Após uma semana de intensa negociação em Brasília, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), avançou, não apenas na articulação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, como também deu importantes passos para a constituição de uma base robusta no Congresso para seu governo.
Mesmo sem ir todos os dias à sede do gabinete de transição, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), a presença de Lula na cidade mudou a confiança dos integrantes do gabinete provisório. O clima de otimismo da equipe contrasta com a tensão da semana anterior.
Lula retornou a São Paulo na sexta-feira, a tempo de ver de casa a primeira derrota da Seleção na Copa, contra Camarões, e já retorna hoje, no fim do dia, para Brasília. Antes de embarcar, porém, o presidente eleito passará por exames no Hospital Sírio Libanês para acompanhar a recuperação da cirurgia na garganta a qual se submeteu em novembro. As informações são do Correio Braziliense.
Lula volta para completar as costuras iniciadas na semana passada. As negociações para aprovação da PEC não passam apenas por definir o limite do estouro do teto de gastos ou o prazo de validade da medida, mas pela costura da base congressual de Lula e das legendas que terão espaço na Esplanada dos Ministérios no novo governo. Nomes, porém, só devem ser anunciados após a diplomação de Lula no cargo de presidente, no dia 12.
Os primeiros passos do presidente eleito foram em direção aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Homem forte do presidente Jair Bolsonaro (PL) nos últimos anos, Lira é o alvo principal. Tanto que a Federação Brasil da Esperança, que elegeu Lula — formada por PT, PCdoB, PV e PSB — já declarou apoio oficial à reeleição do atual presidente da Câmara, e espera em troca a garantia de uma rápida tramitação da PEC.
Em Brasília, Lula tem se hospedado no hotel que fica em frente ao posto de combustíveis que deu nome à operação que o levou à prisão. Na semana que passou, o líder petista teve uma intensa agenda de negociações em ambientes mais distantes e reservados que o do CCBB. Além de receber dezenas de políticos no hotel, o presidente eleito participou de alguns encontros sociais na capital. Foi o principal convidado de jantar na casa da senadora Kátia Abreu (PP-TO) e, também, na do Ministro Bruno Dantas, presidente em exercício do Tribunal de Contas da União (TCU). Na sexta, pouco antes de embarcar para São Paulo, Lula visitou o ex-presidente José Sarney, na casa dele, no Lago Sul.
Assim, em uma semana, Lula conseguiu encontrar pessoalmente diversos líderes do MDB, do União Brasil e do PSD, entre outros ligados ao centro e à direita não bolsonaristas. Dos bastidores desses encontros sabe-se que já há sinalização de espaços em ministérios para essas três siglas, que dariam ampla maioria parlamentar à base do governo que assume em janeiro. Junto com os demais partidos que apoiaram Lula na eleição, o bloco seria o maior nas duas Casas do Congresso.
Com a base começando a se conformar, o gabinete de transição espera que a PEC seja discutida na terça-feira na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, e votada até o dia seguinte, conforme disse a interlocutores o próprio presidente da comissão, senador David Alcolumbre (UB-AP). A expectativa é que, no mesmo dia da aprovação na CCJ, o projeto seja votado no plenário do Senado, para que o texto seja imediatamente enviado à Câmara para apreciação.
Presidente do PSD e futuro secretário de governo da gestão de Tarcísio de Freitas, Gilberto Kassab (foto) acredita que o PT acertou ao apoiar Arthur Lira para a presidência da Câmara no ano que vem. Em entrevista ao Globo, o ex-prefeito de São Paulo disse que Lula busca o “conforto” que o partido não teve durante o governo Dilma Rousseff.
“Acho que apoiar o Lira é uma decisão correta, porque ele mostrou ao longo dos últimos tempos que é cumpridor e tem perfil pragmático. Lula vai iniciar o seu governo de maneira diferente de Bolsonaro, que começou sem alguma base quatro anos atrás”, afirmou. As informações são do O Antagonista.
“Além disso, com a ascendência que Lira tem no mundo do Centrão e o compromisso de governabilidade que está estabelecendo com Lula, alcançará 300 parlamentares nas votações que vão ocorrer.”
Kassab também disse discordar que Lula virou refém do Centrão.
