A duplicação da BR-423, oficializada hoje, poderia ter ocorrido há pelo menos dois anos. Foi o que afirmou o deputado federal Fernando Rodolfo (PL), que esteve empenhando no tema desde 2019, quando assumiu o primeiro mandato. Segundo o parlamentar, o ex-governador Paulo Câmara, então no PSB, protelou o licenciamento da obra, para que o ex-presidente Jair Bolsonaro não assinasse a ordem de serviço.
“Através da articulação feita com a bancada pernambucana em Brasília, conseguimos incluir a duplicação da BR-423 na Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2020. Depois fui diversas vezes ao DNIT, ao ministro Tarcísio e ao presidente Bolsonaro, que mandou licitar. Foram contratadas três empresas, que fizeram os projetos, e a parte ambiental foi para o CPRH, ainda em 2021. E o governador Paulo Câmara segurou esse processo para que a ordem de serviço não fosse assinada por Bolsonaro. O que só mostra o quão nefasto e mesquinho foi o governo do PSB nos últimos oito anos”, disparou Fernando Rodolfo.
O deputado ainda destacou o papel da governadora Raquel Lyra (PSDB) para a liberação do licenciamento, o que permitiu a assinatura da ordem de serviço para as obras. “Quando Raquel assumiu, coloquei a duplicação da BR-423 como prioridade da região do Agreste, ela anotou e começou os trâmites pra liberar a licença. Teve uma audiência pública em Lajedo que estive presente, e a licença foi liberada agora, mas teve todo um trabalho anterior que precisa ser destacado. Tem que ficar bem colocado para a história quem fez e quem não deixou as coisas acontecerem. Bolsonaro fez a parte dele com o projeto e a contratação das empresas, Raquel fez a parte dela liberando a licença, enquanto Paulo Câmara e o PSB não fizeram nada”, completou.
A duplicação da BR-423 envolve um trecho de 83 quilômetros, entre São Caetano e Garanhuns. A primeira etapa será feita entre São Caetano e Lajedo. A obra foi incluída no PAC do Governo Federal.
Após o sucesso do lançamento ontem, em Petrolina, no Sertão do São Francisco, Santa Maria da Boa Vista irá sediar, hoje, a partir das 19h, na Câmara de Vereadores, a apresentação do livro sobre o ex-vice-presidente da República Marco Maciel.
A noite de ontem foi prestigiada por políticos, empresários, chefes de gabinete, secretários e admiradores do biografado, que adquiriram o seu exemplar da obra na Fundação Nilo Coelho. Confira alguns registros abaixo.
Aos que não foram aos lançamentos em Juazeiro (BA) e Petrolina, a biografia de Marco Maciel está à venda no Empório Barracão, em Petrolina, do meu amigo Luiz Barracão, neto do ex-prefeito e figura lendária João Barracão. Fica na Rua Francisco Bosco Reis, 127, no bairro Atrás da Banca, ao lado do Costa do Rio Hotel.
A vice-presidente nacional do Solidariedade, Marília Arraes, comemorou a recondução do mandato de deputado federal para o presidente nacional da legenda, Paulinho da Força, que, segundo ela, vai fortalecer o papel do partido na relação com o governo do presidente Lula.
“Ele vai para o quinto mandato consecutivo na Câmara. No curso desse tempo, Paulinho se revelou no Congresso Nacional um dos grandes protagonistas entre as principais lideranças políticas da Casa. Tem experiência como líder sindical na relação com os setores organizados da sociedade, uma capacidade diferenciada como articulador político entre as forças partidária e suas intervenções no parlamento sempre provocou ressonância e capilaridade entre os representantes do Congresso Nacional. O papel do Solidariedade junto ao Governo Lula cresce substancialmente”, previu Marília.
Por 5 X 2, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, ontem, pela perda do mandato do deputado Marcelo Lima, eleito pelo Solidariedade-SP, mas que migrou para o PSB-SP, contrariando, segundo o entendimento da Corte, a legislação sobre fidelidade partidária. Como Paulinho era o primeiro suplente da legenda, a cassação de Lima lhe favoreceu sumariamente.
