Lula volta a cena com ditadores    

Por Cláudio Soares*

Lula é inescrupuloso ao receber no Palácio do Planalto o ditador sanguinário Maduro. Nicolás Maduro é o presidente da Venezuela desde 2013.

Durante o governo de Maduro, a Venezuela tem enfrentado uma grave crise política, econômica e humanitária. A economia venezuelana entrou em colapso devido à má gestão, corrupção, altos níveis de inflação e dependência excessiva da indústria do petróleo. Isso resultou em escassez generalizada de alimentos, medicamentos e outros bens básicos, além de uma hiperinflação descontrolada.

Além dos problemas econômicos, a Venezuela também enfrenta uma crise política. A oposição acusa Maduro de ter manipulado as eleições para se manter no poder e de reprimir a dissidência política. Houve relatos de violações dos direitos humanos, mortes, torturas, detenções arbitrárias, censura da mídia e restrições às liberdades civis.

Essa situação tem levado a uma crise humanitária, com um grande número de venezuelanos buscando refúgio em países vizinhos, como Colômbia, Brasil e Peru. As condições precárias nos hospitais e a falta de acesso a cuidados de saúde adequados.

Por que Lula adora ditaduras? Algum interesse escuso por trás dessa paixão? Venezuela e Cuba foram beneficiadas com cerca de 11 bilhões de reais (2,1 bilhões de dólares) em financiamentos para obras de infraestrutura executadas por empreiteiras brasileiras durante os governos Lula e Dilma Rousseff, Cuba e Venezuela têm aplicado sucessivos calotes nos pagamentos e mantêm ainda expressivas faturas penduradas no balcão do BNDES.

As dívidas a vencer das duas ditaduras somam 3,3 bilhões de reais (626 milhões de dólares), pela cotação atual da moeda americana.

*Advogado e jornalista

Chamou a atenção, ontem, a carta de renúncia de dez conselheiros da atual gestão do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe). O ato causou constrangimento à categoria, pois eles usaram de manobra eleitoreira para montar uma chapa com pautas sindicais.

Além disso, a medida equivocada é uma forma de antecipar a campanha eleitoral, o que prejudica toda a instituição. O período para registro de chapas de candidatos aos Conselhos Regionais tem início apenas no dia 5 de junho.

Passei boa parte da minha vida, principalmente na adolescência, ouvindo conselhos dos meus pais. Sobre amizades, mamãe dizia que amigos verdadeiros são pai e mãe. Tinha razão minha mãezona, mas o tempo foi me ensinando que não há solidão mais triste do que a do homem sem amizades.

A falta de amigos faz com que o mundo pareça um deserto. Com o tempo, também aprendi a ler Rubem Alves, que mamãe nunca leu. Disse certa vez o cronista que amigo é alguém cuja simples presença traz alegria independentemente do que se faça ou diga.

Aristeu Plácido Júnior, que apaga hoje as velinhas de mais uma página virada no calendário da vida, é assim. Meu amigo desde o dia em que optei por morar em Brasília, aportando na cidade de mala e cuia, em 1984. Fui eu que o batizei de “Embaixador de Pernambuco em Brasília”. Me convenci que ninguém transita com tamanha desenvoltura na corte do que ele, anfitrião de mão cheia da colônia pernambucana no Distrito Federal.

Mas diferente de mim, que vim, voltei e nesta fase estou indo e voltando, forçado pelas circunstâncias que a profissão impõe, Aristeu nunca fez o voo do regresso. É o pernambucano mais candango que conheço. Como eu, apaixonado por Brasília, a terra que nos deu régua e compasso. Aristeu é aquele amigo que tornam nossas risadas mais altas, as conversas mais gostosas, a vida mais feliz. É o tipo do amigo que desenvolve a felicidade, reduz o sofrimento, duplica a alegria e divide a dor.

Aristeu é um amigo que ganhei no decorrer da vida e que me enriquece, não tanto pelo que dá, mas pela capacidade de transmitir sentimentos que fazem a vida ser muito melhor. Bonachão e divertido como o pai, o velho Aristeu, com quem aprendi muito nos papos agradáveis e sem fim no Dom Pedro, restaurante dos jornalistas no Recife.

Nunca vi um pai tão apaixonado. Entre talagadas de uísque, percebia no velho que sua alegria era acompanhar o sucesso do filho e ver a felicidade estampada no rosto, reluzindo o orgulho de tê-lo como mestre. Coisa de pai para filho e o filho também o reverenciou a vida inteira, até seu último suspiro.

Ao brindar a vida hoje, Aristeu, lembre-se: a celebração de mais um ano é a celebração de um desfazer, um tempo que deixou de ser, não mais existe. Fósforo que foi riscado. Nunca mais acenderá. Daí a profunda sabedoria do ritual de soprar as velas em festa de aniversário, já disse Rubem Alves.

Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido, porque a vida é bela.

Deixa a vida te levar, Aristeu!