“Ele está em busca de uma tranquilidade que o PT não teve no governo de Dilma Rousseff. A derrota na eleição da Câmara para Eduardo Cunha em 2015 custou muito caro. Não faria sentido o PT gastar energia contra Lira.”
Na semana passada, a federação que reúne PT, PV e PCdoB anunciou apoio à reeleição de Lira. O PSB, partido do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, também seguiu no mesmo caminho.
As eleições no Congresso estão marcadas para o dia 1º de fevereiro de 2023.
Após uma semana de negociações, o Senado ainda pressiona o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a entregar mais cargos e verbas em troca da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição e discute restringir a destinação dos recursos que entrarão no Orçamento com a aprovação da medida, especificando que áreas deverão ser atendidas pelo novo governo.
A PEC, inicialmente avaliada em R$ 198 bilhões, retira o Bolsa Família do teto de gastos, regra que limita o crescimento das despesas do governo à variação da inflação. Com isso, ela libera um espaço de R$ 105 bilhões (valor previsto para o programa no ano que vem) no Orçamento de 2023 para novos gastos que ainda não foram detalhadas. De acordo com o texto, a reserva será preenchida com solicitações da equipe de transição. O PSD, partido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), passou a cobrar a mudança no texto com a especificação das áreas que serão atendidas.
Como mostrou o Estadão, a equipe de Lula concordou em negociar a destinação dos recursos com parlamentares em troca da aprovação, mas a fatura cobrada no Congresso é maior. Partidos pedem a Lula a nomeação de ministros, a manutenção do orçamento secreto e o apoio à reeleição de Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) nas presidências da Câmara e do Senado, respectivamente.
“Queremos que esse dinheiro vá carimbado para não ter desvio de finalidade e esteja especificado na PEC”, afirmou o líder do PSD no Senado, Nelsinho Trad (MS), ao Estadão. “O governo tem que se dar por satisfeito se essa PEC for aprovada na atual legislatura. Ele vai demonstrar que teve por parte do parlamento uma tolerância, uma confiança, sem ter tomado posse.”
A bancada do PSD, que reúne 12 senadores, concordou em apoiar a PEC, mas reduzindo o período de flexibilização do teto de quatro para dois anos. Anteriormente, os integrantes da legenda defendiam um tempo ainda menor, de apenas um ano, mas foram convencidos que o novo governo teria que negociar a aprovação de uma nova proposta já no primeiro semestre de 2023. Líderes de outros partidos, no entanto, ainda cobram a redução.
Por enquanto, a equipe de Lula defende o uso da PEC para abrir o espaço fiscal, deixando a definição do destino das novas despesas para a Lei Orçamentária Anual (LOA). A estratégia, no entanto, é alvo de uma percepção de que o futuro governo quer um “cheque em branco” antes mesmo de tomar posse. Os R$ 105 bilhões passaram a ser alvo dos partidos que querem ministérios do governo. Como mostrou o Estadão, líderes da Câmara e do Senado cobram os cargos para controlar justamente essa verba, se ela realmente for aprovada.
“Quem faz a PEC somos nós. A proposta de carimbar é uma consequência. Sobrou o recurso e a primeira coisa que fazem é perguntar: Vai para onde? Está todo mundo ligado e focado”, disse Nelsinho Trad.
O formato da PEC dependerá das negociações políticas. Nesta semana, Lula esteve em Brasília para articular pessoalmente a proposta. O último encontro foi um jantar com deputados e senadores na quinta-feira, 1.
‘Vai sobrar proposta para o buraco’
O autor da PEC e relator do Orçamento de 2023, Marcelo Castro (MDB-PI), se colocou contra a proposta de carimbar a destinação de recursos no texto da PEC e afirmou que isso será feito na proposta orçamentária. Castro concordou, contudo, em elaborar um relatório detalhado as áreas que o governo Lula quer abastecer com os recursos.
Até o momento, a equipe de transição anunciou algumas prioridades, como o reajuste real (acima da inflação) do salário mínimo e a recomposição de verbas de programas como o Farmácia Popular e o Minha Casa, Minha Vida. De acordo com cálculos de técnicos do Congresso, porém, R$ 85 bilhões ainda não foram detalhados. Marcelo Castro disse ao Estadão que muitas propostas devem ser apresentadas para preencher o “buraco” da PEC. “O que vai sobrar é proposta para o buraco.”
