Derrotados nas urnas, deputados devem assumir como suplentes

Candidatos à Câmara dos Deputados que foram derrotados nas eleições ganharam uma 2ª chance de atuar no Legislativo federal com as nomeações de políticos eleitos para outros cargos. É o caso de 20 deputados que assumirão vagas de suplentes no lugar de congressistas indicados para ministérios ou secretarias estaduais.

No total, a Câmara e o Senado terão ao menos 25 congressistas eleitos que tomarão posse em fevereiro e se licenciarão do mandato logo depois para assumir cargos nos Executivos federal e estaduais, segundo levantamento do Poder360

A posse no Legislativo está marcada para o dia 1º de fevereiro. Com as suplências, o Congresso terá 17 estreantes que assumirão mandatos pela 1ª vez. Outros 8 políticos são veteranos e emendaram mandatos seguidos depois de não terem conseguido votos para serem reeleitos.

Enquanto no Senado cada candidato tem sua própria chapa com 1º e 2º suplentes já definida na eleição, na Câmara, as vagas de quem se licenciar vão para os mais bem votados do partido ou federação depois dos eleitos. No caso dos deputados, congressistas que não conseguiram se eleger assumirão as vagas.

No Senado, 5 eleitos já assumiram vagas no governo Lula e darão espaço a suplentes. Na Câmara, 5 deputados foram indicados para a equipe ministerial e outros 10 foram escolhidos para fazer parte de governos estaduais como secretários. 

Em casos que o político já esteja no cargo do Executivo para o qual foi indicado, este será afastado, tomará posse, pedirá licença e voltará ao cargo inicial (Executivo).

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A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, disse que o número de crianças yanomamis mortas por desnutrição pode ser maior que as 570 vítimas, como ela havia anunciado no sábado (21).

“Temos indicações de que está subnotificado, porque não se tem uma precisão de quantas pessoas realmente morreram”, disse ao UOL. “A Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) acaba não fazendo esse mapeamento por falta de interesse, por falta de compromisso”. As informações são do O Antagonista.

Sônia Guajajara também defendeu que o ex-presidente Jair Bolsonaro seja enquadrado no crime de genocídio. “Como eles não identificaram isso? Como eles não pensaram em um plano de atendimento?”, questionou.

Bolsonaro se manifestou sobre as declarações de membros do governo Lula de que ele teria abandonado a população indígena. Para o ex-presidente, trata-se de “mais uma farsa da esquerda.”

Na sexta, o Ministério da Saúde declarou emergência de saúde pública para combater a falta de assistência sanitária na região.

Depois de oito anos dando expediente em outras emissoras, Joslei Cardinot voltará a aparecer na Record nas próximas semanas: a TV Guararapes, afiliada da emissora em Pernambuco, anunciou no final da manhã desta quinta (19) que o jornalista assinou um novo contrato com a emissora. Ele, no entanto, terá um desafio diferente daquele que o consagrou como uma das figuras de mais êxito da televisão pernambucana e, ao menos em um primeiro momento, não voltará a atuar como âncora de telejornais policiais.

A reportagem do TV Pop apurou que Cardinot estará à frente de um novo programa semanal, que está tendo seu formato desenvolvido a toque de caixa: a atração, que mesclará entretenimento com Jornalismo, deverá ser transmitida nas tardes de sábado, entre 12h e 14h.

Atualmente, a faixa é ocupada por um programa esportivo, por um telejornal que relembra as principais manchetes da semana e por um especial de Que Arretado, transmitido originalmente nas tardes de segunda a sexta — ainda não há uma definição do que acontecerá com os três formatos.

Essa será a terceira passagem do comunicador pela TV Guararapes, emissora responsável por transformar o jornalista em um apresentador televisivo há exatas duas décadas. Ele deixou a empresa em 2005 para migrar para a TV Jornal e retornou seis anos depois, permanecendo no canal pela segunda vez entre 2011 e 2015. Naquele ano, acertou seu retorno para a TV Jornal, em que ficou até 2021, quando foi dispensado por não aceitar uma redução salarial. No mesmo ano, se transferiu para a TV Tribuna, afiliada da Band. Em 2022, foi para a TV Nova, parceira local da Cultura.

