Cavalgada na AL-460 causa transtorno e congestionamento quilométrico

Populares que transitam, neste momento, pela AL-460, que liga Porto de Pedras a Porto Calvo, em Alagoas, foram surpreendidos por uma cavalgada que tomou conta da via. Com isso, turistas e nativos enfrentam um congestionamento quilométrico. 

Confira

A ordem unida transmitida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro é tentar transformar a posse de Javier Milei como presidente da Argentina numa antecipação da campanha pelas eleições municipais de 2024 no Brasil.

Bolsonaro carregou para a posse de Milei, além de seus filhos, três governadores brasileiros marcadamente bolsonaristas: Tarcísio de Freitas (São Paulo), Claudio Castro (Rio de Janeiro) e Jorginho Mello (Santa Catarina). Além de candidato à reeleição em 2026, eles tentarão eleger o máximo de aliados em 2024. As informações são do UOL.

O ex-presidente aposta na posse de Milei como o início da formação de uma frente internacional ultraconservadora capaz de influenciar a campanha eleitoral do Brasil em 2024.

Essa frente estará completa se o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, derrotar o atual, Joe Biden, nas eleições presidenciais daquele país.

Os governadores bolsonaristas aderiram de bom grado a essa estratégia, assim como o PL, partido do ex-presidente, e algumas legendas próximas, como o Republicanos, de Tarcísio de Freitas.

Diferentemente do PL, no entanto, o Republicanos ainda mantém um pé em cada canoa, tanto abrindo espaço para candidatos marcadamente bolsonaristas em todo o país, como para candidaturas próximas ao governo.

Essa estratégia está sendo seguida pela maioria dos partidos do chamado centrão: mantém-se próximos ao governo petista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas não se afastam totalmente do bolsonarismo, à espera de ver para onde soprarão os ventos em 2024.

O advogado Paulo Sérgio Vasconcelos participou do lançamento do livro “O Estilo Marco Maciel”, em Fortaleza, na última quinta-feira (7), e já leu de um fôlego só. Ficou encantado com a obra e me enviou, há pouco, uma mensagem muito simpática.

Caro Magno, 

Após ler, de um gole só, a biografia de Marco Maciel, passo aqui para dizer que li de uma sentada. Seu livro é excelente. 

Acompanho a política nacional desde a adolescência, já sabia alguma coisa sobre o Senador Marco Maciel. Seu livro enriqueceu meus conhecimentos, além de ser um brilhante reconhecimento e homenagem ao grande homem público que foi Marco Maciel.

A propósito, fiz uma postagem sobre o lançamento nas minhas redes, que segue: 

Apesar de extenuado pelo ritmo profissional dos últimos dias, não me furtei em comparecer ao lançamento da obra “O Estilo Marco Maciel”, do renomado jornalista pernambucano Magno Martins, no Salão Nobre da Assembleia Legislativa do Ceará. 

O concorrido evento contou com a presença de proeminentes personalidades da política, do jornalismo, das letras e da cultura cearense. O biografado pontuou como um dos maiores políticos brasileiros de seu tempo, independente de ideologia ou bandeira partidária, como descrito na contracapa. Para quem já pegou avião e foi à capitais do sudeste para lançamentos de livros, voltando às vezes no mesmo dia, não seria um cansaço qualquer que me faria ausente do ora registrado. 

A biografia do ex-vice presidente pode ser adquirida de forma online. Basta clicar aqui.

Do Jornal O Poder

Nesta próxima terça-feira (12), às 15 horas, está prevista a instalação, no Senado Federal, da CPI da Braskem. A empresa de mineração, um setor predatório e assassino desde o período colonial, cometeu o inimaginável desatino de escavar os subterrâneos de Maceió, capital de Alagoas, a uma profundidade média de 1.200 metros. E, para fazer jus ao nome do Estado, sua lagoa mais famosa, a de Mundaú, está com túneis para retirar sal-gema a essa profundidade sob a sua superfície. 

Túneis com 30 metros de diâmetro e uma profundidade equivalente a 40 prédios de 10 andares, um em cima do outro. Já imaginou o que é isso?

