É Lira quem dá as cartas nas pautas do governo

Mesmo com a aprovação do novo arcabouço fiscal — uma das pautas prioritárias do governo —, muito comemorada pelo Planalto, as alterações feitas na medida provisória de reestruturação da Esplanada, que esvaziam os ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, e o aval à urgência para votar o marco temporal mostram que é o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), quem dá as cartas nas decisões importantes da política.

A expressiva aprovação do arcabouço fiscal — por 372 votos a favor, com 108 contra —, mais que uma demonstração de força do governo, como tenta fazer crer o Planalto, sinaliza o poder de Lira no Congresso. O parlamentar adotou o projeto, indicando um relator aliado, o deputado Cláudio Cajado (PP-BA), que implementou mudanças que desagradaram o campo mais à esquerda da base governista. As informações são do Correio Braziliense.

O cenário demonstra que o governo ainda precisa construir um maior número de aliados, pois está longe de obter consenso nos partidos que, teoricamente, compõem sua base no Parlamento, alguns, inclusive, com representantes na Esplanada dos Ministérios. Sem poder contar totalmente com a pequena e desunida bancada da esquerda na Câmara e longe da forte aderência dos outros aliados, como PSD, MDB e União Brasil, o Executivo tem pela frente o desafio de jogar cada vez mais no time do Centrão, um meio de campo onde Lira tem a posse de bola.

Reservadamente, um deputado federal do PP ressaltou que o governo Lula “perde tempo” nesses seis meses ao não ter fechado, já no apoio às reeleições de Lira e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), compromissos do PP e do Republicanos.

“Naquele momento (eleições do Congresso), já deveria ter feito composição com o PP e com o Republicanos. O PL acabou ‘bolsonarizando demais’, mas, historicamente, é um partido que compõe bem essa base. E mesmo com os bolsonaristas, deram 30 votos ao marco fiscal”, destacou. “Sempre foi assim, não adianta querer mudar a roda. Vai ter de ceder, mais cedo ou mais tarde. Aí, o Planalto comemora a falsa vitória. O arcabouço não foi vitória do governo, foi vitória do Lira e do relator (Cláudio Cajado)”, enfatizou o parlamentar. No primeiro mandato de Lula, o seu vice, José de Alencar, era integrante do PL.

Em entrevista ao Correio, nesta semana, Cajado disse que, enquanto o governo mantiver a política de negociar projeto por projeto, e não obtiver uma base mais sólida, seguirá exposto a surpresas, como aconteceu com o caso do marco do saneamento, da MP da Mata Atlântica e na própria MP da reestruturação da Esplanada.

Segundo analistas e integrantes do Congresso, de diferentes posições ideológicas, Lula deve agora focar na pauta econômica, como redução do custo de vida e geração de empregos. Só depois de “deixar a maioria da população feliz” pode pleitear pautas vistas como “identitárias”.

O professor de ciência política Valdir Pucci entende que o peso do Congresso se tornou uma tendência desde a gestão Jair Bolsonaro. “Na política, o êxito se mede pela popularidade, e isso envolve muito a questão econômica. Então, Lula precisa gerar o crescimento econômico. Aí, sim, com popularidade alta e, consequentemente, com mais poder, pode voltar a essas pautas”, comentou. “Lira é o grande articulador. Por isso, vejo que Lula deve enxergar essa nova forma de fazer política. O Congresso agora tem de ser visto como detentor de parte do poder político, e não subserviente ao Executivo”, acrescentou.

O destaque que Lira ganhou na segunda metade do governo Bolsonaro, por meio, principalmente, das emendas do orçamento secreto, fez dele uma das figuras mais poderosas da República.

Hoje, mesmo sem o orçamento secreto, o presidente da Câmara detém forte influência sobre o Centrão. E, além de ter conseguido manter uma parte das emendas, é visto como um “cumpridor de acordos”.

As últimas votações indicam que Lira segue pressionando o governo e cobrando caro pelo apoio aos projetos do Planalto. Enquanto isso, a articulação política, ao cargo do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e a coordenação do governo, sob controle do ministro da Casa Civil, Rui Costa, seguem patinando e provocando críticas tanto no Congresso quanto dentro do próprio Executivo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou ministros e líderes do governo no Congresso Nacional para um churrasco na noite de sexta-feira (26), no Palácio da Alvorada. Estavam presentes, entre outros, os ministros da Casa Civil, Rui Costa; das Relações Institucionais, Alexandre Padilha; e da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta.

Além de ministros, os líderes no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), participaram do evento, com direito à picanha. Segundo informações da CNN, o convite do presidente foi feito em cima da hora, por isso muitos ministros já não estavam em Brasília.

Nove ministros compareceram, como Anielle Franco, da Igualdade Racial; Margareth Menezes, da Cultura; Flávio Dino, da Justiça; Alexandre Silveira, de Minas e Energia; Luiz Marinho, do Trabalho; e Carlos Fávaro, da Agricultura.

