Por Juliana Albuquerque – repórter do Blog
Com 53 homicídios em 72 horas, Pernambuco teve o fim de semana mais violento do ano, até o momento. Foram 32 assassinatos no interior e 21 na Região Metropolitana, sendo 5 duplos homicídios em 24h, de acordo com levantamento realizado pelo Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco.
A escala da violência, mesmo diante da implantação do ‘Juntos pela Segurança’, em novembro passado, reflete a falta de eficácia do plano, que foi apresentado com a promessa do governo Raquel Lyra (PSDB) de reduzir a violência no Estado. Contudo, de janeiro até agora, foram 412 assassinatos em Pernambuco.
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Em nota, o Sinpol reitera que o avanço da violência em Pernambuco está diretamente relacionado à falta de investimento na Polícia Civil por parte do Governo Estadual que, mesmo diante de vários alertas feitos pelo Sindicato ao Executivo Estadual, insiste em ignorar os fatos.
“O crime organizado está avançando, assassinando e ganhando território. Estamos alertando o governo há meses sobre a urgente necessidade de ampliar o número de vagas oferecidas no concurso da PCPE. Temos um déficit de mais 6 mil policiais e o governo oferece 445 vagas no certame”, afirma o presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros.
De acordo com ele, o déficit deve ficar ainda maior em breve, haja vista que a Polícia Civil tem, atualmente, mais de 1.400 policiais com tempo de serviço para se aposentarem.
Diante do exposto, o Sinpol irá requerer tanto a ampliação de vagas do atual concurso quanto um novo certame de maneira urgente ainda este ano para preenchimento de todos os cargos vagos na Polícia Civil. A estimativa do Sindicato é que o número mínimo para suprir a vacância de cargos na PCPE seria de, pelo menos, 2.700 novos policiais.
“Não temos efetivo, não somos valorizados pelo Governo, não temos sequer condições mínimas de trabalho. A delegacia de Surubim tem ordem de despejo por falta de pagamento do aluguel. Policiais Civis continuam fazendo cotinhas para comprar água para beber e até mesmo material limpeza. Delegacias são improvisadas em casas comuns. Não existe padronização das unidades policiais. Enquanto isso, o crime organizado avança, assassinando até mesmo crianças e bebês. A governadora Raquel Lyra precisa dialogar e investir na Polícia Civil, que é a polícia de inteligência”, cobra Cisneiros.
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