CPI

Vai apurar o que todo mundo já sabe. Mas tem o mérito de dar visibilidade ao maior crime ambiental de todos os tempos cometido pela mineradora assassina. Omar Aziz ( PSD/AM), será o presidente. Renan Calheiros, que é o autor da proposta, será o relator. Renan é fera, ninguém duvida: com um só tiro atinge três alvos. Se posiciona como grande defensor do povo alagoano, carimba a vitória do seu grupo político nas eleições municipais e ajuda a depreciar ainda mais o valor da Braskem. Acreditem ou não, existem aves de rapina do mercado esperando para adquirir a mineradora quando o valor chegar ao fundo do poço. Melhor dizendo, ao fundo dos túneis. 

De onde vem o perigo? As pessoas acharem que a CPI é para resolver o problema e relaxarem da vigilância e das medidas preventivas. Isso precisa ser bem explicado.

Perigo da terra

São cerca de 35 minas, algumas subaquáticas, que transformaram o subsolo de diversos bairros de Maceió numa taboa de pirulitos subterrâneos. Já dissemos acima: abaixo do nível do solo, a uma profundidade equivalente a 40 edifícios de 10 andares, um sobre o outro. Essa terra está afundando, ora mais, ora menos velozmente. Bateu os 2 metros de erosão, e o processo continua. Com a interligação dos túneis, o perigo se amplia. Com as escavações de alicerces e poços artesianos, pela população, a área de risco real se estende silenciosamente por grande parte da cidade, para a qual não existe alerta de risco.

Êxodo

Os afundamentos localizados e as rachaduras nas residências já foram responsáveis pelo maior êxodo urbano da história em tempos de paz. 60 mil pessoas já tiveram que abandonar suas casas. Muitas delas tangidas pela polícia.

Olha pro céu

Especialistas criteriosos alertam: as chuvas, caso se concentrem em um curto período, podem desencadear a tragédia. Os efeitos climáticos do El Nino podem ser um agravante.

Enquanto todas as atenções estão voltadas para o solo de Maceió, um pesquisador olha fixamente para o céu. Desde que foi dado o alerta de afundamento da mina 18 da Braskem, localizada no bairro do Mutange, Humberto Barbosa, professor e pesquisador da UFAL, monitora, preocupado, as nuvens. Ele diz que caso aconteça uma concentração de chuvas em torno de 200 mm (10% da média anual) em poucos dias, Maceió inteira estará sob ameaça. Caso o solo da lagoa afunde, até um tsunami de grandes proporções não está descartado.

Do Jornal O Povo

Aos 45 anos de idade, Antônio Furtado realizou um sonho que tinha desde a adolescência: ser advogado. O recém-formado em Direito teve muitas dificuldades para concluir o curso, custeado com o trabalho como vendedor de água em Fortaleza.

Toda essa história começa em Magé, no Rio de Janeiro, cidade natal de Antônio. Na cidade fluminense, viveu apenas com a mãe, que trabalhava como cuidadora de crianças com síndrome de down. Ao conhecer a rotina desses jovens e os muitos desrespeitos que eles enfrentavam, Antônio viu no Direito uma forma de ajudar esse público.

“Eu acreditava que sendo advogado eu poderia garantir os direitos dessas pessoas, os meus e os da minha família”, conta.

Com o passar do tempo, a ideia foi perdendo força e acabou sendo deixada de lado por quase 20 anos. Nesse ínterim, Antônio virou adulto e cresceu sem saber muito sobre o pai, apenas que ele era cearense e morava em Fortaleza. Decidiu conhecê-lo. Aos 25, encarou três dias de viagem de ônibus para encontrá-lo na Capital.

Logo se encantou pela capital do Ceará e anualmente passava as festas de fim de ano com o avô, a irmã e toda a família que descobriu aqui. Aos 35 anos, ele enfrentava alguns problemas financeiros no Rio. Foi quando decidiu se mudar de vez para o Ceará em busca de novas oportunidades.

Por lá, a situação não mudou muito no começo. Com dificuldades para encontrar emprego, Antônio teve ansiedade e procurou ajuda de um profissional da psicologia, que lhe recomendou voltar aos estudos, pois isso faria bem para a mente dele.