A confraternização ocorre após uma semana intensa para o governo no Congresso. Na quarta-feira (24), a Câmara concluiu a votação do novo marco fiscal, que substituirá o teto de gastos.

No mesmo dia, entretanto, a comissão que analisa a medida provisória da reestruturação do governo retirou competências e esvaziou os ministérios do Meio Ambiente, de Marina Silva; e dos Povos Indígenas, de Sônia Guajajara. Elas não participaram do churrasco.

O encontro com ministros e líderes do governo no Parlamento serviu para alinhar pautas entre os parlamentares e “suavizar a semana tensa”, além de comemorar a aprovação da nova regra fiscal, segundo uma fonte ouvida pela CNN.

Com a autoridade de ter exercido todos os principais cargos políticos brasileiros — presidente da República, presidente do Senado e do Congresso, deputado federal e senador — José Sarney enxerga os ataques ao Fundo Constitucional do DF como parte de uma “incompreensão do significado da capital”.

Em entrevista ao Correio Braziliense, Sarney, que acaba de completar 93 anos, tendo passado mais da metade de sua vida em Brasília, diz que há uma “má-vontade” em relação ao Fundo Constitucional. Nesta semana, ao aprovar o arcabouço fiscal, a Câmara dos Deputados em maioria endossou o relatório do deputado Cláudio Cajado (PP-BA) que alterou a correção anual dos repasses federais para as áreas de saúde, segurança e educação.

A expectativa de técnicos é de que ao longo dos anos o Fundo Constitucional perca sua força de custeio e investimentos em serviços públicos fundamentais. Para Sarney, preservar Brasília deveria ser uma causa nacional. “Uma Brasília forte faz parte da unidade nacional”, acredita o ex-presidente. Leia, a seguir, o ponto de vista de Sarney sobre a capital federal.

Acredita que Brasília sofre um ataque orçamentário pela falta de compreensão de parte dos políticos a respeito de prerrogativas da cidade como capital do país?

Brasília está tendo uma dose de má vontade nas áreas de decisão. Numa parte política existe mesmo uma incompreensão do significado da capital. A arquitetura extraordinária abafou a visão da importância do Distrito Federal e o que ele representa.

O 8 de janeiro criou no país um sentimento de que Brasília faz pouco pela segurança dos Poderes da República e recebe uma quantia elevada dos cofres públicos federais?

Brasília se ressente de ausência de um plano antidistúrbios. Esse fato atinge a segurança. As sedes dos Poderes são indefesas. O 8 de janeiro mostrou isso. O objetivo político só se realizou pela certeza da vulnerabilidade.

Até hoje, 63 anos depois de sua inauguração, Brasília ainda sofre questionamentos por ser a capital. Acha que foi um erro instalar a capital no centro do país?

Jamais. Essa mudança fazia parte dos ideais da independência, expressos claramente nas palavras de José Bonifácio, o Patriarca. Os resultados são claros. Brasília consolida a Federação e é o centro de expansão do desenvolvimento agrícola.

Como o senhor vê o futuro de Brasília?

Um país da dimensão do Brasil tem que ter uma capital que represente não só a sua arquitetura extraordinária em beleza, como um centro de expansão nacional, uma grande cidade de um grande país destinado ao grupo de liderança mundial. Crescer, crescer, crescer é o seu destino.

Por que Brasília ainda não conseguiu desenvolver uma vocação fora do serviço público ou comércio e serviços para, aos poucos, conquistar a autonomia financeira?

Porque seu objetivo não é de centro econômico, mas de comando político do país. Daí a responsabilidade federal e o investimento no Distrito Federal. Não desvincular Brasília de capital do país, Distrito Federal.

São mais de cinco décadas morando aqui. De onde vem esse sentimento de pertencimento em relação a Brasília?

Fui o primeiro parlamentar a mudar-me do Rio para Brasília, para a nova Câmara, já que era deputado federal. Passei mais da metade de minha vida em Brasília. Gosto de Brasília. Amo Brasília. 40 anos de senador, cinco de deputado federal, cinco de presidente e vice-presidente da República.

Atacar o Fundo Constitucional é preconceito com a capital?

Há uma má vontade formada contra o Fundo Constitucional. Deve ser desfeita e tornar-se uma causa nacional. Uma Brasília forte faz parte da unidade nacional.

Em sessão solene realizada na Câmara de Vereadores de Tabira, no Sertão pernambucano, o médico Pedro Pires Ferreira Neto foi agraciado com a Medalha do Mérito tabirense, que leva o nome de seu avô, Pedro Pires Ferreira. A entrega aconteceu na tarde de ontem, dia que o município completou 74 anos de emancipação política.