Conhecido por encerrar seus programas com o bordão “acabou essa porcaria”, Joslei Cardinot é um nome lembrado principalmente por sua atuação na editoria policial: ele, porém, está tentando se desassociar do mundo cão já há alguns anos. Em seu último programa na TV Jornal, o Por Dentro, o apresentador já tentava flertar com o entretenimento. Além de mostrar os crimes do dia, o jornalista também passou a dar receitas aos telespectadores e a falar de temas mais amenos, buscando dar um foco mais comunitário para a atração, abordando buracos na rua e falta de energia.

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) garantiu que a Bahia vai pagar o piso nacional dos professores, definido pelo Governo Federal em R$ 4.420,55. A lei do piso estabelece para 2023 uma correção de 14,95% em relação ao piso anterior.

“Estávamos aguardando a definição do governo federal em relação ao percentual do reajuste e agora estamos nos debruçando sobre o cenário macroeconômico que, os especialistas dizem, será de crise, para garantir o pagamento do piso, conhecendo o impacto no orçamento estadual”, afirmou o governador após reunião realizada no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador. As informações são do Portal M!.

Participaram do encontro, no sábado (21), as secretarias estaduais da Educação (SEC); da Administração (SAEB); da Fazenda (SEFAZ); do Planejamento (Seplan), além da Casa Civil e da Procuradoria Geral do Estado (PGE).

Os estudos inicialmente tratarão sobre a previsão orçamentária de 2023, análise das receitas e por fim viabilizar as condições para o atendimento do percentual estabelecido. “Estamos na fase inicial. Vamos dialogar com a categoria assim que a equipe econômica tiver os números. Vamos cumprir nosso compromisso, que é inclusive um compromisso de campanha e alinhado com o governo Lula”, pontou Jerônimo.

Em 2022, a categoria teve um ganho real de 33,24%. De acordo com a Secretaria da Educação do Estado da Bahia, mais de 33 mil coordenadores pedagógicos e professores, entre concursados e contratados por meio do REDA, foram remunerados com valor superior ao piso nacional do magistério. O salário base referente à carga de 40 horas semanais foi de R$ 3.850. Sobre este valor, são acrescidos ainda 31,18% referentes à regência de classe, ou seja, a remuneração de um professor em início de carreira na rede estadual de ensino, em 2022, já começa com o valor de R$ 5.054,43.

“Temos um governador professor que reconhece a importância de valorizar a categoria. Do outro lado, acredito que os professores e professoras também reconhecem o esforço que está sendo feito pelo Governo do Estado para assegurar a adoção do piso nacional. É mais uma conquista para a categoria proporcionada por nosso grupo, porque nós acreditamos no poder transformador da educação e no papel imprescindível dos trabalhadores da educação nesse processo”, explicou a secretária da Educação, Adélia Pinheiro.

Ao desembarcar em Buenos Aires na noite de hoje, Luiz Inácio Lula da Silva iniciará as viagens internacionais de seu terceiro mandato com a missão e o simbolismo de priorizar a integração da América Latina, além de se diferenciar de Jair Bolsonaro — que nunca escondeu que a relação com os vizinhos não era sua prioridade. Reconstruir pontes, porém, será um trabalho muito mais desafiador que o encontrado pelo petista em seu primeiro governo, há 20 anos.

Crise econômica na Argentina, convulsão política no Peru e isolamento de países como Cuba e Venezuela são exemplos de um cenário mais intricado para o brasileiro, que na Argentina participa da reunião da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) na terça e, no dia seguinte, visita o Uruguai.

— A integração agora é mais importante do que há 20 anos, para que permita que a região tenha voz em um mundo muito mais complexo — afirmou Celso Amorim, ex-chanceler do primeiro período do petista no Planalto e atual assessor especial do presidente para assuntos internacionais. As informações são do O Globo.

A polarização política e ideológica afeta a região. Os exemplos são variados. O mexicano Andrés Manuel López Obrador, de esquerda, tenta mudar a lei eleitoral para reduzir a força da oposição em seu país com um discurso de contestação do sistema que lembra declarações do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Brasil. A situação do Peru — onde há dezenas de mortos em protestos contra a presidente Dina Boluarte, que sucedeu a Pedro Castillo após sua destituição por um autogolpe frustrado — pode roubar a pauta do encontro regional.

Acima da ideologia

Há também uma divisão entre os vizinhos no que se refere à aceitação dos regimes de Cuba e da Venezuela. O próprio chileno Gabriel Boric, que é de esquerda, mantém uma posição crítica em relação à condução política do venezuelano Nicolás Maduro. No encontro na Argentina, Lula argumentará com os colegas que isolar um país é um erro. Como prova, o presidente brasileiro deve manter entre quatro ou cinco reuniões bilaterais com chefes de estados, incluindo com Maduro e o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel.

