A política como onda

Por Márcio de Freitas*

O populismo tem a preferência de 32% dos eleitores da Europa. O dado de pesquisa da Universidade de Amsterdã foi publicado pelo The Guardian, mostrando o crescimento dos partidos radicais no berço da social-democracia e do Estado do Bem Estar Social. O eixo de poder se move pelo mundo, com as incertezas econômicas e choques sociais prevalecendo sobre as respostas oferecidas pelos líderes políticos tradicionais. Fenômeno que permanece no horizonte das relações políticas e pode se acentuar nos Estados Unidos se Donald Trump voltar ao poder na eleição do próximo ano.

O crescimento populista é centrado principalmente na extrema direita. O exemplo francês se traduz na exposição de Eric Zemmour, que criou um partido mais à direita para quem acha Marine Le Pen uma versão suave demais de radicalismo intransigente. O embalo desse movimento criva nas democracias ocidentais uma divisão entre o povo e sua “elite corrupta”, entre blocos desenvolvidos e atrasados, entre nativos e migrantes. No horizonte desse cenário, há ainda a forte expansão econômica de países onde os valores são outros, principalmente por serem regimes centralizadores e autoritários – como China e Índia, novos polos cada vez mais importantes na geopolítica e na economia mundial.

Na Argentina, o fenômeno Javier Milei ostenta o favoritismo eleitoral na corrida pela Casa Rosada, num país onde a inflação está fora de controle e o governo de tendência esquerdista não consegue apresentar respostas às demandas sociais. Quando Alberto Fernandez foi eleito presidente, os argentinos sinalizaram uma virada à esquerda que poderia ser lida como tendência política, assim como foi a vitória de Joe Biden sobre Trump há quatro anos.

Os ventos hoje parecem soprar em outra direção. A se conferir se serão fortes o suficiente para mudar governos, mas certamente mostram capacidade de dividir países durante os processos eleitorais, como mundos antagônicos de visão se batendo em choques de grandes proporções. As oscilações eleitorais têm sido registradas em ondas rápidas que vão à direita, mas também à esquerda com velocidade impressionante.

O Brasil dobrou à esquerda em 2022, depois de uma virada brusca à direita em 2018. O rescaldo do período pós-Bolsonaro ainda está sendo remexido, mas há risco de se acentuarem movimentos fortes sob as placas tectônicas da sociedade. Os debates pautados pelo Supremo Tribunal Federal sobre questões indígenas e sobre aborto evoluem para decisões que chocam núcleos que foram derrotados nas últimas eleições. No Congresso, protestos e reações ainda frágeis se organizam.

Os vitoriosos se impõem como é natural, mas é preciso observar até que ponto há capacidade dos atuais derrotados de reagir, e se haverá uma nova força para aglutinar essa direta, que a exemplo da Europa, ainda é significativa no país. Jair Bolsonaro é hoje um personagem forte no imaginário desse núcleo, mas perdeu momentaneamente a capacidade de liderar por estar sob ataque moral e ético.

As incertezas econômicas internacionais de hoje não são tão firmes a ponto de garantir uma vitória antecipada do governo Lula III no seu período de quatro anos. Para ele, tudo vai bem até o momento com a fortuna sorrindo. Se os ventos mudarem, as forças do outro lado estarão com suas feridas abertas pelos aliados do governo no STF, prontas para alimentar uma nova polarização. O Brasil continua a caminhar polarizado e desunido. 

*Márcio de Freitas é analista político da FSB Comunicação 

Na tarde desta sexta-feira (22), durante a cerimônia de posse do novo secretário de Turismo e Lazer do Recife, Antônio Coelho, realizada no auditório da Prefeitura da capital pernambucana, o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, fez um discurso inspirador destacando a importância da união e do desenvolvimento de novas ideias, liderança e transformação.

Miguel Coelho ressaltou a relevância do evento, afirmando que não se tratava apenas da nomeação do novo secretário de turismo, seu irmão, mas sim de uma mensagem de união em prol do Recife, de Petrolina e de todo o estado de Pernambuco. Além disso, enfatizou a necessidade de novas lideranças capazes de trazer renovação e vitalidade para a política estadual.