Pedro Pires Neto agradeceu a homenagem, que é de autoria da vereadora Nelly Sampaio, e falou um pouco da história de seu avô. “Pedro Pires Ferreira foi líder político e prefeito de Afogados da Ingazeira, sua cidade natal, tendo como sua base política o distrito do Espírito Santo, hoje Tabira. Essa liderança em Afogados da Ingazeira foi exercida até 1948, quando concretizou a emancipação política de Tabira, cidade que que tanto amou e onde foi prefeito em duas legislaturas (1949 e 1961) e deputado estadual nas legislaturas de 1954 e 1958”, explicou.

Maria das Neves Pires da Silva, mãe do médico, também foi homenageada com a inauguração da galeria das mulheres tabirenses na política, que leva o seu nome.  “Parabéns a Câmara de Vereadores e todos os tabirenses que trabalham pelo seu engrandecimento”, exclamou Pedro.

A segurança pública em Pernambuco se constitui, historicamente, no maior gargalo, independente da coloração partidária do governo. Sabendo das dificuldades que enfrentaria nessa área, ao assumir o Governo em 1987, depois da campanha mais emocionante, que dizia que entraria pela porta que saiu, referindo-se ao ato violento da sua cassação pelo regime militar, Miguel Arraes escolhe um general do Exército para comandar a Secretaria de Segurança, hoje com a nomenclatura Defesa.

Currículo impecável, com passagem até pelo SNI, hoje ABIN, o general Evilásio Gondim aceitou o desafio proposto por Arraes. Antes de assumir a função, já havia comandado o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Recife, foi chefe da 7ª Região Militar e diretor do Abrigo Cristo Redentor e do Rotary Club.

Gondim morreu em 2018 e sua partida foi registrada pelo deputado Alberto Feitosa, também militar, em discurso na Assembleia Legislativa. “Evilásio Gondim teve uma carreira militar exemplar, na qual chegou ao generalato. Ao passar para a reserva, não parou a militância em favor da educação, dos pernambucanos e das causas sociais. Deixou no seio da comunidade pernambucana muita admiração e respeito”, afirmou.

Linha dura, o general organizou a segurança do primeiro carnaval do Governo Arraes, já na função de secretário da Segurança Pública, em 1987. Na semana pré, aceitou convite da equipe de secretários para ir a um baile carnavalesco no clube Português. Bem jovem, chefe de gabinete de Arraes, Eduardo Campos brincava a valer com uma turma bem animada que caprichava, sem piedade, no uso de lança-perfume.

Lança-perfume ou loló é um produto desodorizante em forma de spray. O líquido é à base de cloreto de etila e acondicionado sob pressão em ampolas de vidro. O uso do lança-perfume como droga recreativa era ilegal no Brasil, mas bastante popular em festas e eventos, especialmente durante o Carnaval. Atualmente seu uso é menos comum devido às restrições legais e aos riscos à saúde associados a seu uso.

Quando inalado, pode causar euforia, alucinações e alterações no estado de consciência. O seu uso abusivo pode ocasionar lesões no sistema nervoso central, problemas respiratórios e cardiovasculares. Além disso, o uso prolongado pode causar danos irreversíveis ao cérebro.

Vendo aquela cena no camarote, o general passou a virar o rosto insistentemente, para não criar um problema desagradável. Virou tanto que ficou troncho. No tradicional balanço de carnaval do governador com o secretariado, Gondim pede a palavra e diz a Arraes que gostaria de falar sobre a festa do clube Português. O velho, já brifado por Eduardo e outros secretários mais próximos que gozavam da sua intimidade, foi rápido no gatilho.

“Pois é, general. Eu soube que o senhor está com torcicolo e o melhor mesmo é tomar um analgésico”.

Desta vez, Arraes não gargalhou solitário, mas com toda a equipe. Até o general deu um sorriso maroto.

Uma ex-sócia da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, ganhou um cargo de assessora especial no Palácio do Planalto, com salário de R$ 13,6 mil. Lotada no gabinete pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Margarida Cristina de Quadros fez ao menos uma viagem oficial com Janja para compromissos sem a presença de Lula. O Palácio do Planalto nega que a primeira-dama a tenha indicado para a vaga.

Sob a justificativa de “suporte à comitiva presidencial” no Rio de Janeiro, Margarida acompanhou Janja na cerimônia de posse da presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Maria Marighella, entre 1 e 3 de março. O custo das passagens aéreas da amiga ficou em R$ 5,1 mil. As informações são do Estadão.

Lula não participou da cerimônia. Entre 1 e 2 de março, o presidente ficou em Brasília. Segundo a agenda oficial, o presidente passou os dois dias em reuniões com ministros, fez um telefonema ao presidente do México, Andrés Manuel López Obrador e participou da cerimônia de lançamento do novo Bolsa Família.