Já ao conversar com os presidentes da Argentina, o esquerdista Alberto Fernández, e do Uruguai, Luis Alberto Lacalle Pou, de direita, Lula quer passar a mensagem de que promover a integração está acima da pauta ideológica.

— Sempre fizemos dessa forma. Recebíamos o Hugo Chávez (ex-mandatário de esquerda da Venezuela) e também o Álvaro Uribe (ex-líder de direita da Colômbia). O presidente quer ter uma relação de Estado. O Uruguai é um país muito importante para o equilíbrio das relações na América Latina — disse Amorim.

Retomando a tradição da diplomacia brasileira de a Argentina ser o destino da primeira viagem do presidente no cargo, Lula irá amanhã à Casa Rosada, onde discutirá com Fernández a agenda econômica de interesses em comum e abordará pontos de convergência após a relação entre os dois países ter ficado abalada durante o governo Bolsonaro. Será assinado um acordo de ciência e tecnologia para a Antártida que também envolverá cooperação logística. O país vizinho, nosso maior parcerio comercial do Mercosul, registrou no ano passado uma inflação anual de 94,8%, a maior em 32 anos. Lula e Fernandez deverão discutir parcerias com “efeitos concretos rápidos”, como as ligadas a crédito e exportação.

— A ida de Lula neste momento traz conotação importante. É a restauração dos laços que ficaram enfraquecidos; é como se Brasil estivesse estendendo a mão a seu amigo pessoal, Fernández — avaliou Dawisson Belém Lopes, o professor de Política Internacional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Fernández chegou a visitar Lula na prisão, em Curitiba, e esteve com o petista em São Paulo no dia seguinte à sua vitória no segundo turno. Bolsonaro, por sua vez, esteve na Argentina só em junho de 2019, quando o presidente era Maurício Macri. Durante a campanha eleitoral, o governo argentino entregou a Lula uma proposta de acordos que prevê integração bilateral nas áreas financeiras, com acordos entre bancos públicos, e nas de energia, mineral e agronegócio, com a eliminação das barreiras sanitárias entre os dois países. Os argentinos também propõem parcerias com integração das fronteiras nas áreas de defesa, saúde e educação.

No Uruguai, Lula se empenhará em reorganizar a relação do Brasil com o vizinho. Um dos pontos a serem discutidos com Lacalle Pou é a negociação entre Uruguai e China de um acordo de livre comércio sem os demais sócios do Mercosul. Um interlocutor do governo disse ao GLOBO que é preciso encontrar formas de os uruguaios crescerem sem prejudicar a estrutura do bloco.

Ações regionais

A Celac, cuja criação foi definida em 2008 na Bahia, foi oficialmente abandonada pelo Brasil em 2019, no governo Bolsonaro. No discurso que vai marcar o retorno do Brasil a esse fórum, Lula vai pontuar como o compromisso com a integração entre os países da América Latina é importante não só para a região, mas para o mundo. O presidente deve tratar de temas em que a cooperação é fundamental, como a questão do clima e da paz.

A Celac é formada por todos os 33 países da região latino-americana e caribenha e está sob o comando de Fernández. Além do diálogo político e da cooperação regional, a comunidade promove a discussão em conjunto de temas como segurança alimentar e energética, saúde, inclusão social, desenvolvimento sustentável, transformação digital e infraestrutura para a integração.

Pesquisador em Harvard e conselheiro consultivo do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), Hussein Kalout avalia que, com a região passando por um período de instabilidade, o papel do Brasil será ainda mais desafiador. Ao mesmo tempo, ele acredita que a reinserção do país entre os vizinhos será vital para os interesses estratégicos do governo brasileiro.

— Lula não conseguirá grandes avanços somente com palavras bonitas e discursos refinados. É preciso ação — destacou Kalout.

Segundo ele, o Brasil precisa restaurar sua capacidade de reintegrar e desenvolver a região com a apresentação de projetos concretos e tangíveis nessa nova etapa, e não apenas reeditar projetos antigos. Lula terá de mostrar sua visão sobre mudança climática e defender a necessidade de uma nova matriz energética regional. Outra ações esperadas do líder brasileiro, na opinião do especialista, são uma estratégia de cooperação centrada no combate a eventuais epidemias e pandemias e o aprimoramento de regras sanitárias e fitossanitárias conjuntas no âmbito do Mercosul.

