A elite se diverte e o povo que se dane

Por José Nêumanne Pinto

A terça-feira, 12, e a quarta-feira, 13 de dezembro, são datas que entram para a sórdida história da política do pau-brasil como a hora em que a casta dirigente se permite rir a bandeiras despregadas deixando parte de Maceió afundar sem dó, espírito cristão nem amor ao governo do povo, ao qual finge aderir. Na terça, o presidente da República, que não deu o ar de sua graça ao desgraçado pobre alagoano para testemunhar o afundamento de bairros inteiros, investiu todo o seu poder para pacificar inimigos históricos, um deles seu sócio no desgoverno, o deputado Arthur Lira, e outro, o senador Renan Calheiros.

Lira gerencia metade do desgoverno da mesa diretora da Câmara dos Deputados e comanda o prefeito João Henrique Caldas, do PL, pelo qual o ex-presidente Bolsonaro disputou e perdeu a reeleição para Lula da Silva, do PT, apoiado por Renan Calheiros, do MDB. Renan Calheiros Filho é ministro dos Transportes do “condomínimo” lulolirista e seu pai apoia o governador do Estado, Paulo Dantas, do MDB.

O nó górdio da questão é a Braskem, da qual são donas a Novonor, neologismo cuja última sílaba é a primeira do prenome do fundador da Odebrecht, Norberto, pai de Emílio e avô de Marcelo, que caiu, por excesso de provas, nas malhas da Lava Jato. Essa operação policial e judiciária revelou, entre outras filustrias, que o ex e atual presidente da República teria o codinome de “amigo do meu pai” num tal “propinoduto” da empreiteira teuto-baiana.

Marcelo foi preso, mas saiu da prisão para ócio e briga societária. O “muy amigo” deixou a cela da Polícia Federal em Curitiba para os braços do povo por decisão polêmica do Supremo Tribunal Federal (STF). E o poder compartilhado com o chefão político Lira, que poderia merecer a alcunha de “inimigo do inquilino do poder” das duas gestões, nas quais o maior crime ecológico do mundo causou o desabamento de casas e negócios de zé manés que nada tinham a ver com propina: Jair Bolsonaro, do PL de direita, e Lula da Silva, do PT esquerdoide (ou doido?).

A empreiteira renomeada detém mais da metade das ações da extratora de sal-gema para produção de soda cáustica e PVC. A outra quase metade do negócio da China cabe à estatal que já foi a pérola da coroa republicana da esquerda desde Getúlio Vargas: a Petrobrás. Ou seja, a Braskem é o consórcio de capitalismo selvagem de Nor com o populismo caudilhesco de Gegê.

Enquanto Bolsonaro passeava em carreatas e motociatas e Lula desfilava gozando do luxo dos compadres ditadores petroleiros, os maceioenses perdiam, sem ter cometido crime nenhum, os patrimônios que construíram em suas vidas inteiras.

Ao voltar do repouso das mil e uma noites de sultão no deserto, o condômino mais notório do despudorado poder republicano federal poderia ter marcado uma reunião em Maceió com o sócio Lira, o apoiador Renan, prefeito, governador e diretorias de agências reguladoras de serviços públicos privatizados. E cobrar da PF providências imediatas e da justiça a devida punição a quem de direito. Nada disso: reuniu em Brasília os chefões, todos pertencentes à casta dirigente de políticos, burocratas, empresários, milicos e sindicalistas, para recriminar o clima violento, normal em confrontos de inimigos políticos, entre Renan e Rui Costa, que participou do encontro como Pilatos no Credo. Aí ordenou que os aliados irritados se acalmassem e fizessem as pazes. Em tom similar ao que recorre para abençoar a desumanidade do Hamas no Oriente Médio e os invasores russos da Ucrânia. E a compreensão de irmão de opa à invasão dos poços petrolíferos da Guiana pelo tiranete Maduro, da Venezuela. Diplomacia de capitão-do-mato, ingerida na pinga com cambuci em botecos e piquetes.