No dia 3 de março, a agenda oficial de Lula registrou um voo de Brasília para Rondonópolis (MT), às 9h30. Na cidade, participou da cerimônia de entrega de unidades habitacionais e de um encontro com representantes do agronegócio. De lá, seguiu para São Paulo. Nesses dias, sua assessora especial estava no Rio, onde acompanhou Janja em um evento em 2 de março. No dia 3, Janja foi a Rondonópolis com Lula e Margarida voltou sozinha para Brasília.

A ex-sócia de Janja está lotada no gabinete de Lula desde 27 de janeiro. No ano passado, ela integrou a equipe de transição do governo Lula no grupo temático dos Direitos Humanos. Na transição, recebeu R$ 10,3 mil. Como assessora especial de Lula, o salário chegou a R$ 13,6 mil.

Margarida e Janja foram sócias na Princípio Consultoria, como mostrou a revista Veja. A empresa foi aberta em 2002 e extinta em 2021. A firma se dedicava a “atividades de consultoria em gestão empresarial” e “administração de caixas escolares”.

Vigília

Além da sócia de Janja, também ganhou cargo no governo Regina Perpétua Cruz, sindicalista e vice-presidente do PT do Paraná. Ela foi nomeada para o posto de Superintendente Regional do Trabalho, em seu Estado, em 17 de março deste ano. A posse ocorreu cerca de um mês depois, em 24 de abril, no auditório do SESC Centro, em Curitiba. O salário é de R$ 10,3 mil.

Além da função na superintendência, Regina terá missões em dois conselhos. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, a designou como representante da pasta nos conselhos regionais do Sesc e do Senai no Paraná.

Regina liderou os 580 dias de vigília organizada na porta da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, durante a prisão de Lula pela Operação Lava Jato. Janja participou dessa manifestação. O petista ficou preso entre abril de 2018 e novembro de 2019.

Em 2020, Regina Cruz se candidatou a vereadora em Curitiba e teve 503 votos. Naquele ano, declarou um patrimônio de R$ 35 mil, composto por um carro. Não foi a primeira tentativa. Na eleição de 2008, Regina tentou se eleger com o nome “Regina Vigilante”.

Tudo normal

A Secretaria de Comunicação da Presidência informou que Margarida Quadros e Regina Cruz “foram indicadas nos trâmites normais”. Segundo a pasta, Janja da Silva não indicou as duas ao cargo.

“As nomeações, quando publicadas no Diário Oficial, indicam quem nomeou a pessoa”, afirmou a secretaria.

A nomeação de Margarida é assinada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa. A de Cruz, pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Ambos são petistas.

Por Adriano Oliveira*

São as pesquisas qualitativas que ofertam subsídios para a construção da sociologia brasileira. Através delas, tenho tido a oportunidade de decifrar as visões de mundo dos eleitores. Desde 2006, após o Escândalo do mensalão, que a palavra sistema tem sido verbalizada por diversos votantes. Na era bolsonarista, ela apareceu com intensidade. Sistema é palavra típica dos eleitores.

Na época de Lula, foram vários votantes que frisaram em grupos focais que o sistema político brasileiro era podre, corrupto. Por que um pobre, bom presidente, que ajudou as pessoas, não poderia roubar? Esta indagação fazia parte dos argumentos de alguns eleitores lulistas. O sentimento encontrado era: “Se todo político rouba, por que Lula não pode roubar?”. Durante a Operação Lava Jato, o argumento de “que todo mundo rouba” permaneceu. Embora, nesta época, o lulismo tenha sofrido forte baque, ao contrário do que ocorreu na época do Escândalo do mensalão.

Em razão da Lava Jato, o bolsonarismo surge e ganha tração concomitantemente com o forte desgaste da classe política e do sistema político. Os eleitores de Bolsonaro afirmavam, enfaticamente, nos grupos focais, que o sistema estava podre em virtude da assombrosa corrupção, e que era necessário alguém de coragem para enfrentá-lo. Jair Bolsonaro era, de acordo com diversos votantes, o sujeito capacitado para limpar e consertar o sistema.

Após o sucesso eleitoral de Bolsonaro, nova tese surgiu: o sistema não deixa Jair Bolsonaro governar. As entrevistas em profundidade realizadas nas eleições de 2020 revelaram que o sistema, formado por políticos corruptos que permaneciam no poder, não facilitava a vida do então presidente da República. Segundo os participantes das pesquisas, Bolsonaro queria fazer o melhor, mas os políticos não deixavam. Aos poucos, as instituições, em especial, o Supremo Tribunal Federal (STF), passaram a ser responsabilizadas pela inércia ou incompetência do governo Bolsonaro.