Foi então que, mais de 20 anos depois, Antônio retomou o sonho de ser advogado e iniciou o curso em uma faculdade particular de Fortaleza.

Advogado foi ajudante de pedreiro antes de vender água

Já matriculado no curso, o fluminense tinha outro problema para enfrentar, os altos custos da faculdade de Direito. Durante os primeiros dois anos, trabalhou como ajudante de pedreiro em obras de um vizinho. Ganhava em torno de R$ 50 por dia e amenizava como podia o valor das mensalidades, por meio de um programa de descontos da instituição de ensino.

Com a incerteza das obras, ele teve que buscar uma nova fonte de renda e iniciou a venda de águas no Centro de Fortaleza. Ele conta que apesar do começo difícil, devido à falta de experiência, o período que passou comercializando nas ruas foi de muito aprendizado.

“Às vezes a gente tem aquele pensamento errôneo de que as pessoas são más, que a maioria delas é ruim. Isso é tão errado. Quando a gente está na rua, a gente conhece tanta gente boa. Estar nas ruas me ensinou muita coisa. Muita gente sempre me tratou muito bem”, relata.

O cenário melhorou com o tempo e a experiência no ramo, mas ainda restava um desafio na vida de Antônio, o tempo. Durante a semana, trabalhava de dia e estudava à noite.

Nos fins de semana, intensificava ainda mais os estudos. Tinha pouco tempo para a esposa, Flávia, com quem só saía nas noites de domingo, como quem renovava as energias para mais uma semana agitada. Foram três anos nesse ritmo até a formatura e a recente aprovação na prova da Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará (OAB-CE), em julho do ano passado.

Formado, Antônio diz querer ajudar as pessoas

Hoje Antônio não vende mais água e se sustenta integralmente com a profissão de advogado. Já atua na área que sempre quis, o direito previdenciário. Animado, conta as causas que já pegou e, principalmente, as pessoas que ajudou desde a formação.

Questionado sobre quais os próximos passos que pretende seguir após a realização do sonho, diz que quer crescer no ramo e montar o próprio escritório na capital cearense.

“Quero dar prosseguimento a essa carreira na advocacia ajudando as pessoas, porque eu quero trabalhar, ganhar meu dinheiro honestamente e poder dormir bem à noite, sabendo que fiz a aposentadoria de uma idosa, ou um benefício para uma criança que precisa desse dinheiro. Aquilo que o direito fala sobre a dignidade da pessoa humana”.

O município de Santa Cruz da Baixa Verde é hoje um dos maiores produtores de rapadura do País. Localizado no Sertão do Pajeú, faz divisa com Triunfo e o estado da Paraíba. Na localidade, os derivados da cana de açúcar movimentam 80% da economia local e empregam diretamente mais de 3 mil pessoas nessa atividade.

Desde o último dia 7 de dezembro, o município realiza sua XXVI Feira da Rapadura, um evento que mexe com a economia local, regional e nacional, gerando emprego e renda, através de negócios gerados nos quatro dias de festa. Neste domingo (10) será o encerramento da feira.

A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada Gleisi Hoffmann (PR), fez um alerta para seus correligionários sobre a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Neste sábado, ela alegou que o Congresso poderia “engolir” caso a aprovação de Lula caia, e fez referência à gestão de Dilma Rousseff, que sofreu impeachment em 2016.

Ministros e integrantes do partido participaram da Conferência Eleitoral de 2024 do Partido dos Trabalhadores (PT), em Brasília. No evento, Gleisi chamou atenção para o desempenho da economia brasileira, avaliado por ela como “muito bem sucedido” em 2023.

“Precisamos ter recursos, precisamos ter a parte do crescimento econômico como uma meta e um mantra nosso. Gente, se cair a popularidade do presidente Lula, vocês não tenham dúvida sobre o que o Congresso Nacional pode fazer. Fizeram com Dilma. Se acontecer qualquer problema, esse Congresso engole a gente”, afirmou Gleisi aos partidários.