Paulinho também comemorou. “Recebo a notícia com muita gratidão e a certeza de que essa é uma vitória da classe trabalhadora e de todos que lutam por um Brasil mais justo”, disse Paulinho, em suas redes sociais.
Por Magno Martins – exclusivo para a Folha de Pernambuco
Em entrevista à rede Nordeste de Rádio, o prefeito de Petrolina, Simão Durando (União Brasil) admitiu, ontem, que pode judicializar o processo de municipalização da Compesa no município. De acordo com o gestor, não tem mais como ficar calado diante dos péssimos serviços que a Companhia Pernambucana de Saneamento tem prestado na cidade.
De acordo com Simão, além da falta de água que se acentuou neste ano, prejudicando a vida de grande parte da população, a péssima qualidade do serviço da Compesa em Petrolina tem afugentado até os investidores.
“Fora a provação que a população tem passado com a falta de água, que é o principal, os investimentos de parcerias privadas estão correndo de Petrolina porque a Compesa está afugentando. Então, chegou no limite e eu não vou ficar calado em relação a isso. A Compesa já deu o que tinha que dar aqui em Petrolina e nós vamos realmente procurar o jurídico da prefeitura para saber como a gente pode novamente colocar a licitação na rua para que a gente faça uma privatização da Compesa para reativar os serviços que antes eram obrigações do município” desabafa o gestor.
Segundo Simão, a Prefeitura de Petrolina além de saber fazer o que a Compesa deveria fazer e não faz, pois insiste em dar desculpas à população, já tem feito sua parte para aliviar o sofrimento dos que apesar de viverem às margens do São Francisco, sofrem sem ter água tratada nem serviço de saneamento. Por isso, lançou mão de recursos próprios, na ordem de R$ 25 milhões, para suprir a demanda por água tratada e saneamento para atender 19,5 mil famílias nos bairros de Nova Descoberta e no saneamento da bacia do Henrique Leite.
“Por mês, a Compesa gera R$ 10 milhões de receitas com o pagamento das nossas contas de água. Desse montante, apenas R$ 3 milhões ficam em Petrolina, enquanto R$ 7 milhões saem da cidade com um subsídio cruzado para a Compesa. Se esses R$10 milhões ficassem aqui, estaríamos com uma realidade diferente. Como pode a área irrigada, que é a mola propulsora de Petrolina, vermos os nossos irmãos que moram na região passando sede, sem ter água tratada?”, questiona Simão.
Ele dispara: “A Compesa vai mal e muito. Chegou ao ponto de humilhação de querer voltar a abastecer as pessoas com carro-pipa. Nós queremos água tratada, saneamento. Porque isso é qualidade de vida”, dispara Simão.
A pressa de Simão tem justificativa, afinal, a cidade sertaneja é considerada a que oferece a melhor qualidade de vida entre as cidades do Nordeste e sem água, é impossível manter essa posição. Além disso, outro ponto coloca Petrolina no mapa do desenvolvimento econômico, quando puxada pelo bom desempenho no agronegócio, vem desde 2017 mantendo a trajetória de ser a que mais gera emprego formal do Nordeste.
Só no mês passado, conquistou a 12ª posição entre as cidades da região que mais criou postos de trabalho formal. São 77 mil petrolinenses inseridos no mercado de trabalho com carteira assinada. A nível estadual, ficou, segundo dados do último Caged, divulgado no início desde mês pelo Ministério do Trabalho, atrás apenas da capital pernambucana, com a criação de 4 mil vagas de carteira assinada a mais do que no mesmo período do ano passado.
“Ficamos muito animados em ver o bom desempenho da nossa cidade entre os indicadores que apontam o desenvolvimento de Petrolina entre os demais estados do Nordeste com relação ao emprego formal. Esse é um trabalho grande e que vem sendo desenvolvido há muito tempo e que vem se acentuando com a conclusão do Pontal, que só na primeira etapa criou 10 mil postos de trabalho e que prevê, no segundo momento, gerar mais de 12 mil novas oportunidades de emprego. Isso mostra que estamos no caminho certo e iremos fazer de tudo para crescer ainda mais”, conclui Simão.