Nesta sexta-feira, 2, Lula defendeu a aprovação da proposta como foi protocolada no Senado, onde as alterações vão ficar totalmente vinculadas às entregas políticas. Ele quer garantir o apoio fechado do PSD, do MDB e do União Brasil para a PEC, além dos aliados mais próximos, e completar os 49 votos necessários com outros senadores até semana que vem. “Lula está ligando para todo mundo, está conversando mais do que lobisomen e assombração na meia-noite. E isso é bom”, afirmou o senador Jayme Campos (União-MT).
Dois relatores
A equipe de Lula quer pautar a PEC da Transição na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na próxima terça-feira, 6. Senadores discutem entregar a proposta a dois relatores: Alexandre Silveira (PSD-MG) na comissão e Davi Alcolumbre (União-AP) no plenário. A divisão é uma tentativa de ampliar o acordo para a aprovação, mas também aumenta a chance de alterações.
Alcolumbre preside a CCJ e assumiu a ponteira da negociação do Senado com o futuro governo. Ele quer ser o relator da PEC, mas enfrenta um impasse porque teria que ceder o comando da comissão para o vice-presidente do colegiado, Lucas Barreto (PSD-AP), durante a votação. Os dois tiveram um rompimento político na campanha eleitoral.
Foi com uma verdadeira multidão que a Arena Dominguinhos, em Garanhuns, se despediu da fase de grupos da Copa do Mundo. Com transmissões dos jogos do Brasil e música ao vivo, o Encantos do Natal na Copa virou um sucesso na Praça Mestre Dominguinhos.
“Parabéns ao público que tem sido presente, e tem torcido e se confraternizado de forma pacífica e unida. Essa foi uma ideia minha que surgiu com a ajuda do meu filho Cayo Albino, e do meu mano Johny Albino, para que a gente pudesse fazer esse brilhante evento, que vem sendo um sucesso”, disse o prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino.
De acordo com ele, amanhã tem mais Encantos do Natal na Copa, a partir das 15h. “E, iniciando a fase mata-mata, com esse projeto inovador em Garanhuns, teremos o Trio e Banda Asas da América. Vamos com muita alegria, mais uma vez, torcer pela nossa seleção canarinho que jogará contra a Coreia do Sul”, pontuou
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, passará por exames na garganta no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, neste domingo (4). Em coletiva antes de deixar Brasília, o petista disse que nos próximos dias deveria fazer uma “revisão na garganta para ver como é que está”.
Na ocasião, ele comentou que os exames seriam feitos possivelmente ontem. Entretanto, segundo a assessoria de Lula, ele irá ao hospital neste domingo. Com informações do G1.
“Com relação à pergunta da minha garganta, eu vou, talvez, amanhã [sábado] fazer uma revisão para ver como é que tá”, afirmou.
No final de novembro, o presidente eleito passou um dia internado no Hospital Sírio-Libanês para retirar uma leucoplasia, que é uma espécie de lesão branca da laringe. A lesão, localizada na prega vocal esquerda, foi diagnosticada no check-up realizado antes da viagem de Lula para o Egito.
Durante a coletiva, Lula disse ainda que tem feito testes e, segundo a fonoaudióloga que o acompanha, está melhorando.
“Acho que tá boa a garganta. Eu tenho feito teste. Hoje mesmo eu falei pelo zoom com minha fonoaudióloga e ela diz que a garganta tá melhorando. Tem pessoas que fizeram a mesma cirurgia e ficaram um mês sem falar. Eu não fiquei um dia sem falar. Eu acho que tenho ajuda divina de estar me curando. Eu estou comendo de tudo. Não tem problema. Eu me engasguei menos do que habitualmente as pessoas se engasgam, sobretudo, com água. É interessante como a gente se engasga com água. E eu aprendi a tomar água diferente, tomar água devagar, mas eu vou ficar bem. Eu preciso da minha voz para governar esse país”, afirmou.