Na quinta-feira, uma pesquisa do Ipec mostrou que o governo é avaliado como “ótimo ou bom” por 38%. As classificações como “regular” e “ruim ou péssimo” empataram em 30%. O levantamento foi feito entre os dias 1º e 5 de dezembro.

Nesta sexta-feira, o partido aprovou o texto-base de uma resolução com críticas ao Centrão, grupo de partidos que fez aliança com o governo e tem ajudado especialmente nas pautas econômicas.

Conquistar 30% os eleitores

O ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), Paulo Pimenta, afirmou no evento que o governo Lula vai focar em conquistar os 30% da população que considera o terceiro mandato do presidente como “regular”. Pesquisa Datafolha divulgada nesta semana apontou que 38% dos brasileiros aprovam a gestão do petista, enquanto 30% avaliam o governo como regular e outros 30%, como ruim ou péssimo.

“Nosso objetivo desse fim de ano é fazer com que aquele público do regular abra a porta para ouvir o que a gente tem a falar”, disse Pimenta.

Para cumprir essa meta, Pimenta anunciou à militância uma ferramenta recém lançada pela Secom que divulga dados de beneficiários de programas do governo federal, como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e crédito rural, em cada cidade do país.

Propaganda na TV

O ministro também revelou inserções que serão veiculadas na internet, rádios e TVs nas próximas semanas para publicizar ações do governo Lula.

Em uma delas, a personagem chega a dar “glória a Deus” após saber no supermercado sobre a parcela que iria cair do Bolsa Família. A menção religiosa visa a alcançar o público evangélico, que mantém uma forte rejeição ao governo Lula, segundo as pesquisas eleitorais

Em outra peça, uma família que brigou por causa de questões políticas envolvendo a vacina voltam a se reunir e fazer as pazes no Natal.

“No total, 24% das pessoas não participaram da eleição (se ausentaram ou votaram nulo). Agora no fim do ano chegou a hora da união, virar a página do ódio, da intolerância (…) E colher o grande resultado eleitoral para o nosso partido, elegendo uma grande quantidade de vereadores e prefeitos”, disse Pimenta.

Relação com o Congresso

Haddad também estava presente no evento partidário e reconheceu que a agenda econômica tem avançado com dificuldades no Congresso. No momento, o governo tenta aprovar um pacote de medidas para elevar a arrecadação e o ajuste fiscal.

Por outro lado, a equipe econômica está com uma projeção oficial de 3% para alta do PIB e desaceleração para o ano seguinte. O resultado do terceiro trimestre do ano, de 0,1%, foi avaliado como “fraco” por Haddad na última terça-feira.

Em conversa com jornalista após a sua participação no evento, o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, comentou a fala de Gleisi sobre o risco a governabilidade de Lula:

“Naturalmente que ela dirige sua palavra para a militância do PT, para os filiados, no sentido de estimular a nossa militância a cada vez mais ter um papel mais ativo e mais participativo”.

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT/CE), também foi questionado. Eu disse que a experiência de 2023 com o Congresso está sendo “muito positiva”, com o avanço da agenda do governo.

“Quando perguntam pra mim qual o tamanho da base, eu digo, olha o painel, importante é olhar o painel. Nós não deixamos de votar nenhuma matéria diferente do país e do governo. Eu não vejo nenhum risco (de governabilidade de Lula)”, avalia.

R$ 11 bilhões em emenda

A presidente do PT também criticou o movimento do Congresso nesta semana em aumentar a obrigação de pagamento de emendas parlamentares pelo governo. Ela defendeu a derrubada.

No relatório da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 consta o prazo de pagamento e a quantidade de verbas que deve ser direcionada para a chamada “RP8”: cerca de R$ 11 bilhões.

“Isso é uma barbaridade. É uma transferência da execução orçamentária do Executivo para o Congresso Nacional. Logo o Congresso Nacional que está discutindo e que não quer tanto poder para o STF, está se apoderando da execução. E também um calendário de execução de emendas individuais. Tem que ter bom senso nisso. Eu sou absolutamente contra. Vamos tentar (derrubar). Não sei se vamos conseguir, porque ali há interesse próprio da Casa”, afirmou Gleisi.

