro Nacional uma nova versão de seu plano de recuperação fiscal, prevendo uma exceção para o reajuste de seus próprios vencimentos. Segundo a secretaria estadual de Fazenda de Minas, tratou-se de uma orientação do Conselho de Supervisão do Regime de Recuperação Fiscal (CSRRF), órgão que conta com representantes do estado e da União.

“Por orientação do próprio Conselho de Supervisão, o reajuste indicado foi devidamente ressalvado no Plano de Recuperação revisado. Dessa forma, não coloca em risco a permanência nem a homologação da adesão ao RRF (Regime de Recuperação Fiscal)”, diz a nota.

O Ministério da Fazenda disse que o plano enviado pelo governo de Minas no ano passado ainda está sob análise do Tesouro Nacional, devido a alguns ajustes solicitados pelo governo federal. Mesmo sem que a adesão formal tenha ocorrido, o estado vem usufruindo de benefícios associados ao regime, como a suspensão de pagamento da dívida.

Embora os reajustes salariais acima da inflação violem as regras, a pasta observou que a lei federal, de 2017, que regula o regime de recuperação fiscal permite exceções, desde que exista “elevação de receita ou de queda de despesa nos mesmos valores do ato violador”.

“O ente atualmente recebe benefícios como se estivesse no RRF por meio de liminar do Supremo Tribunal Federal. Eventuais violações ocorridas após data adesão serão analisadas pelo CSRRF quando chegar o pleito de homologação do PRF (Plano de Recuperação Fiscal)”, afirmou o ministério em nota.

O reajuste salarial de Zema à margem das regras do regime de recuperação fiscal ampliou o desgaste do governador na Assembleia Legislativa. Deputados da base e da oposição consideraram que a tentativa do governo Zema de votar o projeto do regime, na semana passada, expôs os parlamentares a desgaste em ano eleitoral.

Do Jornal O Globo.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que a defesa da democracia é melhor do que qualquer cargo, durante pronunciamento na noite passada. Ele também afirmou que está fazendo uma “passagem de bastão” para as novas gerações como forma de unir o país.

Este é o primeiro pronunciamento de Biden após ele desistir da candidatura à reeleição. No domingo, ele publicou uma carta nas redes sociais afirmando que estava abandonando a disputa para apoiar a candidatura de Kamala Harris.

Durante o pronunciamento, o presidente afirmou que estará focado em terminar o mandato e na defesa dos direitos civis dos norte-americanos.

“Recebo forças e encontro alegria em trabalhar para o povo americano. Mas esta tarefa sagrada de aperfeiçoar a nossa União não é sobre mim. É sobre vocês. Suas famílias. Seus futuros. É sobre nós, o povo”, disse. “Eu reverencio este cargo, mas amo mais o meu país”, declarou.

Em seguida, Biden prometeu combater o ódio e o extremismo e disse que não há espaço para a violência na América.

Em uma referência às eleições, o democrata disse que o poder e a história estão nas mãos do povo americano. Ele fez um agradecimento a Kamala Harris, mas não pediu votos.

“Em apenas alguns meses, o povo americano escolherá o rumo do futuro da América. Eu fiz minha escolha. E gostaria de agradecer a nossa grande vice-presidente, Kamala Harris. Ela é experiente, durona, capaz. Ela tem sido uma parceira incrível para mim e líder do nosso país.”

Ao longo do discurso, o presidente fez promessas relacionadas à economia, defendeu uma reforma na Suprema Corte e elencou feitos da gestão dele.

O pronunciamento de Biden foi feito diretamente do Salão Oval e durou pouco mais de 10 minutos.

Com informações do G1.

Após as críticas sem provas do ditador Nicolás Maduro ao sistema brasileiro de votação, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que não vai mais enviar dois servidores para acompanhar as eleições na Venezuela.

“Em face de falsas declarações contra as urnas eletrônicas brasileiras, que, ao contrário do que afirmado por autoridades venezuelanas, são auditáveis e seguras, o Tribunal Superior Eleitoral não enviará técnicos para atender convite feito pela Comissão Nacional Eleitoral daquele país para acompanhar o pleito do próximo domingo”, informou a assessoria do tribunal.

“A Justiça Eleitoral brasileira não admite que, interna ou externamente, por declarações ou atos desrespeitosos à lisura do processo eleitoral brasileiro, se desqualifiquem com mentiras a seriedade e a integridade das eleições e das urnas eletrônicas no Brasil”, acrescentou o tribunal.