Faleceu, no início da manhã deste domingo (4), no Hospital Maria Rafael de Siqueira, o vereador egipciense Flávio Roberto de Araújo Jucá, aos 57 anos, vítima de infarto. Flavio foi vereador por quatro mandatos e presidente da Casa Arlindo Leite Lopes no Biênio 2011/2012. Deixa esposa e duas filhas.
De acordo com o Blog do Marcello Patriota, o prefeito Evandro Valadares já decretou luto oficial de três dias. O presidente da Câmara de São José do Egito, João de Maria, está providenciando o velório para a Casa Legislativa. O sepultamento deve ocorrer na tarde de hoje.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) teve sua aposentadoria como deputado federal concedida, em ato publicado na última sexta-feira no Diário Oficial da União (DOU), com valor em torno de R$ 30 mil. Com isso, ele receberá ao todo cerca de R$ 80 mil brutos por mês, junto a outras fontes de renda, após sair do Planalto. Além do montante, que supera seu salário na Presidência, Bolsonaro contará ainda com verbas da União, às quais todo ex-presidente tem direito, para o custeio de servidores e veículos oficiais, além de outras despesas.
Por segurança, quando deixam o mandato, os ex-presidentes no Brasil passam a ter direito a oito servidores: seis de apoio pessoal e dois motoristas, além de veículos oficiais da União. Essas despesas são regularizadas pela Lei de 1986 e custeadas pela Presidência da República. As informações são do O Globo.
De acordo com o portal de Dados Abertos da Presidência da República, de janeiro a outubro deste ano tais gastos chegaram, em média, a meio milhão por mês, se somados os seis ex-presidentes vivos desde a redemocratização: José Sarney, Fernando Collor de Melo, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer. O valor inclui o custeio da equipe, uma média de R$ 59 mil, além de outras despesas como diárias de hotel, passagens de avião, combustível e seguros.
Veja o custo médio mensal dos ex-presidentes de janeiro a outubro deste ano:
José Sarney – R$ 76.432,00
Fernando Collor de Melo – R$ 118.810,20
Fernando Henrique Cardoso – R$ 55.705,07
Luiz Inácio Lula da Silva – R$ 129.704,80
Dilma Rousseff – R$ 117.886,70
Michel Temer – R$ 97.363,42
Bolsonaro: salário de R$ 80 mil por mês
A aposentadoria de Bolsonaro como deputado foi concedida pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em ato de 30 de novembro que foi publicado na edição desta sexta-feira do DOU.Com isso, o presidente terá um acréscimo de cerca de R$ 30 mil reais na aposentadoria como militar.
Por ser capitão reformado do Exército, Bolsonaro recebe R$ 11.945,49 brutos por mês. Além desses valores, ele ainda foi convidado a ser presidente de honra de seu partido, o PL, e também receberá uma remuneração próxima aos R$ 39 mil. O total pode chegar a cerca de R$ 80 mil brutos por mês.
Atualmente, como presidente, Bolsonaro ganha o salário de R$ 30.934,70 bruto, além da aposentadoria como militar, o que totaliza R$ 42.880,19.
Quase 30 mil indícios de irregularidades na aplicação de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) em 2020 e 2021, foram encontradas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em conjunto com os tribunais de contas estaduais.
O Fundeb é um fundo que ajuda a manter as escolas funcionando e ajuda a pagar, por exemplo, o salário de professores. Através da modalidade, os recursos vêm, de impostos e tributos que, por lei, devem ser aplicados no desenvolvimento do ensino. Uma outra parte do fundo é complementada com recursos da União. As informações são do G1.
Os indícios de irregularidades verificados vão desde a permanência de pessoas falecidas na folha de pagamentos do fundo até contratação de professores sem formação adequada.
