Sudene e Univasf lançam iniciativas para fortalecer a bioeconomia do Nordeste

Estimular ações sustentáveis que unam desenvolvimento econômico, preservação dos biomas presentes no Nordeste e inovação é um dos principais objetivos dos projetos “Rede Impacta Bioeconomia” e “Fruitech”, iniciativas que serão apresentadas pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e pela Universidade do Vale do São Francisco (Univasf) na próxima segunda (19), em Petrolina. O evento tem início às 9h no cineteatro da Univasf e contará com a presença do superintendente da Sudene, Danilo Cabral, e do reitor Telio Nobre Leite.

A “Rede Impacta Bioeconomia” parte do olhar para a biodiversidade como ativo estratégico para o desenvolvimento regional. A partir da identificação de bioativos e bioinsumos que possam ser extraídos de forma sustentável do território, a rede irá produzir desde suplementos alimentares até medicamentos, gerando renda, industrialização, desenvolvimento socioeconômico e proteção ambiental.

O Fruitech, por sua vez, apoiará a cadeia produtiva da fruticultura através da implementação do programa “Trilha de Inovação”. A medida consiste na implantação de uma infraestrutura de cooperação, difusão e transferência de tecnologias com base em agricultura inteligente, incluindo desafios de negócios, mentorias e maratonas para desenvolvimento de soluções de TI com base nas demandas do setor.

Serviço

O quê? Lançamento da Rede Impacta Bioeconomia e do Fruitech

Quando? 19/02/2024, às 9h

Onde? Cine Teatro da Univasf (Av. José de Sá Maniçoba, S/N, Centro, Petrolina – PE)

O sonho dos moradores da zona rural de São Lourenço da Mata em ter a estrada que liga o distrito de Lages até o distrito de Matriz da Luz pavimentada parece que está longe de se tornar realidade, pelo menos é o que mostra a atual situação da PE-020, que continua intransitável, principalmente em dias de chuva.

Segundo Fábio Santana, morador de Matriz da Luz, uma placa sinalizando o início das obras chegou a ser colocada na estrada – ainda na gestão de Paulo Câmara. Mas, como não poderia ser diferente, tudo ficou só na promessa. “Essa estrada é um sonho porque, inclusive, a Mobi (empresa de ônibus) tem a intenção de colocar uma linha de ônibus lá, só que não tem condições no momento por conta das más condições da estrada”, explica o morador.

Fábio afirma que a única empresa que roda na região é a Borborema, com a linha Camaragibe/Chã de Alegria. No entanto, ele detalha que – por conta das chuvas que atingiram o Grande Recife nos últimos dias, a estrada ficou intransitável, dificultando ainda mais a vida dos moradores da zona rural de São Lourenço que, sem alternativa, precisam andar quilômetros para conseguir pegar um ônibus e chegar no destino desejado. “Sempre que chega o inverno, não tem condição de passar nenhum carro”, destaca Santana.

Em janeiro do ano passado, o prefeito Vinícius Labanca (PSB) havia anunciado o início da terraplanagem, pavimentação, drenagem e sinalização da PE-020. No entanto, parece que as coisas mudaram com o início da gestão de Raquel Lyra. Lembrando que a execução da obra é de total responsabilidade do Governo do Estado.

Em outubro do ano passado, o deputado estadual Eriberto Filho chegou a cobrar da governadora a construção da estrada. Na época, o socialista alegou que a estrada “levará desenvolvimento, além de facilitar o acesso da população a serviços de saúde e educação”.

O blog pediu um posicionamento do Governo de Pernambuco sobre a situação da PE-020 e aguarda a resposta.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse neste domingo (18) que a comparação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a guerra entre Israel e Hamas e o nazismo é “vergonhosa”. Netanyahu afirmou ainda que vai convocar o embaixador brasileiro no país para uma “dura conversa de repreensão” na segunda-feira (19).

Lula comparou nesta manhã a operação militar de Israel na Faixa de Gaza com o extermínio de judeus realizado por Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, declarou o presidente brasileiro a jornalistas em Adis Abeba, na Etiópia, onde esteve para participar da cúpula da União Africana. As informações são do Poder360.

Segundo o primeiro-ministro israelense, Lula “cruzou uma linha vermelha”. O líder político afirmou que Israel vai continuar lutando pela sua existência e a “garantia do seu futuro”.

“As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves. Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender”, disse Netanyahu.