As ações de Bolsonaro no exercício do mandato contra as instituições eram justificadas com os seguintes argumentos: “Bolsonaro precisa enfrentar este pessoal. Está tudo dominado. Ninguém deixa o homem governar. Ele é bem-intencionado, mas não deixam”. Observem que o sentimento dos eleitores bolsonaristas extraídos das entrevistas em profundidade era que o presidente da República não governava bem, porque o sistema, políticos e instituições, não deixavam. Em nenhum momento, no período de 2020 a 2022, detectei nas pesquisas qualitativas, argumentos de eleitores bolsonaristas condenando os ataques do ex-presidente da República às instituições e à democracia. A crença deles era: “O homem precisa enfrentar os inimigos. Limpar o sistema”.

Mas, afinal, o que é sistema? De acordo com os eleitores que pronunciam tal palavra para construir justificativas, o sistema é uma organização informal formada por políticos e instituições que agem coletivamente e concomitantemente para manter a ordem das coisas. Isto é: para não existir mudanças nos mecanismos de funcionamento do sistema. Se o sistema é corrupto, segundo os eleitores, indivíduos e instituições agem para não ocorrer a destruição da ordem vigente.

Reconheço que o sistema reconhecido e explicado pelos votantes nas pesquisas qualitativas existe. Concebo ele como um conjunto de atores e instituições que têm visões semelhantes e que agem para distribuir benefícios. Alguns recebem mais benefícios do que outros. Em dados momentos, atores podem ser punidos por terem decidido, de alguma forma, contrariar o sistema ou exagerar no ganho de benefícios.

A operação Lava Jato tentou destruir o sistema. Inicialmente, desculpa a minha inocência, com intenções republicanas. Em seguida, os atores da Lava Jato desejaram criar o seu próprio sistema e obter benefícios com ele. O bolsonarismo é fruto do enfraquecimento do sistema. Todavia, o sistema reagiu, e o bolsonarismo teve que ceder ao sistema. O bolsonarismo queria criar o seu próprio sistema, o qual, não era, necessariamente, a representação notória do interesse comum. Hoje, o presidente Lula tentou, mas já desistiu, de enfrentar o sistema. A Câmara dos Deputados enviou recados ao mandatário da República. Não será surpresa se o orçamento secreto, instrumento criado na era bolsonarista e que sustentou o sistema bolsonarista, voltar.

A Lava Jato e Jair Bolsonaro tentaram enfrentar um sistema que funciona bem. É claro, que este sistema comete exageros. Em razão deles, Dallagnol e Sérgio Moro surgiram. Jair Bolsonaro tentou quebrar o sistema vigente e criar o seu atacando as instituições e a democracia. O STF agiu, inicialmente. Em seguida, após a eleição do presidente Lula, outras instituições têm enfrentado o fraco sistema bolsonarista, o qual atenta contra a democracia. O sistema seguirá a existir com os seus aspectos positivos e negativos. Ele oferta benefícios e custos. E cada eleitor tem o seu próprio entendimento do sistema.

*Doutor em Ciência Política, professor da UFPE e fundador da Cenário Inteligência Pesquisas e Estratégias.

Carro ‘popular’: quem ganha com ele?

Não estranhem ver aqui um apaixonado por carros ‘falando mal’ deles. É que esse arranjo do governo federal para incentivar a volta do “carro popular” tem vários poréns e porquês. Como se sabe, as medidas anunciadas na quinta-feira preveem desconto de até 11% sobre os preços modelos de até R$ 120 mil: quanto menor o valor do modelo, maior o desconto.

Para tanto, o governo abre mão de impostos. Bem, entra governo, sai governo e o setor automotivo sempre é incentivado, beneficiado, bajulado. O ex-presidente Itamar Franco, por exemplo, entrou no lobby da Volkswagen e em 1994 relançou o Fusca por US$ 6,8 mil (exatos R$ 6,8 mil). Já era um modelo relativamente caro – e ruim – para os padrões da época: o motor 1600 a álcool gerava ‘incríveis’ 58,7 cavalos, não tinha airbag, ABS etc. Hoje, custaria um pouco mais de R$ 80 mil.

Ônibus e trens – Pois bem, e se o governo reduzisse impostos e investisse em ônibus e trens urbanos? É o que pedem várias organizações e instituições que estudam o tema mobilidade no Brasil. A coalizão Mobilidade Triplo Zero, nova rede de movimentos sociais que luta para que esse tema seja uma forma de garantir mais democracia e dar voz à sociedade civil, divulgou uma dura nota sobre a intenção de o governo federal lançar um plano de incentivo à retomada do setor automotivo.

Elas são claras: a ideia do ‘carro popular’ é um retrocesso para o cenário atual ainda mais grave do que foi a ação semelhante realizada após a crise de 2008.  Afinal, hoje, reforçam, a sociedade se vê obrigada a defender as causas climáticas com ações eficientes de curto, médio e longo prazo. E lançar um pacote de ações para socorrer a indústria automobilística será um retrocesso sob a ótica da mobilidade urbana sustentável, quando o país perderá a chance de, finalmente, ser protagonista com a narrativa da proteção climática.