Segundo os dados reunidos pelo TCU:
– 18.869 escolas públicas do país teriam professores de português e de matemática nas turmas finais do ensino fundamental lecionando as disciplinas sem possuírem formação específica prevista na legislação, o que é proibido pela Lei de Diretrizes de Base da Educação. O problema foi verificado em todos os estados brasileiros, com destaque para o Maranhão;
– 3.768 entes federados com titularidade indevida da Conta Única e Específica vinculada ao Fundeb. A lei estabelece a obrigatoriedade de os repasses ocorrerem diretamente ao órgão de educação, com o objetivo de garantir a aplicação dos recursos à educação, evitando sua utilização em outras funções de governo;
– 3.218 entes federados não possuem contas únicas para receberem os recursos do Fundeb. Essas contas obtiveram créditos de diferentes origens, impossibilitando, na prática, saber se o dinheiro foi aplicado corretamente; e
– 3.315 servidores falecidos recebendo remuneração com recursos do Fundeb. A lei veda o uso dos recursos do Fundeb ou de qualquer outro recurso público para o pagamento a pessoas falecidas. Também é vedado o pagamento de aposentadorias e pensões com recursos do Fundeb.
A identificação dos indícios de irregularidades foi possível devido ao uso de uma ferramenta chamada Sinapse (Sistema Informatizado de Auditoria em Programas de Educação), criada pelo TCU em conjunto com tribunais de contas estaduais. Com essa ferramenta, os tribunais conseguem cruzar e analisar informações de diversos bancos de dados para identificar os indícios de irregularidades.
O projeto começou em 2020. Não foi quantificado, nessa primeira fase, o eventual prejuízo financeiro que as possíveis irregularidades podem ter causado aos cofres públicos. O objetivo, segundo os auditores envolvidos no projeto, é usar os achados de maneira educativa, de forma a orientar o gestor público a corrigir os erros e a não errar mais.
“O objetivo do Sinapse neste momento é ensinar o gestor a proceder corretamente, cessando condutas impróprias ou irregulares”, afirmou o TCU, em nota.
Próximos passos
Com os achados, os órgãos públicos ligados às possíveis irregularidades identificadas deverão prestar esclarecimentos.
Os tribunais de contas locais vão analisar as respostas e decidir como agir em cada caso.
A Webmotors, portal de negócios e soluções para o segmento automotivo, fez uma pesquisa interessante para identificar tendências e hábitos de consumo no mercado de veículos novos e seminovos no Brasil. O levantamento mapeia a jornada do consumidor e os impactos da classe social e do gênero entre os compradores de carros nos últimos anos. Diante da pergunta “essa foi a compra do seu primeiro carro?”, 61% dos entrevistados afirmaram que “sim”, enquanto 39% responderam que “não”. Entre pessoas com rendimento entre quatro e dez salários mínimos, as taxas percentuais mudam para 85% (sim) e 15% (não), respectivamente. Já para os consumidores com renda entre dez e 20 salários mínimos, a variação fica entre 60% (sim) e 40% (não) e, entre aqueles que possuem rendimento acima de 20 salários mínimos, os números somam 45% (sim) e 55% (não). “Os resultados da pesquisa mostram a renda como um diferencial para o ingresso dos consumidores no mercado automotivo, sinalizando a importância do financiamento e do consórcio”, observa Cris Rother, CMO da Webmotors.
Tempo para troca – Sobre o tempo previsto para a troca de carro, pouco mais de um terço dos entrevistados pretende realizar a mudança “em mais de três anos” (36%). Por outro lado, 30% dos respondentes preferem fazer isso “em até dois anos” e 17% “em até um ano”. Quando o assunto é o bolso do consumidor, 50% de quem têm renda entre quatro e dez salários mínimos declaram ter a intenção de realizar a substituição do veículo comprado “em até dois anos” – a maior taxa de troca no menor prazo, na comparação com o detectado entre os demais estratos sociais. Para os consumidores com renda acima de 20 salários mínimos, a previsão de troca também é maior no período “de até dois anos”, mas somente para 38% dos entrevistados. Já para aqueles com rendimento entre dez e 20 salários mínimos, a maior concentração de previsão de troca fica “em mais de três anos” (55%).
Mulheres – Há uma significativa diferença no comportamento entre homens e mulheres. “De acordo com o estudo, o público feminino que pretende mudar de carro em até um ano é 10% maior do que o masculino. Já o total de homens que desejam trocar de veículo em até três anos é 10% maior em relação às mulheres”, compara Rother. “Esses números contrariam o senso comum de que os homens são consumidores mais assíduos de carros do que as mulheres”, conclui Rother. Quando questionados sobre as motivações para comprar o seu primeiro carro, os entrevistados apontaram, sobretudo, a “necessidade” (30%), a “realização de um sonho” (22%) e a “comodidade” (18%).
