Deputado João Leão impulsiona desenvolvimento da Bahia com emendas estratégicas

O Plano Plurianual (PPA) é uma lei que define as prioridades das ações que o Governo Federal planeja adotar nos próximos quatro anos para promover o desenvolvimento econômico e social do Brasil. Nesse contexto, o deputado federal pelo PP da Bahia João Leão propôs e teve aprovadas três emendas que fazem parte dessa lei. Elas priorizam a realização de obras de grande impacto, com um custo estimado inicial de R$ 2,5 bilhões, com o objetivo de impulsionar a economia da Bahia e aprimorar a qualidade de vida dos baianos.

As emendas incluídas no PPA criaram três áreas específicas no orçamento, possibilitando assim o direcionamento de recursos públicos para intervenções estratégicas na Bahia, como a construção da ponte Salvador-Itaparica, a duplicação da estrada que liga a ilha de Itaparica ao município de Nazaré (incluindo a ponte do Funil) e a duplicação do trecho rodoviário entre os municípios de Nazaré, Santo Antônio de Jesus e Castro Alves até o entroncamento da BR-242/116, serão 120 KM de duplicações. Essas obras integram um novo sistema viário que conectará de forma mais eficaz a capital baiana ao sul e oeste do estado, reduzindo distâncias e criando oportunidades de desenvolvimento econômico e social na Bahia.

Além disso, João Leão também propôs emendas que foram aprovadas e incluídas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Por meio da LDO, são estabelecidas as diretrizes para o planejamento da Lei Orçamentária Anual (LOA) e definidas as prioridades e metas para o ano de 2024.

As emendas incluídas na LDO priorizam, para o orçamento federal de 2024, além das intervenções viárias em Salvador e nas regiões sul e oeste da Bahia, ações específicas para a criação dos Batalhões Hidroviários. Esses batalhões, serão grupamentos do Exército Brasileiro, que terão a responsabilidade de realizar atividades para estruturar, manter e preservar os rios navegáveis do país, inspirados no modelo bem-sucedido adotado pelo governo dos Estados Unidos. Inicialmente, essas ações terão foco no trecho do Rio São Francisco na Bahia.

“O objetivo deste projeto é levar todo este trabalho de Bom Jesus da Lapa até Pirapora, Minas Gerais. Transformando o Rio São Francisco em um dos melhores eixos navegáveis do mundo. Vamos disputar com o Rio Amarelo na China e o Rio Mississipi, nos Estados Unidos. É a Bahia e o Brasil caminhando para frente”, enfatizou Leão.

João Leão alocou ainda aproximadamente R$ 40 milhões, por meio de emendas orçamentárias de sua autoria, em benefício de dezenas de municípios baianos na LOA de 2024. Estes recursos serão direcionados principalmente para áreas como saúde, educação, infraestrutura produtiva, segurança pública e assistência social, visando aprimorar os serviços de saúde, investir em educação técnica, melhorar a infraestrutura para escoamento da produção, modernizar equipamentos de segurança e ampliar o acesso aos serviços de defensoria pública.

Antes de partir para um período de férias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou, na manhã de hoje, alguns de seus auxiliares mais próximos ao Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, para, segundo apurou o Metrópoles, avaliar algumas medidas prioritárias para o ano de 2024 e alguns projetos que serão sancionados ainda em 2023. As informações são do Portal Metrópoles.

Às 9h, o petista recebeu o ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, o secretário especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Wellington César Lima, o secretário especial de Análise Governamental (SAG) da Casa Civil, Bruno Moretti, e o chefe do Gabinete-Adjunto de Gestão Interna (GAGI) do Gabinete Pessoal do Presidente da República, Valdomiro Luis de Sousa.

Lula iniciou o período de recesso de fim de ano nesta terça, acompanhado da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja. O casal viajou para a Restinga da Marambaia, no Rio de Janeiro, onde vai passar o Réveillon. Lula ficará recluso na ilha localizada no litoral fluminense, onde a Marinha tem uma base naval. A expectativa é que o petista retorne ao trabalho em Brasília em 3 de janeiro. Durante o período, ele pediu que os ministros não tirem férias.