Discurso verde – Os autores dizem ainda que é fundamental considerar a contradição de ter um discurso amplo internacionalmente sobre o clima, enquanto as políticas internas caminham numa direção completamente díspar, com um pacote estimulante ao transporte individual, que prevê a ampliação das linhas de crédito e reduções tributárias para os fabricantes.

Todos sabemos: o automóvel é o maior poluidor das nossas cidades. Então, que o foco do governo, se realmente busca um futuro equitativo e verde, deve ser no transporte público, na mobilidade a pé e por meio da bicicleta. Precisamos, dizem os autores, de um sistema de transporte com triplo zero: zero emissões, zero mortes e zero tarifa.

A Coalizão Mobilidade Triplo Zero é formada por instituições como a Fundação Rosa Luxemburgo, Idec, Observatório da Mobilidade de Salvador, Observatório dos Trens do Rio de Janeiro, Movimento Passe Livre etc.

E o vendedor de usados? – Se abriu para um, abre para outro? Depois de o governo federal favorecer com subsídios e desonerações a indústria de carros, os revendedores de veículos seminovos e usados no país também querem “um olhar” do governo federal para eles. A Fenauto, a federação desses revendedores, divulgou comunicado em que diz serem bem-vindas todas as medidas e decisões que venham a movimentar o mercado de veículos no país, favorecendo, direta ou indiretamente, o ambiente.

Mas pede que “alguns movimentos” do governo federal favoreçam, também, o mercado de seminovos e usados, já que se deve vislumbrar a cadeia automotiva como um todo. “A questão não é apenas auxiliar a indústria (que hoje apresenta uma capacidade ociosa de produção)”, reforçam. “Mas as concessionárias e o consumidor final”, dizem os associados.

A Fenauto diz “saber” que é natural que os veículos zero 0Km dessas categorias (de R$ 120 mil), em um primeiro instante, venham a concorrer de forma mais acirrada com os seminovos e usados. Mas a entidade entende que as montadoras e a indústria nacional (que, reforçam, ainda se encontra bem defasada em relação a de outros países), necessitam sim de incentivos, mas que não devem ser as únicas beneficiadas.

Por isso, os revendedores querem que a cadeia que compõe o setor automotivo brasileiro (autopeças, seminovos e usados, mecânicas, implementos, acessórios etc.) também precisa e merece ser desonerada.

Mobilidade elétrica – E por falar no assunto, vale lembrar que a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou um projeto de lei, de autoria da senadora Leila Barros (PDT/DF), que cria uma política de incentivo tributário à pesquisa de desenvolvimento da mobilidade elétrica no Brasil. E ele exige o seguinte: as empresas automobilísticas beneficiadas por renúncias fiscais deverão aplicar 1,5% da redução de impostos em pesquisas sobre o desenvolvimento de pesquisas sobre o tema.

Ônibus elétricos – Estamos, finalmente, voltando à era dos trólebus? Esta semana, a VW Caminhões e Ônibus anunciou que começou a testar no Brasil seu primeiro protótipo de ônibus elétrico. Ele circula, por enquanto, no campo de provas de Resende, no interior do Rio, e também por vias de cidades da região. Com piso alto ou baixo, ele possui 350 km de autonomia. Vários municípios já usam esse tipo de veículo nas ruas, de várias marcas e capacidades distintas. Mas estamos bem longe do que fazem o Chile e a Colômbia.

Seminovos – preços variam até 34% – A startup do setor automotivo Mobiauto acaba de realizar uma pesquisa em sua base de dados que apura as cotações regionais de alguns dos principais campeões de vendas do mercado nacional. O levantamento verificou os preços de Fiat Strada, Renault Kwid e VW Gol, sempre ano-modelo 2022, em diversos estados do país no primeiro quadrimestre de 2022 e repetiu a pesquisa neste ano. Veja como ficou a variação no Brasil.

MarcaModelo
Ano
Jan/Abr 2022Jan/Abr 2023Variação
RenaultKwid2022R$ 60.368,67R$ 58.072,78-3,80%
FiatStrada2022R$ 107.869,01R$ 100.303,52-7,01%
VWGol2022R$ 73.248,13R$ 63.296,79-13,59%

Inúmeras conclusões podem ser tiradas desse levantamento. “Além de você apurar qual foi a desvalorização desses três veículos neste último ano, mostrando regionalmente quais foram os melhores negócios, a pesquisa feita por nossa equipe fornece um mapa precioso para lojistas e revendedores”, explica Sant Clair Castro Jr., consultor automotivo e CEO da Mobiauto.

