Atleta do Pajeú convocado para seleção brasileira de handebol 

O Sertão do Pajeú, região abençoada pela poesia do repente, de onde parti no último pau de arara, não é celeiro apenas de glosadores. Exporta também talentos nos esportes. 

A boa nova vem de Afogados da Ingazeira e do handebol: o jovem Rafael Pires, de apenas 17 anos, recebeu uma excelente notícia: a convocação para a Seleção Brasileira de Handebol Juvenil. O talentoso garoto atua no Clube Português, no Recife, segundo revela o blog do Finfa. O atleta tem DNA dos Pires que povoam as terras entre Afogados e Tabira, neto de Raimundinho Pires, de Tabira, e sobrinho de Ubaldo Pires, comerciante em Afogados. Os pais são Adalvina e Dudu Pires.

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

Dedico este artigo ao meu colega o gênio Charles Darwin, que não macetava a involução social neste reino de Pindorama

MONTANHAS DA JAQUEIRA – O Governo federal está ruminando a ideia de desencarceramento para presidiários que cometeram delitos de menor gravidade. Esta é uma questão da máxima complexidade, mas seja dito que a ideia central é positiva. As estatísticas são desencontradas. Os números falam em mais de 800 mil ou mais de 900 mil. Falar em ressocialização é devaneio ou hipocrisia.

O sistema penitenciário brasileiro está em apocalipse desde os primórdios. Chamem Ivete do Galo! Chamem Baby Consuelo! Impossível macetar as superlotações, a besta fera das facções criminosas, as condições degradantes.

Desencarcerar é macetar. Macetar é anistiar. Anistiadas, as grandes lobas do apocalipse do Petrolão estão macetando as multas bilionárias das colaborações premiadas. Os que cometeram pequenos delitos poderiam ser desencarcerados. Quem quebrou uma vidraça num protesto chamado de antidemocrático, estes nunca jamais serão anistiados, nem mortos, segundo a ordem em vigor.

Mas, sem ilusão de ótica. A sociedade já incorporou a cultura de encarcerar os pés-rapados. É mais fácil um camelô passar pelo fundo de uma agulha que o Governo e o Congresso Nacional aprovarem um projeto para tirar da cadeia 100 mil ou 200 mil presos, mesmo os que tenham cometidos pequenos delitos e sem indicativos de maior periculosidade. Eles servem como escudos humanos para a impunidade dos bandoleiros de posses”. O guru da seita vermelha citou a lorota do cara que rouba um celular para tomar uma cervejinha da Ambev. E não se fala mais nisso.

Ao visitar esta Terra de Vera Cruz, a terra da verdadeira Cruz, em 1832, o naturalista inglês Charles Darwin ficou encantado com a exuberância de nossa fauna e nossa flora tropical e ficou horrorizado com os macetes da involução social. “Não importa o tamanho das acusações que possam existir contra um homem de posses, é seguro que, em pouco tempo, ele estará livre. Todos aqui podem ser subornados”. Está escrito. Quem falou foi o pai da teoria da evolução das espécies, modéstia à parte. Desde então a indústria da impunidade modernizou-se e evoluiu para pior.

As infâmias cometidas pelos bandoleiros de posses eram ou continuam a ser macetadas.

Os vereadores do município de Maçaranduba dos Grudes reclamam que estão ganhando uma ninharia. O macete é dobrar os vencimentos. Há sempre um mutretorum em forma de lei para legalizar a comilança. O povaréu paga a conta.  As castas dos poderes republicanos são sócias dos cofres públicos e a sociedade trabalha para elas.

A anistia política de 1979 aconteceu quando o governo autoritário se exauriu. Os tímidos sussurros que falam hoje em anistia aos opositores do regime são abafados pela hegemonia do sistema.

Os regimes de ultraesquerda – na Venezuela, Cuba, Coreia do Norte e Nicarágua – estão falidos em todas as latitudes planetárias, e mesmo assim os ditadores continuam macetando o apocalipse vermelho.

*Periodista, escritor e quase poeta

Por Magno Martins – exclusivo para a Folha de Pernambuco 

O agora senador Sérgio Moro, eleito pelo União Brasil do Paraná, e que está correndo risco de ter o seu mandato cassado, ainda divide opiniões em relação à sua atuação como juiz da operação Lava a Jato. Dez anos após o início da Lava Jato, a atuação do ex-juiz e atual senador na condução da investigação ainda divide a opinião pública.