Mas há exceções. Por meio de despachos, Lula autorizou as férias, até a primeira semana janeiro, dos ministros Esther Dweck, da Gestão e Inovação em Serviços Pública, Flávio Dino, da Justiça e da Segurança Pública; e André de Paula, da Pesca e da Agricultura.

Também em despacho, Lula autorizou o afastamento do ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, entre os dias 27 de dezembro a 8 de janeiro, para tratar de assuntos pessoais.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), figura central do 8 de janeiro por ter sido alvo da medida mais gravosa – o afastamento temporário determinado na intervenção federal – não irá ao evento que vai celebrar a democracia e tentar virar a página dos atos golpistas. Na data, ele estará de férias em Miami, nos Estados Unidos, segundo a assessoria. Ibaneis vai viajar de 28 de dezembro a 15 de janeiro.

O governador está no centro da história que os golpistas tentaram escrever e não conseguiram. A cúpula da Polícia Militar do DF, subordinada ao governo sob comando de Ibaneis, foi presa por omissão e até ajuda a golpistas. As informações são do blog da Camila Bomfim.

Por Juliana Albuquerque – repórter do Blog

Entre os assuntos que serão discutidos, na próxima quarta-feira (28), durante a última mesa de negociação do Governo do Estado com os servidores estaduais, que não tiveram um centavo de reajuste salarial neste ano, o Sindicato dos Profissionais em Educação (Sintepe) vai pressionar a Secretaria de Administração sobre o Fundef.

Como já noticiado, o último lote de pagamento referente à segunda parcela dos precatórios, que deveria ter sido pago na última sexta-feira (22), segue sem ser realizado até o momento. Diante disso, além de trazer esse tema para mesa de negociação, exigindo do Executivo Estadual uma data fixa para o pagamento do atrasado, o Sintepe vai cobrar do Governo a divulgação de uma data fixa do pagamento da terceira parcela, no próximo ano.

Em entrevista ao Blog, a presidente do Sintepe, Ivete Caetano, afirma que o Governo tem divulgado sucessivas datas e descumprido o que ele mesmo anuncia, o que é avaliado por ela como desorganização e descaso com os servidores da educação.

“O pagamento do precatório do Fundef é uma conquista de nossa luta, que chegou ao STF. O governo de Raquel Lyra só precisaria manter o cronograma de pagamentos daqueles que têm vínculo e dos que não têm vínculo e resolver as pendências dos herdeiros. É um absurdo que o Governo divulgue diversas datas para resolução dos problemas e na sequência não cumpra com o que diz. O Sintepe tem cobrado todos os dias e vamos cobrar mais uma vez nesta reunião que teremos com a SAD”, disse Ivete.

A dirigente Sindical também informou que manteve conversas com a Secretaria de Educação e recebeu uma nova informação de que o pagamento poderia ser hoje, mas estava dependendo “do sistema” funcionar.

Revista Nordeste

No primeiro ano de seu mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) efetuou trocas pontuais e ajustes em ministérios. Agora, ele se prepara para uma reforma ministerial mais abrangente no início de 2024. Este movimento surge como uma estratégia para o segundo ano de mandato, que coincide com as eleições municipais, um período que tende a reconfigurar o cenário político.

Durante o primeiro ano, Lula focou em avaliar o desempenho de cada ministro, prometendo substituir aqueles que não atendessem às expectativas. Em uma reunião recente, realizada no último dia 20, todos os 38 ministros apresentaram um balanço de 2023 e delinearam suas metas para 2024. Lula fez apenas uma troca de ministro nos primeiros seis meses, substituindo o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) em maio. Outras mudanças ocorreram ao longo do ano, incluindo substituições no Ministério do Turismo e outras pastas.

Por Juliana Albuquerque – repórter do Blog

Os médicos credenciados ao plano de saúde dos servidores da Prefeitura do Recife, o Saúde Recife, suspendem, a partir de hoje, a realização de exames eletivos prestados nas redes credenciadas. A decisão foi aprovada em Assembleia Geral, realizada na última terça, pela Comissão Estadual de Honorários Médicos de Pernambuco (CEHM/PE) do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe).