— Além disso, é preciso trabalhar de forma coordenada no combate a desinformação e fake news, que têm impacto imenso nas cadeias econômicas e no fluxo de investimentos, e, não menos importante, reestruturar o diálogo na região sobre segurança hemisférica — completou.

A senadora eleita Damares Alves se manifestou sobre a crise sanitária do povo Yanomami em Roraima. A ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos foi questionada nas redes sociais sobre a morte de 570 crianças do povo indígena nos últimos quatro anos e seu nome chegou a um dos assuntos mais comentados do Twitter no sábado (21).

Damares disse a O Antagonista que o papel da antiga pasta era receber denúncias e que todas elas eram encaminhadas aos órgãos competentes: “Não era ministério fim, era o ministério meio”.

“A política não era minha”, afirmou, acrescentando que não chegou a ela denúncia sobre crianças Yanomami.

A ex-ministra saiu do governo Jair Bolsonaro em março de 2022 para concorrer ao Senado. Em seu lugar, a advogada Cristiane Britto assumiu o comando da pasta.

O Ministério da Saúde declarou na sexta-feira emergência de saúde pública para enfrentar à desassistência sanitária das populações no território Yanomami. Na semana passada, técnicos da pasta resgataram ao menos oito crianças em estado grave.

Dez pessoas morreram, e dez ficaram feridas, em um tiroteio em massa em uma localidade predominantemente asiática no sul da Califórnia, na costa oeste dos Estados Unidos — disseram autoridades neste domingo, 22.

Mais de cinco horas depois do ataque, o suspeito ainda não foi encontrado, informou a polícia.

“O suspeito fugiu do local e continua foragido”, disse à imprensa o capitão Andrew Meyer, do Departamento do Xerife de Los Angeles, no local do crime, em Monterey Park, nos arredores de Los Angeles. As informações são do portal da Exame.

Investigadores especializados desse departamento estão “ajudando a Polícia de Monterey Park na investigação de mortes por disparos”, conforme comunicado divulgado mais cedo.

O tiroteio ocorreu perto de um lugar onde tinha-se acabado de celebrar o Ano Novo Lunar em Monterey Park. Esta localidade de cerca de 61.000 habitantes de origem asiática fica em torno de 13 km a leste do centro de Los Angeles.

Segundo a imprensa, o tiroteio ocorreu em um salão de festas na noite de sábado, uma hora depois das celebrações do Ano Novo Lunar.

Um morador da cidade, Wong Wei, disse ao jornal Los Angeles Times que uma amiga estava no banheiro, no clube, quando os tiros começaram. Ao sair, viu um homem armado e três corpos: duas mulheres e uma pessoa que identificou como o presidente do clube.

Ainda de acordo com o Los Angeles Times, dezenas de milhares de pessoas se reuniram logo cedo, nessa data, para as festividades de dois dias do Ano Novo chinês, que estão entre as maiores do sul da Califórnia.

O governo tem pela frente uma dura batalha para acertar o rumo das contas públicas e estancar o endividamento crescente do Brasil. Com pouca margem de manobra para conduzir o ajuste fiscal, as projeções dos analistas indicam que a dívida do País deve alcançar 90% do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos cinco anos.

Para reverter esse quadro, de uma dívida considerada alta para uma economia emergente, o tamanho do ajuste necessário, segundo analistas, é da ordem de R$ 300 bilhões – tanto em corte de gastos como em aumento de receitas. É esse montante bilionário que pode tirar a economia brasileira do rombo previsto para este ano e levá-la para um superávit primário capaz de estabilizar o endividamento do País. As informações são do Estadão.

Chegar nesse valor, no entanto, não é tarefa fácil e vai implicar ações impopulares. “As medidas vão envolver a sociedade: uma parte vai precisar pagar imposto, outra parte vai perder algum privilégio”, afirma Gabriel Leal de Barros, economista-chefe da Ryo Asset. Ele reforça que a trajetória atual da dívida pública deixa a economia brasileira muito vulnerável. “Qualquer choque global será mais difícil de ser absorvido. Não é um nível confortável.”