O tribunal reiterou que as urnas”são auditáveis e auditadas permanentemente”, “seguras” e frisou que “nunca se conseguiu demonstrar qualquer equívoco ou instabilidade em seu funcionamento”.

As declarações de Maduro irritaram integrantes do Palácio do Planalto e assessores diplomáticos do governo Lula. Maduro afirmou que as eleições no Brasil são inauditáveis, ecoando um discurso adotado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.

Com informações do Jornal O Globo.

Na ida à Folha, terça-feira passada, para integrar a equipe de executivos que recepcionou o comandante do Exército no Nordeste, General Ribeiro, um dos momentos mais emocionantes foi acompanhar a impressão do jornal no parque gráfico ao lado do presidente do Grupo EQM, Eduardo Monteiro, e da colunista Roberta Jungmann.

Diferente do JC e de centenas de jornais tradicionais no País, como o JB, a Folha ainda mantém a edição impressa para atender a um segmento que resiste à era eletrônica inaugurada no País com o mundo revolucionário trazido aos olhos da nova geração pela internet.

A impressora da Folha pertenceu ao jornal Bahia Hoje, de Salvador, adquirida na fundação do periódico pernambucano em 3 de abril de 1998, decisão ousada e arrojada de Eduardo com a intenção, felizmente concretizada, de acabar com o mito de que não havia espaço para uma terceira via em veículos impressos no Estado.

Eduardo não apenas materializou o projeto em tempo recorde, como transformou a Folha de Pernambuco num case no País, fenômeno de vendas, sucesso editorial numa vertente mais popular que ao passar dos tempos também conquistou os públicos mais exigentes nos segmentos A e B da sociedade.

Sou orgulhoso de ter visto o florescer do jornal há 26 anos e dado alguns pitacos na sua linha editorial. Já havia trabalhado com Eduardo no Diário de Pernambuco e outra etapa no Jornal de Brasília. Embora egresso do mundo financeiro, do Banco Mercantil, e do agronegócio, Eduardo se envolveu de corpo e alma, mais rápido do que imaginava, com o jornalismo, que é uma grande paixão, para ele avassaladora.

Ganhou alma de repórter, a visão de um Samuel Wainer, o idealismo de um Roberto Marinho. Com o tempo, senhor da razão, aprendeu que, sem jornalismo, não há revolução, na sociedade e na própria vida dele. Compreendeu, mais do que isso, com a sabedoria que Deus lhe deu, que jornalismo é tirar a venda dos olhos de quem não conhece a verdade.

Como Gabriel Garcia Marquez, Eduardo vive hoje a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, um ardor nunca existente em sua vida. E vive consciente de que jornalismo é escrever a história.

PL abre mão de quatro capitais

O PL, do ex-presidente Bolsonaro, que já antecipou a guerra eleitoral de 2026 para as eleições municipais, tentando eleger o maior número possível de prefeitos, desistiu de candidaturas próprias em quatro capitais, evitando estar do lado oposto aos afilhados políticos dos governadores aliados. Com isso, a sigla apoiará candidatos a seis prefeituras de capitais dos 13 estados em que os mandatários endossaram Bolsonaro no segundo turno.

Os candidatos apoiados pelo ex-presidente estão nos estados onde governam Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ratinho Junior (PSD-PR), Cláudio Castro (PL-RJ), Gladson Cameli (PP-AC), Jorginho Mello (PL-SC) e Eduardo Riedel (PSDB-MS). Das seis capitais – São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro, Rio Branco, Florianópolis e Campo Grande –, Bolsonaro e o PL desistiram de lançar nomes próprios em quatro delas, mantendo apoio aos pré-candidatos apadrinhados pelos governadores.

Em São Paulo, o nome do deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) chegou a ser colocado na mesa pelo PL, mas a pré-candidatura não foi lançada e Bolsonaro fechou apoio com o prefeito Ricardo Nunes (MDB), apoiado por Tarcísio – mesmo demonstrando que preferia o ex-ministro do Meio Ambiente de seu governo.

Em Campo Grande, capital do Mato Grosso, o deputado Marcos Pollon (PL), líder do movimento Proarmas, que tinha a intenção de se lançar candidato, foi protelado pelo partido, que agora apoia o nome do deputado federal Beto Pereira (PSDB) – que fez críticas a Bolsonaro durante a pandemia e apoiou a então candidata Simone Tebet nas eleições presidenciais de 2022.