Não há previsão de até quando os profissionais vão manter a paralisação, mas, ao que tudo indica, só devem retomar o atendimento após o pagamento dos valores em atraso há 12 meses, assim como quando o valor dos honorários, sem reajuste há mais dez anos, for efetivado.

Em nota, o Simepe afirma que “seguirá firme na cobrança e na luta para que os honorários médicos desses profissionais sejam regularizados”. Procurada, a Prefeitura do Recife, até a publicação deste material, não respondeu ao questionamento enviado pelo Blog. O espaço segue aberto.

A Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), por meio da sua Unidade Regional do Sertão do Araripe, finaliza o ano de 2023 com diversas ações realizadas pelo seu Conselho Empresarial, na defesa de temas a favor da indústria e que contribuem para o desenvolvimento regional.

Ao longo deste ano, foram realizadas dez reuniões do Conselho Empresarial, quando foram pautados temas como as atualizações das leis ambientais, a viabilidade e os impactos econômicos e ambientais do uso do Gás Natural Liquefeito (GNL) nas indústrias, especialmente do polo gesseiro; e debatidos assuntos sobre a carga tributária e seus efeitos no consumo, bem como ocorreu a participação e o apoio à 8ª Exposição e Feira Internacional das Indústrias de Gesso (ExpoGesso), entre outros.

Em evento de encerramento das atividades do ano, realizado em Araripina, no último dia 12, presidente da FIEPE, Ricardo Essinger, destacou a importância do Sistema FIEPE para a indústria. “O Sistema FIEPE é indispensável para o desenvolvimento das indústrias e estamos aqui para comemorar os resultados deste ano e projetar o ano de 2024 ainda melhor e com muitas conquistas”, afirmou.

O diretor administrativo da FIEPE, Bruno Veloso, destacou o alcance das metas e dos objetivos de todas as casas que compõem o Sistema FIEPE e celebrou o trabalho coletivo em prol das indústrias.

Por Juliana Albuquerque – repórter do Blog

Quem esperou o último lote de pagamento da segunda parcela do precatório do Fundef, cujo cronograma divulgado pelo Governo do Estado datava para a última sexta-feira (22), quebrou a cara. E o pior: nenhum atendente sabe informar o que ocorreu. No e-mail criado para repassar as devidas informações, ninguém responde as mensagens enviadas. 

Em agosto, a Secretaria de Educação e Esportes informou que o pagamento da parcela, que corresponde a 30% do precatório do Fundo, seria dividido em seis lotes. O primeiro, começou a ser pago em 25 de agosto. Na época, assim como ocorre neste último, vários beneficiários não receberam. 

A situação é pior para herdeiros, que mesmo com os devidos alvarás, encontram dificuldades para receber o valor que têm direito. Há casos, inclusive, que quando há mais de um herdeiro do mesmo beneficiário, apenas uma parte recebe, deixando de fora o pagamento dos demais. 

No ano passado, quando teve início o pagamento do precatório do Fundef, destinado a uma dívida que a União tem com o Estado e beneficia os profissionais do magistério da educação básica (estatutários, temporários e celetistas) que atuaram na Rede Estadual de Ensino entre 1997 e 2006, o pagamento da primeira parcela ocorreu sem intercorrência. 

Com a mudança de Governo, no início do ano, mesmo com o cadastro de todos os beneficiários devidamente organizado, o Governo Raquel Lyra tem feito da vida dos que têm direito aos recursos um verdadeiro pesadelo com os constantes atrasos nos repasses. 

É que mesmo com a documentação correta, sempre alegam inconsistências como motivo para o pagamento não ocorrer. Não explicam, porém, quais são essas inconsistências e muito menos conseguem precisar quando pagará, mesmo diante da divulgação de um cronograma com os lotes de pagamento. 

Vale lembrar que desde junho o valor referente a segunda parcela do Fundef está na conta do Governo do Estado, portanto, salvo pela incompetência da gestão estadual, nada justificativa as arbitrariedades que têm ocorrido com esse repasse.