Ele exemplifica. “A diferença de preços da mesma Fiat Strada 2022 no Distrito Federal e em Santa Catarina é de 34%. Isso é um terço do valor do carro! Ora, o que eu faço se sou um revendedor catarinense? Vou rechear meu estoque com unidades compradas em Brasília. O lucro será enorme”, sugere.

Renault Kwid

EstadoJan/Abr 2022Jan/Abr 2023Variação
AMR$ 58.516,67R$ 52.700,00-9,94%
BAR$ 58.611,67R$ 54.540,00-6,95%
CER$ 60.518,00R$ 54.948,00-9,20%
RJR$ 58.939,28R$ 55.340,37-6,11%
ROR$ 62.704,29R$ 55.474,62-11,53%
MTR$ 56.978,18R$ 55.720,22-2,21%
PER$ 59.852,95R$ 56.201,51-6,10%
PAR$ 60.443,85R$ 56.265,25-6,91%
PBR$ 60.112,50R$ 56.422,50-6,14%
MGR$ 59.154,50R$ 56.520,06-4,45%
MSR$ 59.596,67R$ 56.745,65-4,78%
GOR$ 59.538,56R$ 57.164,77-3,99%
DFR$ 59.744,08R$ 57.540,29-3,69%
PRR$ 62.355,66R$ 57.823,68-7,27%
SPR$ 60.325,93R$ 58.740,86-2,63%
SCR$ 61.162,34R$ 59.347,33-2,97%
RSR$ 58.100,00R$ 61.388,895,66%

Em outra proporção, o consumidor final pode se beneficiar dessa variação estadual nos preços. Ao revender seu Renault Kwid, por exemplo, um carioca poderia obter por seu modelo uma cotação cerca de 10% mais alta no Rio Grande do Sul.

Fiat Strada

EstadoJan/Abr 2022Jan/Abr 2023Variação
DFR$ 89.960,00R$ 84.791,88-5,75%
CER$ 98.900,00R$ 86.550,00-12,49%
PRR$ 93.082,50R$ 88.280,41-5,16%
PER$ 101.718,00R$ 93.932,22-7,65%
MGR$ 102.830,16R$ 98.016,09-4,68%
SPR$ 106.409,34R$ 100.228,16-5,81%
MTR$ 112.412,08R$ 100.358,60-10,72%
SCR$ 118.397,50R$ 113.622,50-4,03%

“Os mais de 10 mil revendedores espalhados por todo o Brasil que anunciam na nossa plataforma estão atentos a essas variações. Não é raro assistirmos ao trânsito interestadual na revenda dos carros anunciados na Mobiauto”, destaca o executivo.

Volkswagen Gol

EstadoJan/Abr 2022Jan/Abr 2023Variação
RSR$ 67.110,45R$ 58.837,27-12,33%
MSR$ 64.740,00R$ 59.087,50-8,73%
PER$ 66.960,00R$ 59.578,11-11,02%
GOR$ 69.101,61R$ 60.245,66-12,82%
MGR$ 66.625,62R$ 60.262,54-9,55%
RNR$ 64.918,57R$ 60.475,16-6,85%
BAR$ 65.365,00R$ 60.488,90-7,46%
PBR$ 65.740,00R$ 60.706,00-7,66%
PRR$ 65.607,14R$ 61.606,43-6,10%
AMR$ 64.672,50R$ 61.700,31-4,60%
SCR$ 65.976,25R$ 62.387,50-5,44%
SPR$ 73.173,67R$ 63.138,32-13,71%
ROR$ 72.695,00R$ 63.392,86-12,80%
MTR$ 71.483,84R$ 63.700,42-10,89%
DFR$ 69.623,54R$ 63.785,00-8,39%
MAR$ 63.980,91R$ 63.968,33-0,02%

Por ser um país muito grande, com diferenças significativas de poder aquisitivo e hábitos de consumo, além do resultado direto da ação comercial das concessionárias regionais de cada marca, o Brasil é um celeiro de oportunidades para realização de bons negócios no meio do varejo, ainda mais quando uma empresa como o Mobiauto se presta a realizar esse tipo de pesquisa. Dentre as centenas de milhares de anúncios que recebe em sua plataforma mensalmente, vindas de todos os estados, bastou aos pesquisadores apurarem a variação de preços de janeiro a abril de 2022 versus o mesmo período deste ano, com o intuito de verificar a depreciação de cada carro e em cada estado.

Maverick, a primeira picape híbrida – A Ford acaba de apresentar uma caminhonete pioneira, com autonomia de mais de 800 km e consumo combinado de 14,6 km/l. Ela ainda tem desempenho: aceleração de 0 a 100 km/h, por exemplo, é feita em 8,7 segundos. A Maverick chega em apenas uma versão: a de luxo Lariat. E pelo mesmo valor da versão FX4 equipada somente com motor a combustão: R$ 244.890. O sistema de propulsão híbrida é composto por um Atkinson 2.5 a gasolina e um elétrico e gera uma potência combinada de 194cv e permite ao veículo rodar 15,7 km/l na cidade e 13,6 km/l na estrada, com uma autonomia invejável de mais de 800 km. É bem mais econômica até que as picapes e SUVs a diesel, A Ford trará este ano ainda o Mustang Mach-E e van E-Transit.

