Uma vereadora de Arcoverde, no Sertão pernambucano, afirmou, durante uma sessão na Câmara de Vereadores, que uma mãe foi “castigada por Deus” por ter um filho no espectro autista. A declaração de Zirleide Monteiro (PTB) ocorreu na última segunda-feira e, após a repercussão, a vereadora desativou as redes sociais e divulgou um pedido de desculpas “às pessoas com deficiência e seus pais”.
A mulher a quem a vereadora se refere não foi identificada e é mãe de uma criança de 4 anos portadora do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Elas teriam se desentendido dias antes da sessão. Zirleide afirmou que a mulher estava pagando por uma atitude que teve no último fim de semana. As informações são do portal O Globo.
Leia mais“Não preciso citar o nome da cidadã, que o castigo de Deus, Ele dá aqui em vida. Quando ela veio com um filho deficiente, é porque ela tinha alguma conta a pagar com aquele lá de cima. Ela já veio para sofrer”, disse a vereadora.
“Está nas mãos de Deus. Está entregue e quem faz aqui, paga aqui mesmo. Não vai subir lá para cima não, viu? De jeito nenhum”, complementou.
A declaração da vereadora foi repudiada pelo presidente da Câmara, Wevertton Siqueira, que se desculpou em nome dela durante a sessão.
“Eu acho que a senhora foi muito infeliz em suas palavras, em dizer que o filho de uma mãe veio deficiente porque é um castigo de uma pessoa ser ruim ou de uma pessoa ser boa. Eu acredito que a senhora foi muito infeliz, eu quero pedir desculpa em nome da vereadora Zirleide, eu como presidente, eu quero pedir desculpa em nome dela a todas as mães que têm um filho deficiente aqui em Arcoverde, em Pernambuco e em todo o Brasil”, disse Siqueira.
Em nota, a parlamentar disse que foi “movida por agressões e mentiras” e ressaltou que faltou “tranquilidade e serenidade para agir e falar”.
“Não quero justificar essas agressões fortuitas de terceiros pelas palavras indevidas por mim proferidas, apenas situar que sim, faltou-me tranquilidade e serenidade para agir e falar. Mas, repito, o respeito, a preocupação e a nossa luta em defesa das pessoas com deficiências são inerentes a minha pessoa e ao mandato que exerço”, diz um trecho da nota.
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