“Hoje é um encontro político que estamos fazendo aqui. Esse ato é carregado de muita simbologia porque nós não estamos apenas nomeando o novo secretário de turismo, mas estamos passando uma mensagem de união em prol de Recife, de Petrolina e de todo o Pernambuco que quer ver através de novas ideias, principalmente, através de novas lideranças uma oxigenação, um pulso firme, mas acima de tudo uma capacidade de liderar, de unir e de transformar”, enfatizou Miguel.

O ex-prefeito de Petrolina também mencionou a reaproximação com o grupo do prefeito do Recife, João Campos, ressaltando a importância dessa colaboração. “E essa reaproximação que a gente conseguiu viabilizar, construir e juntar também se deve porque enxergamos em você, João, essa liderança nova, capaz de coordenar, de representar e, acima de tudo, de dar o exemplo daqui do Recife até Petrolina, pra que de ponta a ponta do Estado possamos irmanar”, acrescentou.

Miguel Coelho encerrou seu discurso desejando sucesso a seu irmão na gestão da Secretaria de Turismo e Lazer. “Por isso, Antônio, trabalhe duro. Petrolina e boa parte do Estado já lhe conhecem, se apresente ao Recife da forma que vem trabalhando e honrando a confiança do prefeito e de toda a equipe”, concluiu, reforçando a expectativa por uma administração eficaz e comprometida com o desenvolvimento.

Por Magno Martins – exclusivo para a Folha de Pernambuco

Que a primeira-dama do Brasil, Janja Silva, tem superpoderes, ocupa uma sala no Palácio do Planalto ao lado do marido, o presidente Lula, na qual os ministros quando despacham com o chefe têm que dar uma passadinha por lá para bater continência, todo mundo sabe. O que não se sabia até ontem é que a poderosa pode ficar dando as cartas no País, enquanto Lula ficará 30 dias inativo, em convalescência, após a cirurgia no quadril.

Diante disso, a Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara, presidida pela deputada Bia Kicis (PL-DF), pretende votar na próxima semana uma série de requerimentos de convocação de integrantes do governo. A justificativa da oposição é cobrar “esclarecimentos sobre as notícias relacionadas à possibilidade e competência da primeira-dama Janja da Silva em assumir a agenda presidencial”.

Ao todo, foram pautados três pedidos de convocações de ministros: Márcio Macêdo, da Secretária-geral da Presidência da República; Rui Costa, da Casa Civil; e Alexandre Padilha, das Relações Institucionais. As votações dos requerimentos estão marcadas para a sessão da próxima quarta-feira do colegiado.

O Palácio do Planalto negou que Janja assumirá o comando do Executivo enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estiver se recuperando de uma cirurgia. O petista vai passar por um procedimento médico no quadril no próximo dia 29. A Constituição não prevê que o cargo e as atribuições do presidente possam ser assumidos por pessoas que não integram a linha sucessória, composta na seguinte ordem: vice-presidente, presidente da Câmara, presidente do Senado e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Por Marcelo Tognozzi*

O que está levando a maioria dos eleitores argentinos a desejar votar em Javier Milei para presidente? Qual desastre pode ser maior do que aquele que levou a Argentina ao triste recorde de 40% da população vivendo na pobreza extrema? A situação dos argentinos é talvez a mais complicada da História desde que Rosas tomou o poder em 1829 e estabeleceu um governo de violência e terror.

Milei não é um Bolsonaro, como quer impor a narrativa dos seus adversários na esquerda e na direita. Muito menos um Trump. Imaginar ser ele uma versão argentina dos 2 ex-presidentes é, no mínimo, miopia política.

Sua ascensão é consequência da decadência populista iniciada com Perón, nos anos 1940, desaguando no kirchnerismo do século 21. Num país que continua escolhendo seu presidente pelo voto direto e, diferentemente da Venezuela, não viu brotar clima algum para golpe de Estado, o surgimento desse economista de 52 anos com sua fórmula de governo distinta de todas aquelas já conhecidas está encantando.

A mídia tradicional o exibe como um homem emocionalmente instável. Mas quem pode lograr estabilidade emocional numa Argentina onde a incerteza é tamanha, a ponto de ninguém se arriscar a prever o que pode ocorrer nas próximas horas ou no dia seguinte? O estresse é grande, o desalento, maior ainda.