O primeiro-ministro israelense e o ministro das Relações Exteriores do país, Israel Katz, decidiram em conjunto convocar o embaixador brasileiro Frederico Meyer para prestar esclarecimentos depois das falas de Lula.

O Poder360 procurou o Ministério das Relações Exteriores do Brasil e solicitou um posicionamento sobre as declarações de Benjamin Netanyahu, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. 

Conib se manifesta

A Conib (Confederação Israelita do Brasil) também criticou Lula neste domingo (18). Disse que o governo brasileiro “vem adotando uma postura extrema e desequilibrada” em relação à guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas.

Segundo a entidade, a posição reflete um abandono da “tradição de equilíbrio e busca de diálogo da política externa brasileira”. A Conib disse que “os nazistas exterminaram 6 milhões de judeus indefesos na Europa somente por serem judeus”. Por outro lado, “Israel está se defendendo de um grupo terrorista que invadiu o país, matou mais de 1.000 pessoas, promoveu estupros em massa” e “queimou pessoas vivas”.

A entidade conclui a nota pedindo “moderação aos dirigentes para que a trágica violência” no Oriente Médio não atinja o Brasil.

A viagem ao túnel do tempo hoje vem do baú do ex-senador Hugo Napoleão, do Piauí. Na condição de governador do Estado, em 1985, Napoleão discursa num evento na cidade de Jaicós, que teve como grande atração o Rei do Baião. Luiz Gonzaga cantou e tocou sanfona para delírio dos presentes. Se você tem uma foto histórica no seu baú de recordações, envie agora pelo 81.982224888.

Da Folha de S. Paulo

Com o apoio do presidente Lula e do PT, Boulos quer replicar a lógica que elegeu o petista em 2022: a criação de uma aliança de partidos e personalidades unidos pelo objetivo de evitar a ameaça à democracia imposta por Jair Bolsonaro (PL). Até o MDB de Nunes integrou o movimento no segundo turno, com o apoio de Simone Tebet (MDB) ao líder petista.

A tática da esquerda se ancora no apoio declarado de Bolsonaro a Nunes e foi resumida por Lula no último dia 23, quando o petista declarou que em São Paulo haveria uma “confrontação direta entre o ex-presidente e o atual presidente, é entre eu e a figura”. Para os petistas, a reeleição de Lula em 2026 seria impulsionada pela vitória na capital paulista.

Em reação à frente ampla de Boulos contra o bolsonarismo, os emedebistas pregam representar o que dizem ser a verdadeira frente ampla contra o que chamam de extrema esquerda e em defesa da cidade, já que eles têm a expectativa de reunir 12 partidos na coligação de Nunes.

São siglas da centro-esquerda à direita, incluindo algumas da base do governo Lula: MDB, PL, PP, Republicanos, União Brasil, PSD, PSDB, Cidadania, Solidariedade, Podemos, Avante e PRD (fusão do PTB e do Patriota).

Boulos por sua vez tem uma coligação de centro-esquerda, com PSOL-Rede, PDT e PT-PV-PC do B.

Na cidade de São Paulo, Lula venceu Bolsonaro por 53,54% a 46,46% e, por isso, a pré-campanha de Boulos vê vantagem na repetição desse embate em outubro, apostando no domínio do eleitorado progressista e na alta rejeição ao ex-presidente na capital.

Por essa mesma razão, Nunes busca o contrário –descolar o pleito municipal da polarização nacional e colocar a gestão no centro do debate.

O desafio do emedebista é atrair o voto dos bolsonaristas anti-Boulos sem se tornar um representante da extrema direita, principalmente depois do desgaste de Bolsonaro como alvo da operação da PF que investiga uma tentativa de golpe.

Aliados do prefeito têm dito que Bolsonaro não é o dono da candidatura, e sim mais um apoiador entre outros, como o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o ex-ministro Aldo Rebelo (que pediu licença do PDT) e o deputado Paulinho da Força (Solidariedade).

Nunes afirma que nem Lula nem Bolsonaro serão prefeito, evitando que o embate seja feito entre os padrinhos em vez dos candidatos. “Aqui em São Paulo não é ringue, aqui a preocupação é cuidar da cidade”, reagiu ao petista.

“Trazer a eleição municipal para uma discussão nacional é covarde, irresponsável e falta de amor pela cidade”, disse o prefeito a jornalistas, acrescentando que é desonesto replicar a polarização e colocar questões “ideológica e partidária acima dos interesses da cidade”.