Segundo pesquisa do Genial/Quaest, divulgada ontem pelo jornal O Globo, 44% julgam inadequado o comportamento de Moro na Lava Jato, embora metade dos brasileiros considere que a operação trouxe mais benefícios do que malefícios ao País. A aprovação dele está em 40%.

Com a margem de erro estimada em 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos, as duas categorias de avaliação empatam tecnicamente. Os demais dos entrevistados (3%) “nem aprovam, nem desaprovam” a atuação de Moro. Outros 12% não souberam ou preferiram não responder. A pesquisa Genial/Quaest ouviu presencialmente 2 mil brasileiros, a partir de 16 anos, em 120 municípios, entre os dias 25 e 27 de fevereiro. A pesquisa tem nível de confiança de 95%.

Após deixar a magistratura, o ex-juiz assistiu às anulações de suas decisões pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que o declarou parcial para julgar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A controvérsia em torno de seus atos se intensificou com a divulgação de mensagens trocadas com outras autoridades envolvidas nas investigações, na ação que ficou conhecida como “Vaza-Jato”.

 A análise da pesquisa revela que as percepções sobre Moro acompanham a divisão política do País. Seu maior índice de desaprovação foi entre eleitores do PT no segundo turno das eleições de 2022 (63%) e residentes do Nordeste (57%), região historicamente ligada ao partido.

No entanto, entre os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), a aprovação do trabalho de Moro é de 65%. Esse apoio pode estar relacionado à sua reaproximação com Bolsonaro, após deixar o Ministério da Justiça em 2020, quando acusou o então presidente de interferir nas atividades da Polícia Federal.

Quem muito fala, pouco faz!

Miguel Arraes e Joaquim Francisco, já na eternidade, ao lado de Jarbas Vasconcelos, em tratamento de saúde, tinham algo em comum: a sisudez. Eram carrancudos por natureza. Mas também tinham uma compreensão acima da média sobre governança na passagem pelo Palácio do Campo das Princesas. Falavam pouco, apenas o necessário, na medida certa, na hora e momentos adequados.

Fui secretário de Imprensa de um deles, Joaquim, e tive uma relação de altos e baixos, entre tapas e beijos, com Arraes e Jarbas. Mas fiquei com a compreensão de que ninguém entendia mais de liturgia do poder do que eles. Não viviam se expondo em falas desnecessárias, julgavam como assertiva mais correta e lógica só se comunicar com as massas para anunciar importantes atos de gestão ou na entrega de obras.

Arrancar uma entrevista com Arraes, Joaquim ou Jarbas não era fácil. Joaquim me disse uma pérola que nunca esqueci: “não se pode banalizar o poder”. Numa certa ocasião, Arraes me chamou para um almoço em Brasília apenas porque queria dar uma dura resposta a Roberto Freire, que o havia acusado de corpo mole na campanha que perdeu para prefeito do Recife. Um gesto de rara exceção dele, diga-se de passagem.

Como governador ou prefeito do Recife, Jarbas passava por Brasília discretamente com muita frequência, mas só rompia o silêncio quando tinha algo de resultado concreto. Com a chegada de Raquel Lyra (PSDB) para despachar no Palácio das Princesas, se instalou uma nova era: a da banalização da comunicação infrutífera, da que leva o nada a lugar nenhum. Das palavras soltas como folhas secas, que o vento leva.

Pelas redes sociais, onde vive mergulhada o dia inteiro que Deus dar, a tucana fala de tudo: de secos e molhados e até de suas guloseimas preferidas, como tapioca. Comete micos, como entrevistas com políticos em Brasília, como fez num ato com a presença de Lula.

“Quem muito fala pouco sabe, quem muito sabe, se cala”, dizia a minha avó. Se a governadora tivesse a capacidade de assimilar tamanha lição de sabedoria, talvez encontrasse o caminho mais curto para aprumar a sua desastrosa gestão. Segundo o Atlas Intel, é a pior governadora do País.