Dedico este artigo ao meu colega o maxi poeta Fernando Pessoa, por ter dito que todas as cartas de amor enviadas às nossas musas pela Internet são ridículas, não seriam cartas de amor se não fossem ridículas 

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – Todas as crônicas de Natal e Ano Novo são piegas, não seriam crônicas de Natal e Ano Novo se não fossem piegas, assim falou o poeta Fernando Pessoa aos seus discípulos. Aliás, se não falou poderia ter falado, pois ele já disse que todos os torpedos apaixonados enviados às enamoradas via WhatsApp, Facebook e Instagram são ridículos, não seriam torpedos de amor se não fossem ridículos.

O poeta era um fingidor, fingia tão completamente que fingia acreditar deveras na frase gloriosa dos antigos navegadores de que “navegar é preciso, viver não é preciso”. E tudo valia a pena, porque a alma dele não era pequena. A alma do poeta era do tamanho do mar, pois desde a era das navegações “ensinam essas Quinas que o mar com fim será grego ou romano, e o mar sem fim é português”.

O Natal e o Réveillon estão sendo revogados este ano na Faixa de Gaza, nas penitenciárias da Papuda e da Colmeia, na Palestina, na Cracolândia, na Ucrânia, nas fronteiras da Venezuela, na Guiana Essequibo, nas bocas de fumo do Complexo do Alemão, nas prisões da Nicarágua, no Cotel, na Ilha presídio de Cuba, nas filas de benefícios do INSS, na cidade submersa de Maceió, no Mar Vermelho.

O poeta conclama em linha reta: “Ó príncipes, meus irmãos!” “Toda gente que eu conheço e que fala comigo/ nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho/ nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na vida”.

Os príncipes decretam e revogam os Natais e Réveillons. São os príncipes dos palácios, das catedrais do poder e dos Diários Oficiais. Eles ditam as leis e os silêncios. E a gente da plebe ignara obedecemos às ordens de Vossas Mercês.

Se eu fosse um cronista piegas escreveria uma mensagem ridícula tipo assim “Natal, o velhote gorducho Noel ho-ho-ho … lero-lero”. Tô fora!

Minha mensagem é o poema “Sêmen celeste”, do poeta e filósofo romano Tito Lucrécio (99.aC – 55.aC):

“Nascemos todos do sêmen celeste; temos todos o mesmo pai/ de quem a terra/ a mãe que nos alimenta/ recebe límpidas gotas de chuva/ e produz o luminoso trigo/ e as árvores viçosas/ e a raça humana/ e as estirpes das feras/ oferecendo os alimentos com os quais todos nutrem os corpos/ para levar uma vida doce/ e gerar a prole”.

PLANETA PALAVRA – Este é o título do meu quarto livro. Edição primorosa da Companhia Editora de Pernambuco – CEPE, deverá ser impresso até o próximo mês. Reúne crônicas da época da Anistia/Diretas, crônicas atuais, quase poesias e digressões talvez filosóficas. Este foi um livro emprenhado com amor e carinho, paixão e compaixão e tesão.

*Periodista, escritor e quase poeta    

Por Maurício Rands*

​Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, professores de Harvard, acabam de lançar “Tyrany of the Minority”. O sucesso do “How Democracies Die” animou-os a continuar a reflexão sobre os perigos que ainda rondam a democracia americana. Eles criticam a crença ingênua de que a Constituição americana de 1787 seria perfeita e inerentemente democrática. Lembram que seu texto foi produto de compromissos políticos necessários para que alguns estados, sobretudo os do sul escravocrata, não se retirassem.

Como foram exemplos a cláusula que manteve a escravidão, inscrita como cláusula irrevogável que só foi superada em 1865 pela 13ª Emenda, e a representação desproporcional no Congresso em relação à população dos estados. Ou institutos como a votação indireta para a presidência (via colégio eleitoral) e o senado (que só foi eliminada pela Emenda 17). Ou a vitaliciedade dos membros da Suprema Corte. Ou o sistema do voto distrital.