Nas palavras de um articulador que apoia Boulos, o candidato que conseguir incorporar o espírito de união do centro democrático deve levar a melhor nas urnas, assim como ocorreu com a campanha de Bruno Covas (PSDB) em 2020 –com a diferença de que o tucano não se ligou a Bolsonaro nem a Lula.

O discurso de frente ampla se evidenciou na pré-campanha de Boulos com a adesão da ex-prefeita Marta Suplicy, que era secretária municipal de Nunes há um mês, mas migrou para o PT para ser vice na chapa do psolista a pedido de Lula.

Marta era, para o prefeito, um símbolo de que seu arco de apoiadores ia da esquerda a Bolsonaro. Defensora da estratégia de frente ampla, conceito que aplicou à candidatura de Covas que apoiou em 2020 e à de Lula que apoiou em 2022, Marta buscou transferir para Boulos, e não mais para Nunes, esse ativo da amplitude.

No almoço em que selou a chapa com Boulos, a ex-prefeita resgatou um manifesto por uma frente ampla que divulgou pela primeira vez em 2019. Em seu evento de refiliação, que reuniu Lula e Boulos, os discursos foram marcados pelo antagonismo com Bolsonaro.

Em reação, aliados de Nunes como Tarcísio, Fabio Wajngarten e Baleia Rossi, presidente do MDB, passaram a usar com frequência o termo “frente ampla” —que, segundo o dirigente, seria “sinônimo de MDB, partido de centro que nasceu como frente contra a ditadura”.

Aldo, que tem trajetória comunista, por sua vez, sucedeu Marta na Secretaria de Relações Internacionais da prefeitura e passou também a substituí-la como símbolo da frente ampla de Nunes.

Neste sábado (17), para se defender das acusações de golpismo, Bolsonaro compartilhou vídeo de Aldo e uma mensagem: “Até o ex-ministro da Dilma sabe que não teve golpe”.

Emedebistas pregam que, com Marta, Boulos só somou a esquerda com ela mesma, já que a ex-prefeita manteve a identidade com o PT —”estou de volta ao partido que nunca saiu de mim”, declarou ela.

Boulos, em seu canal no YouTube, respondeu à tese de que a frente ampla seria a de Nunes, com mais partidos. “Frente ampla não se constrói pelo número de partidos. Frente ampla se constrói por uma agregação da sociedade no sentido de valores democráticos”, disse ele, pregando derrotar o bolsonarismo.

Além da aliança com Marta, outros fatores reforçaram a estratégia de nacionalização de Boulos, como a operação da Polícia Federal que mirou Bolsonaro e deu munição para que o psolista ligasse Nunes ao golpismo.

Nesta sexta (16), o prefeito afirmou que deve comparecer à manifestação de apoio a Bolsonaro, marcada para o dia 25.

Como mostrou a Folha, Bolsonaro, que assumiu seu apoio a Nunes mais claramente em janeiro, subiu o tom contra Boulos, o que também serve ao propósito da campanha da esquerda de trazê-lo para o jogo como alvo.

Auxiliares de Nunes dizem que as suspeitas contra Bolsonaro não necessariamente vão colar no emedebista e que o eleitor, no pleito municipal, avalia as melhorias na cidade. Eles afirmam acreditar que, nesse quesito, o prefeito tem uma série de vitrines para apresentar.

Para eles, a reprodução da polarização nacional por Lula e Boulos é descrita como uma tentativa desesperada e a única tática que restou ao psolista, que não tem experiência em gestão pública para credenciá-lo.

O argumento de estrategistas de Nunes é o de que os partidos da base de Lula que integram a coligação do prefeito, a começar pelo MDB, e o apoio de parte do sindicalismo desmontam a tese de que a disputa seja entre lulismo e bolsonarismo.

Nos bastidores, porém, esses interlocutores esperam contar com a cooperação de Bolsonaro para que ele não responda às provocações de Lula e Boulos e evite protagonizar a disputa paulistana. O ex-presidente, no entanto, indicou um coronel da PM bolsonarista para a vice de Nunes, o que realça a ligação do prefeito e da extrema direita.

A primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, participou ontem da cerimônia de entrega de doações do governo brasileiro para a Acnur, a agência da ONU (Organização das Nações Unidas) para refugiados, na Etiópia. Ela integra a comitiva que acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo país.