Há três dias, abro a janela do hotel em Petrolina e namoro o Rio São Francisco, leito da unidade nacional, Velho Chico na síntese dos poetas e no rimar da canção. Do meu lado esquerdo, meus olhos se perdem de vista viajando sobre a famosa ponte Petrolina-Juazeiro ou Juazeiro-Petrolina, como cantou Jorge de Altinho.
Diante do braço do Rio que parece dormir esplêndido, abraço o sol, beijo a lua, conto as estrelas como se ouvisse canções de ninar da minha avó. O rio dá sentido à vida da população. Já foi navegável, hoje irriga as terras banhadas por uvas e mangas e ainda produz energia elétrica.
O Rio São Francisco é um dos mais importantes cursos d’água do Brasil, uma lenda viva, simbolizada pelas carrancas assustadoras do imaginário da grande Ana das Carrancas. Com as zonas húmidas, fundamentais para a fauna, o Velho Chico dá água a quem tem sede, comida a quem tem fome, abrigo a quem não tem morada.
Seu percurso de quase três mil km é um caminho revelador de histórias, pelejas, causos, amores e das religiosidades dos povos ribeirinhos. Um rio de vital importância econômica, social e cultural para diversas comunidades, dentre elas indígenas e quilombolas. Se o Rio de Janeiro continua lindo, o do São Francisco continua sagrado e imortalizado em poesia.
Estende-se da Serra da Canastra, onde nasce nas abençoadas montanhas alterosas de Minas, até o Oceano Atlântico, para desaguar na divisa dos estados de Alagoas e de Sergipe. Dói saber que o rio todo dia é assassinado pela mão humana, que desmata, polui e retira do seu leito alto consumo de água.
Terceira maior bacia hidrográfica do Brasil, o São Francisco já tem mais de 500 anos de descobrimento. Os especialistas alertam que, nas últimas três décadas, 50% do seu volume de água foi perdido. Um rio que banha nossa gente, serve ao povo sua água pura, mata a sede e molha a agricultura e ainda faz caminho através da navegação tem que ser namorado todo dia.
Já estou partindo, saudoso e mais tristonho ainda, porque não pude fazer poesia ao rio junto da minha amada Nayla Valença, que preferiu abrir sua janela para contemplar o balanço das ondas do mar pelos arrecifes do Recife.
A governadora Raquel Lyra (PSDB) segue descumprindo o prazo estabelecido por ela mesma para apresentar o que de fato é o ‘Juntos pela Segurança’. Depois de uma sequência de adiamentos, que vem desde que assumiu o mandato, em janeiro, o seu governo tenta, agora, de forma paulatina, criar pautas positivas em torno do que seria o programa.
A última, na segunda-feira (6), foi o anúncio da criação do concurso público para preencher 214 vagas na Polícia Científica. Um detalhe, é que o certame não estava previsto no falso lançamento do programa, no fim de julho, na peça teatral montada no Teatro Guararapes para tal apresentação. Só agora, após muita pressão, foi colocado como parte dos concursos previstos para ampliar a força policial em Pernambuco.
Porém, assim como os demais concursos previstos, não deve suprir o déficit na Polícia Científica, que gira em torno de 350 profissionais atualmente. E o pior, não contempla sequer os agentes de perícia, que é um cargo imprescindível para a abertura de mais unidades da Polícia Científica no Estado, no interior, em especial.
O quantitativo insuficiente de vagas para os peritos, 77 no total, é outro grande problema elencado no anúncio do certame. Conforme explicou a presidente da Associação de Polícia Científica de Pernambuco (APOC-PE), Camila Reis Baleeiro, seriam necessários para completar o cargo no mínimo 127 profissionais.