Os autores analisam as razões pelas quais a Constituição americana tem favorecido a hegemonia da minoria. A começar pela rigidez de reforma, só permitida pelo voto de 2/3 de cada uma das casas do congresso e de 3/4 dos parlamentos dos estados. Mas também por questões econômicas, sociais e políticas que não permitiram a efetiva participação da maioria nas decisões do país. A trajetória do Partido Democrático é exemplo. O partido foi por muito tempo o bastião dos brancos supremacistas que se opunham à extensão de direitos aos afrodescendentes.

​O livro traz uma boa análise sobre as raízes do deficit democrático dos EUA. Que passam por ressentimentos dos que foram deixados de fora dos benefícios da globalização e dos que não se adaptaram à ascensão de imigrantes, mulheres, negros e gays em sua luta por igualdade e legitimação da diversidade. Fenômenos que não ocorrem apenas nos EUA. Mas, nos EUA, os autores identificam duas especificidades. A primeira, o nível de autoritarismo. Enquanto a extrema direita europeia tem se mantido nos limites das regras do jogo democrático, essa não tem sido a prática da direita americana que capturou o Partido Republicano.

Eles mostram como os dirigentes do partido, inclusive o RNC, sua executiva nacional, jamais fizeram a crítica à tentativa de golpe de 6 de janeiro de 2021, cujo inspirador e articulador queria que o colégio eleitoral o declarasse reeleito a partir da substituição das listas dos delegados eleitos pelos estados por listas falsas de algumas delegações. Uma segunda diferença para as democracias europeias é apontada por Levitsky e Ziblatt. Enquanto os partidos de extrema direita europeia têm permanecido na oposição ou no máximo em coalisões, nos EUA os extremistas tomaram controle do governo nacional e assaltaram as instituições.

​A análise deles vai além. Para eles, muitas das causas do deficit democrático americano residem na própria venerada Constituição. Com rigor analítico, eles realçam como suas instituições acabam por permitir que minorias partidárias restrinjam os direitos da maioria e até governem mesmo sendo minorias. O sempre presente risco da tirania da maioria tem sido evitado pelo constitucionalismo democrático e suas cláusulas (pétreas ou superconstitucionais) que defendem direitos fundamentais contra o ataque de minorias conjunturais. E pela atuação contramajoritária que se reconhece às cortes constitucionais. Mas, nos EUA, hoje o problema é o oposto: quem tem governado é a minoria.

Muitos presidentes republicanos perderam no voto popular, mas foram empossados por causa das distorções do colégio eleitoral. Em outros casos, os candidatos votados pela maioria assumem o poder, mas são impedidos de governar. Por causa de instrumentos como o “filibuster” (o bloqueio indefinido das votações no Senado), ou o “gerrymandering” (recorte direcionado da área geográfica dos distritos feitos por legislativos estaduais), ou as regras eleitorais que dificultam os votos dos negros, imigrantes e pobres.

​Depois de ligar essas falhas da democracia americana à própria Constituição, os autores relembram que alguns de seus avanços foram reformas do texto constitucional feitas a partir de intensa mobilização social. Foi assim no chamado período da Reconstrução que se seguiu à Guerra da Secessão, quando os negros conquistaram alguns direitos, ou nos anos 1920, quando as mulheres conquistaram o direito de voto com a Emenda 19, ou no “New Deal” de Roosevelt, ou no movimento pelos direitos civis dos anos 1960.

Em sua conclusão normativa, Levitsky e Ziblatt indicam reformas, inclusive constitucionais, a serem precedidas de movimentos sociais e de mobilização da opinião pública. Chegam a apontar 15 medidas concretas que, embora complexas, eliminariam a tirania das minorias e fariam da americana uma democracia digna dos sonhos dos “founding fathers”. Um democracia multirracial e inclusiva. Basta lembrar que Jefferson e Washington foram explícitos ao esperar que a Constituição sempre fosse atualizada.

*Advogado formado pela FDR da UFPE, PhD pela Universidade Oxford