A dificuldade para “arrumar a casa” se dá, sobretudo, porque o Brasil enfrenta uma combinação perversa. O Orçamento do País já é bastante engessado, dificultando qualquer corte de gastos. Por outro lado, há pouco ou nenhum espaço para o aumentar as receitas, num cenário de elevada carga tributária.

“Os pagamentos com Previdência Social e outros benefícios somam quase 50% dos gastos públicos. Outros 20% são gastos de salário do funcionalismo federal”, afirma Flávio Serrano, economista da BlueLine Asset Management. “De largada, 70% dos gastos estão contratados para pagar salário e Previdência.”

Neste mês, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um pacote fiscal com potencial de transformar o rombo previsto nas contas do governo federal para este ano, de R$ 231,5 bilhões, em um superávit de R$ 11,1 bilhões.

As medidas são focadas no aumento de receitas e incluem a volta da cobrança de impostos federais sobre os combustíveis – que ainda não está definida – e um programa de refinanciamento de dívidas tributárias. O pacote também prevê, em menor grau, corte de despesas, com revisão de contratos e programas do governo.

Porém, o próprio Haddad já reconheceu que o plano é ambicioso e que algumas medidas serão frustradas. Assim, em vez de entregar as contas no azul, como almeja sua planilha, ele se comprometeu a pelo menos reduzir o déficit de 2023 de 2,1% do PIB% para 1% do PIB – o que representa um rombo próximo a R$ 100 bilhões.

No anúncio, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse que as medidas anunciadas colocavam o País numa “condição muito mais sustentada do ponto de vista do endividamento”, já que a dívida ficaria estabilizada em cerca de 75% do PIB num horizonte de quatro anos, caindo até 2030.

Essa avaliação, no entanto, diverge das projeções de muitos especialistas. Segundo a Instituição Fiscal Independente (IFI), o País teria de fazer um superávit primário de 2,5% do PIB em 2023 para estabilizar a dívida pública. A instituição avalia que, como muitas das medidas anunciadas são incertas tanto do lado da receita como da despesa, o pacote deve se limitar a reduzir o rombo deste ano para 1,3% do PIB. Nesse cenário, projeta a dívida para 77,8% em 2023, beirando 80% do PIB em 2024.

“Esse plano foi sinalizado como um pacote de medidas preliminares. É preciso fazer um pouco mais”, afirma Vilma Pinto, diretora da IFI. Ela destaca, porém, que o anúncio é relevante como uma sinalização de que o governo está preocupado com o ajuste fiscal. “Desde a PEC da Transição, a discussão do Orçamento estava muito focada no aumento de gastos, o que acende alertas. Por isso, o pacote é importante para mostrar que o governo está preocupado com a trajetória da dívida.”

Sem uma solução clara para o rumo das contas públicas, há uma piora da percepção dos investidores com o rumo da economia brasileira, o que pode se desdobrar em saídas de capital do País, com impacto no câmbio e na inflação.

Corrida pelo ajuste

Desde a administração de Dilma Rousseff, sucessivos governos buscam encontrar uma solução estrutural para as contas públicas.

“Há uma dificuldade no Brasil que também se deve ao tamanho do conflito distributivo do País. O horizonte político dos parlamentares é curto, o que atrapalha o avanço de qualquer agenda desse ajuste”, afirma Barros. “O político acaba preocupado em ter vantagem hoje e não olha o médio prazo.”

No governo Michel Temer, houve a criação do teto de gastos, que limita o crescimento das despesas à inflação do ano anterior – regra que, porém, foi quebrada diversas vezes na gestão de Jair Bolsonaro. A atual equipe econômica já afirmou que vai apresentar uma nova proposta de regra fiscal até abril. No futuro, portanto, a expectativa para o tamanho da dívida do País também vai passar pelo novo modelo de âncora fiscal do País.

Vilma aponta que, mais do que uma nova regra fiscal, a sustentabilidade da dívida depende do avanço em uma agenda de governança, que inclui revisão periódica de despesas, planejamento a médio prazo e a criação de conselhos fiscais. “É preciso pensar na qualidade do gasto público”, destaca.

Essa metodologia de mudança na gestão de gastos públicos tem sido a aposta da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, que criou uma Secretaria de Avaliação e Monitoramento de Políticas Públicas e um conselho de acompanhamento de risco fiscal e judicial. Em entrevista ao Estadão, ela reconheceu, porém, que sua atuação na revisão de gastos tem um “limite”: a agenda política de Lula.

