Caruaru se rendeu ao talento e a magnitude da obra do compositor Onildo Almeida, que entregou para Luiz Gonzaga 46 grandes sucessos das mais de 600 composições em 95 anos de vida, comemorados ontem no polo junino Azulão. Foi muito lindo, emocionante!
O autor de ‘Na feira de Caruaru’ e da ‘Hora do adeus’, que marcou a ameaça de Gonzagão largar os palcos, estava feliz da vida no palco ao lado da sua amada Lenita Almeida. Emocionado, viu e aplaudiu uma penca de artistas se revezando no palco cantando seus grandes sucessos.
Fiquei surpreso quando um dos artistas cantou um frevo. Não sabia que Onildo também havia composto músicas de carnaval e também sambas e cocos. Sensacional!
Nascido em Caruaru, no dia 13 de agosto de 1928, Onildo Almeida estufa o peito para dizer que é filho da Capital do Agreste. Músicas do caruaruense ganharam destaque e já foram tocadas em diversos países, como Inglaterra, Portugal, Espanha, Suécia, Itália, Estados Unidos, Rússia e até a antiga.
“Eu ganhei o mundo sem sair de Caruaru”, diz ele. Filho de José Francisco de Almeida e Flora Camila de Almeida, Onildo teve o apoio dos pais para seguir no caminho da música. Ainda adolescente, o compositor fez parte de grupos musicais locais, mas foi ao ingressar no rádio que ganhou notoriedade.
Ao longo da vida, o artista sempre buscou entoar nos versos de suas composições o nome da cidade natal. Uma das maiores obras dele, se não a maior, “A Feira de Caruaru”, fala desde coisas comuns às mais inusitadas que são vendidas no local até os dias atuais.
Na entrada da feira, que é patrimônio cultural imaterial do Brasil desde 2007, há uma estátua em homenagem ao compositor.
O projeto ‘Todos Cantam Onildo Almeida’, promovido pela empresa Quayada Produções, contou com a participação de artistas renomados da música nacional e local para interpretar os sucessos do mestre. Almério, Erisson Porto, Josildo Sá, Maciel Melo, Maestro Spok, Nena Queiroga, Rogeria Dera, Isabela Moraes, Yngrid Bittencourt e Riah se apresentaram, com participações especiais de Mariana Aydar e Marcelo Jeneci.
O cantor Raul Seixas com a sua bicicleta pelas ruas de Ipanema em 1973. A imagem é dos arquivos do jornal O Globo. Se você tem uma foto no fundo do seu baú e deseja vê-la postada neste espaço, envie agora pelo (81) 9.8222-4888.
Por Magno Martins – exclusivo para a Folha de Pernambuco
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) recebeu com desconfiança o censo do IBGE. Segundo o presidente da entidade, Paulo Ziulkoski, os dados não representam com fidedignidade a realidade do País e impacta diretamente nos recursos transferidos aos Entes locais, especialmente em relação ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e a diversos programas federais que consideram o porte populacional.
O censo apontou uma redução de aproximadamente 4 milhões de habitantes frente à prévia do Censo divulgada no final de dezembro de 2022 e 10 milhões em relação às estimativas populacionais divulgadas em 2021. “Desvios muito acentuados entre a população estimada e a efetiva, conforme se mostrou neste Censo, apontam para erros de estimativas com sérias consequências para a gestão municipal”, diz ele.
Por entender a relevância dessa radiografia para o país, a Confederação, segundo ele, vai atuar junto ao Congresso Nacional e ao Executivo para que uma nova contagem populacional seja realizada já em 2025 a fim de levantar dados efetivos e corrigir as distorções decorrentes do levantamento.
“A Lei 8.184/1991, em seu art. 1°, determina que o Censo Demográfico deve ser realizado a cada dez anos. Já a contagem populacional é realizada a cada cinco anos com o objetivo principal de atualizar as estimativas populacionais de cada Município, mas não foi feita em 2015. Além da não realização desses levantamentos, o Censo Demográfico teve atrasos e intercorrências graves decorrentes da falta de verbas e estrutura destinadas à sua realização”, disse Ziulkoski.