Mas não é só do conceito estúpido de que ucranianos devem ser compreensivos com os invasores russos e israelenses e não devem reagir à degola de idosos, mulheres e crianças pelos desumanos do Hamas que a elite tecnocrática, estatista e privada justifica sua bárbara aposta no ódio. No dia seguinte, o chefe da Lava Jato, Sérgio Moro, abraçou e gargalhou abraçado à pança de Flávio Dino, que está sendo indicado por Lula Lira para o velho STF, machista como convém aos stalinistas. Ninguém há de imaginar que Dino se rebele e, assim, Lula não se vingue de Moro. Ao contrário, a lógica é tão somente preservar a boa vida da elite dirigente.

Para fechar com chave de ouro este “me segure que eu vou ganhar um troco”, o doutor Dino recorreu a uma comparação de fazer os apóstolos do Aleijadinho em Congonhas do Campo corarem de vergonha. Ele comparou sua trajetória de modesta comarca do interior à glória suprema ao milagre da conversão do cidadão romano (não soldado) Saulo de Tarso, de perseguidor de cristãos a apóstolo dos gentios. Fundando, dessa forma, o conceito de diáspora e o amor entre iguais. Como bem descreve o belíssimo texto de Ernest Renan no clássico As Origens do Cristianismo. A “pequena” diferença entre a genialidade de Saulo e a “imodéstia” de Dino é que a doutrina do “ama a teu próximo como a ti mesmo” do nazareno prega amor e igualdade, sem preconceitos. E não a separação entre o pagador de impostos, tratado como escravo, e o devorador do erário, a quem se permite tudo, inclusive um crime ambiental abjeto, que não arranca sequer um suspiro de desgosto da “Marina morena, você se ausentou”.

Jornalista, poeta e escritor

Após a Câmara dos Deputados decidir manter os benefícios fiscais concedidos às indústrias automotivas do Nordeste nesta sexta-feira (15), durante a votação da Reforma Tributária, a governadora Raquel Lyra (PSDB) comemorou o resultado, o qual classificou como “histórico” para Pernambuco. Os incentivos às empresas do ramo na região são um mecanismo de redução de desigualdades entre os entes da Federação, mas a sua manutenção foi alvo de grande pressão por parte de lideranças políticas e corporativas do Sul e Sudeste, contrárias a ela.

Na manhã desta sexta, a gestora estadual divulgou uma carta aberta, na qual defendeu a manutenção dos benefícios fiscais para as empresas que atuam no Nordeste até o ano de 2032. O pleito também foi abraçado pelos demais governadores da região, que compõem o Consórcio Nordeste.

No texto, Raquel destacou que “dizer não às políticas de desenvolvimento regionalizadas – que reorganizam as desigualdades e permitem a todos a oportunidade de combater as diferenças históricas de um território continental – é exatamente o caminho para nos mantermos desiguais”. Segundo a governadora, Pernambuco é, hoje, “uma das mais modernas plantas automobilísticas da América Latina” porque recebeu incentivos, movimento que fez com que quem trabalhava na safra da cana-de-açúcar pudesse ter “a chance de ver seus filhos entrarem num emprego na indústria automobilística”.

O Polo Automotivo da Stellantis, situado em Goiana, na Mata Norte de Pernambuco, possui 38 fornecedores na sua cadeia, além da fábrica, e gera aproximadamente 60 mil empregos, entre diretos e indiretos. A partir de 2017, o complexo industrial exportou R$ 736,5 milhões, tornando-se líder das exportações estaduais.

Do G1

Depois de 30 anos de discussões no Congresso e nos sucessivos governos, a conclusão da reforma tributária foi encaminhada nesta sexta-feira (15) na Câmara. Os deputados aprovaram em primeiro turno o texto que já havia passado pela própria Câmara, foi modificado pelo Senado e voltou para análise da Câmara.

Esta primeira etapa da reforma trata de impostos cobrados sobre o consumo, ou seja, aqueles pagos no ato da compra. O governo ainda quer, no futuro, modificar o modelo de cobrança de impostos sobre a renda.