A esperança tem sido o principal ativo de Milei e de sua vice, Victoria Villaruel. Os argentinos estão à beira de se tornar uma sociedade miserável dada a velocidade com que a pobreza vem ocupando cada vez mais espaços, tirando dos trabalhadores e dos empresários a perspectiva de futuro. Essa não é uma questão ideológica, mas de sobrevivência. O único candidato a oferecer um futuro, gostem ou não, é Milei.

Nos últimos dias, ele tem sido cortejado por parte da elite econômica cevada no pragmatismo. Na quinta-feira (21), milionários argentinos se reuniram no Hotel Alvear, uma espécie de Copacabana Palace de Buenos Aires, para ouvir o líder nas pesquisas de intenção de voto. A elite econômica costuma ter um viés antropófago e, tudo indica, iniciou a deglutição do candidato do partido Liberdade Avança.

O silêncio dos empresários durante a fala de Milei foi sintomático. Será que a elite precificou o discurso da dolarização da economia, do fim do banco central e do corte radical de impostos? Provável. O importante será o tempo para conseguir os primeiros resultados e a capacidade para administrar as relações com a mídia e o Congresso. Se não houver habilidade política, só sobrará um populismo de 3ª via, tão ou mais nocivo que o peronismo ou o kirchnerismo.

Uma coisa ficou muito clara para os empresários que foram ao Alvear: ele sabe o que diz e o faz com enorme convicção. Com aqueles cabelos revoltos, os olhos azuis esbugalhados, provavelmente seja menos louco que Boris Johnson, o ex-primeiro-ministro britânico que promoveu baladas de arromba na residência oficial de Downing Street em plena pandemia.

Basta dar um rolezinho pelas redes sociais dos hermanos para conferir o sentimento do eleitorado pela novidade. No X (ex-Twitter), ele tem 950 mil seguidores e 2,8 milhões no Instagram.

Até onde se sabe, os norte-americanos já oram por Milei, imaginando conter o avanço da esquerda no Cone Sul e esvaziando Lula no Mercosul, como o único governante de esquerda. Se vencer a eleição, como indicam os prognósticos até aqui, Javier Milei se tornará a grande novidade, roubando holofotes de outros personagens latino-americanos como o presidente colombiano Gustavo Petro, o chileno Boric e o próprio Lula.

As sucessivas crises vividas pela Argentina se transformaram numa enorme tragédia social e política. O país é hoje uma democracia de pobres, boa parte deles vindos da classe média e desesperados para resgatar um passado perdido entre planos econômicos fracassados e uma inflação de mais de 100% ao ano. Votarão com muita emoção em 22 de outubro. O risco a ser medido – e ainda não me parece precificado – é o da frustração popular, se Javier Milei não entregar o que prometeu.

*Jornalista

A Doutora Nise Yamaguchi elogiou a plataforma SOUL MV, um sistema de gestão hospitalar que contempla o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP MV). “É muito mais fácil”, diz a médica oncologista e imunologista. A plataforma elogiada por Nise é da multinacional brasileira MV, com sede no Recife, especializada no desenvolvimento de softwares para a saúde.

Confira a declaração:

Por Arnaldo Santos*

É cediço o adágio segundo o qual o hábito faz o monge. No julgamento pelo STF, dos três primeiros acusados dos crimes de atentado à democracia (golpe de Estado), invasão e depredação dos Três Poderes, no dia 08 de janeiro de 2023, pelo menos para os ministros André Mendonça e Nunes Marques, ficou demonstrado que a toga não faz o juiz. Contrariamente, o torna vassalo do seu pretenso “senhor”, substituindo o ato de julgar, assente nos fundamentos constitucionais e no melhor Direito (fumus boni Iuris), pela submissão aos interesses subalternos. 

No exercício de funções relevantes (Ministro do STF), que é uma das mais substantivas, constituintes do corpo fundamental da legislação, espera-se que seus ocupantes incorporem em seu currículo de vida – além de notório saber jurídico – conduta ilibada, estatura moral e ética, dentre outras. Na realidade vivenciada, entretanto, esses valores não apareceram em nenhum instante. 