A duas semanas do recesso parlamentar, os congressistas devem intensificar as articulações sobre a reforma tributária, que deve ser votada na Câmara. No Senado, os esforços estarão voltados para votar as indicações de Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) e de Paulo Gonet.

O presidente ​​Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou o ministro da Justiça para uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal). Gonet foi indicado para o comando da PGR (Procuradoria-Geral da República). Na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), ambos precisam de 14 votos. No plenário, ao menos 41. As votações são secretas. As informações são do Poder360.

O Congresso também deve avançar nas votações e articulações relacionadas ao Orçamento de 2024 e a pauta econômica prioritária do governo, como o projeto das apostas esportivas e a medida provisória que altera as regras de subvenções para empresas.

Negociada há mais de 40 anos, a reforma tributária já foi aprovada nas duas Casas legislativas, mas os deputados ainda precisam analisar as mudanças feitas pelo Senado.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), deve retomar as negociações com o relator do texto, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), na segunda-feira (11), quando terá retornado da viagem para a COP28 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023), em Dubai. Ambos afirmaram publicamente que a proposta será votada nesta semana.

Aguinaldo Ribeiro declarou que avalia enxugar a PEC, mas sem interferir na essência da proposta. O relator tem negociado nos últimos dias os trechos que deve propor retirar da reforma.

Congresso

Principal aposta de arrecadação do governo, a medida provisória que altera as regras da subvenção do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para grandes empresas deve ser votada na comissão mista nesta semana. O governo espera a apresentação do parecer do deputado Luiz Fernando Faria (PSD-MG) no colegiado na terça-feira (12) e votado no dia seguinte.

O governo ainda negocia as mudanças no modelo atual do JCP (juros sobre capital próprio) que devem ser incluídas no relatório da MP. O tema também deve ser debatido por Lira e líderes partidários a partir de segunda-feira (11).

Na quinta-feira (14), o Congresso marcou uma sessão para analisar vetos presidenciais. É a 4ª vez que uma reunião conjunta de deputados e senadores é marcada. Desde outubro, a análise dos vetos tem sido adiada por falta de acordo entre os líderes partidários e o governo. O Poder360 apurou que as chances são altas de a sessão sobre vetos ficar para 21 de dezembro, mesmo dia em que deve ser votado o Orçamento.

Com o calendário apertado, o Congresso deve avançar na análise dos projetos relacionados ao Orçamento do próximo ano. O fato de 2024 ser um ano eleitoral pesa para que deputados e senadores tenham interesse maior na aprovação da lei orçamentária e na previsão de liberação de emendas.

Após muita escutas, debates e discussões técnicas com diversos segmentos do setor educacional do país, o deputado federal Mendonça Filho, relator do PL 5.230/23, de autoria do Ministério da Educação, que propõe mudanças no Novo Ensino Médio, apresentou neste sábado (9), o seu relatório e o PL substitutivo. 

No texto, Mendonça aprimorou a proposta original, absorveu algumas mudanças propostas pelo MEC, no entanto, manteve quatro eixos estruturantes do Novo Ensino: a flexibilidade do currículo, com o aperfeiçoamento dos itinerários formativos; o fortalecimento da BNCC com a estruturação dos currículos por áreas de conhecimento; a garantia da oferta de formação Técnica e Profissional Integrada ao Ensino Médio com 2.100 horas para a formação básica, aumentando a carga horária para os itinerários formativos de 600 para 900 horas;  e  manteve  Política Nacional de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral.

“O substitutivo aprimora a reforma do ensino médio. Oferta ao jovem um ensino conectado com seu projeto de vida e com o mundo do trabalho, e permite que as redes estaduais ofertem um ensino médio plural, amplo e sintonizado com o que se pratica no mundo todo”, defendeu Mendonça, destacando que o texto atende à demanda do Conselho de Secretários Estaduais (Consed). As redes públicas estaduais respondem por 84,2% das matrículas do ensino médio. 