Em linhas gerais, a reforma que está sendo concluída unifica impostos sobre o consumo em um Imposto sobre Valor Agregado (IVA). O IVA será dual: um para os impostos estaduais, outro para os federais.

A alíquota do IVA ainda não está definida, mas deve girar em torno de 25%, uma das maiores do mundo.

Com a reforma, o governo não busca diminuir nem aumentar a carga tributária vigente no país. Vai se manter a mesma. A diferença, segundo os defensores do texto, é que o modelo vai ficar mais simples, a cobrança será mais eficiente e o desperdício das empresas será menor. Isso porque, hoje, o modelo tributário brasileiro é considerado caótico e gerador de distorções.

O resultado da melhora que virá com a reforma, segundo o governo, é que no médio prazo as empresas poderão economizar mais e repassarão menos custos para os produtos, o que beneficiaria produtores e consumidores e contribuiria para o crescimento da economia.

Veja abaixo alguns dos principais objetivos da reforma:

Simplificação de impostos

A proposta introduz o Imposto sobre o Valor Agregado (IVA) no sistema tributário nacional.

Segundo o texto, cinco impostos que existem hoje serão substituídos por dois IVAs:

Três tributos federais (PIS, Cofins e IPI) dão origem à Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), de competência federal;

ICMS (estadual) e do ISS (municipal) serão unificados no formato do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), com gestão compartilhada entre estados e municípios.

No modelo do IVA, os impostos não são cumulativos ao longo da cadeia de produção de um item. Exemplo: quando o comerciante compra um sapato da fábrica, paga imposto somente sobre o valor que foi agregado na fábrica.

Não paga, por exemplo, imposto sobre a matéria-prima que deu origem ao sapato – a fábrica já terá pagado quando adquiriu o material do produtor rural.

O valor do IVA ainda vai ser estipulado, em uma regulamentação da PEC. A área econômica calcula que deverá ser algo em torno de 27,5% sobre o valor do produto, para manter a atual carga tributária do país – nem aumentar nem diminuir.

Além disso, os impostos passarão a ser cobrados no destino final, onde o bem ou serviço será consumido, e não mais na origem. Isso contribuiria para combater a chamada “guerra fiscal”, nome dado a disputa entre os estados para que empresas se instalem em seus territórios.

Fim das distorções

Uma das distorções mais dispendiosas para a economia é o “passeio” de produtos pelo país, consequência das atuais regras tributárias.

Hoje, o ICMS, um imposto estadual, é cobrado na origem. Ou seja, onde os bens são produzidos.

Isso cria o chamado “crédito presumido” na saída de um produto de um estado para o outro, reduzindo o valor e ser pago em ICMS

Por esse modelo, algumas empresas conseguem benefícios fiscais só pelo fato de os produtos passarem por determinados estados, mesmo que nenhuma entrega seja feita lá.

O resultado são caminhões circulando desnecessariamente pelas rodovias, desgastando o asfalto e poluindo o meio ambiente, encarecendo o custo total da economia brasileira.

Uma distorção maior ainda é quando as empresas apenas enviam as notas fiscais para obter o benefício fiscal, sem que os produtos sequer circulem pelos estados que concedem os benefícios.

“Para algumas empresas, a mercadoria vai para aquele estado e, de lá, vai para o destino final. Ou nem chega a ir, tem uma nota fiscal de saída daquele estado e daquele estado para outro. São operações triangulares, passa o produto por um determinado estado para ter algum benefício fiscal, que geralmente é um crédito presumido. Por isso chama passeio”, explicou Melina Rocha, ex-consultora do Banco Mundial e especialista em IVA.

Além disso, cada estado pode definir sua alíquota, o que gera uma competição entre eles, a chamada guerra fiscal.

Com a reforma tributária, os impostos passarão a ser cobrados no destino final, onde o bem ou serviço será consumido, após um período de transição, e não mais na origem. Isso contribuiria para combater a chamada guerra fiscal.