No recorte por estrato social, esses números mudam consideravelmente. Entre as pessoas com rendimento entre quatro e dez salários mínimos, “realização de um sonho” é o motivo principal para 30% dos entrevistados. Para quem tem renda entre dez e 20 salários mínimos, a “necessidade” aparece como a maior razão da compra (39%).
Já na opinião de consumidores com renda acima de 20 salários mínimos, há um empate triplo entre “necessidade”, “realização de um sonho” e “liberdade” – as três opções foram apontadas, igualmente, por 23% dos entrevistados dessa camada social. Ainda segundo a “Jornada do Consumidor”, a opção de pagamento à vista na primeira compra é a mais praticada entre as pessoas ouvidas (39%), seguida da escolha de consórcio (19%) e do financiamento com entrada em dinheiro (17%).
Meio digital – No que se refere à busca de informações para tomada de decisão sobre a compra, a internet situa-se no topo das opções dos consumidores (71%), independentemente da classe social ou do gênero. Familiares (53%) e amigos (51%) são, respectivamente, a segunda e a terceira opções mais utilizadas. “A força do meio digital tende a aumentar cada vez mais, seja na pesquisa, no test-drive virtual e até mesmo na operação de pagamento”, estima Rother.
Montana: de R$ 134,5 mil a R$ 140,5 mil – A nova Chevrolet Montana enfim chegou – ou não: a pré-venda começou na última quinta-feira (1º), na verdade, mas as primeiras unidades só serão entregues em fevereiro. Mas, pelo menos, já tem preços. A versão LTZ sai por R$ 134.490; a Premier, por R$ 140.490. O motor é um 1.2 turbo de três cilindros, de 133 cv e 21,4 kgfm de torque. A empresa diz que há uma calibração específica para a picape, com faixa de rotação mais baixa para reduzir ruídos na cabine e as emissões de poluentes. A Montana faz, oficialmente, 11,1 km/litro e 13,3 km/litros com gasolina. Com etanol, 7,7 km/litro e 9,3 km/litro. A picape tem 4,72 metros de comprimento, com uma caçamba para 874 litros. No pacote de equipamentos de série, seis airbags de série, controles de estabilidade e tração, sistema de som JBL com quatro alto-falantes e subwoofer, rodas de liga leve de 17 polegadas, alerta de ponto cego etc.
Carros com interior vegano – É sério: as marcas BMW e Mini terão interiores veganos em seus carros a partir do ano que vem. Isso significa que não serão usados quaisquer material proveniente de origem animal em seus revestimentos. A redução das emissões de CO2 ao longo de todo o ciclo de vida de um veículo é o objetivo central do BMW Group no caminho para a neutralidade climática, que deve ser alcançada até 2050. A seleção de materiais tem um papel fundamental a desempenhar para atingir esse objetivo. A substituição de matérias-primas de origem animal contribui significativamente para o aumento da sustentabilidade na produção de veículos. A medida também tem como objetivo diminuir em até 85% a emissão de CO2 na atmosfera. O BMW Group ressalta, ainda, que a demanda por interiores 100% livres de materiais de origem animal tem crescido em todo mundo, especialmente na China, Estados Unidos e Europa. A troca dos materiais não irá afetar em nada a qualidade e requinte, tradicionais nos interiores dos carros do BMW Group. O uso de materiais ecologicamente corretos no interior já faz parte de alguns veículos, como no BMW i3 e no BMW iX, e se estenderá para o restante dos modelos.
A Volvo Cars foi a primeira a anunciar que seus novos carros elétricos seriam livres de couro de origem animal. Pelo menos 25% do material utilizado em novos carros Volvo já são compostos por conteúdos reciclados e naturais.