Diante disso, a CNM acompanhou com atenção e preocupação os inúmeros relatos de gestores municipais sobre problemas enfrentados na ponta durante a coleta, a exemplo da dispersão dos recenseadores, que tiveram salários pagos com atraso, da falta de qualificação de pessoal e estrutura do IBGE, e de outros problemas na coleta, e que foram refletidos nos resultados previamente divulgados pelo IBGE no final de 2022.
Pela análise da CNM, 770 Municípios vão ter perdas de coeficiente do FPM; 4.523 se mantiveram estáveis; e 249 irão ganhar. Aproximadamente 61% dos Municípios dos Estados do Amazonas e de Rondônia perderam coeficientes, seguido dos Municípios do Amapá (33%), do Pará (33%) e de Alagoas (32%). Quando se analisam os dados por Região, 29% dos Municípios do Norte perderam coeficientes, enquanto o percentual para o Nordeste é 18%; para o Centro Oeste e Sudeste, 11%; e para o Sul, 8%.
Outro ponto levantado pela CNM se refere à imputação da população (que se refere à técnica para elevar a população nas cidades em que foram observados problemas de coleta). Do total de 203 milhões de habitantes, 195 milhões foram obtidos a partir da coleta de população e 8 milhões acrescidos a partir de estimativas de imputação. “A agregação dos percentuais de população imputada indica que os maiores esforços do IBGE ocorreram em São Paulo (quase 6% da população total). Também estão acima da média as cidades localizadas em Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul. No outro extremo, Paraíba e Roraima apresentaram imputações inferiores a 1% da população total”, disse o líder do municipalismo.
Preocupada com as fragilidades que a estimativa a partir dos dados preliminares do Censo 2022 já apontava, a CNM apresentou proposta, sancionada e transformada na Lei Complementar 198/2023, que beneficiará imediatamente 1.019 cidades.
“O texto mitiga as perdas imediatas dos Municípios que tiveram queda de coeficiente e repassa os ganhos para aqueles que aumentaram de faixa populacional ainda em 2023, com a obrigatoriedade de publicação de nova decisão do Tribunal de Contas da União em dez dias. A CNM também atua como amicus curiae nas ADPFs 1042 e 1043, que discutem aspectos de constitucionalidade da Decisão Normativa do TCU editada com base na contagem populacional parcial e estimativas do IBGE”, disse Paulo Ziulkoski.
Um levantamento inédito do Brasil em Mapas, com base em dados do Atlas do Desenvolvimento Humano-PNDU, aponta quais os melhores Estados e Cidades para se viver no Brasil, assim como também o outro lado da moeda, os piores. São Paulo ganha disparado entre as de altíssima qualidade de vida, seguida por Santa Catarina e o Distrito Federal.
Por ordem, aparecem também Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Goiás e Minas Gerais. Nesta classificação, o Nordeste ficou de fora. Na outra faceta, dos ruins, no Nordeste aparecem liderando Alagoas, Maranhão e Piauí. Numa posição intermediária, Bahia, Paraíba e Pernambuco. Seguem-se o Ceará, Sergipe e Pará.
Muitas pessoas sonham em saírem de onde estão para começarem a vida do zero. Entretanto, encontrar cidades cujo custo devido não seja tão alto pode ser um desafio, mesmo que não seja uma tarefa impossível. O ideal é ter em mente quais as características dos locais em que você quer viver e, claro, quanto está disposto a gastar.
Nesta classificação, a ordem é a seguinte: Feira de Santana, na Bahia; Caruaru, em Pernambuco; Campina Grande, na Paraíba; Goiânia, em Goiás; Uberlândia, em Minas Gerais e João Pessoa, na Paraíba. Já as cidades que mais geram emprego, a ordem é a seguinte: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Goiânia, Salvador, Curitiba, Manaus e Recife.