Congresso precisa aprovar Reforma Tributária ainda este ano, diz Gerson Camarotti

Com o fim da guerra fiscal, a produção tende a ficar mais próxima dos locais de consumo com o passar do tempo. Entretanto, alguns bens ainda continuarão a ser feitos em locais mais distantes para manter, por exemplo, a Zona Franca de Manaus (ZFM). O local concentra a produção, por exemplo, de motos, smartphones, TVs, condicionadores de ar e notebooks.

Maior eficiência do modelo

No sistema atual, impostos são cobrados “por dentro” de outros tributos. Por exemplo, o ICMS estadual incide sobre o próprio ICMS e, também, sobre o PIS/Cofins.

Isso quer dizer que há impostos embutidos nos preços que servem de base para a cobrança de outros tributos, o que aumenta o valor total dos bens e serviços e dificulta o cálculo do imposto que está sendo pago.

O secretário especial de reforma tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, explicou que apenas o Brasil, junto com a Bolívia, cobra imposto sobre o preço dos produtos e serviços “por dentro”.

Com a reforma tributária, ficou definido que não haverá mais possibilidade de os tributos incidirem sobre os tributos.

A única exceção será o imposto seletivo, cobrado sobre bebidas alcoólicas, cigarros, armas e extração de petróleo e minerais (para não criar distorções no mercado).

O cantor e compositor Carlos Lyra, parceiro de Vinicius de Moraes, Ronaldo Bôscoli e outros artistas, morreu na madrugada deste sábado (16), no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pela família.

Autor de sucessos como ‘Coisa mais linda’, ‘Minha namorada’, ‘Primavera’, ‘Sabe você’ e ‘Você e eu’, Lyra era um dos melodistas mais inspirados da música brasileira em todos os tempos. As informações são do G1.

Segundo a mulher dele, Magda Pereira Botafogo, o compositor de 90 anos foi internado com um quadro de febre na quinta-feira (14) no Hospital da Unimed, na Barra da Tijuca. Após alguns exames, foi detectada uma bactéria. A causa da morte ainda é desconhecida.

O corpo do músico será velado no domingo (17), das 10h às 14h, no Memorial do Carmo, no Caju. A cerimônia será restrita a familiares e amigos.

Revelado em disco na voz de Sylvia Telles (1935 – 1966), cantora que gravou Menino em 1956, Lyra foi um dos compositores do movimento rotulado como bossa nova.

Além de músico consagrado, o melodista carioca também desempenhou um papel fundamental na difusão da cultura brasileira. Lyra foi um dos responsáveis por fundar o Centro Popular de Cultura, o CPC, da União Nacional dos Estudantes, em 1961.

Localizada a 250 km do Recife, considerada a porta de entrada do Sertão, Arcoverde antecipou o calendário eleitoral e viveu hoje um dia de pré-lançamentos de candidaturas ao Governo Municipal. Dois nomes da oposição – os ex-prefeitos Zeca Cavalcanti (União Brasil) e Madalena Brito (PSB) – ocuparam o horário nobre de emissoras de rádio da cidade para dar o start das suas campanhas.

Para não ficar a reboque da oposição, o prefeito Wellington Maciel (MDB) foi a terceira emissora do município, uma hora antes, e anunciou que será candidato à reeleição. Zeca e Madalena bateram sem piedade na gestão municipal e no próprio prefeito. Madalena disse que se arrependeu de ter apoiado a candidatura dele, em 2020.

“O arrependimento não é meu, mas de toda população. Vi uma pesquisa que 80% não querem sua reeleição”, disse Madalena. Na eleição passada, já encerrando o seu segundo mandato, Madalena bancou a candidatura de Wellington contra Zeca, também ex-aliado no passado. Levou a melhor nas urnas, mas a relação de amor com o prefeito, com o tempo, se transformou em ódio.