Churrasco promíscuo

O festeiro presidente da República retomou os convescotes no Palácio do Alvorada, tão rotineiros nos dois mandatos anteriores. Foi na última sexta-feira. Um churrasco noturno, com muita bebida, picanha que prometeu e até hoje não apareceu à mesa do proletariado, e muita conversa de gente, mais uma vez, deslumbrada com o poder.

Mas teve um agravante: a presença de dois ministros do Supremo Tribunal Federal e de um ex-ministro, entre os quais Alexandre de Moraes, o todo-poderoso, que infernou Bolsonaro e o governo passado, acumulando, atualmente, o cargo de presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Nunca vi tamanha promiscuidade na República de bananas chamada Brasil!

Inaceitável! Imagina se esses ministros da corte suprema da justiça brasileira tivessem ido ao Alvorada churrasquear com Bolsonaro? O mundo tinha desabado sobre suas cabeças e rapidamente o Congresso discutiria o impeachment deles. Estou fazendo referência a Bolsonaro pelo simples fato de ser o governo anterior, não entenda como defesa ou alinhamento.

Poderia ser Mané, Joaquim ou Manoel o presidente, desde que fosse do balcão oposto ao PT, qualquer um, já estaria na forca, porque logo o PT e Lula diriam que Executivo e Judiciário estariam se lambuzando com o dinheiro meu, seu, nosso, o dinheiro do contribuinte, num espaço público, o Alvorada, residência oficial do presidente da República.

Quando vi o noticiário com a confirmação dos ministros do STF, não acreditei. Para ser mais sincero, imaginei que fosse uma fake espalhada pelos bolsonaristas nas redes sociais para macular a imagem de Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Lewandowski. Mais tarde, fiquei enojado, com vergonha do Judiciário. Ministros dos tribunais superiores são juízes e seus atos, contrariando ou não a União, têm que estar acima de qualquer suspeita.

Que vergonha! – Lula estendeu o tapete vermelho e deu tratamento com honras militares, ontem, ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em visita ao Brasil. A oposição caiu de pau no Congresso e com razão. A Venezuela vive um dos momentos mais cruciais da sua história. A crise econômica levou sete milhões de pessoas a fugir para outros países. No auge da repressão de Maduro, mais de sete mil pessoas foram vítimas de execuções extrajudiciais no País.

A iludida Marina – Envergonhada e enfraquecida no Governo, a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) preferiu distância do churrasco promíscuo no Palácio do Alvorada. Em processo de fritura, a partir do momento em que se insurgiu contra a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas, Marina ainda se ilude, achando que a MP que reduziu seus poderes como ministra será refeita e aprovada pela base governista. No Senado, seu maior adversário, David Alcolumbre, montou uma arapuca contra ela.

Gratuidade – Em seu parecer à proposta que relatou para manter gratuito os processos administrativos, disciplinares e judiciais que pesam contra agentes, o deputado Coronel Meira (PL) diz que fez justiça. “Entendo que não é justo que o servidor, que muitas vezes acaba por comprometer as despesas essenciais de natureza familiar para custear a contratação de advogado particular para promover a sua defesa, siga desamparado pelo Estado, à custa do seu próprio trabalho ou da renda de sua família”, alegou.

Buraqueira – Na ida a São José do Belmonte, domingo passado, para conhecer a festa da Pedra do Reino Encantado, obra de Ariano Suassuna, a governadora não quis enfrentar a esburacada PE-430, que dá acesso ao município. Usou helicóptero, equipamento que deve virar rotina nos seus deslocamentos pelo Interior. Há muitas outras estradas que mais parecem tábuas de pirulito, como a PE-585, que liga Araripina ao povoado Posto do Exu.

Fome nas escolas – Tão logo chegou no local da festa em São José do Belmonte, a governadora Raquel TikTok passou por um grande constrangimento. Quando cumprimentou uma estudante, foi cobrada pela falta de merenda escolar ou a péssima comida que vem sendo servida na rede estadual de ensino. Tem muitos estudantes passando fome nas escolas. Na abordagem, a tucana jogou a culpa nos processos licitatórios herdados da gestão passada.

CURTAS

DE VOLTA – O presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto (PSDB), deu posse, ontem, ao deputado Diogo Moraes (PSB), que assumiu a vaga de Rodrigo Novaes com a escolha deste para o Tribunal de Contas do Estado. E ainda comemorou: “Diogo sempre foi um grande deputado. Com sua volta, quem ganha é Pernambuco”, afirmou.

MEMÓRIAS DE MORAES – O deputado Antônio Moraes, da bancada do PP na Assembleia, deve fazer calo dos dedos, amanhã, na noite de autógrafos do livro Histórias de Polícia e Política, no qual revela um pouco das suas memórias num longo depoimento ao jornalista Sérgio Montenegro. O lançamento está marcado para às 17 horas, no hall do auditório Senador Sérgio Guerra, na própria Alepe.

Perguntar não ofende: A Polícia Civil entra em greve se a governadora não atender a proposta de aumento salarial da categoria?