As doações foram feitas através da ABC (Agência Brasileira da Cooperação), por iniciativa de Janja. Os itens serão destinados a campos de refugiados na região de Gambela, que acolhe mais de 385 mil pessoas. As informações são do Poder360.

Segundo o governo, foram entregues:

  • 65 purificadores de água portáteis, cada um com capacidade para purificar 5.600 litros de água por dia;
  • 10 toneladas de alimentos nutritivos desidratados;
  • 4 toneladas de arroz;
  • 4 toneladas de leite em pó produzidos e doados pelo MST (Movimento dos Trabalhadores sem Terra).

O combate à fome é uma das pautas centrais do governo Lula. O presidente busca formar uma aliança global para combater a fome e a pobreza. A iniciativa começou a ser trabalhada quando o Brasil assumiu a chefia do G20, grupo que reúne as maiores economias do planeta.

A construção da aliança tem uma importante etapa com a visita de Lula a Adis Abeba. A capital da Etiópia é a sede da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da UA (União Africana). Ao discursar na cerimônia de abertura, no sábado (17), o chefe do Executivo disse ser “inadmissível que um mundo capaz de gerar riquezas da ordem de US$ 100 trilhões de dólares por ano conviva com a fome de mais de 735 milhões de pessoas”.

Conforme o governo, as doações entregues ontem refletem o apoio de Janja a ações e iniciativas em temas como a segurança alimentar e nutricional.

Na sexta-feira (16), Janja visitou o Centro de Alimentação Yetesda Birhan, na Etiópia. Ela estava acompanhada da primeira-dama do país, Zinash Tayachew, e da prefeita de Adis Abeba, Adanech Abebe. O centro existe há 4 anos e alimenta cerca de 37.000 pessoas por dia.

Por Fernando Castilho*

O hoje ministro dos Porto e Aeroportos, Silvio Costa Filho, era vereador de primeiro mandato no Recife quando a GOL comprou o que restava da Varig. Ela virou uma grande empresa aérea, começando a ocupar o lugar da Varig, a tradicional empresa brasileira do setor, ficando com seus slots nos aeroportos, seu programa de milhagem, Smiles e um mercado a ocupar com o diferencial de ser uma empresa de baixo custo (Low Cost).

Naqueles anos, além de aviões novos, a GOL vendia suas passagens pela internet, revolucionando o setor porque podia oferecer bilhetes mais baratos – fiado – num Brasil que estava dando certo no primeiro governo Lula que, naturalmente, capitalizou o fato de milhares de pessoas estarem voando pela primeira vez.

Pouca gente lembra, mas a GOL inovou ao programar voo de madrugada, aceitando que o freguês levasse uma bagagem quase sem limite, num tempo em que a questão do custo do QAV sequer estava posta nos debates sobre a rentabilidade das aéreas.

Vinte anos depois, o presidente Lula quer capturar a ideia de oferecer passagem aérea mais barata numa realidade completamente diferente, a começar pela própria condição da GOL. Como se sabe, ela pediu Recuperação Judicial nos Estados Unidos para tentar “ganhar pista” para sua dívida de R$ 20 bilhões, parte dela resultante das dificuldades de custos com o querosene de aviação que, segundo a associação do setor, é 32,5% mais caro que no país quem que a GOL pediu concordata.

Operar idéia genial

O problema de Silvio Costa Filho é que ele herdou uma dessas “ideias geniais” de gestor mal assessorado. Como a que teve Marcio França que – sem consultar ninguém – lançou um programa que prometia passagem aérea a R$ 200, sustentada na tese de aproveitamento dos assentos vazios das aeronaves.

Qualquer carregador de bagagem do Aeroporto Santa Magalhães, de Serra Talhada, onde o ministro teve exatos 73 votos, sabe que isso não tem como dar certo. Porque, ao contrário do que pensa França, avião lotado com passagem vendida a preço baixo dá prejuízo porque gasta mais combustível do que se decolasse vazio.

Só que o presidente Lula – que repreendeu Março França numa reunião ministerial quando ele era ministro dos Porto e Aeroporto – gostou da idéia e deu um “se vira” para Costa Filho resolver o problema e botar o povo para voar.

A questão central é que as empresas não querem, e não estão dispostas, a fazer o programa decolar. Porque estão numa situação dramática, apesar dos bons números de 2022 e 2023 em termos de venda de assentos exatamente pelos custos do querosene de aviação.