Madalena teve que romper, alegando que o prefeito não cumpriu nada do que acertou. Nos últimos três anos, a ex-prefeita mergulhou e evitou dar declarações sobre o Governo do ex-aliado, enquanto Zeca assumiu o protagonismo da oposição. Zeca, aliás, tentou um entendimento com Madalena, em cima da tese de unidade das oposições.

Hoje, entretanto, Madalena rompeu o silêncio e anunciou sua pré-candidatura. As oposições, portanto, irão divididas no enfrentamento à reeleição de Wellington, que amarga altos índices de impopularidade em sua gestão. Nas entrevistas, Madalena e Zeca disseram que o prefeito é o maior fracasso de administração que Arcoverde já teve.

“Não tem obras, vive atrasando salários e levou Arcoverde para o fundo do poço. Sou candidato para reerguer a cidade e levantar a autoestima da população”, disse Zeca, em entrevista à rádio Itapuama. Madalena, por sua vez, bateu não apenas na tecla da paralisia da gestão. Foi mais além. Disse que o prefeito não cumpriu sequer a carga horária obrigatória nas escolas municipais, prejudicando os alunos e pagando metade dos que os professores têm direito.

Para Madalena, Arcoverde parou no tempo. “Nunca vi tamanho desastre”, afirmou. Durante sua entrevista à Rádio Independente, a ex-prefeita contou com a presença de dois deputados do seu grupo, o estadual Waldemar Borges e o federal Lucas Ramos. Até a ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, fez questão de entrar no ar, dando depoimento a favor da candidatura da aliada diretamente de Brasília.

Uma hora antes, o prefeito deu entrevista à rádio Agnus Dei, também de Arcoverde, para confirmar sua disposição de tentar a reeleição. “Vim para fazer um balanço dos três anos de nosso governo, que muda Arcoverde para melhor, e dizer que estou candidato a continuar essa grande obra empreendedora”, disse Wellington. 

Dois dias após ser oficializado como pré-candidato do PL à Prefeitura de Caruaru, o deputado federal Fernando Rodolfo participou de uma solenidade no município ao lado da governadora Raquel Lyra (PSDB). O parlamentar acompanhou os testes de operação da primeira etapa da Adutora do Agreste e participou da entrega das chaves de um conjunto habitacional no Jardim Boa Vista. Na ocasião, Fernando reforçou sua aliança com a tucana e exaltou o trabalho da gestora para amenizar o sofrimento das famílias.

“Muitas famílias de Caruaru terão seu sofrimento aliviado a partir do ano que vem, com o fim do rodízio de água, a partir das obras hídricas que a governadora está entregando. Estamos trabalhando em Brasília, ao lado de Raquel, para viabilizar essa e outras iniciativas que o governo está comprometido. Vamos fazer muito ainda por Caruaru e por Pernambuco”, destacou Rodolfo.

Sobre a pré-candidatura, o parlamentar do PL afirmou que ela “não tem o objetivo de constranger ninguém, mas sim de resgatar o protagonismo político de Caruaru”. Fernando Rodolfo foi oficializado na última quinta-feira (14) pelas principais lideranças políticas do PL, entre elas o presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, o presidente de honra Jair Bolsonaro, o ex-ministro Gilson Machado e o presidente estadual Anderson Ferreira. Ele ainda recebeu o apoio do ex-presidente da Embratur, Sílvio Nascimento, que destacou que estava selada a união da direita de Caruaru em torno de Fernando Rodolfo.

“A governadora terá total liberdade de fazer as suas escolhas no tempo em que achar conveniente fazer. Não sou adversário político dela, sou um aliado e defensor de seu governo. Mas queremos resgatar o protagonismo político de Caruaru, que foi perdido pela atual gestão. Esse é o meu sonho, retribuir a Caruaru tudo o que a cidade já me deu. E quero fazer isso ao lado de Raquel como governadora, pois sei que independente de qualquer conjuntura política no ano que vem, ela estará sempre ao lado de Caruaru, como eu também estarei”, destacou Fernando Rodolfo.