Combustíveis: preços voltam a subir – O preço do litro da gasolina nos postos no Brasil apresentou, em novembro, aumento de 1,78% em comparação com o mês anterior, com valor médio de R$ 5,250, segundo levantamento da ValeCard, empresa especializada em soluções de gestão de frotas. Entre os meses de junho e setembro a Petrobras reduziu quatro vezes seguidas o valor da gasolina para as distribuidoras. Além disso, o ciclo de queda dos preços dos combustíveis foi alimentado pela limitação do ICMS sobre esses produtos nos estados, instituída pela Lei Complementar 194/22, de 24 de junho. Apenas cinco estados apresentaram queda: Amazonas (-2,28%), Amapá (-0,67%), Espírito Santo (-0,37%), Roraima (-0,03%) e Paraíba (-0,02%). Por outro lado, os estados que registraram maior aumento foram Paraná (7,38%), Goiás (5,40%) e Santa Catarina (4,29%). Considerados os preços médios praticados nos estados, o maior valor foi registrado no Acre, a R$ 6,151; já o menor valor médio foi de R$ 5,004, no Rio Grande do Sul. Entre as capitais, o valor médio do combustível em novembro foi de R$ 5,181, o que representa um aumento de 1,56% em relação ao mês anterior. Campo Grande (R$ 4,888), Porto Alegre (R$ 4,921) e João Pessoa (R$ 4,948) foram as capitais com os preços mais baixos no mês. Já os maiores valores médios foram encontrados em Boa Vista (R$ 6,117), Belém (R$ 5,636) e Salvador (R$ 5,603).
Recall Fiat – A marca italiana está convocando donos de Fastback, Pulse e Toro para um recall na bomba de alta pressão. Os veículos envolvidos são fabricados em 2022 e de motores tanto 1.0 quanto 1.3 turbo. Motivo: há possibilidade de quebra do parafuso de fixação da bomba de alta pressão, que faz parte do sistema de injeção direta. Em casos extremos pode ocorrer o vazamento do combustível e gerar um incêndio. Os donos devem agendar o recall na própria concessionária. Para checar mais detalhes, basta entrar no site da Fiat. Pela mesma razão, a Jeep também está convocando donos do Renegade, Compass e Commander equipados com o 1.3 turbo flex T270.
Óleo do motor da moto: quando trocar?
O óleo é uma peça vital de qualquer máquina. Ele é responsável, entre outras coisas, por reduzir o atrito e, assim, evitar o desgaste das peças. Descuidar da troca de óleo, usar um produto inferior ou incorreto tem resultado certo e complicado: consertos muito caros, tempo perdido e redução da vida útil do motor. Ele é o componente mais importante para que o motor funcione bem durante um longo período, mas que, muitas vezes, não recebe a importância devida. Por isso, a dúvida sobre o intervalo ideal para realizar a troca do óleo de motor é recorrente e a resposta correta para essa pergunta é muito simples: é preciso obedecer às recomendações do fabricante, seja por tempo ou pela quilometragem rodada. E é fundamental utilizar o óleo com as especificações recomendadas no manual. Se a resposta para essa dúvida é tão simples, por que ela é tão comum entre os proprietários?
Recomendações – Primeiramente, é fundamental usar um óleo que se encaixe nas especificações da fabricante da moto e para o seu modelo específico. Lembrando que essas informações sempre estarão no manual do proprietário. Caso não o tenha, consulte uma oficina de confiança ou uma concessionária. Fique atento a alguns pontos importantes:
Grau de viscosidade: 10W30, 10W40, 15W50, 20W50 – Em alguns casos, pode existir mais de uma opção de viscosidade indicado, consequentemente, mais opções para escolha. Utilize apenas a viscosidade recomendada pelo fabricante.
Mineral, semissintético ou sintético? – Neste caso, vale a mesma regra dos tópicos anteriores: nunca escolha uma tecnologia abaixo da recomendada. Caso o fabricante exija um óleo mineral, fique tranquilo para utilizar esse ou fazer um upgrade para um semissintético ou sintético. Um bom exemplo desse upgrade é o nosso Motul 5000 4T 20W50, com a tecnologia HC-Tech, um semissintético API SL e JASO MA2 ideal para motos de baixa e média cilindrada que pedem óleo 20W50. A tecnologia está em constante evolução, dessa forma, é possível escolher o melhor para cada caso e para cada tipo de uso. Sempre há uma especificação, com o tipo de moto e com a condição de uso (off-road, rodoviário, urbano ou pista).