A julgar pelos votos proferidos pelos ministros referidos, restou comprovado que, em transposição ao direito de vestir toga, pelos integrantes da Suprema Corte, imperioso se faz que tenham perspectiva histórica dos seus atos, percepção dos valores consubstanciados na Constituição e na democracia, além do real sentido axiológico da nossa Nação, que eles juraram defender, não sendo admissível, por nenhuma hipótese, vergarem-se ante aquele que os indicou, como mostrado naquela histórica sessão. A Suprema Corte de Justiça do Brasil não se permite ser covil de um duo de vassalos. 

Com fulcro no melhor direito, especialmente na ação de julgar e decidir em favor da tutela dos bens coletivos a que os magistrados em todas as instâncias do seu Poder são instados a fazer, diariamente, também na política, os governantes, nos três níveis do Executivo, incluso, aqui, o Distrito Federal, são chamados a tomar decisões complexas, com repercussão direta na vida de milhões de pessoas.

Em uma Nação de desenvolvimento tardio, como a brasileira, que ainda acumula défice primário também na seara do conhecimento, convivendo com alçados índices de pobreza e desigualdades, nenhuma decisão de ordem jurídica levada a efeito por aquele que esteja no exercício de julgar, como os ministros do STF, é factível de prescindir de fundamentação nas Ciências Jurídicas e Políticas, na Psicologia e na Sociologia, para que os efeitos produzidos venham ao encontro das expectativas do Povo. Os votos dos julgadores sob comentário, por ignorância e/ou má fé, passaram longe das mencionadas bases. 

Nas democracias modernas, sociedades em movimento, guiadas pelos valores e costumes do século XXI, respeitadas as competências específicas, inerentes a cada um dos tomadores de decisão no âmbito tripartite montesquieuano – Legislativo, Judiciário e Executivo – todos, sem exceção, devem operar com retidão, com vistas à paz social, por via de preservação e tutela dos melhores proveitos coletivos, conforme se configura a defesa democrática. Por expressas razões, a expectativa é de que o façam com âncora nas teorias da interpretação e da decisão, além de motivada e justificada sua fundamentação.

Na senda jurídica, Aristóteles preconizou a noção de que o juiz, para decidir adequadamente, necessita da combinação de capacidades intelectuais, bem assim de sólida formação moral para entender as consequências dos seus julgados. Observemos que ser “terrivelmente evangélico” não está, à certeza, entre os pré-requisitos do pensador macedônio. 

Examinando a desventurada herança do chefe de governo imediatamente passado, e a prática dos seus seguidores, comprova-se que as decisões de maior repercussão para o País se fundam, tão-somente, em seus desprezíveis valores, vontades e preferências pessoais, na sua ideologia e visão de mundo negacionista em relação a todas às ciências. No âmbito das ideações dos que o seguem, reedita-se, agora, o empenho de situar as instituições do Estado, ao modo como procederam os dois membros com assento no STF, a serviço dos interesses dessa horda, como sobrou demonstrado em seus votos exarados naquela memorável sessão.

Ainda analisando, e na demanda de entender o comportamento dos dois bolsonaristas de toga, que deixou a sociedade estupefata, ante a pobreza argumentativa e por pretexto da falta de fundamentação jurídica de seus votos que minimamente justificasse o pedido de absolvição dos réus pelos crimes cometidos, o que se viu exarado foi uma decisão “intuicionista”, o que não se espera de ministros da Suprema Corte. Assim, também, acontece em relação à imprensa, bem como aos outros dois poderes da República, observando-se atitudes intensivamente influenciadas por suas subjetividades – e convicções não justificadas – desprovidas de quaisquer dos fundamentos teóricos das Ciências Sociais, e jurídicas, reais orientadoras de qualquer julgamento. 

A explicação para o comportamento sob exame, explicitamente classificável como errático, levado a efeito pelos seus seguidores em processos decisórios, é esteada na literatura que cuida das várias teorias da Psicologia da Justificação da Decisão, bem como da Psicologia Cognitiva Social, quando dispõem vários estudos sobre “cognição dissonante”, “conforto cognitivo”, “heurísticas”, “vieses”, dentre outros. O exame desse lógico complexo bibliográfico conduz a se compreender os fatores dessas ações dissonantes.