Após a Polícia Civil prender, nesta quinta-feira (14), policiais militares acusados de envolvimento na chacina em que oito pessoas foram mortas no Grande Recife, em setembro deste ano, o deputado federal Coronel Meira publicou um vídeo em suas redes sociais revoltado com a forma que se deu as prisões

“Qual o incentivo que a tropa tem em combater a criminalidade se bandidos estão colocando a prêmio a cabeça de comandantes, e o comando não faz nada para defender seus comandados?”, indagou.

Confira o vídeo

Por Marcelo Tognozzi*

Nos últimos meses, em mais de 80 ocasiões, o presidente colombiano Gustavo Petro chegou muito atrasado ou simplesmente não apareceu em compromissos oficiais com autoridades, políticos e empresários. Abalado desde que seu filho Nicolás Petro foi preso e acusado pelo Ministério Público de receber dinheiro ilegal de narcotraficantes, o presidente vive um drama pessoal cujo desfecho é difícil de prever diante da confissão do filho sobre a campanha ter recebido dinheiro ilegal.

Primeiro presidente de esquerda eleito na Colômbia, Petro, ex-guerrilheiro do M19, derrotou o direitista Rodolfo Hernández e chegou ao poder celebrado por socialistas europeus, latino-americanos e ditadores caribenhos. Sua vice é Francia Márquez, afrodescendente, jovem, militante feminista e líder de movimentos sociais que atuam no campo e na cidade. Por enquanto, ela tem mantido discrição sobre os problemas de saúde do presidente, sobre os quais ele se nega a dar qualquer explicação.

Mas a ex-senadora Ingrid Betancourt, do partido Oxigênio Verde, ex-aliada de Petro, decidiu cutucar a ferida com força. Numa entrevista ao jornal “El Colombiano”, ela contou ter testemunhado uma depressão de Gustavo Petro quando ele vivia em Bruxelas. “Fui visitá-lo, ele estava caído no chão e sua mulher disse para eu voltar mais tarde, porque ele estava sem reação”, recordou sem descartar a possibilidade de Petro estar usando algum tipo de droga. O presidente leu a entrevista e correu para bater boca com Betancourt pelo X (antigo Twitter), afirmando que “Ingrid é uma das pessoas que eu não gostaria de ter conhecido na vida”. Ingrid Betancourt, então senadora, foi sequestrada e passou 6 anos em poder das FARC. Libertada numa ação do Exército colombiano, voltou à política e continua dizendo o que pensa sem qualquer censura.

O inferno astral de Gustavo Petro piorou muito com a derrota dos seus aliados nas eleições regionais de outubro passado, quando foram eleitos 32 governadores e 1.102 prefeitos. Os candidatos apoiados por Petro perderam de goleada em Bogotá, Medellín, Barranquilla e na maior parte do país. O cenário o deixa enfraquecido para a disputa presidencial de 2025, porque dá à oposição uma maior capacidade de mobilização e de pressão.

A oposição também tem sido dura nas críticas ao comportamento de Gustavo Petro em relação à crise do Essequibo. Até agora o presidente não tomou posição clara contra as ameaças do ditador Nicolás Maduro, que apoiou abertamente sua eleição em 2022. Maduro não é popular na Colômbia, mas goza de um prestígio acima do razoável junto ao governo, o que faz da omissão de Gustavo Petro um péssimo sinal.

O efeito desta tempestade foi imediato: as pesquisas de opinião publicadas em novembro mostraram a subida da desaprovação do presidente, que chegou a 60%, e agora, em dezembro, a pesquisa Invamer, publicada pelo El País, mostrou a rejeição batendo os 66%. A população reclama de falta de segurança, problemas na saúde pública e a rejeição de um acordo de paz total com grupos guerrilheiros remanescentes. Nos estádios de futebol os torcedores transformaram o “Fuera Petro” num grito capaz de unir rivais.