Em 2022, quando do retorno da pandemia elas compraram R$30 bilhões de QAV quando os preços dispararam. Ano passado, o valor caiu para próximo de R$24 bilhões, depois que a Petrobras baixou os preços. Mas há uma informação de que, juntas, as três grandes empresas têm uma dívida de R$6 bilhões na estatal que não põe isso explicitamente nos seus balanços.

Para completar, só agora as empresas estão se recuperando do “efeito 123milhas”, que quase desorganizou o setor ao vender (em reais e com até 50% de desconto), passagens pagas às companhias com as milhas que elas deram de graça nos seus programas de fidelidade.

O impacto financeiro da 123milhas ainda não está muito claro nos balanços das empresas. Mas sabe-se que foi sério porque, em milhares de voos, GOL, TAM e Azul tiveram que transportar um grande número de passageiros que, através da agência de viagens online, não pagaram um real pelos seus voos nas aéreas pagas como milhas.

Pobre no avião

A proposta do Voa Brasil é que 800 mil estudantes do ProUni e 20,8 milhões de aposentados do INSS que recebem até dois salários mínimos comprem suas passagens com, no mínimo, três meses pagando tarifas a partir de R$200, por trecho. Até agora, nem Costa Filho nem as empresas disseram o custo disso nos tanques de QAV das suas aeronaves. Mas ela vai ser lançada pelo presidente Lula dizendo que está colocando o pobre para voar de avião de novo.

Resta saber o que as empresas vão receber de apoio para seus problemas de caixa, seja do BNDES ou até mesmo da Petrobras, que, apesar de já avisar que não vai perder dinheiro com o programa, sabe que terá que não só baixar os preços, mas dar pista as aéreas, provavelmente alongando o período de pagamento das faturas atrasadas nos contratos de clientes.

*Colunista do Jornal do Commercio

Da Agência Brasil

A Federação Nacional dos Policiais Penais Federais (Fenappf) divulgou um comunicado no qual repudia acusações de corrupção de agentes da categoria e aponta que os dois presos que fugiram da penitenciária federal em Mossoró (RN) não tiveram apoio externo.

Sem citar nomes, o texto diz que o policial penal federal está sendo lembrado “somente no momento em que ocorreu uma falha” e que “está sendo acusado direta ou indiretamente de corrupção por algumas pessoas públicas e formadores de opinião de forma totalmente irresponsável”.

Assinada pelo presidente da Fenappf, Gentil Nei Espírito do Santo da Silva, a nota afirma ser muito cedo para se chegar a esse tipo de conclusão, pois “as investigações ainda estão em curso”.  

A federação diz esperar que tudo seja apurado e esclarecido. “Findadas as apurações, se tiver algum policial penal federal envolvido, cortaremos a própria carne sem qualquer corporativismo, pois o nosso maior orgulho sempre foram os números estatísticos de zero fuga, zero rebelião, zero celular”, continua o comunicado.

Para a categoria, a fuga não teve planejamento ou apoio externo, e os dois presos aproveitaram a chance que tiveram.

“Os foragidos não tiveram apoio externo, ou seja, não havia logística externa, eles não possuíam veículo para fuga, celulares, casa de apoio e nem rota de fuga, o que nos leva a acreditar que não houve planejamento prévio e sim uma oportunidade que foi aproveitada e obtiveram êxito”, diz o texto.

Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento foram os primeiros detentos a escapar de um presídio federal brasileiro, considerados de segurança máxima. O sistema foi criado em 2006. Eles fugiram na última quarta-feira (14). 

A busca pelos dois entrou neste domingo em seu quinto dia e mobiliza ao menos 300 agentes federais, além das forças de segurança estaduais.

Por Silvio Amorim*

Pesqueira é uma das cidades de Pernambuco, pólo da região e tem um bonito desenho urbanístico. Na minha época de criança, as famílias tinham por hábito colocar filhos em colégios internos no interior ou na cidade onde moravam, em semi-internato.

Tinha 12 anos quando fui para o Colégio Cristo Rei, dirigido pelo padre Lira, ao lado do Seminário São José, do qual era Reitor o Padre José Vanildo Cordeiro Leite, sendo ambas as instituições pertencentes à Diocese de Pesqueira.