“O grande problema, talvez o mais grave, é que a exemplo dos outros certames lançados recentemente como parte do Juntos pela Segurança, é que não são contemplados em nenhum a formação de um cadastro reserva. E isso é muito preocupante porque inevitavelmente o quadro e consequentemente a prestação do serviço vai diminuir. Já estamos numa situação crítica. Daqui que o concurso se conclua, que demora muito por causa das muitas etapas, e sabendo que nem todos passam em todas as fases, existe uma grande chance de o Estado investir alto no concurso e no fim não atender a demanda”, afirma Camila.
O necessário – De acordo com a presidente da APOC-PE, se houvesse cadastro reserva, ele poderia ser utilizado para, com o passar do tempo, complementar as demandas de ampliação do quadro. Para tanto, seriam necessários além dos 124 Peritos Criminais, 89 Agentes de Perícia, 43 Médicos Legistas e 86 Agentes de Medicina Legal. Já para abertura de novas unidades, seriam necessários 91 Peritos Criminais, 91 Agentes de Perícia, 63 Médicos Legistas e 63 Agentes de Medicina Legal.
O cerne da questão – O problema é que a lei de cargos da Polícia Científica foi feita há muitos anos, quando havia apenas 3 unidades no interior e não reflete a realidade que vemos agora com a violência avançando cada vez mais. Por isso, segundo Camila Reis, a lei previu uma quantidade de cargos muito menor do que precisamos. “Agora precisamos do apoio dos deputados pra propor um projeto de lei ampliando o número de cargos porque os que existem atualmente já foram contemplados nesse concurso de agora”, explica a presidente da APOC-PE.
Feitosa cobra – O Coronel Alberto Feitosa usou, mais uma vez, a tribuna da Alepe, na última segunda-feira, para cobrar o anúncio do plano de segurança prometido pela governadora Raquel Lyra. “Estamos há mais de 300 dias de Governo, com mais 2.720 mortes por violência em Pernambuco, um acréscimo de quase 10% em relação ao ano passado, e até agora, tempo suficiente para gestação de um equino, o plano de segurança de Raquel não é gestado. Quantas pessoas mais terão que ser vítimas de violência para que a senhora tenha a capacidade de responder com pelo menos um plano com o compromisso para acalentar a dor dessas famílias que perderam um ente querido para a violência no Estado?”, indagou.
Presídios à deriva – Por falar em cadastro reserva, com cerca de mil policiais penais aptos para assumir e sem qualquer referência à quando novas nomeações vão ocorrer, veio à tona, esta semana, um fato alarmante. Com o conhecimento da atual gestão, há dois anos existe um memorando que proíbe o tiro para o alto de advertência para evitar que detentos peguem armas e drogas arremessadas livremente pelas muralhas dos presídios pernambucanos. Isto sem falar que cerca de 70% das guaritas externas estão sem policiamento. Na prática, o que ocorre é que mesmo tendo em mãos o poder de revogar o tal memorando do Governo passado, o atual Governo do Estado compactua com o crime no Sistema Penitenciário.
Polo Automotivo – Após meses de intensa articulação, a prorrogação aos benefícios fiscais ao setor automotivo do Nordeste e do Centro-Oeste será incluída no texto da reforma tributária, que o Senado deve votar ainda esta semana. A informação foi dada, ontem, pelo senador e vice-presidente nacional do PT, Humberto Costa, que anunciou a autorização dada pelo presidente Lula para extensão da política de apoio. A medida deve beneficiar diretamente o polo automotivo de Pernambuco, sediado em Goiana, na Mata Norte, que hoje gera mais de 60 mil postos de trabalho diretos e indiretos.
CURTAS
VETOS – O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que o Congresso fará sessão, amanhã, para votação de vetos presidenciais, entre eles o do projeto de lei sobre o marco temporal para demarcação de terra indígenas.
PIX – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, atendeu a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e encaminhou à Polícia Federal petição apresentada por parlamentares para apurar possíveis ilícitos praticados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro relacionados à remessa de dinheiro por apoiadores, via Pix, no primeiro semestre de 2023.
Perguntar não ofende: Até quando a governadora Raquel Lyra irá adiar o lançamento do Juntos pela Segurança?