Desde meados deste ano, o presidente colombiano tem enfrentado um turbilhão puxado pela denúncia contra seu filho Nicolás, feita pela ex-nora Day Vásquez. Esta semana, Day fez um acordo de delação premiada com o Ministério Público, que decidiu investigar Gustavo Petro por financiamento ilegal de campanha. Day jura que um cartel de narcos irrigou a campanha do ex-sogro com dinheiro do tráfico de cocaína. Nicolás, seu ex-marido, também havia tentado um acordo de delação, mas desistiu e agora nega tudo o que afirmou à Justiça.

O Congresso abriu uma investigação que pode terminar em impeachment de Gustavo Petro, caso fique comprovado que sua campanha recebeu dinheiro de narcos. Normalmente os presidentes colombianos renunciam quando colocados diante de uma encruzilhada política. Se Petro terá este destino ou não, ainda não é possível avaliar, mas está claro que a combinação da crescente impopularidade com acusações de promiscuidade com narcos é nitroglicerina pura. Petro está perdido dentro do seu labirinto.

*Jornalista

Na tradicional paradinha para um café no posto Cruzeiro, em Arcoverde, encontrei o deputado federal Lucas Ramos (PSB), que fez questão de comprar o livro “O Estilo Marco Maciel”, à venda no local, e receber seu autógrafo. Revelou que devido a agenda corrida de fim de ano, não conseguiu estar presente em nenhum evento de lançamento da obra. 

Aproveitamos para regar o café com um bom papo sobre os bastidores das últimas votações no Congresso, entre as quais a reforma tributária, aprovada ontem.

Lucas veio a Arcoverde para acompanhar o pré-lançamento da candidatura da ex-prefeita Madalena Brito (PSB), sua mais recente aliada no Sertão. Rompida com o prefeito Wellington Maciel (MDB), Madalena anuncia sua candidatura, daqui a pouco, numa entrevista à emissora Independente FM. 

Já na emissora Itapuama, no mesmo horário, às 11 horas, quem também vai anunciar sua pré-candidatura será o ex-prefeito Zeca Cavalcanti, pelo União Brasil. O prefeito também vai confirmar que disputará a reeleição em outra emissora.

Da Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou a aprovação em primeiro turno do texto-base da reforma tributária pela Câmara dos Deputados. Para ele, o resultado no Congresso mostra “amadurecimento” do país, ao enfrentar um tema que há décadas não avançava.

“O Brasil amadureceu, sabe que precisava enfrentar essa agenda que é a mais importante das reformas porque organiza o sistema produtivo, coloca o Brasil em compasso com o que tem de mais moderno no mundo”, disse o ministro nesta sexta-feira (15), em São Paulo. “Estamos no meio de uma jornada, mas os passos que foram dados são muito significativos”, acrescentou.

Haddad disse ter conversado com os relatores da proposta na Câmara e no Senado para agradecer pela aprovação do texto. “Penso que hoje é um dia realmente importante para o Brasil. São 40 anos que se fala em reforma tributária no Brasil. Já houve várias tentativas [antes]”, disse o ministro.

A proposta de emenda à Constituição recebeu 371 votos favoráveis, 121 contrários e três abstenções. O quórum mínimo de aprovação era de 308 votos. “Estou muito feliz com esse resultado. Sei que a nossa jornada não termina com a 1185 [MP das subvenções] e com a reforma tributária, mas demos passos importantes neste ano”, disse o ministro

Promulgação

A expectativa, falou ele, é que o texto-base aprovado pelos deputados federais seja “promulgado ainda este ano”. “Temos total condição de, já no ano que vem, encaminhar para o Congresso Nacional as leis que vão regulamentar os dispositivos constitucionais, mas já com os parâmetros estabelecidos”, disse.

Em entrevista a jornalistas, Haddad falou que sua equipe terá que calcular o impacto das mudanças feitas pela Câmara dos Deputados no projeto da reforma tributária. “Nós vamos recalcular o impacto. (…) Agora, quanto mais eficaz, quanto mais eficiente nós formos na transição, quanto menos litigiosidade, quanto menos sonegação, quanto mais transparência, tudo isso vai concorrer pra alíquota padrão ser cada vez mais adequada”, disse o ministro.