Outra recomendação importante que aparece em todos os manuais é checar com frequência o nível de óleo. Cada fabricante recomenda um intervalo para essas checagens, como, por exemplo, toda vez antes de pilotar. Para usos menos intensos e com a manutenção da moto em dia, checar uma vez por semana é o suficiente. Nunca rode com nível de óleo baixo ou alto demais e sempre cheque o nível dele com a moto nivelada em piso plano para evitar uma medição enganosa.
Tempo ou quilometragem? – Todo o manual do proprietário indica um prazo por tempo ou por quilometragem para a troca do óleo e ela deve ser feita assim que algum dos dois casos acontecer, sempre. Ou seja, mesmo que tenha rodado pouco, é necessário trocar o óleo caso chegue o vencimento por tempo. Pois, mesmo que a moto não tenha rodado muito, o óleo se degrada e perde as suas características. Isso ocorre mesmo que ele esteja parado no cárter, por conta da contaminação que ocorre pelo combustível, fuligem, ácidos e outras alterações geradas na combustão durante o funcionamento do motor. Esses contaminantes aceleram a degradação, mesmo que o óleo esteja sem uso. Além disso, o contato com o ar e a umidade presentes dentro do cárter, ajudam a acelerar sua oxidação e degradação. Quanto mais contaminantes, mais rápido o óleo perde suas características e não consegue mais exercer as funções necessárias no motor, como proteger contra corrosão e o desgaste, além de poder causar um aumento no consumo de combustível. Durante o uso, o óleo sofrerá com outros fatores, como a variação de temperatura de trabalho, mais contaminação e grande esforço mecânico, que ocasionarão diversos fenômenos de degradação do óleo.
Altas temperaturas – Fazem com que tudo aconteça mais rápido para o óleo, como aceleração de todas as consequências, e é uma das responsáveis para a formação de borra e verniz, prejudiciais a toda lubrificação.
Cisalhamento – Enquanto faz seu trabalho, o óleo sofre com os esforços entre as peças em movimento do motor, anéis, pistões, camisas, virabrequim, engrenagens do câmbio e cames do comando no cabeçote, já que as moléculas se quebram e não exercem mais sua função.
Contaminação – Um filtro de ar mal instalado, obstruído por poeira ou combustível adulterado, contribui com a entrada de contaminantes no motor e que podem atingir o óleo. Esses contaminantes aceleram o envelhecimento e atuam como um abrasivo, aumentando o desgaste do motor. Quanto mais tempo o óleo trabalha, mais o óleo se contamina, mais ele é cisalhado e mais borra é formada. Chega-se a um ponto em que ele não possui mais a capacidade de lubrificar e desempenhar o seu papel. Portanto, precisa ser trocado. Vale lembrar que apenas completar com óleo novo, não é o ideal, pois, dessa forma, os contaminantes continuarão acumulados. Também é importante ressaltar que nos casos que houver filtro externo, este deve ser substituído a cada troca de óleo. Os filtros internos devem ser limpos conforme a recomendação do fabricante.
Intervalos – Afinal, por que cada moto possui um intervalo de troca diferente? Existem variações que vão desde 3.000 km ou 6 meses, até 12.000km ou um ano. Essa diferença se dá por conta do projeto da moto e da especificação do lubrificante. Em geral, por conta da sua tecnologia envolvida e o seu desempenho, um óleo sintético tende a ser recomendado para conseguir intervalos de troca mais longos, pois ele suporta temperaturas de trabalho mais altas, mais esforços mecânicos e níveis de contaminação mais altos. Quantidades maiores de óleo no cárter também ajudam. Se há mais óleo, a contaminação nesse cárter estará mais diluída se comparado à mesma quantidade de contaminação em um cárter pequeno que comporta menos óleo.
Por último e não menos importante, o intervalo deve ser observado de acordo com a condição de uso da motocicleta. Em geral, existe um plano de manutenção para uso normal e outro para uso urbano, sendo que para uso severo é normal que o intervalo seja reduzido pela metade. (Por Rafael Recia Nakazato, engenheiro de Aplicações da Motul)
Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.