Sites locais dizem que o deputado chegou a apagar as postagens enquanto buscava apoio do PL. A costura entre os dois partidos para apoiar o candidato do governador Riedel desagradou aos bolsonaristas. O PL já mudou de apoio na capital seis vezes antes de apoiar Pereira, a sétima mudança. Uma delas foi o apoio à prefeita Adriane Lopes (PP), que conta com o endosso da senadora Teresa Cristina (PP-MS), mas que não se concretizou.

Cenário indefinido – Em Curitiba, o cenário continua indefinido, mas é esperado que um nome do PL seja indicado para formar chapa como vice-prefeito. O candidato apoiado pelo governador Ratinho, atual vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD), chegou a dizer em entrevistas que deseja o apoio do ex-presidente para sua campanha eleitoral. O que complica a aliança é um histórico de embates entre o atual prefeito Rafael Greca (PSD) e bolsonaristas.

Quadro de Floripa – Em Florianópolis, não houve resistência no acordo feito com o prefeito Topázio Neto (PSD), que tem o apoio do governador Jorginho Mello, do PL. O partido indicou a vereadora Maryanne Mattos (PL), líder do partido na Câmara Municipal, como vice da chapa. Outro cotado antes dele, o vereador Gabrielzinho Meurer (PL), faleceu em 1º de julho, vítima de pneumonia, antes de ter a articulação pelo seu nome concluída. Em janeiro, o deputado estadual Bruno Souza deixou o Novo e se filiou ao PL, com intenção de lançar a candidatura para prefeito, mas a negociação não vingou.

Norte e Centro Oeste – Já em outras três capitais, o cenário deve ser de candidatos filiados ao Partido Liberal em palanques opostos aos governadores que apoiaram Bolsonaro nas últimas eleições presidenciais. Goiânia (GO), Manaus (AM) e Cuiabá (MT) já têm nomes do partido de Valdemar Costa Neto para a disputa de outubro, contra candidatos dos governadores que apoiaram Bolsonaro.

Os de Bolsonaro, os de Lula – Quatro pré-candidatos que recebem o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na disputa pelo comando das capitais lideram as intenções de voto conforme levantamentos mais recentes dos principais institutos de pesquisa do País: Aracaju (SE), Belém (PA), Curitiba (PR) e Salvador (BA). Já os concorrentes que recebem o apoio de Lula lideram nas intenções de voto em Porto Alegre, Recife e Rio de Janeiro. Somadas, as cidades onde os postulantes apoiados pelo petista são favoritos possuem sete milhões de eleitores. As que os apadrinhados de Bolsonaro estão na frente, totalizam 4,9 milhões.

Bolsonarista lidera em Fortaleza – Em Fortaleza, Campo Grande e Belo Horizonte, os pré-candidatos do ex-presidente Bolsonaro estão à frente dos apoiados pelo petista, mas ambos não lideram as intenções de voto. Na capital cearense, o preferido é Capitão Wagner (União), na “Cidade Morena” é Rose Modesto (União Brasil) e em BH o líder é Mauro Tramonte (Republicanos). Em Vitória (ES), nem o pré-candidato apoiado por Lula, o deputado estadual João Coser (PT), nem o afilhado de Bolsonaro, o também deputado estadual Capitão Assunção (PL), lideram na pesquisa mais recente.

CURTAS

CONTEXTO – Por estar relacionada ao contexto local, o voto na eleição municipal é permeado por fatores que escapam à polarização entre Lula e Bolsonaro. Ainda assim, em cada capital estadual, a preferência do eleitorado é diferente e pode distinguir o potencial de votos dos pré-candidatos avalizados ou pelo petista ou pelo ex-presidente.

REDUTOS – No segundo turno da eleição presidencial de 2022, por exemplo, a capital mais bolsonarista do País foi Boa Vista (RR), onde 78% do eleitorado optou pela reeleição do então presidente. Por outro lado, a capital com o maior porcentual de votos a Lula naquela ocasião foi Salvador, onde 71% dos votos válidos foram direcionados ao petista.

ARACAJU – A vereadora e ex-defensora pública Emília Corrêa, pré-candidata apoiada por Bolsonaro, lidera a disputa pela Prefeitura de Aracaju (SE). O nome do PL aparece com 26% das intenções de voto, em uma liderança isolada para o pleito. Já a petista Candisse Carvalho (PT) tem apenas 1% das intenções de voto, de acordo com a pesquisa do Real Time Big Data, encomendada pela Record.

Perguntar não ofende: Quem terá mais influência nas eleições nas capitais: Lula ou Bolsonaro?