As provas de fogo já começaram. O governo tem sido pressionado, por exemplo, a reajustar o salário mínimo de 1.302 para 1.320 ainda neste ano – o que geraria um custo adicional de R$ 7,7 bilhões, não previstos no Orçamento. A questão está sendo discutida entre o governo e as centrais sindicais.

O que pode ser feito

Entre os analistas, uma série de estudos mostram quais caminhos o País pode traçar para resolver o dilema das contas públicas.

Um ponto de partida seria melhorar a gestão de programas sociais e fazer a revisão do Cadastro Único – o que poderia trazer uma economia de R$ 28 bilhões por ano, segundo o Gabriel Leal de Barros, economista-chefe da Ryo Asset.

Nos últimos meses de 2022, houve um forte crescimento na quantidade de famílias compostas por apenas um integrante – chamadas de unipessoais – incluídas no Cadastro Único. O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, já confirmou que haverá uma revisão no cadastro.

Além do pente-fino nos programas, Marcos Mendes, pesquisador associado do Insper, aponta a reoneração do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) e a redução de benefícios tributários – mas reforça os entraves políticos. “Desde o governo Temer, muito se fala e se tenta reduzir esses benefícios, mas sempre há restrições políticas. O governo Bolsonaro tentou e não conseguiu. Medidas enviadas ao Congresso acabam rejeitadas”, diz.

Um outro ponto de partida poderia ser com a venda de ativos, mas o governo já descartou um avanço em privatizações. “Sem venda de ativos, é muito difícil você ter a estabilização da dívida no curto prazo”, diz Serrano.

Arthur Lira foi a campo com um argumento de peso para conquistar os votos de bolsonaristas para a sua reeleição: a liberdade de Jair Bolsonaro.

Deputados bolsonaristas dizem ter ouvido de cabos eleitorais de Lira a promessa de que, se o atual presidente da Câmara tiver o voto deles para um novo mandato à frente da Casa, ele garantirá que Bolsonaro não seja preso por nenhum dos crimes de que o ex-presidente é acusado.

Lira trabalha para ser praticamente ungido na disputa, com o apoio de governistas e da oposição bolsonarista.

Alguns deputados da oposição, entretanto, têm questionado por que apoiar um presidente da Câmara que também é apoiado pelo governo.

*As informações são do colunista Guilherme Amado, do Metrópoles.

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, oficializou neste sábado (21.jan.2023) a demissão do comandante do Exército, general Júlio César de Arruda, de 62 anos.

Múcio se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no início da noite deste sábado para tratar do assunto. Depois do encontro, o ministro apresentou o general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, de 62 anos, como substituto de Arruda no comando do Exército.

Lula se encontrou com novo comandante do Exército, general Tomás Miguel. Em seu perfil no Twitter, publicou:

Na manhã deste sábado (21.jan), Lula articulou a demissão de Arruda por telefone com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. Eram pouco mais de 6h da manhã e ambos decidiram juntos que o melhor a ser feito seria dispensar o até então comandante do Exército.

O ministro da Defesa não quis correr o risco de criar uma crise semelhante à que se formou por causa de acampamentos de extremistas em frente a QGs do Exército pelo país. Decidiu que uma atitude mais imediata deveria ser tomada por conta de uma resistência enxergada no comportamento do general Arruda.

A principal causa do desligamento de Arruda foi uma acusação de caixa 2 contra o tenente-coronel Mauro Cid durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Segundo apurou o Poder360, o ex-comandante queria manter a nomeação do militar para comandar o 1° BAC (Batalhão de Ações de Comandos) em Goiânia (GO), a partir de fevereiro de 2023. Lula, por outro lado, queria que a promoção do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro fosse revogada por conta das acusações.

OUTRAS DEMISSÕES

Além do caso do tenente-coronel Cid, o general Arruda também resistia a trocar outros oficiais que ocupam cargos estratégicos. Um deles, segundo apurou o Poder360, é o general Dutra (Gustavo Henrique Dutra de Menezes), que comanda desde abril de 2022 o Comando Militar do Planalto.

Outro que deve perder o posto é o tenente-coronel Paulo Jorge Fernandes da Hora, chefe do Batalhão da Guarda Presidencial. Fernandes teve uma discussão registrada em vídeo no 8 de Janeiro dificultando a prisão de vândalos dentro do Palácio do Planalto.

Lula e José Múcio queriam o afastamento de Fernandes, mas o general Arruda resistia.

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