No relatório, Mendonça afirma que o Novo Ensino Médio é uma política de Estado e não de governo e que é preciso reconhecer o flagelo da crise de aprendizagem e de evasão provocada pelo velho ensino médio. “É urgente superar o formato conteudista e avançar para a formação de jovens com autonomia, promovendo uma educação contemporânea, que prepare os jovens para o mundo do trabalho e para uma vida significativa em sociedade”, justifica. 

Desde a reforma do ensino médio em 2017, de acordo com o Inep, o número de matrículas na modalidade de Ensino Médio integrado à educação profissional teve um crescimento de 43%, passando de quase 555 mil alunos em 2017 para 795 mil em 2022. 

Segundo o relator, os dados do Inep mostram que os jovens querem ter acesso à educação técnica. “Manter os pilares da reforma do ensino médio e reafirmar o compromisso com quase 7,8 milhões de jovens brasileiros. O país não pode continuar negando aos jovens educação de qualidade e permitindo a exclusão silenciosa gerada pelo abandono e pela evasão escolar”, afirmou.  

Ao assegurar a formação geral básica com carga horária mínima de 2.100 horas anuais e admitido que até 300 (trezentas) horas da referida carga horária sejam destinadas ao aprofundamento de estudos de conteúdos da BNCC diretamente relacionados à formação técnica profissional, o Substituto permite, a critério dos sistemas de ensino, a oferta de cursos técnicos de até 1.200 (mil e duzentas) horas, de modo integrado ao ensino médio regular. 

O texto prevê que a carga horária destinada à formação geral básica seja ofertada de forma presencial. No entanto, admite, excepcionalmente, ensino mediado por tecnologia, considerando as especificidades das regiões brasileiras, marcada por vazios demográficos, visando compatibilizar o direito à educação das pessoas que cursam a educação de jovens e adultos, a educação indígena, do campo, quilombola e demais modalidades da educação.  

O substitutivo possibilita, ainda, que os profissionais de notório saber ministrem aulas na educação profissional e tecnológica, como medida imprescindível para a preparação para o mundo do trabalho e a operacionalização dessa oferta por parte dos sistemas de ensino. E permite o planejamento de expansão de matrículas em tempo integral de modo inclusivo, com vista a se notabilizar não somente a população negra, mas também a quilombola, do campo, indígena e as pessoas com deficiência, e estabelece um cronograma para elaboração e implementação das diretrizes nacionais de aprofundamento das áreas de conhecimento.

Com relação à segunda língua estrangeira, o substitutivo dá autonomia às redes estaduais para definir, considerando a língua espanhola como preferencial. O texto final do substitutivo contempla pontos do projeto original, propostas de emendas apresentadas pelos deputados – no total foram 79 emendas –  e questões colocadas por especialistas e pelas redes estaduais de educação. 

Tragédia silenciosa 

Os indicadores do ensino médio no Brasil revelam a falência do velho ensino médio, um modelo rígido de 13 disciplinas, que não dialogava com o estudante, resultando em baixíssimo nível de aprendizagem e altíssimas taxas de abandono e evasão escolar. Com o IDEB estagnado, 7% de conhecimentos básicos de matemática (SAEB 2021), 30% em Português (SAEB 2021), e as maiores taxas de abandono, reprovação e distorção idade-série da educação básica, o velho modelo colocou para fora da escola 40% dos alunos, que abandonam o ensino médio, percentual maior do que no México, Costa Rica e Colômbia.

A cada ano, 500 mil jovens maiores de 16 anos abandonam a escola no Brasil, segundo estudo Firjan Sesi. A evasão na educação básica custa ao país R$ 135 bilhões anuais, segundo o mesmo estudo. Os indicadores mostram que, entre os estudantes que concluem o ensino médio, só 20% entram no ensino superior.

Do Blog do Ney Lopes

Diz o provérbio: “Se você não quer se meter em dificuldades, tome cuidado com o que diz”.

Esse conselho deve ser dado ao presidente Lula, em relação a sua participação na busca da paz no atual confronto entre a Venezuela e a Guiana. Mesmo dizendo-se amigo do ditador Maduro, a quem tratou como um democrata em reunião de presidentes em Brasília.