Os rankings levaram em consideração alguns dados de instituições como o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Foram avaliadas as condições de saúde, educação, desigualdade e oportunidades de renda. Os estados que passaram por um processo de industrialização possuem uma maior tendência às primeiras posições do ranking. Este processo também se reflete nas capitais do país, naturalmente. Outro ponto que deve ser levado em consideração é a distribuição de renda. Os locais com maior concentração de renda tendem a ter uma posição mais baixa no ranking.
Faltam investimentos – Se o Brasil é um país tão rico e ao mesmo tempo tão pobre, por que tantas desigualdades? Segundo o estudo, isso se dá porque existem poucos investimentos públicos e privados nos Estados do Norte e Nordeste, o que contribui para o disparate econômico entre os entes da Federação. Além do mais, o processo de industrialização do País ocorreu principalmente entre os entes da região Sudeste. O Distrito Federal, que aparece no segundo lugar da lista de melhores locais, é onde está localizada a capital do país, Brasília. Portanto, é natural que fique em uma boa colocação no ranking.
Pagando as multas – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, ontem, que as doações via Pix que recebeu de apoiadores até o momento são suficientes para o pagamento das multas que enfrenta na Justiça. Nos últimos dias, seus aliados pediram nas redes sociais dinheiro para ajudá-lo a pagar processos judiciais. “Foi algo espontâneo por parte da população. O Pix nasceu no nosso governo. Já foi arrecadado o suficiente para pagar as atuais multas e (sic) expectativa de outras multas. O valor a gente vai mostrar brevemente”, disse Bolsonaro durante entrevista a jornalistas no Rio de Janeiro.
Desembargadores – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou, ontem, dois novos desembargadores do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) nas vagas reservadas à advocacia. Os nomeados foram André Caúla Reis e Filipe Fernandes Campos. Ambos têm relação direta com os nomes que apoiam o governo petista em Pernambuco. Eles também vão atuar no Tribunal durante as eleições do próximo ano, segundo a Folha de Pernambuco.
Tradição jurídica – André Caúla Reis é advogado criminalista e sócio de um outro ex-desembargador do TRE, Ademar Rigueira. André vem de uma família com longa tradição jurídica no Estado. Seus pais, Helena e Aquino, foram desembargadores do Tribunal de Justiça de Pernambuco. Ele hoje está aposentado e ela, já falecida, foi a primeira mulher a ocupar o cargo mais alto do Judiciário pernambucano. André tem ainda uma relação muito próxima com o PSB local e seu irmão, César, foi procurador-geral do Estado no período de 2015 a 2018.
Lula estagnado – O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chega ao final do primeiro semestre aprovado por 51% dos brasileiros, mostra pesquisa PoderData, realizada de 25 a 27 de junho de 2023. Há 43% que reprovam o atual mandato e 6% que não souberam responder. Os números são, sobretudo, muito próximos ao percentual de votos válidos recebido por Lula em outubro de 2022, quando superou Jair Bolsonaro (PL) no 2º turno com 50,90% das preferências. A taxa indica estagnação da gestão petista e resistência em expandir seu alcance para além daqueles que votaram nele nos seis meses que inauguram o mandato.
CURTAS
A CAMINHO DO PT – O novo superintendente da Sudene, Danilo Cabral, o presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, e o secretário nacional de Microempresa, Milton Coelho, vão desaguar, juntos, no PT, mas ainda sem data para filiação.
RENOVAÇÃO EM SALGUEIRO – Em Salgueiro, o assunto mais comentado nas rodas políticas é a possível candidatura do vereador Emanuel Sampaio, sobrinho do ex-desembargador Chico Sampaio, a prefeito do município nas eleições do próximo ano.
Perguntar não ofende: Quando Sileno Guedes vai colocar ordem na casa do PSB?