Jeep Avenger será mineiro – O site Autos Segredos relevou que  Stellantis já está tocando o processo de nacionalização do Jeep Avenger, ao começa a fazer cotações com fornecedores. Segundo o jornalista Marlos Ney Vidal, o SUV será o primeiro Jeep fabricado em Betim (MG).  O modelo, uma espécie de miniRenegade, foi apresentado na Europa em setembro do ano passado. A base é francesa, mas as linhas mantêm a origem americana.

Sete erros que ferram o motor do carro – Preencher o sistema de arrefecimento apenas com água, utilizar o óleo errado e não trocar o filtro de ar estão entre os principais equívocos. Por isso não esqueça: o motor do carro, responsável por transformar a energia da queima do combustível em movimento, precisa ser bem cuidado. A Motul, multinacional especializada em lubrificantes, preparou uma lista com os 7 erros que não devem ser cometidos no carro para manter o seu bom funcionamento. Confira abaixo:

1. Abastecer o sistema de arrefecimento apenas com água

O sistema de arrefecimento regula a temperatura para que esteja sempre no valor ideal. Um dos erros mais comuns é utilizar água para fazer a manutenção do sistema. “Usar apenas água pode causar aumento da tendência à corrosão e formação de depósitos no sistema de circulação. Esses depósitos vão obstruir a passagem do fluído de arrefecimento, aumentando a temperatura de trabalho do motor. Com o tempo, isso levará a um desgaste nas peças e causará vazamentos que podem danificar totalmente o motor”, explica Danilo Silva, engenheiro de Aplicação da Motul Brasil.

2. Usar o óleo errado no motor do carro

Na hora de escolher o óleo para o motor do carro, é preciso levar em consideração a viscosidade, a norma da montadora e sua base (mineral, semissintético ou sintética). Um lubrificante fora da especificação recomendada pode não proporcionar a espessura de filme de óleo projetada para aquele motor e não atender os requisitos de desempenho impostos pela montadora. A espessura e especificações incorretas podem comprometer a eficiência do motor, aumentar o consumo de combustível e danificar os componentes internos.

3. Não trocar o filtro de ar do motor do carro

“O filtro garante que o ar que chega ao motor esteja livre de impurezas para a queima do combustível. Quando não fazemos a manutenção correta, o ar levado até o motor pode conter partículas que poderão potencializar o desgaste, danificar outras peças e interferir na combustão, gerando maior gasto de combustível”, diz Silva. Consumo de combustível mais alto e falta de força do motor podem indicar que está na hora de substituir o filtro de ar do motor. A vida útil de um filtro, considerando uma condição de uso normal urbano, é de 10 mil quilômetros ou um ano de uso.

4. Ignorar as velas de ignição

Nos motores de ciclo Otto, as velas de ignição são responsáveis por gerar a centelha que inicia a combustão da mistura de ar e combustível, cuja energia da expansão é transformada para movimentar o veículo. Com o tempo, o desgaste das velas causa dificuldade na hora de dar partida no veículo, perda da performance, e possivelmente, aumento do consumo de combustível – pode também ser responsável por danificar a bobina de ignição, gerando um prejuízo ainda maior. O ideal é verificar as velas e o cabo de ignição de acordo com o plano de manutenção do manual do proprietário do veículo.

5. Misturar marcas e especificações de fluidos

Misturar lubrificantes e fluidos de diferentes marcas e especificações pode causar perda de desempenho, desgaste e danos para as peças, até quebrar o motor do carro. “Para evitar o uso indevido de um produto, o manual do fabricante precisa ser o seu livro de cabeceira. Assim, você não cairá no erro de optar pelo produto mais barato da prateleira acreditando que ele atenderá as especificações da montadora”, aconselha Silva.

6. Maus hábitos de direção

Além de problemas relacionados à manutenção do automóvel, alguns erros de direção praticados pelo motorista podem estragar o motor, como trocar a marcha na hora errada, manter o pé apoiado sobre o pedal de embreagem, assim como a mão apoiada sobre a alavanca do câmbio, e acelerar agressivamente logo depois de dar a partida ou com o motor ainda frio.

7. Não seguir o plano de manutenção

Cada componente do veículo tem uma vida útil que varia conforme as condições de uso. Quando esse tempo se esgota, está na hora de realizar a manutenção. “Fique atento às recomendações sobre os intervalos de troca e manutenção. Assim, você evitará que o veículo se sobrecarregue, causando danos nas peças, o que acarretará um gasto ainda maior”, indica o engenheiro da Motul.

Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.