Daniel Kahneman (Israel) Nobel de Ciências Econômicas em 2002 (compartilhado com Vemon L. Smith – EUA), pelo estudo que desenvolveu em Economia Comportamental, no livro Rápido e Devagar, cuidando das “heurísticas” e dos “vieses”, também explica os dois sistemas que conduzem e estruturam o pensamento, assinalando a ideia de que um é rápido, intuitivo e emocional, ao passo que o segundo é mais lento, deliberativo e lógico, mediante os quais as pessoas orientam e estabelecem julgamento, avaliação e decisão. Nesse sentido, é válido acentuar que o primeiro sistema é o que motiva e orienta as escolhas e definições das decisões dos seguidores herdeiros da nefasta herdade, como vimos prolatado nos votos dos bolsonaristas de toga superior.

Ainda firmado na reflexão de Kanheman, com amparo em suas pesquisas sobre decisão comportamental, comprova-se que, na limitação da racionalidade, pessoas com escassos recursos mentais rejeitam os processos complexos que envolvem uma decisão racional, a ser sempre precedida de minuciosa avaliação das repercussões resultantes daquele ato, especialmente quando o tomador dessa ou daquela decisão é um juiz da mais alta Corte de Justiça de uma Nação.

Seguindo essa linha teórica, sabe-se que o raciocínio é suscetível ao que se conhece como “atalhos cognitivos”, e “desvios sistemáticos”, levando muita vez o tomador de decisão a agir premido pelo tempo e baseado em informações incompletas, deixando-se influenciar por palpites dos poucos íntimos que o cercam, mas que confirmam sua intuição e convicções já consolidadas, mesmo sabedor de que todos esses ignoram a necessária engenharia mental que articula os interesses e valores a envolverem o ato em decurso de deliberação. Nenhuma dessas hipóteses se aplica ao caso em tela, pois não faltou tempo para uma análise acurada dos processos, e ministros do STF, ainda que não possuam boa formação jurídica – esse parece ser o caso dois em referência – dispõem de uma assessoria composta pelos melhores juristas do País, e, portanto, a eles é defeso decidir com suporte em palpites. 

Nada mais é preciso dizer!

*Jornalista, sociólogo e doutor em Ciências Políticas

Brasília será palco do segundo lançamento da biografia que escrevi sobre o ex-vice-presidente da República Marco Maciel, pela CRV Editora, de Curitiba. Acontece na próxima terça-feira (26), a partir das 18 horas, no Salão Nobre do Senado, que funciona como o Museu do Congresso Nacional. 

No Recife, a noite de autógrafos está agendada para o dia 9 de outubro, também às 18 horas, no plenário Sérgio Guerra, da Assembleia Legislativa. No dia seguinte, Vitória de Santo Antão abre as portas para o Marco de Pernambuco, com lançamento a partir das 19h30, no Centro Universitário Unifacol, iniciativa do prefeito Paulo Roberto (MDB).

Aos que querem ter acesso ao livro com mais rapidez e praticidade, é só seguir o exemplo do Tenente Choraninguém, de Igarassu, que já recebeu o seu exemplar e fez questão de enviar uma foto. “Já comecei a devorar”, contou. Louco por política, Choraniguém também é ouvinte assíduo do Frente a Frente, programa que ancoro pela Rede Nordeste de Rádio. 

Para comprar é muito fácil, diretamente pelo site da Editora CRV, através deste link: www.editoracrv.com.br/produtos/detalhes/38052-o-estilo-marco-maciel

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Quando os fins justificam os meios

Por Juliana Albuquerque – repórter do Blog

Não é incomum na política, observamos antigos adversários partidários se unirem em prol de um projeto em comum, vislumbrando um futuro não tão distante. Ou ao contrário, os aliados de hoje, se tornarem os adversários de amanhã.

Em 2014, por exemplo, quando deixou o Governo de Pernambuco para concorrer à presidência, Eduardo Campos (PSB) integrava a base do Governo Dilma Rousseff (PT), a quem, assim que cravou seu nome como presidenciável, fez questão de proferir duros ataques à gestão da petista, até pouco tempo aliada. No ano passado, porém, já sem o líder do partido socialista, morto em um acidente aéreo em agosto de 2014, o PSB voltou a compor a mesma coligação que o PT.

Seguindo a máxima de que o adversário de ontem pode ser o aliado de amanhã, o filho de Eduardo, o prefeito do Recife, João Campos, deu, ontem, um passo na direção do que aprendeu com o pai, que por sua vez, aprendeu com o seu avô, Miguel Arraes – na política, é preciso somar forças em prol de um objetivo em comum.