Paisagem

Era um cenário bucólico, com direito a pontezinha e riacho. A cidade de então vivia uma efervescência econômica e cultural. Da varanda do dormitório de dez internos, no segundo andar, podia ver o movimento de caminhões subindo e descendo a ladeira dos Correios, carregados de tomate, goiaba, banana, abacaxi, entre outras frutas para serem industrializadas em várias fábricas do município. Fábrica Peixe, Fábrica Rosa, Fábrica Tigre e outras menores. Ao passar em frente à Fábrica Peixe, via montes de miolos de abacaxi para serem descartados, e que eu não passava sem consumir alguns, ali mesmo na calçada.

Nova Era

Eu fazia o “admissão” para o ginasial, em sala no Seminário com a memorável professora Odete Marinho Andrade, que ainda tinha uma coluna num jornal semanal, “Jornal Nova Era”. Lembro-me de como fiquei orgulhoso quando vi, pela primeira vez, meu nome impresso dando conta do meu aniversário.

Amigos

Lembro de amigos da época: Hamilton Didier, Jaime (que trabalhou no Bandepe), Paulo Meira, médico (que foi dragado brutalmente pela violência que vivemos), José Carlos Morcourt, Zélia (por quem eu era apaixonado), Eduardo Tigre (sempre andando a cavalo) e tantos outros

A banda

O Colégio tinha uma banda: “Estudantes em Hi-Fi do Colégio Cristo Rei”. Tocava em festas religiosas de rua, no Clube dos 50 e no Radicais. Eu tinha uma voz que fazia agudos sem desafinar e cantava os sucessos musicais “La Bamba”, do americano Ritchie Valens, e “Dateme um Martello”, cantada pela italiana Rita Pavone. Dessa forma, cantando na banda, rodava a cidade e os distritos.

Certa vez, indo com a banda cantar à noite na festa da padroeira do distrito de Cimbres, com o ônibus quebrado ao término da apresentação, voltamos a pé 15 km até Pesqueira.

Não foi dessa vez

De outra vez, a banda recebeu a visita de produtores de um programa de auditório para jovens da TV Jornal do Commercio, Canal 2. Em uma noite eles foram à “zona” ou “baixo meretrício” de Pesqueira e resolveram me levar. Lembro que era um lugar modesto, rua esburacada com poças de água, mas animado, em um salão com música, o pessoal bebendo e dançando. Não entendia bem o que se passava. No outro dia o Padre Lira descobriu. Imaginem uma confusão… Aí eu soube exatamente a que se propunha o lugar, mas já era tarde.

Paradiso

A Diocese tinha um cinema em frente ao Colégio Cristo Rei, onde eu não só tinha entrada franca, mas também ia para a cabine de projeção ajudar a rebobinar o rolo da película e ficar regulando a luz de projeção, uma espécie de palito de solda que emitia uma potente luz. Se o rolo da película travasse, o quadro da vez era queimado de imediato e assistido pela plateia. Vejo-me, na belíssima produção do filme Cinema Paradiso (1988), de Giuseppe Tornatore.

A mesma praça

A Praça Dom José Lopes, com sua Catedral de Santa Águeda, era o lugar preferido para o passeio e encontros nos finais de semana, e todos ficavam a circundá-la. É naquele cotidiano de cidade do interior onde os reais valores da vida prevalecem e afloram com vigor. Penso que havia muita felicidade nas pessoas que viviam em Pesqueira.

*Membro do IAHGP, advogado, foi Delegado do MEC em Pernambuco e assessor do senador Marco Maciel

Em vídeo postado nas redes sociais, o apresentador Ratinho falou sobre os dois criminosos que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Para ele, “teve gente que soltou” os bandidos. “Ninguém escapa daquela cadeia. Teve gente de dentro da cadeia que participou, senão, não escapa”.

Confira:

Entenda

Rogério da Silva Mendonça, 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 33, fugiram da penitenciária na última quarta-feira (14). Juntos, os criminosos acumulam mais de 80 processos judiciais no Tribunal de Justiça do Acre, o Estado de onde foram transferidos para o Rio Grande do Norte, no dia 27 de setembro do ano passado, e totalizam 155 anos em sentenças condenatórias, conforme informações do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC).

De acordo com o Ministério da Justiça, os fugitivos têm vínculos com o Comando Vermelho, uma facção associada a Fernandinho Beira-Mar, que também está detido na mesma unidade federal em Mossoró.

A penitenciária federal de Mossoró está passando por uma reforma, e a Secretaria Nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça (Senappen) suspeita que essas obras possam ter facilitado a fuga dos dois detentos.