Lula pagará caro se não defender a paz na América Latina. Além de tudo que já fez, Maduro ameaça invadir um país vizinho para defender à força suas reivindicações territoriais. Nas últimas horas, há sinais de diálogo com o encontro na próxima quinta (14) dos presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e o guianense Irfaan Ali, na ilha São Vicente e Granadinas.

O presidente Lula, a convite de ambas as partes, estará presente. O bom senso indica que só existe uma alternativa: exigir do presidente Maduro que não crie uma guerra na América do Sul e acabe arranhando a liderança do Brasil na região.

Já há muitos conflitos no mundo. Uma guerra na América do Sul seria péssimo sinal para a posição geopolítica brasileira e a economia do continente. A controvérsia terá que ser resolvida pelas vias legais e diplomáticas.

Lula reuniu-se com o seu eficiente ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, e já analisou o quadro da discórdia entre os dois países. As Forças Armadas brasileiras, por precaução, estão unidas e alertas. O presidente brasileiro não pode atuar com “panos mornos”. Tem de ser mais enfático – e até fazer ameaças à Venezuela, caso não recue em suas intenções bélicas.

É óbvio que se houver guerra, os Estados Unidos e o Reino Unido entrariam em cena para proteger a Guiana. Sobretudo, porque têm negócios importantes no país, uma ex-colônia britânica. Seria uma nova guerra das Malvinas.

As raízes do conflito encontram-se na região de Essequibo, uma área de 160.000 quilômetros quadrados, localizada na costa norte-atlântica da América do Sul, entre a Venezuela, a oeste, e o Suriname, a leste. É maior que a Grécia e rica em minerais.

Tanto a Venezuela quanto a Guiana fazem fronteira com o Brasil. O governo venezuelano reivindica Essequibo, apesar da região ter sido reconhecida pela comunidade internacional, primeiro como parte da Guiana Britânica e depois como parte da República Cooperativa independente da Guiana, há mais de 100 anos.

Maduro assumiu o país em 2013, após a morte do ex-presidente Hugo Chávez, e persistiu com políticas que debilitaram a economia da Venezuela. A legitimidade do governo Maduro tem sido questionada internacionalmente desde 2019, depois que ele manteve o poder, apesar de aparentemente perder a eleição presidencial no ano anterior.

Com uma nova eleição marcada para 2024, Maduro faz grande esforço a fim de galvanizar os eleitores apelando para o nacionalismo de reverter a região de Essequibo para o território do país.

A disputa fronteiriça ganhou destaque, depois que a petroleira ExxonMobil provou que há bilhões de barris em depósitos de petróleo bruto acessíveis comercialmente localizados na costa de Essequibo, nas águas territoriais da Guiana.

Os fatos mostram que o presidente Maduro está em posição delicadíssima na política venezuelana. Atualmente, o país encontra-se em uma encruzilhada, enfrentando  crise política em razão da disputa entre Nicolás Maduro e a oposição venezuelana, que denuncia os abusos de poder cometidos pelo presidente.

As próximas eleições presidenciais estão marcadas para 2024, segundo a Constituição do país, mas ainda não há data definida para a ida às urnas. Maduro está no poder há mais de 10 anos.

Recentemente, a líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, venceu facilmente a disputa das primárias presidenciais, com 93% dos votos. Entretanto, ela está inabilitada para exercer cargos públicos por 15 anos, em decorrência da aplicação de legislação autoritária editada pelo governo.

Como forma de intimidação, o governo Maduro decretou a prisão de quatro líderes oposicionistas, sob o argumento de traição à pátria, conspiração, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Todos eles pertencem ao staff da pré-candidata vitoriosa María Corina Machado.

Maduro estimula o fervor patriótico e já foi à Rússia pedir apoio. O Reino Unido condenou formalmente as ações da Venezuela na Guiana. Os Estados Unidos fazem exercícios militares na área. Os sinais são de que se caminha para um “beco sem saída”.

Quem pode colocar um ponto final é o Brasil, por ser fronteira e o único acesso por terra da Venezuela à Guiana. Para evitar a guerra,  Lula terá que  segurar o “amigo” Maduro, enquanto é tempo. Do contrário, passará a história como co-responsável pelo conflito.