Ao dar posse como secretário de Turismo a Antônio Coelho (União Brasil), filho do ex-senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), que rompeu com o PSB em 2017 para apoiar Michel Temer, e posteriormente virar líder do Governo Bolsonaro (PL), João Campos deixou esse posicionamento bem cristalino.

“Vi de perto a relação de vocês dois juntos, tendo conversas agradáveis e desagradáveis. Então, meu pai deve estar feliz de a gente construir um caminho acreditando na política e juntando um time para ajudar a cidade. Agradeço também a Miguel por conduzir o processo e sou grato pela grandeza e compreensão de como é importante respeitar a política”, afirmou João durante a posse do novo secretário de Turismo e Lazer do Recife.

Entre os três melhores prefeitos do Brasil, João Campos não vê problemas em fazer novas, mesmo que retomando antigas alianças, desde que elas estejam em sintonia com o seu projeto. Primeiro, se reeleger como prefeito do Recife no próximo ano, para posteriormente enfrentar a atual governadora Raquel Lyra (PSDB) nas majoritárias de 2026. É a clássica definição de que os fins justificam os meios.

Suplente continuará o trabalho – Com pouco mais de 32 mil votos, Edson Vieira assume o lugar de Antônio Coelho na Alepe. Segundo ele, deve seguir alinhado ao que o atual secretário de Turismo vinha conduzindo. Sobre o pacote fiscal, disse que vai se debruçar sobre o projeto, mas que deve seguir a interpretação de Antônio Coelho, único membro da Comissão de Finanças a votar contra ao aumento do ICMS proposto pela governadora Raquel Lyra.

E Miguel? Afastado dos holofotes desde as eleições do ano passado, quando concorreu ao Governo do Estado pelo União Brasil, o ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho foi o grande articulador do nome do irmão, Antônio Coelho, parlamentar em seu segundo mandato na Alepe, para a pasta do Turismo da PCR.

Silvio nega candidatura ao Senado – Em respostas às especulações de que poderia sair candidato ao Senado nas eleições de 2026, o recém empossado ministro dos Portos e Aeroportos do Governo Lula, Silvio Costa Filho, afirmou que, agora, seu projeto é tocar a missão delegada pelo presidente da melhor forma e com muita responsabilidade.

Alfinetada discreta – Em resposta ao currículo do novo secretário de Turismo de Lazer, o prefeito do Recife aproveitou para alfinetar sutilmente a governadora Raquel, ao dizer que não tem complexo de sombra. “Aprendi a juntar, ouvir, deixar divergências de lado para fazer a entrega certa. Quem for bom, terá espaço no meu time”, concluiu o prefeito.

Márcia, a nova Raquel? – A julgar pela carta em que comunicou o rompimento com a prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado (PT), ontem, o deputado Luciano Duque (SD) praticamente descreveu a petista comparando-a com a governadora do Estado. Padrinho político de Márcia, Duque revelou que a prefeita não dialoga e que passou a o ignorar sempre que buscou aproximação, caso que se assemelha ao que ocorreu entre Raquel e José Queiroz.

CURTAS

QUEIROZ FALA – Representando o filho Wolney Queiroz na posse de Antonio Coelho, o ex-prefeito de Caruaru José Queiroz (PDT), que ratificou sua intenção em concorrer à Prefeitura da capital do Agreste no próximo ano, afirmou que pensava que, após eleita governadora, Raquel fosse fazer diferente do que fez em Caruaru. “Esperei muito para me posicionar sobre a governadora, mas no fim nem precisei, porque toda a leitura que a imprensa tem feito dela é a mais absoluta verdade”, afirma Queiroz.

SAIDEIRA – A ministra e atual presidente do STF, Rosa Weber, se despede, na próxima quinta-feira (28), do STF. Mas antes, já garantiu, ontem, seu voto como relatora na ação sobre a descriminalização da interrupção voluntária da gravidez (aborto), nas primeiras 12 semanas de gestação. O julgamento foi suspenso por pedido de destaque do ministro Luís Roberto Barroso, e, com isso, prosseguirá em sessão presencial do Plenário, em data a ser definida.

Perguntar não ofende: Quem será a próxima adição à ‘sombra’ do prefeito João Campos?