Se abrisse os olhos e tivesse discernimento, facilmente chegaria à conclusão de que a população tem ouvidos, sim, mas para ouvir o que vai interferir na sua vida, seja uma decisão boa ou ruim. Quem fala pouco tem a capacidade de dizer tudo, enquanto quem fala muito não diz nada. Quem muito fala, pouco faz. Quem votou na atual chefe das Princesas apostando na mudança, mote da sua propaganda de governo, quer mais atitudes, menos promessas.

É assim a vida, o vai e vem das coisas.

Lições de Jânio – Se a governadora tivesse pelo menos umas tiradas boas, como as que foram imortalizadas pelo ex-presidente Jânio Quadros, era mais fácil tolerar. Certa vez, perguntando se eleito iria colocar os pronomes nos seus devidos lugares, Jânio reagiu: “Os pronomes não aguardam a minha eleição para que se coloquem nos seus lugares. Estão sempre neles. A boemia dos verbos é que mutila a boa ordem das frases. Há que lhes perdoar. Não se desgrudam da ideia de movimento”. Genial ainda foi quando disseram que bebia muito: “Bebo porque é líquido, Se sólido fosse, come-lo-ia”.

Surubim se agita – A primeira pesquisa sobre a sucessão da prefeita Ana Célia (PSB) em Surubim, postada ontem, neste blog, com o deputado Cléber Chaparral (UB) abrindo uma frente de 20 pontos sobre o segundo colocado, a socialista Véia de Aprígio, deu o que falar na capital da vaquejada. Até porque, Chaparral ainda não se decidiu se será candidato ou se lança Murilo Barbosa como postulante do seu grupo.

Conselhão arranhado – O Palácio do Planalto se pronunciou sobre José Garcia Netto, integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o “Conselhão” de Lula. Em nota, disse que o Conselhão não tem função de gerir recursos. O empresário é alvo de investigação da Polícia Federal (PF) por supostas fraudes contra o sistema financeiro. Diretor-presidente da Caruana, José Garcia Netto é nominalmente citado nas investigações da PF e pode ser enquadrado em três crimes. O mais grave é “gerir fraudulentamente instituição financeira”, cuja pena é de 3 a 12 anos de reclusão, mais multa.

Rastro das enchentes – Dos 5.570 municípios brasileiros, 5.199 registraram algum tipo de desastre climático entre 2013 e 2022. Do total de registros, há um recorte de ocorrências com moradias afetadas. Segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), o número de moradias danificadas ou destruídas por enchentes ultrapassa dois milhões e totaliza um prejuízo na ordem de R$ 26 bilhões, impactando 78% dos municípios do País (4.334) e deslocando mais de 4,2 milhões de pessoas que perderam suas casas ou tiveram que abandoná-las.

Bolsonaro preso – O ex-governador do Ceará e ex-candidato à presidência Ciro Gomes (PDT) disse, ontem, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve ser preso e que espera que ele tenha o devido processo legal “como qualquer bandido”. As declarações foram feitas em entrevista à CNN Brasil. Bolsonaro, ex-ministros e aliados nas Forças Armadas são investigados por suposto planejamento de um golpe de Estado, no âmbito da operação Tempus Veritatis. Ciro Gomes declarou que, além da prisão, espera que o ex-chefe do Executivo tenha seus direitos legais garantidos.

CURTAS

TRAPALHÃO E MOLEQUE – Toda vez que abre a boca, o presidente nacional do PDT, ministro Carlos Lupi (Previdência), joga labaredas para queimar seus aliados em Pernambuco – o ex-prefeito de Caruaru, José Queiroz, e seu filho Wolney, presidente estadual da legenda. A última foi fogo ardente: disse que o partido vai apoiar Túlio Gadelha a prefeito e não à reeleição de João Campos, no Recife.

PSB COM QUEIROZ – À propósito, João Campos irá a Caruaru na próxima sexta-feira para anunciar, em ato público do PDT, apoio do PSB à candidatura de José Queiroz a prefeito. Em reciprocidade, diga-se de passagem, ao alinhamento da legenda com o seu projeto de reeleição na capital.

NOVA ALIANÇA – O senador Humberto Costa e o deputado Dudu da Fonte agendaram uma nova conversa em Brasília esta semana para dar prosseguimento a uma possível aliança do PP com o PT nas eleições do Recife. As tratativas já teriam o sinal verde do presidente Lula.

Perguntar não ofende: Bolsonaro será preso, como sugere Ciro Gomes?